domingo, maio 15, 2011

QUERO LER TODOS ESSES LIVROS?

Todo mundo diz que gosta muito de ler. Okay, eu também. Mas como falei alhures, não leio tudo que me cai nas mãos. Tenho critérios. Aprendi que a leitura, além de informativa, é fonte prazer. Sem essa de andar por aí lendo tudo o que encontro. Leio bulas, manuais, panfletos, etc., mas só e quando me interessam. No passado eu era diferente e, no quesito livros, chegava a ler vários ao mesmo tempo.

Mas hoje em dia, mudei. Não quero mais ler tudo isso, não tenho mais tempo. Quero ler, mas também fazer outras coisas que me dêem gratificação imediata. Origami, por exemplo, é uma arte que me seduz! E os livros de origami são um capítulo à parte. Um genuíno prazer.

Pois não é que achei alguém que pensa como eu? Na verdade, acho que muitos pensam assim, mas, cadê coragem para expor um pensamento que segue na contra-mão das massas?

Então. Esse alguém a quem me referi, é nada mais, nada menos que o grande Rubem Alves!* E essa sincronia que encontrei no pensamento dele com o meu, é uma honra para mim. Por isso, resolvi trazer aqui o texto pra você ler. É longo, mas maravilhoso. Ele tem uma prosa poética e encantadora, um verdadeiro fascínio.

Grande Rubem, é tudo com você, please, solte o verbo!

LER POUCO
Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram poucos. Entrava na livraria, separava todos os livros que desejava comprar e, ao me aproximar do caixa, colocava-os sobre o balcão e me perguntava diante de cada um: “ Tenho necessidade imediata desse livro? Tenho outros, em casa, ainda não lidos? Posso esperar?” E assim ia pegando cada um deles e os devolvendo às prateleiras. A despeito desse método de controle cheguei a ter uma biblioteca significativa, mais do que suficiente para as minhas necessidades.
Notei, à medida em que envelhecia, uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte têm a ver com experiências infantis. Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo. Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: “ Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande...” E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu “maturidade”, essa qualidade tão valorizada, como “ um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização...” Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro-me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: “Nos Estados Unidos há casas de dez andares.” E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: “Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?” Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale para os livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: “Você me ama?” ( Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim... ). “Vou querer ler você de novo?” Se as respostas eram negativas o livro era separado para ser dado. Essa coisa de “amor universal aos livros” fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que “a palavra grega que designa o “sábio” se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (...) a arte peculiar do filósofo. (...)A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas...” E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: “Mastigar e digerir tudo - essa é uma maneira suina.”
O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suina, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo... Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser “sim” ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.
Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: “No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros - e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?” A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: “Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue...” Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo...
 * Rubem Alves é teólogo, filósofo e psicanalista, autor de 40 livros.
Tirei daqui.

segunda-feira, maio 09, 2011

DECISÃO HISTÓRICA - NO BRASIL CIRCO COM ANIMAIS NUNCA MAIS!

Olá todo mundo!

Estou feliz! Muito feliz mesmo. Um passo à frente foi dado na caminhada, árdua, para defender os direitos dos animais.

Que bom, estou vivendo e vendo esses avanços do nosso Judiciário Brasileiro.

Nem vou dizer nada, vou apenas confessar: copiei esse texto do site Olhar Animal. Penso que essas coisas devem ser MUITO DIVULGADAS, que é pra desencorajar a violência contra os animais, violência essa que, há muito vem sendo praticada por uma escória social, que são-gente-porque-falam-e-andam-sobre-duas-pernas, mas que na verdade não passam de ETs sanguinários. Uma corja, um câncer social. 

Está de parabéns a Justiça Brasileira, que mostrou habilidade no manejo da balança e força no manejo da espada, para extirpar de vez esse cancro, essa ferida, essas violências que as pessoas de bem, não suportam mais.

A propósito, essa Ação Civil Pública com Pedido de Antecipação de Tutela aconteceu lá em São José dos Campos, SP, mas, que tal se o Ministério Público daqui do sul, ajuizasse uma dessas pra terminar de vez com o sofrimento dos cavalos nas carroças, nos rodeios, e otras cositas más? Será que o MP não enxerga as maldades? Está cego? Não acredito. É bom lembrar que estamos diante de uma lei ambiental, já que a lei dos direitos dos animais mostrou-se imprestável para os fins a que se destinou. Chega, não vou me estender, outro dia falarei a respeito.

Bom, agora é com você, leia o texto, mas não deixe de ir nos links e ler a íntegra. O conhecimento é uma arma e o inimigo é poderoso. Gente, agarre firme essa arma, a luta continua. Vale-a-pena-ler-tudo!

"CONCLUSÃO

Pela primeira vez na história do direito brasileiro chega-se a uma decisão judicial de mérito reconhecendo que a atividade circense exploradora de animais caracteriza abuso, prática que viola o dispositivo constitucional proclamado no artigo 225 par. 1º, inciso VII, que veda a crueldade. Neste sentido, os reclamos defensivos não tinham mesmo razão de ser porque a empresa LE CIRQUE efetivamente utilizava-se de animais em seus espetáculos, violando também o artigo 21 da Lei 11.977/05 (Código Estadual de Proteção aos Animais), cuja constitucionalidade foi expressamente afirmada pelo Poder Judiciário. Apesar dos esforços defensivos em levar a questão até a última instância jurisdicional, conforme se pode verificar pela sucessão de recursos interpostos perante os Tribunais Superiores, a decisão final do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, ao negar seguimento ao derradeiro embargo, deu inteira razão ao juiz sentenciante, Gustavo Alexandre da Câmara Leal Belluzzo, reconhecendo ele que a exploração de animais em circo configura abuso e, conseqüentemente, prática cruel. Isso tudo representa, em síntese, uma inédita decisão jurídica, que ora se transforma em jurisprudência, em favor do reconhecimento de direitos aos animais."

Fonte:
Arquivo do Fórum de São José dos Campos Processo n. 1071/06 - 6ª Vara Cível de São José dos Campos
Leia a íntegra no site Olhar Animal
Leia aqui também, e veja uma foto de chorar.

Beijos a todos.

quarta-feira, maio 04, 2011

PRIORIDADE

Olá todo mundo!

Obrigada. Adorei os comments no post 'Os Injustiçados'. Li todos eles com atenção, e porque o pessoal pôs na mesa suas impressões, decidi colocar as minhas também .

A Lei, serve à vida. Se as leis são draconianas (injustas), como o foram no caso das mulheres, isso se reflete na vida, portanto, temos que cuidar de ter leis adequadas ao contexto histórico em que vivemos. E de que forma teremos essas leis? Pedindo, reinvindicando, lutando, articulando, queimando soutien em praça pública, se for preciso. E sabemos que foi, em relação ao direito das mulheres. Ou você pensa que no passado os homens fariam, numa boa, as leis a nosso favor? Quanto a isso, não me iludo. E acho que nem é por mal, afinal pra eles sempre foi tudo light. Porque iriam preocupar-se conosco(?), "o Direito não socorre aos que dormem". Observe o caso da escravidão negra no Brasil, se não houvesse as lutas, a necessidade econômica etc. e o banzo (gente, que organização, nunca vi nada igual!), teria sido abolida a escravidão? Não sei.

Mas hoje quero refletir com você sobre a nossa vidinha essa daqui, nosso contexto social da atualidade.

Veja. As leis que reconhecem os direitos da mulher estão aí, em plena vigência. Já vimos isso no outro post. E você há de convir que as novas gerações, ao nascer, já encontraram tudo pronto, graças ao contingente que se mobilizou no passado para que isso acontecesse. E o que estamos vendo agora? Mulheres queixando-se da aplicação da lei. Mas o que fazem em contrapartida? Trazem a público a comprovação do que dizem? Articulam-se para endireitar o que está errado? Desculpe, mas não é o que tenho visto.

Parece-me que hoje em dia elas têm outras preocupações, outras prioridades. É. Deve ser isso, afinal o mundo é outro. Novos tempos. Mas cadê os novos rumos? Noto que tanto elas como eles estão sem saber onde pisar. E não lhes tiro a razão, pois a nova estrutura social não tem paradigmas na história. Okay. Mas... será que procuram mesmo saber? Ou preferem lidar com a culpa, o constrangimento, o ti-ti-ti, a condenação velada de seus pares? Uau. Como não vi isso antes? Estão na terceira onda, mas não tiraram o pé da segunda, como diria Toffler! E isso é tão verdadeiro que ainda vejo muito por aí, aquelas discussões bizantinas (que sinceramente não aguento mais), onde homens e mulheres resolvidas, com o dedo em riste sentenciam: a mulher quis igualdade e se masculinizou. Agora que aguente o tirão.

Aí fico pensando: a mulher se masculinizou? Mas que é mesmo se masculinizar, objetivamente? É trabalhar fora, dividir tarefas? Exigir que respeitem o seu espaço? Ajudar no sustento, ou sustentar a família? Usar “roupas de homem” (no passado remoto a mulher não podia usar calças compridas), ler jornal enquanto o marido prepara o lanche? Brincar com as crianças? Ser dona de seu nariz? Falar palavrão? Tomar decisões importantes? Caminhar ao lado do homem?

E o homem? Será que ele se efeminou? Que é efeminar-se? É ficar em casa? Cuidar dos filhos, dividir tarefas, assumir a casa enquanto a mulher trabalha fora? Cuidar ele próprio das suas coisas? Decidir em conjunto com a mulher? Acompanhar o filho na escola? Encarar os problemas triviais do dia-a-dia?

Sei, não.

Só sei dizer que fico boba, quando ouço, (é..., ainda tem!) aqueles argumentos toscos, pra lá de pasteurizados: faz parte da natureza da mulher e blábláblá.... Ahã. No passado também diziam isso e a mulher não podia dirigir automóveis, trabalhar fora, etc. e os homens não podiam chorar e nem sequer segurar seus filhos nos braços. Que os homens falem essas tosquices, até entende-se, afinal, é a mulher que está na berlinda. Mas as mulheres? Putz, pra mim, isso é pura rivalidade. Uma tristeza. :(

No meu pensar, a mulher moderna errou ao assumir atribuições além de suas forças, e, se continuar assim, vai acabar entrando em colapso. Mas, nada que, com raciocínio e discernimento, não possa ser evitado, resolvido ou modificado. Cada caso é um caso. Sem essa de ficar numa pior, só pra não dizerem que se masculinizou, coisa mais antiga! Muito aturei essa lenga-lenga, no alvorecer da Lei 4.121!  (Easy madame, isso foi lá nos anos 60. Passou. Passou. Rsrsrs.)

Uma coisa é certa: as mulheres jamais serão iguais aos homens, graças a Deus; e os homens jamais serão iguais as mulheres, graças a Deus. São seres humanos de natureza biológica completamente diferenciada. Mas são seres humanos, e ao nascerem com vida, tiveram e têm sua personalidade jurídica reconhecida pelo Direito Civil brasileiro, à luz de um dos mais importantes princípios constitucionais: a igualdade de gênero. Portanto, embora diferentes biologicamente, já está comprovado por a+b que essa diferença não pode servir de motivo para que os direitos, o acesso aos direitos e a aplicação da justiça não sejam iguais para ambos os sexos. Quando isso for realmente entendido pela humanidade, os anjos cantarão e ouviremos daqui, os acordes do céu.

Mas por enquanto, muitas leis ainda terão que acontecer e muitas perguntas ainda terão que ser feitas e respondidas, há muito trabalho a fazer. E temos que continuar lutando para que os direitos conquistados não fiquem só na letra da lei. Não podemos esmorecer.

Gente, temos que dar vida à lei. Isso é prioridade! E diz respeito diretamente aos valores que damos à vida em si, às pessoas, às coisas, às atitudes e à convivência harmônica e saudável entre homens e mulheres.

Beijos a todos.

segunda-feira, maio 02, 2011

DECISÕES DO STJ GARANTEM AMPLA APLICAÇÃO À IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA

Olá todo mundo!

Embora meu blog não seja profissional, quando encontro uma notícia jurídica que acho importante e que pode beneficiar alguém, publico por aqui. É o caso do que recebi hoje no clipping da AASP.

Sei que muitas famílias estão com a corda no pescoço em razão de dívidas que se agigantam com o passar do tempo. E temem perder seus bens necessários, e o pior, sua casa própria. Então gente, leiam a notícia, acho que vai ajudar. É uma luz no túnel essa postura do STJ, ao fundamento de que “A lei deve ser aplicada tendo em vista os fins sociais a que ela se destina”.  Aleluia.

Decisões do STJ garantem aplicação ampla à impenhorabilidade do bem de família
Ter casa própria é uma conquista protegida por lei. Há pouco mais de duas décadas, a definição do chamado bem de família vem sendo examinada pelo Judiciário a partir da Lei n. 8.009/1990, que passou a resguardar o imóvel residencial próprio da entidade familiar nos processos de penhora. A ideia é proteger a família, visando defender o ambiente material em que vivem seus membros...
Leia a noticia completa no site da AASP.

Beijos a todos.

quarta-feira, abril 20, 2011

OS INJUSTIÇADOS

Olá todo mundo!


Dia desses, num aniversário na casa de um amigo, conversa vai, conversa vem, a ala masculina (adultos jovens) veio com um papo esquisito. Sei lá, devo andar meio sequelada, porque o que eles disseram não bate com o que percebo no contexto jurídico em que vivemos. Eles disseram que a lei, hoje em dia, os discrimina porque favorece as mulheres. Que eles estão muito injustiçados. Negativo, disse eu. E argumenteeeeei... Resolvi então fazer um break nas minhas atividades para conversarmos um pouco a respeito. Certamente eles irão ler esse post. Ótimo, agora que estão sóbrios. Rsrs. Acho que nas ocasiões de descontração e brincadeiras, muitas coisas sérias vêm à tona, (como aconteceu), em tom jocoso, é verdade, mas caso a gente aceite, esse papo subliminar segue por aí, atazanando o inconsciente coletivo. Duvida? Eu não.

Não é novidade pra ninguém que a Constituição Federal de 88 promoveu mudanças megaimportantes para superar o tratamento desigual fundado no sexo. Já no art. 5°, inciso I, afirma que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição.

O que isto significa, na prática?

É simples. Quer dizer que a igualdade de direitos e obrigações de homens e mulheres está contida na norma geral da igualdade perante a lei e em todas as normas constitucionais que vedam a discriminação de sexo (arts. 3°, IV, e 7°, XXX), ou seja, em todos os níveis.

Repito, é very simples. Acontece que os homens, alguns deles, e, pasme(!) algumas mulheres desavisadas, subverteram o entendimento da norma e andam dizendo umas bobagens, avemaria. Imagine só, dizer que a própria CF88 é discriminatória a favor das mulheres, etc e tal. E citam alguns artigos que não tem nada a ver. O problema é que nem todo mundo sabe.

Gente, misericórdia! Isso não é bem assim. A CF88 traz algumas normas diferenciadas a respeito de homens e mulheres, nos arts. 7°, XVIII, XIX; art. 40, III, e o art. 202, I a III e seu § 1º. Mas são normas excepcionais.

Explico.

Nas referidas normas, a CF88 apenas reconheceu o que a própria natureza tem nos mostrado desde que o mundo é mundo. Observe: 1. licença-gestação para a mulher, com duração superior à da licença-paternidade (art. 7°, incisos XVIII e XIX); 2. incentivo ao trabalho da mulher, mediante normas protetoras (art. 7°, inciso XX); 3. prazo mais curto para a aposentadoria por tempo de serviço da mulher (art. 40, inciso III, letras a, b, c e d; art. 202, I, II, III e § 1°).

Meu Deus, essas três exceções têm brilho próprio. A primeira é de origem biológica. De fato, é a mulher quem dá à luz, o homem não precisa participar diretamente do parto e o parto é, por si só, uma atividade que provoca na mulher a necessidade de repouso. Além disso, o homem também não participa diretamente da amamentação, que decorre da necessidade biológica de o filho ser alimentado diretamente pela mãe.

Na segunda, a CF88 reconhece, (tardiamente, ao meu ver), que ainda existem, de fato, situações de desigualdade que privilegiam os homens, no tocante a condições de trabalho e principalmente de salário, ou seja, que o mercado de trabalho é marcadamente machista. E que as normas de proteção à maternidade, ao criarem direitos excepcionais de inatividade e de assistência ao recém-nascido, acabaram por tornar menos interessante a contratação de mulheres.

Ah, antes que eu esqueça, acho bom os injustiçados, rsrs, irem tirando seus cavalinhos da chuva: essa norma protetora que acabei de falar, não guarda relação com o fato da mulher ter amplamente reconhecida a igualdade de condições físicas, intelectuais e psicológicas de competir no mercado de trabalho com o homem. São naturezas jurídicas que não se comunicam.

Voltando. A terceira diz respeito ao tempo de serviço da mulher para a aposentadoria voluntária, onde a mulher tem cinco anos a menos de trabalho que os homens. Ora, isso não é novidade. Desde 1967 já estava no texto constitucional,-- embora restrito à aposentadoria estatutária. Também aqui não há o que discutir. As razões são de natureza eminentemente social e estão contidas na própria estrutura da sociedade (conjugal) brasileira. Nas classes menos favorecidas há, ainda hoje, tarefas domésticas que são executadas exclusivamente pela mulher, porque a sociedade 'acha' que assim deve ser. A mulher retorna à casa e encontra zilhões de tarefas para fazer. É outra jornada que se inicia. Dupla, tripla jornada. A mulher trabalha muito. É um trator.

Pronto, só isso. Onde está a discriminação masculina? Putz, ninguém merece.

Chega, não vou cansar tua beleza. Em resumo, nada de discriminação masculina. Os casos que pincelei aqui, são casos excepcionais e não contradizem em nada o princípio geral da Constituição, que é o da igualdade entre os sexos. E para os mais afoitos, cuidado, tais casos, em virtude de sua excepcionalidade, não podem (eu falei não podem) ser utilizados como motivo de criação de novas exceções, por via analógica. E sabem porquê? Porque deve ser aplicado o preceito básico da hermenêutica que diz o seguinte: a) as exceções devem ser interpretadas restritivamente; b) sempre que ocorram dúvidas quanto a novos casos excepcionais, aplica-se a regra geral.

Bom, amigos, coloquei aqui, de forma bastante singela, alguns argumentos para demonstrar que os homens não estão sendo discriminados na CF88, como pretendem alguns. Eu particularmente acredito que na sociedade atual, é certo, nós mulheres, conquistamos na letra da lei, algumas oportunidades de estar lado a lado com os homens, mas, na verdade, no campo dos fatos, nem os homens e nem as mulheres podem dizer que conquistaram seu lugar ao sol. Ambos amargam opressões sociais de gênero. Há ainda muito trabalho a fazer.

Mas o melhor de tudo é que agora temos oportunidade de estar em sintonia: mulheres e homens, homens e mulheres.

Beijos a todos.

sexta-feira, abril 15, 2011

MARIA ANTONIETA, de Sofia Coppola

Olá todo mundo!

Ontem assisti (superatrasada, eu sei) na sky, o longa de Sofia Coppola, "Maria Antonieta" (Kirsten Dunst no papel principal).

Veja você, há tempos atrás li na internet uma crítica e acabei me desinteressando do filme. Mas ontem, parei pra ver. E me perdoem os homens, os sérios e imparciais, mas o tal (não lembro o nome dele) que escreveu aquela crítica infeliz, certamente o fez movido pelo preconceito, que ainda hoje orienta a vida de alguns homens. Sei lá. O fato é que esses homens preconceituosos, parece que têm uma venda no cérebro, que tira-lhes a razão. E se forem críticos e ou comunicadores, já viu né, não tem pra mulher!!!

Se gostei do filme? Do começo ao fim. Achei ótimo. É agradável e leve. Não tem clichês. Não é biográfico, não conta a História e muito menos se fixa em diálogos reais. Portanto, não vá esperando esclarecimentos históricos. A proposta é outra. Tenho a impressão que Sofia quis apenas voltar nossos olhos para o feminino, para dentro do ser mulher, para o sentir. E o fez em pleno universo da monarquia francesa do séc. XVIII, que respirava superficialidade. Mas o filme não é superficial. Não mesmo.



A cineasta fixou-se na temática do casamento frustrado, dos amores proibidos, das obrigações femininas e das milhares de aceitações que povoavam a vida das mulheres. Ênfase ao sentimento de deslocamento vivido por Maria Antonieta desde que chegou à França. Por mim, tudo bem, pode abordar esse tema à vontade. Adoro temática existencial.

Antonieta aparece no filme como uma jovem, tal como as adolescentes de hoje. O passado dialoga com o presente. Acho que Sofia quis dizer com isso, que os tempos mudam, mas os medos, angústias e prazeres continuam os mesmos. Achei interessante o modo que ela nos mostra Maria Antonieta, uma garota cheia de vida, mas que, rapidamente vai perdendo o brilho, refém de uma sociedade repleta de protocolos e exigências.

O figurino é de uma riqueza sem igual. (o Oscar foi merecido). E o cenário -- filmado no castelo de Versalhes -- , é de encher os olhos! Mas a trilha sonora não fica atrás. Mestres como Vivaldi e Scarlatti ao lado de pops dos anos 80, acredita? Tem The Cure, New Order, Siouxsie and the Banshees e bandas contemporâneas, --sonzeira que não ouço todo o dia, rsrsrs, mas que casou superbem no filme, diminuindo a distância histórica dos fatos.(Adorei!) --.

Taí gente, minha opinião. É um filme instigante, e aposto que vai fazer você querer saber mais sobre essa rainha decapitada tão cedo e alvo de tanta difamação! Sei, sei, é próprio de Sofia Coppola, dividir opiniões!

. . .


Título Original: Marie Antoinette
Gênero: Drama
Duração: 123 min.
Ano: EUA/Japão/França - 2006
Distribuição: Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
Direção e Roteiro: Sofia Coppola
Produção: Sofia Coppola e Ross Katz
Site Oficial: http://www.marieantoinette-movie.com/


UM POUQUINHO DE HISTÓRIA
Ela chamava-se Maria Antónia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena. Foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte (ou seria sem sorte?!, Rsrsrs) da França de 1774 até 1789. Em 1770 foi entregue (leia-se: casou) ao delfim francês Luís (mais tarde rei Luís XVI), quando tinha apenas 14 anos. Ele levou sete anos pra consumar o casamento (Ixi, e ela é quem carregava as culpas!). Nesse meio tempo, aos 18 anos, assumiu a coroa francesa com a morte de Luis XV. O reinado de Antonieta e Luís XVI durou 15 anos, quando ambos foram depostos no auge da Revolução Francesa (1789), e guilhotinados quatro anos depois, em 1793.
Beijos a todos.

terça-feira, abril 12, 2011

RESPEITO É BOM

Olá todo mundo!

Ontem um funcionário aqui do sítio, foi ao médico, e na volta passou na farmácia pra tentar comprar o remédio, saber o preço, essas coisas. E voltou de lá no ahé, de mãos abanando. Ninguém conseguiu entender nada do que estava escrito na receita. Taí o motivo desse post. É sobre os garranchos dos médicos nas receitas. Ah, não importa pra você? Então leia essa, que encontrei aqui:
“Um médico retirou o útero de uma paciente por engano em Santa Maria de Jetibá, colocando a culpa em problemas na letra que determinava o procedimento a ser realizado naquela paciente que lhe fora encaminhada."
Cada dia, mais me convenço de que há um desajuste entre o que aprendemos na escola e o que, precisamos aprender, a custa de sacrifícios e erros, na vida, porque a escola não nos ensinou. Santo Cristo, porque a escola não me ensinou a ler garranchos, letras ilegíveis? Não tenho problema para ler e assinar contratos, cheques e outros tantos documentos importantes que requeiram entendimento. Mas quando tenho que comprar remédios ou fazer exames de laboratório, aí sim começa o calvário, ou melhor, começava...

Quer saber? De uns tempos para cá, as coisas mudaram. Ops, eu mudei. Agora exijo respeito por parte dos profissionais da saúde, mormente dos médicos. Recuso-me a aceitar receitas que ninguém entende. E tem dado certo. Quando algum médico escreve garrancho nas receitas, reclamo na mesma hora. Eles imediatamente melhoram suas letras. E tem alguns que escrevem direto no computador, o que acho ótimo. Na verdade, precisei tomar providências severas apenas uma vez. Simples, fui ao Procon. A propósito, você sabia que o médico, como qualquer outro prestador de serviços, também está sujeito às leis de defesa do consumidor?

Embora, em relação a mim, eu esteja conseguindo resolver, numa boa, essa questão, sei que, para muitas pessoas as receitas médicas ainda continuam sendo um problema. Além da doença elas ainda enfrentam dificuldades na hora de comprar os remédios pois ninguém entende o que o médico escreveu. E as mais pobres, às vezes botam seu único dinheirinho fora, no remédio errado, que o atendente da farmácia, para ajudar, apenas adivinhou..., pensou que fosse... É, gente, o caso é mais sério do que parece.

Puxa vida, porque alguns médicos não cumprem a ética e continuam a escrever garranchos ininteligíveis? E porque os consumidores aceitam pacificamente essa falta de respeito? Não, gente, chega de baixar a cabeça. Temos o direito de exigir letra legível nas receitas médicas. É Direito sim. Não é favor.

A obrigatoriedade de letra legível em receituários médicos no Brasil é bem antiga. Já em 1932, o Decreto 20.931, que regulamentou a profissão de médico, trouxe em seu artigo 15 a obrigatoriedade de escrever as receitas por extenso e bem legível. Mais tarde, em 1973, a Lei 5.991, dispondo sobre o controle sanitário de insumos farmacêuticos, em seu artigo 35 reforçou ainda mais: "somente será aviada a receita que estiver escrita por extenso e de modo legível". Em 1988 o Conselho Federal de Medicina fez publicar a Resolução n° 1246/88 que, em seu artigo 39 considera antiética a má-caligrafia, além de ser um exemplo de má-prática médica. Atualmente o novo Código de Ética Médica (CEM), em vigor desde o ano passado, estabelece que o médico deve escrever a receita de forma legível. Repito a pergunta: porque alguns médicos descumprem a lei e a ética impunemente? Resposta: porque os consumidores permitem.

Então... Procon neles! E Ministério Público também. E justiça também. E imprensa também. É hora de botar a boca no mundo.

E como fica a escola no meio disso tudo? Bom, à guisa de retratação, reconheço que a escola estava certa. Ela nos ensinou a escrever e a ler letras legíveis. Hieróglifos é com Champolion. rsrs.

Humpf! Tem umas buzinadas aqui no meu ouvido: e os atrasos nas consultas? Calma, isso é assunto para outro post. Tem muito pano pra mangas.

Beijos a todos.

sexta-feira, abril 08, 2011

REPÚDIO AO MASSACRE

Olá,

Estou de luto. Estamos de luto, todos nós. Não tenho como descrever o que estou sentindo no momento. Meu coração está dolorido. Li agora, há pouco, sobre o massacre daquelas crianças indefesas, no Rio, dentro da escola. Meu Deus isso é de uma crueldade sem paradigmas na história! Sinceramente, não tenho o que dizer. Mas tem um sentimento que não consigo controlar. Sorry, estou com raiva.

Fui ler as notícias, e não entra na minha cabeça, um cara chegar assim, simplesmente dizendo que vai fazer uma palestra e entrar, numa boa, livremente dentro da escola. Meu Deus, ninguém confere, ninguém liga antes pra ver se é verdade? Vai logo deixando entrar? Santo Cristo, não entendo. (Palestra? Que palestra? Onde? Para quem? Perguntinhas básicas que, parece, não foram feitas. Do contrário, talvez... pôxa, que tristeza, que raiva!).

Mas, enfim, aconteceu o pior e as notícias estão aí pra todo mundo ler. Pobres crianças. Pobres pais. A gente fica totalmente impotente diante da perda de um filho, sei o que é isso. É um baque. E saber que a vida foi ceifada pelas mãos de um infeliz desses, deve ser infinitamente pior! Ninguém merece a perda de um filho. Quando penso nas mães e pais que sofreram essa perda, meu coração fica ainda mais dolorido. Como é possível, de um minuto para o outro, um cara qualquer, bagunçar a vida deles, jogar tudo pro ar, tirar-lhes o chão?!!! Por isso escrevi este post. Para solidarizar-me com os pais amargurados.

Apresento aqui, minhas condolências e concentro-me para rezar: Deus diminua um pouco a intensidade da dor que as famílias estão sentindo, conforte-as nesse momento de extrema tristeza. E, se for de Sua vontade, preserve a vida dos que estão feridos. Amém.

Com esses botões de rosa presto minha homenagem às crianças que perderam a vida no desabrochar de suas existências. E manifesto meu repúdio a esse crime hediondo.





Até breve.

quarta-feira, abril 06, 2011

UM DIA EU CONTO PRA VOCÊ

Olá, todo mundo!


Ando tão alucinada, fazendo um monte de coisas, (boas, né, me poupe, rsrs): trabalho, estudo, lazer, origami e otras cositas más. Como falei alhures, adoro blogar, então sempre acho um tempo pra dar uma chegadinha aqui, neste lugar abençoado. Nossa, a vida anda a mil e nem sei porque, estou me dando conta de que hoje é quarta-feira, dia-do-sofá! Você não sabe o que é? Não precisa humilhar, rsrs, sei que sou troglô, rsrs.

EMPANTURRADOS DE LIBERDADE

Na idade da pedra, ops, no meu tempo existia o "Dia do Sofá" e era na quarta-feira. O dia de namorar. Dia em que o namorado visitava a namorada e ficavam os dois sentadinhos no sofá. Conversando. Isso mesmo, só isso, rsrs. Acredite se quiser: sexo zero. Só depois do casamento. A ideia era preservar as donzelas a todo custo. Tudo em homenagem a moral daqueles tempos, moral de cuecas, onde ELES faziam tudo pra levar suas namoradas para a cama e depois queriam que ELAS casassem virgem. Pode? E as meninas, óbvio, deveriam sempre recuar. Só na base do indicador, pra lá e pra cá, acompanhado de um sonoro NÃO. Avemaria, não acredita, pergunte a sua mãe, ou avó. E todo mundo caladão, ninguém podia reclamar, era assim que funcionava. Misericórdia, eu era adolescente e odiava aquilo tudo, aquele fingimento social. Hoje? Ah, hoje é bem melhor! Os adolescentes de hoje podem fazer escolhas. Tenho orgulho em dizer que minha geração conquistou esse direito para eles e que eu participei ativamente nessa militância.

Mas a luta continua. Quer saber? Agora o que eu mais quero é que os adolescentes não sofram tanto por besteiras. Quero mesmo é que notem quanta coisa boa eles têm a seu dispor: direito de dizer o que pensam, de estudar, de se divertir, de trabalhar, de seguir atrás de seus sonhos. Sem falar no direito sexual. E me entristece vê-los viajando na maionese, à toa, vendo a banda passar (help, Chico). Tenho uma teoria: eles estão empanturrados de liberdade. Mamam a liberdade desde que nascem, no próprio seio materno. Liberdade é seu principal alimento e, mais tarde, sua bandeira. Uma liberdade sem limites. E de graça.

Calma, não sou débil mental a ponto de menosprezar a liberdade. Não enlouqueci, estou tentando dizer outra coisa. Tecnicamente falando, em linhas gerais, os jovens são bem educados, frequentam a escola, a academia, os psicólogos, etc, tudo muito profissional. Divertem-se, e os pais fazem o que podem para garantir-lhes esse suporte. Mas nada disso me convence, vejo-os muito inseguros, além do que seria aceitável em razão da idade. A meu ver eles não têm delineado em suas mentes a necessária correspondência entre direito e dever. Resultado: não sabem onde pisar e saem pisando em tudo e em todos. E impunemente. E aí vem o xis da questão: no íntimo eles sabem que estão errados, sentem culpa e sofrem com suas atitudes. Um complexo de culpa permanente e invisível, que desaba nisso que a gente está vendo todo dia: jovens perdidos e perversos. Com ações calcadas em valores distorcidos eles compensam a inércia de quem deveria lhes apontar o caminho. É uma liberdade excessiva, é muito querer e poder, muita coisa boa de graça... E o pior é que essa doença já virou epidemia. O pessoal só quer saber de direitos. E os deveres? Que nada. Isso é com os outros! -- Os jovens estão onipotentes e virando adultos onipotentes!

E eu com isso? Eu que nem tenho adolescentes em casa? É que gosto de dar o meu pitaco. Fui e continuo sendo a favor da liberdade. Ampla, geral e irrestrita. Mas da liberdade verdadeira, aquela que não existe sem responsabilidade. Acho que isso evitaria muitos dissabores e confrontos desnecessários entre uns e outros. E os conflitos diminuiriam. Mas é pagar pra ver. A propósito, de quem é mesmo a culpa desse oba-oba, desse excesso de liberdade que faz sofrer? Dos pais? Da escola? Do Estado?
Marli Soares Borges © 2011

Beijos a todos.

sexta-feira, abril 01, 2011

FALA SÉRIO

Olá todo mundo,

Hoje é 1º de abril, o "Dia da Mentira". Uau. Na minha infância, esse era um dia muito legal. A gente brincava de passar primeiro-de-abril nas pessoas: em casa, nos amigos, na escola. Tudo era motivo pra brincadeiras, mas, alto lá, jamais brincávamos com coisas sérias. Era pura farra mesmo.Tenho ótimas lembranças, que guardo com carinho na minha CMS. Aliás, minha CMS é meu tesouro, não sai do meu campo de visão, quero-a sempre à mão, disponível, toda enfeitada, brilhante, como convém a um tesouro. Ops, sorry, vou traduzir pra você: CMS = Caixinha de Memórias Sorridentes. É um lugarzinho que inventei há muito tempo, pra guardar minhas alegrias.

Hoje cedo andei dando uma passeada pelos blogs e, caracas(!), tem uma tonelada de gente falando no Pinóquio. Que novidade, jura que você não imaginava que a blogosfera estaria recheada desse tal bonequinho mentiroso, jura!! Rsrs. A propósito, ano passado, também eu andei falando no Pinóquio, mas nada a ver com o dia da mentira e nem com esse boneco infantilizado que as mídias nos empurram goela abaixo. Falei do verdadeiro Pinóquio, que pouca gente conhece. Se quiser, você pode ler aqui.




Mas hoje não quero saber de pinóquios, vou é postar uma dica de filme. Chama-se "The Invention of Lying" e conta a história de um homem fracassado que resolveu mudar sua sorte contando mentiras, num mundo onde todos só falavam a verdade. Já faz um tempinho que vi esse filme, mas lembro que achei ótimo.  É um filme descomprometido, pura bobajada. Eu ri de montão. E olha que sou uma pessoa séria, ih, ih, gente grande, rsrs. Mas é que o dito filme tem mesmo umas passagens homéricas. Se você estiver a fim, assista, é melhor do que muitos enlatados que andam por aí passando um primeiro-de-abril na gente.


http://the-invention-of-lying.warnerbros.com/


Um ótimo fim de semana. Divirtam-se.
Beijos a todos

sábado, março 26, 2011

HOJE A FESTA É LÁ NO TEU APÊ...

Olá, todo mundo,

Festa é tudo de bom. E aniversário, melhor ainda. Uau. Minhas queridas, se eu pudesse estaria aí com vocês, ah, se eu pudesse! Nem precisa muita coisa, um bolo, refri e pronto, ah, eu adoro! Putz, mas a gente mora tão longe... Então acho melhor comer um bolinho por aqui mesmo, pensar em vocês e mandar os beijos pela web. Que tal?

Minhas queridas,

Sim, são duas queridas que estão de aniversário hoje. Segredo, depois eu conto. Que nada, conto agora mesmo:

MARGARIDA
do
Banzai

e

BETH
do
Mãe Gaia

Então. Desejo a vocês um aniversário muito lindo, que as alegrias sejam muuuiiito maiores que as tristezas e que cada uma de vocês consiga, à sua maneira, manter o bom humor diante das adversidades. Com alegria e bom humor é mais fácil a gente conseguir as coisas. Experiência própria. Mas não se enganem, não é fácil manter-se assim. Por isso, no dia de hoje, no aniversário de vocês, estou aqui, escrevendo e pensando em cada uma, que não conheço pessoalmente, mas que tem um lugar marcado, especial, no meu coração, (engraçado isso não é?, mas quem é blogueira (o) entende...) e saibam que estou mandando energias positivas. Meus tsurus já voaram para vocês carregando todos os significados que possuem. Abram a janela, daqui a pouco eles chegarão!!




FELIZ ANIVERSÁRIOOOOO!

Beijos a todos.

terça-feira, março 22, 2011

NOVAMENTE O OUTONO...


Com a chegada do outono (que adoro!), tenho lido várias postagens nos blogs que acompanho. Cada uma melhor que a outra. Então lembrei que ano passado também andei escrevendo a respeito. Fui lá no post e li novamente. Sinceridade? Acho que vale a pena trazer agora para conhecimento dos leitores mais recentes do blog.

Então pra facilitar transcrevi para cá. 

O OUTONO DA VIDA
por Marli Soares Borges 

Desde que me conheço por gente ouço falar no outono da vida. Saí a procura de respostas e não encontrei. Resolvi... bem, tive que viver. Agora eis-me aqui, no outono de minha existência. Calma, é que andei fazendo umas pesquisas e segundo apurei 60 anos é idade outonal. Pois que seja. Aqui estou. Só para esclarecer, outono aqui é sinônimo de velhice.

No outono você sabe, o cenário é outro, as folhas caem, as árvores perdem suas roupagens coloridas e o chão vira um lindo tapete florido. A temperatura é mais amena e o céu é de um azul intenso, lindo de doer! É tempo dos frutos. Mas a gente tem de varrer o chão todo o dia para que a beleza resplandeça e o tapete de flores se renove. O outono da existência também é assim. O cenário é outro e reclama trabalho para que a beleza resplandeça.

Se a gente muda? Meu Deus, muito!! Falando por mim, claro, mudei interna e externamente. (Mas a mudança interna é bem mais lenta, e isso é bom, embora a gente às vezes tenha que pagar alguns micos, rs). Tô aqui me desentendendo com a menopausa, com as gordurinhas, com as lentes de meus óculos, com os ossos doloridos e outras mazelas que tais, mas nada que me impeça de rir, de emocionar-me, de fazer o que gosto, (o gosto da gente também muda, graças a Deus) e de continuar sendo útil aos meus semelhantes, pois tenho para mim que o que entristece e mata os velhos de desgosto não é a velhice, mas a sensação de inutilidade social.

Mas se você me questionar sobre o mérito da questão, sobre o que acho da velhice em si, respondo que considero-a como uma fase da vida, simplesmente, como tantas outras que venho passando. Há coisas boas e ruins e, do ponto de vista físico, a gente tem mesmo que aprender a lidar com as perdas, que são muitas e bem significativas, temos que aprender a compensá-las para evitar as frustrações. Temos que tratar de colher os frutos e saboreá-los com muito gosto. Mas isso é um processo, um aprendizado que a gente vai tirando de letra. O que não podemos é emburrecer, hostilizar os mais jovens e amargar a convivência. E por falar em convivência, temos que exercitar essa arte, num clima de respeito mútuo entre velhos e jovens e jovens e velhos. Na convivência saudável há sempre uma renovação. E isso é fundamental no processo de envelhecimento.

Aí leio textos que falam na "melhor idade", na "terceira idade" e outras baboseiras mais. E fico pensando, avemaria pra quê esses eufemismos? Pra encobrir o quê? Ora, tá na cara, pra encobrir o preconceito. Claro, velhice agora virou palavrão!!! Encarar a velhice? Nada. Vamos encobri-la, vamos enganar, infantilizar. (Gente, que maldade!). Pois acreditem, tem até um comercial que diz que tal coisa, nem lembro o quê, é para "idosos com espírito jovem". Licença, aonde vamos? Coitados desses idosos e seus espíritos jovens! Tadinho deles... Imagine se meu espírito jovem deseja participar de um rally, que meu corpo não aguenta... sofrimento atroz né, é no que dá o tal espírito jovem aprisionado num corpo velho!!! Não concordo com isso. Tudo tem seu tempo: infância, juventude e velhice, ado, ado, ado, cada um no seu quadrado, rsrs. E na santa paz. Equilíbrio e bom senso. É mais ou menos por aí.

Não sou a favor de lutar contra o envelhecimento a qualquer preço. Penso que as cores do outono são essas que a natureza pintou, e não está em nós modificá-las, quando muito, podemos avivá-las, pois são muito belas, é só olhar bem, numa boa, sem enganações. Por isso que, no meu outono, sigo fazendo o que posso, trabalho bastante, luto pelo direito dos meus clientes, ajudo meus filhos, dou uma olhadinha nos netos, sem neuras, dentro do possível, que também não sou de ferro. Tenho outros interesses, quero fazer mais coisas: quero ler, escrever, passear e me divertir junto a quem amo. E às vezes sozinha, comigo mesma. Gosto da minha companhia.

Complicado mesmo são as armadilhas que o espelho nos apronta: tem dias que vou em direção a ele acreditando que tenho trinta, olho-me e vejo sessenta, que droga, sei que tem outra ali dentro! E esse espelho que não me mostra? grrr.

Que fazer? O fato é que sempre gostei do outono e continuo gostando, agora dos dois, da natureza e da existência. São duas faces da mesma moeda. No bem e no mal. Mas, cá entre nós, melhor idade mesmo é 25 / 30 anos!!! Eita idadezinha boa!!!! O resto é bobagem. Valha-me Deus!  

E aí, gostou?
Ah, agora lembrei de uma coisinha mais, observe que todo aquele que se refere à velhice como a "melhor idade" ainda não chegou lá e para a maioria falta muito tempo, rs. Entendeu?

- Marli Soares Borges -

domingo, março 20, 2011

NOSSO DIA!

Olá todo mundo!


Feliz Dia do Blogueiro, desejo a todos muita blogagem energética (ai, ai, rsrs) e que em futuro próximo nossa blogosfera seja uma referência de ética e respeito entre todos, e que os amigos que aqui fazemos, nos acompanhem pela vida afora, uns apoiando os outros, uns alegrando os outros. Amém. Alegria, alegria!!!



Vida longa aos blogues e aos blogueiros!!!!!
Um abraço desse tamanhoooo!
Porque hoje é Dia do Blogueiro
Porque blogar é tudo de bom
Porque blogar é tudo
Porque blogar...
Ora, blogs
Chega de papo furado.
Vamos blogar?

Um beijo a todos.
Ops, já ia saindo sem falar nessa linda imagem, que adorei. É uma publicidade do facebook estilo vintage criado pela Moma Propaganda.

segunda-feira, março 14, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - DIA DA POESIA

Olá turma,


Hoje é o Dia da Poesia e é simplesmente impossível deixar de prestar homenagem à minha poeta do coração: Cora Coralina. Grande poeta, dispensa apresentações.


Cora Coralina, você é muito dez!



E você, leitor, tenho certeza que concorda comigo.

Já falei sobre ela em outras oportunidades, e postei alguns de seus poemas. Você pode ler aqui e aqui.

Agora, nessa blogagem trago um poema que no meu sentir, é pura fascinação. Na verdade, sinto esse poema como uma confissão, uma confissão inteira, de corpo e alma, a própria confissão de Aninha. E amo esse despreendimento, esse jeito sereno que Cora sinaliza sua trajetória no mundo. No início, ela se apresenta: "// Sou a planta humilde dos quintais pequenos // e das lavouras pobres.//". Mas, quando brota o verso final – “Sou o milho!”, ela é puro esplendor. A grandeza na humildade! De modo suave, somos levados a refletir sobre muitas coisas que acontecem na nossa caminhada existencial. Cora transparece, revela-se. Quem não lembra as palavras dela no poema Minha Cidade, que termina assim: “Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa./Eu sou Aninha.”. Sorry, não posso deixar de fazer essa relação.

ORAÇÃO DO MILHO


Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos
e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e, se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo,
de mim não se faz o pão alvo universal.
O justo não me consagrou Pão de Vida
nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial
dos que trabalham a terra,
alimento de rústicos e animais de jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
e os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respigava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo
na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proprietário, sou a polenta
do imigrante e a amiga dos que começam a vida
em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga,
o que me planta não levanta comércio,
nem avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa
e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos
na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras
à volta dos ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a vós,
Senhor,
que me fizestes necessário e humilde.
Sou o milho!


Bem, por enquanto vou ficando por aqui. Espero que gostem.
Beijos a todos.


Blogagem coletiva proposta pelas amigas:
Lu, do Blog  "Lichia Doce"
Glorinha do Blog "Café com Bolo"

quarta-feira, março 09, 2011

A PROPÓSITO...

Olá terráqueos!
Fiquei sabendo que hoje é quarta-feira de cinzas e começa o ano por aí.
Feliz 2011!!!

- o -

Gosto muito desse discurso -- bem antiguinho -- do publicitário Nizan Guanaes, como paraninfo de uma turma de formandos em Administração de Empresas na Bahia, parece que foi em 2003, não sei bem. É um texto longo, mas vale cada palavra. (Ele ainda segue falando, mas não coloquei porque são questões pontuais dirigidas diretamente aos afilhados).

Enjoy.
"Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo. E ela responde: Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem, como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassú. Que era ficção, mas hoje é realidade(...)

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.

É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tendo consciência de que, cada homem foi feito, para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansear, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar (...)"

Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.

Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso.
(...)

Espero que gostem.
Beijos a todos.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - MEU PERSONAGEM FAVORITO DE LIVRO

Olá!

Qual o meu personagem favorito de livro? Ixi, é complicado. Gosto de tantos que nomear apenas um, me dá uma sensação de injustiça... , mas enfim, faz parte da blogagem*. Ah, antes que eu esqueça, esse post é programado pra sexta-feira, dia 25.02.2011, às 08h. Tomara que o Blogger colabore.

Parece mentira, mas é a primeira vez na vida que respondo essa pergunta. Sempre perguntei, sempre tive curiosidade de saber as preferências dos amigos, saber mais sobre eles, mas eu mesma, nunca havia respondido, nunca havia parado pra pensar. Pra mim então, essa resposta é como se fosse uma experiência cool, um tipo diferente de exposição, mais incisiva, intimista.

Pensando bem, se eu tivesse que listar os personagens que marcaram minha vida, certamente ela estaria lá, ela e o respectivo livro, encabeçando a lista. Aliás, falando um pouquinho no livro, nem sei como descrever direito o que sinto, mas até parece que sou abduzida pra dentro dele, cada vez que o leio. Verdade. A personagem? Avemaria, ela é mega incrível! Gosto demais. Além de vir muito bem contextualizada no livro, suas características são pra lá de marcantes, o que, a meu ver, faz toda a diferença e corrobora pra torná-la uma personagem fora do comum. Seu nome: Clara. O Livro? "A Casa dos Espíritos" de Isabel Allende. Ano passado fiz uma postagem a respeito e acho sinceramente que, se você ainda não conhece a Clara, vale a pena dar um clique e ir lá conhecê-la. Aposto que você vai se amarrar na prévia que fiz sobre seus encantos e a mágica história que a envolve. A bem da verdade, cada uma das personagens do livro é mais encantadora que a outra.

Ai meu Deus, como eu estava dizendo, me dá uma sensação de injustiça...

Beijos.

*Blogagem coletiva proposta por Alessandro, do Blog Livros e Afins.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

DE HERODES A PILATOS

Olá todo mundo!

Acha que ando esquecendo você? Não mesmo. Saiba que você faz parte da minha realidade existencial, de minhas elucubrações. Ando meio ausente da blogosfera por outros motivos. Não tenho postado e nem visitado os blogs com a regularidade a que me propus. Mas que culpa tenho eu, se, quando posso, a internet não ajuda? Se ela simplesmente sai do ar sem avisar? Gente, estou em crise. Crise de internet. É sério, help. Ando roxa de vontade de voltar à normalidade, de blogar simplesmente. Ah, e pensar que há pouco tempo a internet funcionava por aqui... não era uma brastemp, mas era tão bom... ixi, e ainda assim eu reclamava. Nossa, eu era feliz e não sabia, rsrs! (Até parece a historinha do bode, lembra? rsrs)

Internet, porque me abandonaste?

Fico boba pois a única coisa a fazer pra minha internet dar as caras é direcionar a antena. Yes, apenas direcionar uma antena. Nada que um simples aparelhinho não seja capaz de fazer. É só dar as coordenadas e pronto. Já vi fazerem isso, é rapidinho. Mas essa nova antena parece ter outra tecnologia, outras demandas. E é aí que mora o perigo. Já andamos de Herodes a Pilatos, e ninguém entende do riscado, acho. Quando aparece alguém aparentando uma certa competência, esse alguém se compromete e some. Pois é, e depois os arautos alardeiam sobre o desemprego. O que falta mesmo é conhecimento e responsabilidade.

Easy madame, easy. Rsrs.

Direcionar uma antena, uma simples anteninha. Por Deus, quem saberá? Haverá alguém no mundo, capaz de levar a cabo essa façanha? Alguém que consiga desvendar os mistérios e segredos recônditos das antenas? Sim, elas devem ter muitos segredos. Santo Cristo, quem entende as antenas?

Puxa vida, que papo esclerosado esse sobre antenas, não é? Uma viagem. Ok, chega de alugar tua orelha, vou dar o fora. Sigo procurando, desistir jamais, um dia encontraremos a solução. O que não posso e nem quero é finalizar esse post sem agradecer a você, sua paciência, sua compreensão, suas visitas e comentários. Não fora tanto incentivo e a essas alturas eu teria jogado a toalha, com certeza. Mas sei que você está aí, e isso não tem preço. Obrigada. De todo o coração. Você é insubstituível. Fique comigo, voltaremos a interagir, tenho certeza, tudo vai dar certo.

Uau. Meu marido me disse agora, que enxergou uma luz no túnel, ufa, ainda bem. Deus te proteja, amore!! Agarre a luz, amore!! Traga a internet, amore!! Rsrs.

Beijos a todos.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - PORQUE EU GOSTO DE LER LIVROS

Olá todo mundo!

A respeito de ler, já andei falando alguma coisa por aqui. Falei sobre meu despertar para a leitura, "... tenho a impressão que nasci assim, gostando, querendo ler. Mas, racionalmente, sei que esse gostar não floresce do nada". E hoje pretendo retomar um pouquinho mais esse tema. Mas penso que, pra não fugir da proposta da Blogagem *, inicialmente devo concentrar-me na leitura dos livros. 




Livros? Adoro-os. Os livros impressos têm sido meus companheiros pela vida afora, somos íntimos, dividimos o mesmo quarto, tenho com eles uma ligação visceral. E sempre terei. Sei disso.

Mas de uns tempos para cá, talvez devido à idade (ai, ai, que fazer?, rsrs) ando apreciando demais os livros eletrônicos. Tenho-os guardados no lap, disponíveis a qualquer hora, a meu bel prazer, e aonde quer que eu esteja, pois viajo bastante a trabalho. Confesso, logo que conheci os tais e-books, não me empolguei muito pois havia em mim uma sensação clara de que, fosse qual fosse a autoria e o título do livro, não iria emplacar. Faltava algo, aquela sensação tátil, visual e olfativa que só os livros impressos têm. Mas como detesto preconceitos, fui ver de perto. E não é que gostei? Yes!! O livro eletrônico me ganhou em definitivo. Sigo lendo os impressos, mas um pouco menos, óbvio. Também não sou daquelas de ler tudo o que me cai nas mãos. Para mim, a leitura é um prazer, por isso tenho critérios, já postei a respeito. Também não tenho mais tanto tempo assim. A vida passa e tenho muitos projetos a por em prática. Mas acho importante deixar registrado aqui, que, a propósito das diferenças entre livro impresso e eletrônico, defendo que um não obscurece o outro, que há espaço para os dois. Cada um na sua hora. Acho que o e-book é uma tendência irreversível, mas isso não significará o fim do livro impresso, cujo encanto, praticidade e caráter lúdico é indiscutível.

O importante mesmo é que a gente consiga validar nossa leitura. E aqui, algo que considero crucial: nada de ler somente por obrigação, é ruim, não vale a pena. Concordo com as afirmações de Pennac, para mim também, a condição vital para que se dê a leitura válida é ela ser prazerosa. E para isso temos que fazer valer o nosso direito de leitor: o desejo. De ler, de escolher o que quer ler, de reler, de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, de não ler. “... o verbo ler não suporta o imperativo” - "Quando transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado.". (Daniel Pennac. 1996. Como Um Romance).

Enfim, por enquanto era isso.

* Blogagem coletiva proposta por Alessandro Martins, do blog Livros e Afins:

Beijos a todos.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

COMER VERSUS COZINHAR


Comer é uma das melhores coisas do mundo. Cozinhar também. Comer e cozinhar. Eu acho. Mas se você pensa que comer é só encher a barriga e matar a fome, está muito enganada, comer é muito mais do que isso. Comer sacia o corpo e alegra o coração, e não é sem razão que comer tem várias conotações, rsrs. Mas cozinhar... vou confessar pra você: saber cozinhar era tudo o que eu queria, saber fazer comida mesmo. Para mim comida é alquimia, é feitiçaria, pura mandinga, é canjerê. E cozinhar é um ato individual e ousado de amar, pois na panela a gente coloca vida ou morte, tempero ou veneno, ternura ou ódio. Tenho inveja daquele pessoal que vive pela cozinha fazendo comidinhas, certamente eles têm cruza com magos, duendes, feiticeiros, bruxas e fadas... sei lá. Você já se deu conta que depois de comer ninguém permanece mais a mesma pessoa? É sim. Acontece uma mágica. A gente muda, pensa diferente, sonha colorido. Tá bom, às vezes não, o tiro sai pela culatra e a gente acaba ficando down... tudo vai depender do contexto, mas uma coisa é certa, quem come fica enfeitiçado na mesma hora. Por isso, acho que comer é uma glória, mas saber cozinhar é uma benção!






Quando vi pela primeira vez o filme "A Festa de Babette", simplesmente me achei. 

A história acontece no final do século XIX, num vilarejo na Dinamarca e o filme confirma que a alimentação não pertence apenas ao registro da necessidade humana. E vai fundo nessa reflexão. A começar pela personagem principal, Babette: uma artista que conhece os segredos de produzir alegria pela comida e que sabe tudo sobre a tal mágica a que me referi. E tenho quase certeza de que aqueles moradores rudes da aldeia, também desconfiavam disso, se não, por qual motivo eles estariam com tanto medo de comer o banquete que Babette lhes preparara? Era tão estreita a visão daquelas pessoas, -- acostumadas desde sempre a sacrificar paixões e desejos em nome da fé e da obrigação --, que todos tinham 'certeza' que ela era uma bruxa e que o banquete era um ritual de feitiçaria. Daí o medo gigantesco e o propósito que fizeram de comer de bico calado, sem qualquer manifestação, -- sem sentir o gosto --, afinal eles estariam expostos aos prazeres terrenos da gula. Eles acreditavam que Babette, com aquele jantar, colocaria suas almas a perder e que eles não iriam para o céu. Sim, era isso que pensavam, enterrados naquele fim-de-mundo e atormentados por proibições religiosas, limites de pensamento e hipocrisia. Mas, se por um lado eles erraram, (e erraram mesmo), por outro estavam absolutamente certos. Era feitiçaria sim. E da boa, de outro tipo. Não do tipo que eles imaginavam. Dá só uma olhadinha no tamanho do feitiço: começando pela mesa, convidativa, requintada. Toalha, louça, talheres, cristais, tudo perfeito, nos mínimos detalhes. Você sabe, a gente come também com os olhos. Agora o menu: sopa de tartaruga, cailles au sarcophage, e vinhos maravilhosos, deusdocéu! Tudo a ver com Adão e Eva, a maçã e o fruto proibido. A câmera vai focando o rosto de um a um dos comensais e a gente pode observar o prazer abrandando os sentimentos... transformando pensamentos. O paladar amenizando as aflições da vida e o riso embelezando os rostos enrugados e endurecidos. E as máscaras caindo... -- óbvio, o pecado da gula arrasta outros, tais como o orgulho e a inveja --. 

Mais tarde na rua, saindo do banquete, eles fizeram um grande círculo e todos de mãos dadas cantaram feito crianças... encantados. Felizes. Eram outras pessoas. Olhando para a noite e para a lua pareceu-lhes que a manhã seguinte seria diferente dos outros dias e das outras noites. Foi quase como se o tempo adquirisse outra intensidade.

Em tempo: comilanças à parte, o filme "A Festa de Babete" é na essência, uma alegoria que espelha a gravidade da contradição histórica vivida pelo ser humano. O "jantar francês" de Babette é o espaço onde ela reconstrói seu próprio passado e ressuscita para a vida. Preparando o jantar ela narra sua história e recupera seus referenciais e, jantando, os convidados constroem a narrativa da história de vida de cada um. E assim, recuperando-se o passado, outro futuro se desenha.

Marli Soares Borges

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

DA SÉRIE: SORRIA MEU BEM!

Olá, todo mundo!



Ok, não precisa ler, pode passar adiante, não me importo, tô na maior preguiça mental da face da terra. Preguicite aguda, caso sério. Mas você sabe, sou do bem e faço tudo pra não deixar você na mão. Por isso, apesar da preguiça, fui vasculhar meu baú e achei por lá umas piadinhas legais. Infames? Tá bom, tá bom. Retiro o legais. Puxa vida, pra quê me fritar? Quem mandou ler primeiro as piadas? Você não leva a sério minhas boas intenções? Caramba, eu só queria tirar você do sério. Tsc, tsc.

Cuidado com o stress!  Mais vale chegar atrasado neste mundo do que adiantado no outro.

Você está cansado de todos aqueles e-mails melosos, com poemas chatos sobre amizade? Hummm... Aqui está um poema que realmente expressa a amizade verdadeira.
AMIGO é aquele(a) que

Quando você está triste...
Te ajuda a planejar uma vingança contra o f.d.p. que te deixou assim.

Quando você está em desespero...
Enfia o dedo na sua goela e te faz por pra fora tudo o que estiver te engasgando.

Quando você está confuso...
Explica pra você com palavras bem simples porque sabe o quanto você é devagar.

Quando você sorri...
Já sabe que você deu uns pega em alguém ou em alguma coisa.

Um amigo de verdade não é aquele que aparta uma briga sua, mas sim aquele que chega dando uma voadora e nocauteia duma vez o adversário.

Bicho infeliz o homem...
tem peitos sem leite,
ovos sem casca,
passarinho sem asa,
e o pior de tudo:
saco sem dinheiro!
Beijos.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

ASSISTE RAZÃO À RAZÃO?

Olá todo mundo.

Estou postando hoje um trechinho de um texto intitulado "Deus e o Estado" de Mikhail Bakunin, (séc XIX). Como eu sei que, principalmente por ser grande no intelecto, ele teve inimigos declarados, achei que seria uma boa ideia reproduzir aqui pra você ler, algumas coisas que ele andou escrevendo e que causaram polêmica. Mikhail escreveu inúmeras frases fortes. Veja só essa: “... é no interesse da saúde de nosso próprio espírito que devemos nos esforçar para compreender a gênese histórica, a sucessão das causas que desenvolveram e produziram a idéia de Deus na consciência dos homens. De nada adianta nos dizermos e nos considerarmos ateus; enquanto não tivermos compreendido essas causas,..."

Para acessar o original (traduzido, é claro) direto da fonte, clique aqui. Você vai ver, o texto é bem longo, mas não é difícil de ler, nem é chato não. Ao contrário, é instigante, sagaz e reflexivo.

Bom, chega de conversa mole, com você, Mikhail Bakunin.

" É próprio do privilégio e de toda posição privilegiada matar o espírito e o coração dos homens. O homem privilegiado, seja política, seja economicamente, é um homem depravado de espírito e de coração. Eis uma lei social que não admite nenhuma exceção e que se aplica tanto a nações inteiras quanto às classes, companhias e indivíduos.

(...)

Decorre daí que rejeito toda autoridade? Longe de mim este pensamento. Quando se trata de botas, apelo para a autoridade dos sapateiros; se se trata de uma casa, de um canal ou de uma ferrovia, consulto a do arquiteto ou a do engenheiro. Por tal ciência especial, dirijo-me a este ou àquele cientista. Mas não deixo que me imponham nem o sapateiro, nem o arquiteto, nem o cientista. Eu os aceito livremente e com todo o respeito que me merecem sua inteligência, seu caráter, seu saber, reservando todavia meu direito incontestável de crítica e de controle. Não me contento em consultar uma única autoridade especialista, consulto várias; comparo suas opiniões, e escolho aquela que me parece a mais justa.

(...)

Se me inclino diante da autoridade dos especialistas, e se me declaro pronto a segui-la, numa certa medida e durante todo o tempo que isso me pareça necessário, suas indicações e mesmo sua direção, é porque esta autoridade não me é imposta por ninguém, nem pelos homens, nem por Deus. De outra forma as rejeitaria com horror, e mandaria ao diabo seus conselhos, sua direção e seus serviços, certo de que eles me fariam pagar, pela perda de minha liberdade e de minha dignidade, as migalhas de verdade, envoltas em muitas mentiras que poderiam me dar. Inclino-me diante da autoridade dos homens especiais porque ela me é imposta por minha própria razão."

Beijos a todos.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

TIRAR ESTRELAS DO CHÃO

Olá!

Quero compartilhar com você um texto que me encanta. Ainda não descobri o motivo desse meu fascínio. Talvez sejam as palavras carregadas de significados, ou talvez porque retrate momentos e conflitos que a gente enfrenta pelo simples ato de viver. É um texto poético, belíssimo, sensível e real. Você vai ver. Leio e ganho forças. É como se fosse um combustível.




Venho me deixando tocar por essas palavras desde a época da faculdade, e de lá para cá, tem acontecido bem assim: trabalho, trabalho, trabalho; fico cansada, encho o saco de trabalhar, prometo que vou mudar de vida, ficar na vagabundagem, sei lá, até mudar de profissão. Aff. Fico pra lá de indignada. Aí, lembro do texto, leio, e na sequência me energizo e me renovo. E afloram novas motivações! E continuo caminhando e cantando... Ixi! E você aí pensando que eu fosse tão certinha? Que nada. Rsrs.

Veja agora o texto que me encanta. Escrito por Fernando de Azevedo, há mais de meio século.

"Moço, eu estou nesse negócio de catar pedras faz bem uns cinqüenta anos. Muita gente me dizia para largar disso – cadê coragem? Cada um tem que viver procurando alguma coisa. Tem quem procure paz, tem quem procure briga. Eu procuro pedras. Mas foi numa dessas noites da minha velhice que entendi porque eu nunca larguei disso: só a gente que garimpa pode tirar estrelas do chão." (Fernando de Azevedo - Professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo - 1894-1974).  

Agora pense comigo: nossa vida não é um constante garimpar? Por acaso não vivemos garimpando o chão de nossa realidade? E não é que tiramos estrelas dali? Então, está combinado, se a gente encher o saco, vamos ler o texto e continuar garimpando, pois sem garimpo, no stars.
Beijos a todos.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

MARGARIDA, LOLIPOP \o/

Olá todo mundo!

Dedico esta postagem à minha amiga  Margarida, (do blog BANZAI), que está de aniversário.
Querida amiga Margarida!

Sinta-se homenageada. É ótima e muito gratificante essa amizade que concretizamos post-a-post,  aqui na blogosfera.  Ao ler os seus textos, sinto que você é uma pessoa muito especial,  adoro seu estilo de escrever, adoro os saberes que você compartilha, adoro seus comentários sempre tão sensíveis e inteligentes. Teu blog faz a diferença. 

Minha amiga,  não posso estar ao teu lado conversando com você, pois estamos  geograficamente muito distantes  uma da outra, mas o bom é que tua escrita reflete a tua alma e permite que eu me aproxime de você. Então amiga, você está mais próxima de mim do que imagina...

Agora grave isso que vou dizer: você é especial e importam-me igualmente as tuas alegrias e tristezas, histórias e aventuras, pois você  é muito mais que um encontro virtual,  você já faz parte de minha realidade. Saiba que você está aqui, na telinha de meu lap, todos os dias. Touché!!!

Enfim. Sinto-me à vontade pra fazer alguns pedidos:

Continue sendo minha amiga além da tela, além do tempo. Continue escrevendo com esse talento que Deus te deu, continue dando vida a esse blog tão lindo que se chama Banzai.

Desejo que tenhas muitas alegrias na tua vida.
BANZAI PRA VOCÊ!!

 \o/

 \o/

 \o/

Beijos.


terça-feira, janeiro 18, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Olá turma!

Amo tantas pessoas e tantas coisas que não estou achando nada fácil declarar meu amor especificamente para alguém ou alguma coisa, como sei que deve ser esse post.

Mas, em todo o caso, acabei de ler há pouco, um livro intitulado 'Teoria da Viagem – poética da geografia', do filósofo e professor francês Michel Onfray. Gente, gostei demais. A prosa dele é superpoética. Tem uma frase no livro, que caiu como uma luva e colocou-me direto nos trilhos pra fazer essa declaração de amor: “Há que celebrar prioritariamente o que em nós treme e eletriza, se mexe e se carrega de energia, faz oscilar a agulha do sismógrafo, em vez daquilo que apenas faz o cérebro trabalhar“. Então, vou direto ao ponto, vou declarar meu amor ao que "faz oscilar a agulha do sismógrafo": acredite, declaro meu amor à vida que tenho levado: viajando de montão, trabalhando e me divertido, eu e meu marido. É tão bom a gente trabalhar juntos e unir o útil ao agradável. Apaixonar-se pelas pequenas coisas do dia-a-dia e transformar insignificâncias em grandezas. Graças a Deus, temos um espírito aberto e um entusiasmo natural e constante pela vida.

Expliquei tudo isso, pra não banalizar minha declaração de amor: Vida nossa, eu te amo!!!

Beijos

* Blogagem coletiva proposta pela Nilce do Blog "A vida de uma guerreira"

segunda-feira, janeiro 17, 2011

QUANDO AS CÂMERAS ESTÃO FILMANDO

Olá todo mundo!


Que tristeza, que raiva! Vi na TV os notáveis políticos sobrevoando as regiões afetadas pelas chuvas! É bem assim que eles se comportam quando acontecem tragédias dessa natureza. Sobrevoam. Como os urubus. É impressionante a cara de tristeza e surpresa que eles fazem diante dos repórteres quando as câmeras estão filmando. Será, meu Deus que somos todos uns retardados? Pra quê esse fingimento todo? Quem não vê o descaso das autoridades? Pra quê gastar dinheiro com vôos de helicóptero, totalmente desnecessários, que não ajudam em nada? A propósito, você sabia que os helicópteros pra ajudar aquela pobre gente desesperada demoraram 5 dias pra serem liberados? Isso mesmo. E os nobres políticos tiveram o desplante de colocar a culpa na burocracia. Engraçado, mas pra aumentarem seus próprios salários, os deputados federais levaram apenas 20 segundos! Sim você ouviu bem, vinte segundinhos, sem nada de burocracia! E agora eles ganham a bagatela de 26 mil reais por mês!! Caracas. Também pudera, suportamos a maior carga tributária do mundo: 60 tipos de impostos. Uma ganância fiscal sem medidas e sem registro na história. Pois é. E o salário mínimo, 545 reais. Você consegue entender? Misericórdia.

Nossa me empolguei, fugi do assunto, deixa pra lá.

Mas, pegando novamente o fio da meada, ainda bem que o povo brasileiro é solidário e generoso. Mesmo os mais pobres ajudam. Voluntariamente. Importam-se com os seus semelhantes. Fazem o que podem, fazem o que os governantes não fazem. Pobre povo brasileiro, governado por gente tão insensível. Rezo para que Deus conforte aqueles pobres flagelados e dê forças aos que estão lá no front tentando amenizar o sofrimento dos que precisam.

Não sei, mas acho que está na hora de acordar os jovens pra essa realidade, trazê-los de volta ao planeta Brasil. Quem sabe eles fazem o que nossa geração não fez: expulsem esses ilustres parasitas e instaurem uma nova ordem!

Esperança... por favor, não me abandone.

Beijos a todos.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - ACOLHER: UM ATO DE AMOR


ACOLHER: UM ATO DE AMOR

Concordo plenamente. Para mim, o acolher é em si, um ato de amor. Um poderoso ato que transforma quem é acolhido e ao mesmo tempo quem acolhe. A vida proporcionou-me uma oportunidade incrível de protagonizar essa mágica da acolhida. E quando falo incrível, não estou exagerando nem um pouquinho, você vai ver, vou resumir pra você.

Moro em zona rural, num sítio, não é novidade pra ninguém. Numa manhã estou saindo para o trabalho e vejo um homem, (não passa dos 30), humilde, sentado na grama ao lado, na rua, no lugar onde deveria haver uma calçada. Tinha uma das pernas enfaixada e parecia estar louco de dor. Parei o carro e, quer saber? Levei o tal homem pro hospital e, na volta, o deixei onde ele me pediu, teve que engessar a perna, estava quebrada. Sim, fui eu que paguei a conta. No trajeto, já sem dor, ele conversou comigo, quis saber quem eu era, etc, etc.

Bem, e aí? O pessoal de casa queria a minha cabeça, onde já se viu fazer isso por um desconhecido? E ainda por cima andar carregando pro hospital, pra lá e pra cá? Tu não vê que esse cara é marginal, mãe tu podia até ser assaltada! Que bobeira mãe! Te antena mulher! Ih, arranjei uma bela dor de cabeça e, no final das contas, pensando bem, eu não podia tirar a razão deles. Realmente eu havia me arriscado. Nem ousei discutir. Mas eu também tinha razão: a voz estava lá soprando no meu ouvido, aquele pressentimento, não sei explicar.

Quando foi pra tirar o gesso, o cara me procurou e lá fui eu. Dessa vez calei minha boca, não contei nada pra ninguém. Chega de incomodação, avemaria.

Algum tempo depois, meu filho (que era adolescente) vem chegando da escola, desce do ônibus, caminha um pouco e é abordado por três sujeitos grandões, mal encarados, daqueles que ninguém merece encontrar pela frente. Ele ficou desesperado, apavorado. Mas, veja só, como por encanto, alguém chega correndo, abre espaço, coloca a mão no seu ombro e diz a ele: ô meu amigo, que bom te encontrar! E foi carregando ele dali. Sempre com a mão por cima de seu ombro. E os sujeitos trataram de dar o fora.

Meu filho, atônito, não entendeu nada, até que o 'salvador' identificou-se e contou-lhe como eu o ajudara, há tempos atrás, quando ele estava com a perna quebrada. E disse mais, no que dependesse dele e dos "amiguinhos" dele, nada aconteceria à nossa família naquelas redondezas, que ele estaria sempre de olho em nós. E, graças a Deus, temos vivido numa boa, sem dissabores que tais.

É gente, amor faz brotar o amor. Quando acolhi aquele homem em meu carro, não pensei em nada, apenas em amenizar sua dor. E hoje ao relembrar o episódio, agradeço a Deus por ter me protegido quando adentrei no espaço fascinante que aproxima as pessoas: o acolhimento.

Desculpe, esqueci de contar. Aff, agora me danei, atenção minha gente, dou a mão à palmatória: descobri que o cara era mesmo um marginal, ou melhor, acho que ainda é. Tsc, tsc. Faz muito tempo que não o vejo.

Era isso.

Beijos a todos.

Blogagem Coletiva do blog "Acolher com Amor" da Teresa Cristina.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - BLOG RETRÔ

Olá todo mundo!

2011 recém está começando e já promete ser bem interessante. Tenho vários compromissos agendados para janeiro. Vários trajetos. Irei à Fortaleza e aproveito pra dar uma esticada, que não sou de ferro. Na volta passo em Belo Horizonte e depois sigo direto para Goiás. Em resumo, estarei viajando, trabalhando e aproveitando do jeito que dá, ainda mais que meu marido vai junto, e isso é muito bom!!  (Temos vários clientes em comum, então a gente faz uma agenda dupla e dá bem para aproveitar as viagens). Bom chega de papo. Ao post!


Meu primeiro post de 2011 integra uma blogagem coletiva proposta pela Elaine do Blog "Um pouco de mim". O lance é o seguinte: escolher um post antigo e republicá-lo.

Dei uma olhada geral e destaquei a postagem do dia 1º de janeiro de 2010. Mas como os tempos são outros, tive que fazer uma ligeira adaptação. Se você quiser ler o original, é só clicar aqui.

Voilá!!!

Você já sabe o meu lema para 2010 (agora estamos em 2011): ALEGRIA E NO STRESS.


Por isso, pra não dizer que não falei de flores, vou começar tentando impedir você de assumir dívidas que depois não possa pagar. Com isso evito ver você estressado(a) e de cara feia o ano inteiro. É que não tem coisa que estresse mais e tire a nossa paz do que (grrr) dívidas!

Sem dívidas, você consegue tirar de letra os tropeços. Aposto. Você fica numa boa e eu também, pois, afinal, quem sua cara sou eu, não é mesmo? E a alegria, assim como o mau humor, são contagiantes.


Então, veja o que encontrei na santa net: a Cartilha do Superendividado.
Ela prega dez mandamentos:


1.   Não gaste mais do que você ganha.
2.   Tenha cuidado com o crédito fácil.
3.   Não assuma dívida sem antes refletir e conversar com sua família.
4.   Leia o contrato e os prospectos.
5.   Exija informação sobre as taxas de juros mensal e anual.
6.   Exija o prévio cáulculo do valor do total da dívida e avalie se é compatível com sua renda.
7.   Compare as taxas de juros dos concorrentes.
8.   Não assuma dívidas em benefício de terceiro.
9.   Não assuma dívidas e não forneça seus dados por telefone ou pela Internet.
10. Reserve parte de sua renda para as despesas de sobrevivência.




E agora conheça o teste "Estou superendividado"


( )  Minhas dívidas equivalem a mais de 50% do que ganho;
( )  Preciso trabalhar mais para pagar minhas dívidas no final do mês;
( )  Meu salário termina antes do final do mês;
( )  Minhas dívidas estão sendo causa de desavença familiar;
( )  Não consigo pagar em dia as contas de luz, água, alimentação, aluguel e/ou condomínio;
( )  Tenho sofrido de depressão em razão das dívidas;
( )  Meu nome está registrado em cadastros, tais como SPC, SERASA, CCF;
( )  Tenho atrasado o pagamento das minhas dívidas;
( )  Já pedi dinheiro emprestado a familiar ou a um amigo para pagar minhas obrigações;
( )  Minha família não tem conhecimento de minhas dificuldades.


E agora diga comigo: ALEGRIA e NO STRESS!
Era isso. Fui. Até breve.
Pois é, em 2011 vou continuar com esse lema. Estou gostando, tem dado supercerto.
Beijos a todos.