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quinta-feira, dezembro 16, 2021

NATAL 2021 - INTERAÇÃO FRATERNA

 





FELIZ NATAL


A cada Natal que chega
Agradeço com fervor
A vinda do Deus Menino 
E o milagre do Amor

Nesse Natal vou pedir
Misericórdia a Jesus
Que nos ajude a caminhar
Pelos caminhos da luz

Que nos dê um Natal Feliz
Com saúde e alegria
E um Ano Novo de paz
Livres da pandemia. 


Marli Soares Borges


XII IINTERAÇÃO FRATERNA DE NATAL
Participação a convite da amiga Rosélia do blog espiritual-idade 
Tema: "Conversando com o Menino Jesus"
Data: 08 a 15 de dezembro.

terça-feira, setembro 28, 2021

O LIVRO DA VIDA


Qual será a primeira história que vou ler?
O Livro da Vida

Eu sempre soube que naquele livro havia mais do que histórias. Muito mais. Aquele livro sempre me fascinou, era tão lindo, tão poderoso. Capa dura, grandes letras douradas. A lombada, a gente via de longe, tão bonita que era. E meu avô vivia lendo, que é pra ter o que te contar, menina! Depois ele guardava o livro, sempre embrulhado num papel de seda. E me contava as histórias, algumas bem tristes, outras alegres e engraçadas. E eu adorava. Ele era um homem bom, muito alegre e de bem com a vida. E sabia contar histórias com alma. E assim como eu chorava, eu também dava boas risadas.

Então cresci e fui cuidar da minha vida. 

Numa manhã, no dia em que completaria 84, meu avô se foi. Fechou os olhos tranquilamente e foi ter com os anjos. E minha vó me deu o livro, dizendo que ele havia deixado para mim. O embrulho era o mesmo, o papel de seda surrado. Eu, morta de tristeza, nem abri o pacote, era muito recente a partida do meu querido contador de histórias, o homem que recheou minha infância de quimeras. Coloquei o livro na estante e prometi a mim mesmo que um dia iria abri-lo para me deliciar. 

O tempo foi passando e minhas crianças crescendo, então lembrei do livro. É agora, pensei, vou matar vários tipos de saudade e ainda abastecer minha mente com lindas histórias para encantar meus filhos.

Feliz da vida corri para a estante. E não é que comecei a tremer? Minhas recordações avivaram-se e a emoção tomou conta de mim. Qual será a primeira história que vou ler? E qual será a primeira que vou contar para meus filhos? 

Lembrei de uma que ele contava e que sempre me fazia chorar: uma família pobre, onze irmãos, todos crianças. Os meninos ajudando na roça e as meninas em casa, cuidando dos pequenos, das limpezas e da comida. Aquela mesa compriiiiiida e aquela panelona, todos os dias... quase sempre a mesma comida, e aquela mãe, sempre trabalhando na roça com o pai, e... sempre grávida. Pobre mulher. Com aquele barrigão e arando aquela terra ressequida, dura como pedra, naquele sol escaldante. De vez em quando ela parava e secava o rosto com a ponta do avental. E colocava as mãos nas cadeiras e forçava as costas para trás, para aliviar a dor. E prosseguia.

Quase chorei de novo.

Ah, meu Deus, com tantas histórias alegres e engraçadas, fui lembrar logo dessa? Não, essa não vou contar primeiro. E eu escutava a voz dele: "espera crescer menina, tu vais encontrar muitas histórias bonitas nesse livro aqui". 

Peguei o livro e corri os olhos para o título: O LIVRO DA VIDA. 

O tempo modifica tanto as coisas... lembrei de meu avô embrulhando o livro para que não estragasse. Não adiantou. As páginas estavam amareladas, as letras apagadas e quase nada havia para ler. Inexplicavelmente duas páginas intactas. Abri. Então pude ver a letra tremida do meu avô: "Vai, menina, agora é a tua vez de ler o livro da vida! Vai e conta tuas histórias para os teus. As minhas eu já contei".

Finalmente entendi tudo. Descobri onde ele "lia" as histórias que me contava. Meu avô era o irmão mais velho numa família de onze irmãos.


- Marli Soares Borges -


NOTA:
Esta é minha participação na BC da Norma: "Histórias do viver" do Blog Pensando em Família. A proposta é utilizar a imagem do post e narrar uma história, ou seja, "selecione um fragmento, evento, uma situação ou fase significativa da sua existência para compartilhar".

sábado, setembro 11, 2021

O DIA EM QUE AS FLORES DESAPARECERAM


O dia em que as flores desapareceram


Num piscar de olhos, sumiram todas as flores do mundo. A terra ficou feia e triste. Então ela lembrou-se da linda tela que há muito tempo ganhara de sua avó. Foi até seu quarto e ... não pode ser, a tela está viva! Sim! e ali estavam elas, perfeitas: as flores! maravilhosas e coloridas, em todo seu esplendor. Aproximou-se para ver melhor e imediatamente teve a certeza de que eram "de verdade", podia tocá-las e sentir-lhes o perfume. Seu coração transbordou de alegria. Olhou para o céu e agradeceu, obrigada vovó! obrigada! com certeza irei plantá-las! E lá foi ela (re)começar o seu jardim. A vida é uma arte. 


-Marli Soares Borges-



Minha participação no projeto Uma imagem, um conto, proposto pela Norma, do blog "Pensando em Família". A imagem é do calendário dos "Pintores com a Boca e os Pés".

quarta-feira, setembro 01, 2021

O MUNDO ENDOIDOU - 77 palavras


Nesse inverno de pandemia fiz tricô pra toda família. Pois não é que o mundo endoidou e tudo começou a voltar atrás? Igualzinho a um filme voltando, quadro a quadro, do fim para o início. E meu trabalho se desfazendo, ponto a ponto. E era a lembrança das caras felizes com os presentes. E era a lembrança da tecitura colorida dos fios.  E era a linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo. E eu perplexa.

-Marli Soares Borges-


Minha participação:  Histórias em 77 palavras - Desafio nº 249 
"E era linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo".
(Recantiga, Miguel Araújo) 

O mundo endoidou
O mundo endoidou


 

terça-feira, agosto 31, 2021

A NOTÍCIA


A notícia


Estávamos feliz da vida bebendo cerveja ruim. O botequim cheio de jovens filósofos sorridentes - universitários sem nenhum tostão - . Lá pelas tantas, um deles levantou-se, fez uma pose e falou: "pois eu sou assim, não discuto com o destino, o que pintar eu assino". Não sei porquê, aquelas palavras me fizeram murchar. Lembro que até acabei voltando para casa mais cedo. Eles ainda ficaram bebendo, parlando e filosofando. Nem bem amanheceu e chegou a notícia. Saí correndo, devastada. O destino havia pintado a cena final da vida de meu amigo. (Taí a razão daquela tristeza que me fez murchar... acho). O que aconteceu com ele - seria destino? - não sei, mas tenho certeza que ele jamais teria tido a coragem de assinar. Nunca mais passei na rua daquele botequim. Nunca mais a turma se reuniu.

-Marli Soares Borges-


Minha participação na BC da Norma, do Blog "Pensando em Família". A proposta é, com imagem e frase, construir mini ou microconto. 


segunda-feira, agosto 23, 2021

MEU OLHAR ESPIRITUAL NA PANDEMIA



O ano de 2020 ficará para sempre marcado pela pandemia de covid-19. O vírus tem ceifado milhares de vidas e certamente irá deixar marcas permanentes nos que estarão vivos, pois ninguém fica indiferente, quando esteve cara a cara com a impermanência, a limitação e a precariedade da vida.

Nada acontece por acaso. Acredito que todos os acontecimentos do mundo obedecem a uma ordem divina e perfeita, embora a gente não consiga entender. E é certo que não estamos aqui a passeio. Como seres espirituais que somos, viajamos em nossos corpos físicos a fim de seguir nossa jornada evolutiva. 

Então eu fico pensando: desde que me conheço por gente, estamos sendo chamados à fraternidade universal e à responsabilidade nas relações com a natureza. Nunca ligamos para nada. Por muitos e muitos anos, nossas ações têm sido ruins para nós e para o mundo inteiro. Como estamos todos sujeitos à lei natural de Causa e Efeito, era de esperar-se que um dia, a própria vida nos desse uma resposta. E a resposta veio, de forma extremamente dolorosa. 

Não quero dizer com isso que a pandemia seja um castigo divino. Não! Eu jamais pensaria em Deus como um juiz inclemente e vingativo! Deus é AMOR, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Deus é o Pai, nosso, no dizer de Jesus na oração. 

Aí eu sigo pensando: por onde andou nossa consciência planetária que foi preciso um vírus dessa magnitude para nos mostrar quem somos? O vírus chegou e nos fez entender tudo de uma só vez: somos seres imperfeitos e precários, poeira das estrelas, grãos de areia no deserto. Nada, absolutamente nada nesse mundo nos pertence; precisamos uns dos outros; temos que pensar coletivamente. 

Como partes de um todo, estamos conectados e não importa onde vivemos, nossas atitudes repercutem em todo o universo. Se apenas algumas pessoas rejeitarem essa ideia de conexão e pensarem somente em si, todos nós estaremos em perigo. O que um fizer afetará a todos. De que nos serviu tanto egoísmo, vaidade e arrogância? Por acaso nos tornamos imunes ao contágio e à letalidade do vírus? A simples visita de um amigo pode contaminar e interromper existências "poderosas", diante desse vírus não há privilegiados.

A lição é de clareza solar: desde o início, para evitar o contágio, fomos - e continuamos - obrigados ao distanciamento social (buscado por meio do confinamento domiciliar). Limitados pelas paredes de nossas casas, a única coisa que podemos fazer é nos voltarmos uns para os outros. Se por um lado o encontro familiar nos gratifica, por outro, há o desgaste da convivência diária. Para suportar esse desgaste é imperioso que sejamos amigos uns dos outros, suaves, serenos e tolerantes, pois diante da adversidade as pessoas revelam seu verdadeiro 'eu' e os complexos pessoais vêm à tona, com o stress que lhes é próprio. Então: hora de resgatar a essência das coisas, de viver em paz e harmonia com todos, a começar pelo nosso próximo mais próximo. Nesse contexto, a humildade nunca nos foi tão necessária. A humildade nos torna receptivos para refletir, aprender e mudar. Na medida em que aprendemos, iremos nos libertando do desejo de controlar pessoas e situações e teremos condições de separar o joio do trigo e valorizar o que realmente tem valor.

Não temos o direito de desprezar nenhum dos seres da criação. O momento é propício para exercitarmos a compaixão concreta e verdadeira, não só pelas pessoas que estão sofrendo, mas também pelos animais. Eles também sofrem. E muito. Sua natureza os aproxima de nós. São nossos companheiros nessa viagem cósmica, e também estão em processo de evolução. 

No tocante à espiritualidade em si, - aqui entendida como a busca do sentido da vida que transcende à materialidade - eu gosto de pensar que talvez esse confinamento tenha o condão de, positivamente, nos "acordar" para a vida espiritual e para o encontro com nosso mundo interior. E terá sido uma bênção, se favorecer à compreensão das necessidades da alma, do planeta e do universo. Precisamos dar espaço à Espiritualidade de modo a conseguirmos caminhar e elevar-nos acima das nossas fraquezas.

Óbvio que esses tempos de pandemia são tempos de sofrimento e dor, mas acho que também podem ser de resistência, de luz e de aprendizado autêntico. Não podemos nunca esquecer que Deus, como Pai amoroso, sempre age para o nosso bem, afinal somos seus filhos e estamos vivendo e evoluindo entre dois mundos, o físico e o espiritual. 

Enfim, passados quase dois anos e sem esquecer a tristeza trazida pelas milhares de mortes, e o que isso representa para as famílias enlutadas, penso que devemos olhar no entorno com olhos de gratidão, pela natureza perfeita que nos acolhe e por tudo o que temos nessa vida, pela proteção divina que estamos recebendo e pelo nosso caminhar firme, nesses tempos de aflição. 

Penso que com essa pandemia, estamos tendo uma oportunidade ímpar de abrir em nós um caminho de fé inteligente e racional, que nos fortalecerá com energias especiais, a fim de que sejamos capazes de enfrentar o caminho penoso das dificuldades (que ainda virão), e, ao mesmo tempo, possamos pavimentar caminhos de alegria. Não deixemos a Poliana morrer em nós!

Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, 
se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver, 
não se chega à parte alguma sem ela.
(Fernando Pessoa)

Em tempo: 
(1) Infelizmente o egoísmo continua impedindo que muitas pessoas abandonem as aglomerações e sigam os protocolos de segurança para evitar o contágio. E as consequências todos nós sofremos. 


-Marli Soares Borges-



Meu olhar espiritual na pandemia
XII Interação Fraterna - 12 anos de blogue

Aplausos, Rosélia! Parabéns ao Blogue 
Que você possa continuar por muito tempo com esse espaço de beleza e amor!

Tema proposto: 
"Meu olhar espiritual na pandemia"


Blog da Marli




sábado, agosto 21, 2021

PALETA DE CORES - BC - UMA IMAGEM 140 CARACTERES

 

Uma imagem, 140 caracteres #409

Minha participação na BC
proposta pela Mari, no Blog "Devaneios e Desvarios"


Paleta de cores - BC - Blog da Marli

Hoje acordei pensando
Em alegrar o meu dia
Vou pegar minha paleta
E pintar as minhas dores
Vou pintar os meus temores
Com as cores da alegria!

-Marli Soares Borges-

sábado, agosto 14, 2021

SEXTA-FEIRA TREZE



Esta é minha participação na BC proposta no Blog da Mari 


UMA IMAGEM, 140 CARACTERES # 408




O gatinho está assustado.
Ser maltratado
impunemente 
Por quê?
Gato preto é ser que sofre
nas mãos de gente
imunda,
desgraçada,
ignorante
e
criminosa.


-Marli Soares Borges-

sexta-feira, agosto 06, 2021

OS CIPRESTES


Minha participação na BC da amiga Chica proposta no Blog 

"Chica Brinca de Poesia




Assim que bati os olhos, achei a imagem bonita, mas inquietante e perturbadora. Uma imagem real e ao mesmo tempo quase sobrenatural. A sensação que tive foi de abandono e vazio. Milhões de pensamentos povoaram minha mente. Pensei em tanta coisa… naqueles filmes desérticos, glaciais, onde o povo desesperado abandona o vilarejo e corre sem rumo pra fugir da peste, do tsunami, de alguma coisa muito terrível, sei lá. 

Talvez essa sensação incômoda esteja relacionada com o tom acinzentado e taciturno da imagem, ou com aquela nuvem carregada pairando sobre tudo, ou com os ciprestes na frente da casa, em destaque, anunciando não sei o quê. (Ciprestes são árvores associadas ao fim da vida, em várias culturas). 

Mas pensando bem, acho que fiquei impressionada mesmo, foi com o formato e posição dos ciprestes, parecendo figuras humanas enraizadas e solitárias que, como se tivessem vida própria, erguem os braços, clamando, em direção ao céu. 

::::::::

Aqui no sul, tem feito dias tão cinzas, tão úmidos e tão frios, que ando meio sorumbática. Desculpem, amigos. 

::::::::

Sonho com dias ensolarados e energéticos. Cenários vívidos e aconchegantes.

-Marli Soares Borges-



domingo, agosto 01, 2021

EU QUE NÃO SEI NADAR - BC406



Minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios"

Uma imagem 140 caracteres




No amanhecer dourado
Um veleiro a navegar
A imagem era tão linda
Que comecei a sonhar

Mas logo voltei a mim
Deus me livre o alto mar
Jamais teria coragem
Eu que não sei nadar

-Marli Soares Borges-

sexta-feira, julho 23, 2021

UMA IMAGEM 140 - FIOS EMARANHADOS - BC405


Minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios"




Fios de celular emaranhados!?! Sem novidades. Na vida, as conexões são exatamente assim: há momentos tranquilos e momentos bastantes confusos.

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, julho 22, 2021

DESAFIO 248 - PEQUENAS COISAS DA VIDA

Desafio nº 248



Proposta: 

"Em tempo de férias, o tempo desacelera e reparamos nos detalhes, nas pequenas coisas da vida. Pois façam uma lista das pequenas coisas da vida, ou utilizem apenas essa ideia para 
escreverem o vosso texto em 77 palavras."


MINHA PARTICIPAÇÃO:


Para mim, cada pequena coisa da vida sempre vai ter o valor que lhe atribuo: ou pode tirar minha paz, ou pode fazer a minha alegria. Tudo vai depender do meu olhar e percepção, bem como, da minha capacidade de exercitar a gratidão, pois é nas pequenas coisas da vida que reside a parte mais ditosa das nossas emoções. Infelizmente, essas pequenas coisas se parecem com as estrelas, estão sempre brilhando, mas nós, poucas vezes as apreciamos. 

-Marli Soares Borges-

sexta-feira, julho 16, 2021

AMIGOS PRA TODA VIDA



Participando novamente da BC "Botando a Cabeça Pra Funcionar", que acontece nos dias, 5, 15 e 25, coordenada pela querida Chica. A proposta é fazer uma interpretação livre de uma imagem.



Esta é a imagem.
A seguir, a leitura que fiz



Dizer que cachorro e gato
São naturais inimigos
É um preconceito cruel
E às vezes um castigo.

Um castigo porque um deles
Acaba ficando sem lar
E o que eles mais precisam
É uma casa pra morar.

Cachorro e gato podem ser
Amigos pra toda vida
Mas pra isso acontecer
É preciso dar guarida.

Se os humanos procurassem
Interpretar os sinais
Poderiam ajudar
Na interação dos animais.

A convivência diária
é aprendizado de todos:
dos que só sabem latir
e dos que só sabem miar

E mais ainda
Dos que conseguem falar
e comunicar seu pensar.

-Marli Soares Borges-

segunda-feira, julho 12, 2021

PALAVRA MÁGICA - DESAFIO 247






S U P E R C A L I F R A G I L I S T I E X P I A L I D O S O

Proposta: utilizando apenas as letras dessa palavra, descobrir pelo menos 
7 palavras com 5 letras ou mais e escrever um texto.

Não escrevo porque saiba escrever. Escrevo apenas porque gosto, porque me sinto bem. Estou sempre querendo dizer coisas. Escrever é um vício. As palavras me atropelam durante o dia e me aprisionam à noite na tela do editor. É difícil contê-las, mas não querem mais falar em máscara nem álcool gel, muito menos em pandemia. Querem passear, sorrir, sair e encontrar-se com amigas. Já lhes pedi que se aquietem, que parem de importunar. Mas elas não ouvem.

-Marli Soares Borges-

sábado, julho 10, 2021

LIVRES PARA BRINCAR

 

Esta é minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios

UMA IMAGEM, 140 CARACTERES #403



Criança, cachorro e bola
num sábado ensolarado?
Acabou a pandemia 
e as brincadeiras voltaram?
Desculpe, esse é meu sonho,
por enquanto, fantasia.

-Marli Soares Borges-

sexta-feira, julho 09, 2021

MIRAGEM

 

Minha participação na BC da Norma, para o mês de julho.

"Uma imagem, um conto

As imagens que compõe esse projeto, 
são do calendário dos 
"Pintores com a Boca e os Pés". 

“Em contato com a natureza” 
Fernando Fernandes dos Reis


Naquele verão eles avistaram novamente o barco. Todo o povoado conhecia a história. Aquele lindo barco aparecia a desaparecia do nada e os moradores morriam de medo. Era um perigo, ninguém podia chegar perto. Era preciso ignorar o barco e tratar de esquecer. Era de outro mundo, diziam, e quem insistisse em olhar, estaria perdido. 

Mas não adiantou avisar nem aconselhar o casal de apaixonados. Não adiantou pedir-lhes que virassem as costas, que fugissem dali, que ignorassem, que o barco era lindo, mas que não era de passear. Eles só viam a beleza do barco. E chegaram tão perto e ficaram tão fascinados que não deram ouvidos a mais nada. Como se atendessem a um chamado, subiram no barco e, sob os protestos dos moradores da região, despediram-se e partiram. Sorridentes e felizes, eles só queriam aproveitar a vida. 

E foi a última vez que foram vistos. 

Ninguém sabe o que realmente aconteceu. Tem gente que jura que o barco foi completamente destruído num temporal. Alguém lembra de ter visto pedaços do casco enterrados na areia. E outros acham que o casal era apenas uma miragem. 

Mas o fato é que o barco, de vez em quando ainda aparece. Da última vez que apareceu, todos viraram as costas e, se perguntarem, ninguém viu.

Marli Soares Borges

quarta-feira, julho 07, 2021

LAREIRA E FLOR



Aqui estou participando novamente da BC "Botando a Cabeça Pra Funcionar", que acontece nos dias, 5, 15 e 25, coordenada pela querida Chica. A proposta é fazer uma interpretação livre de uma imagem.



Esta é a imagem. 
A seguir, a leitura que fiz.


Essa foto sugestiva
Rende muita inspiração
Quem não pensa em viajar
Nas asas da imaginação?

Uma lareira brilhante
Ativa logo a emoção
E nos traz sempre à lembrança
As coisas do coração

Você viu que flor graciosa
Enfeitando o ambiente?
Entrou em cena, gloriosa
Colorida e envolvente.

Essa foto acende as luzes
Do descanso e do sossego
Momentos tão delicados
De calor e aconchego.

Meus aplausos à Fabíola
Por mostrar o seu talento
Numa foto tão bacana 
Que aguça o pensamento.

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, julho 01, 2021

PALAVRAS NÃO DITAS



O desafio para o mês de junho, proposto por Marta Vinhais, do Blog "Com Amor" é escrever um pequeno texto e/ou poema sobre as palavras. Começar por "Nem todas as palavras são de amor". Explicar: o que escondem quando não são palavras de amor? As palavras definem realmente o destino de alguém? ou são simplesmente ocas?




Esta é a minha participação no desafio 

"Nem todas as palavras são de amor"...
Tem palavras sinceras e palavras mentirosas
Tem palavras atrevidas, sem noção e exibidas
Tem palavras doloridas, que ferem e vão além
E de certa forma definem o destino de alguém.

As palavras não são ocas, elas têm força e poder
Podem nos desesperar, ou nos fazer alvorecer

Cada palavra não dita, também pode nos magoar
Pode ser a mais maldita e impossível de olvidar.

Mas no meio disso tudo, lembro sempre as coloridas
São essas, as que mais gosto, palavras de todas as cores...
Estão sempre me animando e impulsionando na vida
E dizem tudo que sabem pra manter meu bom humor
Sábias, jamais esquecem, de falar sempre de AMOR!

Marli Soares Borges

terça-feira, junho 22, 2021

O BARCO DA VIDA

Esta é minha participação na BC da Norma Emiliano, do Blog "Pensando em Família".
A proposta é escrever um conto com a imagem dada.



Positiva e alegre. Em sua casa, tudo funcionava perfeitamente, afinal, ela, insubstituível, empurrava o barco da vida com todas as suas forças e sempre arranjava as coisas de cada um. Com rapidez e perfeição, como era do seu feitio. Ela não era pessoa de fugir de suas responsabilidades de mãe, esposa e administradora da casa.

O tempo correu seu tempo. Alegrias genuínas ela não teve mais, mas estava tão ocupada em tocar a vida, que nem sentiu falta. E envelhecia sem perceber. E ninguém dizia nada, tudo era muito natural. Com o correr do tempo ela foi perdendo as forças e sentindo-se triste e só. Perdeu a vontade de tudo, até de olhar-se no espelho para pentear seus cabelos. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que parasse com o trabalho e fosse descansar. Que iriam substituí-la. E, de fato, no seu lugar, tiveram que colocar várias pessoas, a peso de ouro, para manejar as lidas. Mas o pessoal não se importou e tudo continuou funcionando muito bem. A vida seguiu para todos. As coisas simplesmente se arranjaram. 

Ninguém mais quer saber de mim, ela pensou. Ninguém mais precisa de mim. Que faço agora? Que fiz eu nesse tempo todo? Porque não cuidei de mim? talvez, se tivesse me cuidado, eu não estivesse tão acabada assim. E percebeu com tristeza, que seus olhos não viam na vida a mesma graça daqueles tempos distantes em que levava a vida mais leve e não se achava insubstituível a ponto de gastar suas forças como se fosse a única trabalhadora do mundo. Foi então que lembrou-se de sua infância e das palavras de Dona Clarice, sua querida avó: "a gente tem o direito de deixar o barco correr... as coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força”. 

Marli Soares Borges

segunda-feira, junho 21, 2021

MEU TEMPO MUDOU (BC 400)

Esta é minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios" 

UMA IMAGEM, 140 CARACTERES #400

Parabéns Mari pelo número expressivo de blogagens coletivas!



Joguei meu relógio fora
Não quero saber mais disso
Meu tempo é aqui e agora
Chega de compromisso
Quero andar a vida afora
Com calma sem reboliço!

Marli Soares Borges

(Nota: meu post está restrito a 140 caracteres conforme propõe a BC