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sexta-feira, junho 11, 2021

ROSA E MOMO

 


Um filme maravilhoso e comovente. Adorei ver Sophia Loren novamente na tela e atuando de forma tão vibrante e impecável, aos 86 anos! 

Sophia Loren interpreta Madame Rosa, uma sobrevivente do Holocausto, que tem aos seus cuidados um menino órfão cheio de problemas. Sua imagem no filme não é de uma diva glamurosa, mas de uma mulher humilde que com pequenos gestos e postura simples confere beleza e dignidade à personagem que interpreta. Seu cabelo grisalho e despenteado e seu olhar perturbador dão a noção exata do que está passando pela sua mente. Às vezes sua expressão é de um terror absoluto, expressão que raríssimas atrizes conseguiriam sustentar. 

Que atriz, meus amigos, que atriz! (Bem que merecia um novo Oscar). 

Quem conta a história é Momo, interpretado por Ibrahima Gueye, (cuja empatia conquista a gente para sempre). Momo é um menino de 12 anos, órfão refugiado do Senegal, que sobrevive com pequenos roubos e tráfico de drogas. Infância difícil e garoto difícil. Madame Rosa percebe tudo de imediato mas não desiste e, de maneira gentil e ao mesmo tempo, austera, trata de fazer com que ele aceite as regras e consiga viver em harmonia com os demais. É nesse contexto que o filme se desenrola. É um filme pesado, comovente, de partir o coração. 

O roteiro foi baseado no romance "A Vida Pela Frente" (La vie devant soi, 1975), de Romain Gary. 

A amizade que vai surgindo entre os dois é simples e honesta. Rosa e Momo são diferentes apenas na aparência... Bom, vou parar por aqui. Veja o filme, (Netflix) vale a pena. É ótimo! 

Marli Soares Borges

segunda-feira, maio 24, 2021

O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO




O Emocionante, adorei! (Netflix)

O filme é baseado na história real de William Kamkwamba, um garoto nascido num vilarejo no Malauí, que cresceu vendo os pais sobreviverem como agricultores em meio a uma série de questões políticas que estavam levando (e levaram) o povo do vilarejo à miséria, apesar de viverem sobre um solo riquíssimo.


O que se vê no filme é apenas a realidade crua e dolorosa de um povo que vive numa região esquecida e assolada pela fome. Mas mesmo sem metrópoles nem ruas sofisticadas, o filme é lindo e prende nossa atenção do início ao fim.

Achei a fotografia primorosa e os cenários tão perfeitos que quase me sentia ali, no próprio vilarejo, no meio daquelas casas rústicas e estradas de terra. A atuação magnífica dos atores, me fez rir e chorar.

Perfeita a lição sobre a importância do estudo e da união familiar em momentos de crise. Uma história realmente inspiradora.

(Fica a dica. Se puder e quiser, assista).
Marli Soares Borges

quinta-feira, maio 30, 2013

JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS



RESENHA DE FILME
Título original: "Hansel and Gretel: Witch Hunters"

Domingo estava bastante frio por aqui. Durante o dia o sol deu uma bela aquecida, mas à noite..., pra quê, todo aquele gelo? Nada melhor do que ar condicionado quentinho, pipoca e filme. Então escolhi "João e Maria", um filme do norueguês Tommy Wirkola. Não posso viver só de Tarantino.

Liguei o DVD esperando nada, de peito aberto, e quer saber? Gostei e me diverti. O filme é focado no entretenimento e atinge esse objetivo muito bem. Contudo, "João e Maria: Caçadores de Bruxas" não é o bicho que eu tinha ouvido falar, e Tommy Wirkola também não se confirmou entre meus diretores favoritos.

O filme vai bem ao encontro do que está na moda no cinema atual: as releituras sombrias de contos de fadas. Gostei da interpretação de Gemma Arterton -- linda -- no papel de Maria, mas Jeremy Renner não me convenceu na pele de João, faltou alguma coisa, sei lá, achei ele meio desconectado. Mas também achei ele um gato. Famke Janssen valeu como bruxa má, adorei. A trama do filme começa algum tempo depois dos acontecimentos narrados pelos Irmãos Grimm naquela fábula que todo mundo conhece. Vou resumir aqui, só pra refrescar a memória. Abandonados na floresta pelo pai, João e Maria encontram uma casa de doces, onde são aprisionados por uma bruxa má. Espertos, eles conseguem se livrar e colocam a dita cuja no mesmo forno onde ela pretendia cozinhá-los. Na sequência fogem dali. Um salto no tempo e aqui estão eles novamente. João e Maria, agora adultos, ganham a vida como caçadores de recompensas. São especializados em capturar bruxas.

No início, o filme é meio chatinho e a gente acaba pensando que vai enveredar na velha história do gato e rato. Mas lá pelas tantas acontece uma reviravolta e o casal de heróis tem de enfrentar um mal muito maior do que as bruxas más. Não, não vou contar. Os diálogos, apesar do excesso de gíria, até que são bem interessantes. Rola palavrão a torto e a direito, coisa que a legenda pudica tratou de eliminar. Acontece que contar uma história medieval com linguagem pop é complicado mesmo. Mas o que não falta nesse filme é estilo e charme. O visual é excelente e o figurino não fica atrás. Achei superbacana.

É, gostei. Mas não apaixonei. Foi por causa do roteiro? Não sei, mas tenho a impressão que sim. Tem histórias misturadas, muitos cortes, e sinceramente esse tipo de condução acelerada não faz minha cabeça. Mas isso não desmerece o filme, não mesmo. É coisa minha, to batendo pino.

O que vale mesmo está seguro: muita ação, muito humor e pinceladas "trash" garantem a diversão! A gente se diverte com o terror, com a maluquice, com a violência explícita, excessiva e cartunesca que nos pega desprevenidos. Minha nossa, é sangue pra todo lado, cabeças pra lá e pra cá, tiroteio que não acaba mais! E o arsenal bélico dos heróis? Bom, isso é um capítulo à parte. A começar pelo transporte, eles andam em cada geringonça do arco! E vivem às voltas com armas gigantescas, engenhosas e sofisticadas capazes de fazer inveja ao Schwarzenegger. E dê-lhe pancadaria! Okok, mas no meio disso tudo, a doença do açúcar e uma injeção de insulina? Essa não! Mas enfim, quem se importa? Uma doideira misturada com deboche toma conta do ambiente e você, é claro, não se aguenta. É tudo muito louco. Putz, ia me esquecendo: você acredita que, com toda agitação, ainda houve espaço pra rolar um clima entre João e uma bruxa boa? É, houve. E tem bruxa boa sim. Em todos os sentidos.

Bom, acho que deu pra dar uma ideia do filme. Então. Se você estiver a fim de dar umas risadas sem compromisso, recomendo. Mas volto a dizer, é um filme-pipoca, de entretenimento inconsequente e descartável. Não espere nada além disso.

Em tempo: Gemma Arterton (Maria) é a tal nas artes marciais. Nossa, ela dá cada golpe que só vendo! Luta superbem a madame!

© Marli Soares Borges, 2013

segunda-feira, setembro 24, 2012

DOIS COELHOS

Olá turma,

Ontem assisti um filme, por insistência de meu filho e minha nora. Confesso que resolvi assistir, completamente sem elan... (eu nada sabia do filme e achei que não iria gostar). Pois não é que gostei? O nome do filme é "Dois Coelhos" e você, com certeza já deve ter assistido. Mesmo assim, pra quem ainda não viu, aí estão minhas impressões.

Dois Coelhos é um filme brasileiro e conta a história de um homem, que, assim como todos os brasileiros, vive sufocado entre a criminalidade --sempre impune-- e o poder público, que só funciona à custa do dinheiro da corrupção. Cansado dessa situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos. Seu nome: Edgar. Então: o filme é centrado na história de Edgar. 

Para acabar com essa situação e não ser mais vítima da impunidade, Edgar elabora um plano (meio fodido, como ele diz,) mas que fará os criminosos baterem de frente com os políticos gananciosos. No decorrer do filme, durante a execução do plano, a gente descobre que além da revolta com o sistema, Edgar tem outras intenções, bem mais profundas, e que têm tudo a ver com sua própria história de vida, que foi marcada por um terrível acidente e por um amor que ele nunca esqueceu. 

O roteiro é inteligente e bem elaborado, mas é bastante complexo, (pelo menos eu achei). A narrativa não é linear, e às vezes fica até um pouco confusa. É preciso prestar muita atenção, senão a gente pode acabar perdendo o fio da meada. Mas se você não se perder nas idas e vindas da trama e suas milhares de informações visuais, com certeza vai assistir um ótimo filme, cheio de ação e efeitos muito bacanas e ao mesmo tempo, usufruir de uma produção empolgante, com um desfecho inesperado. Aí sim, como Edgar, você vai matar dois coelhos com uma cajadada só!

No elenco tem: Fernando Pinto Alves, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Thogum, Norival Rizzo, Marat Descartes, Aldine Muller, Neco Villa Lobos, Robson Nunes, Thaide. Direção e roteiro de Afonso Poyart. Longa metragem.

O quê? Não conhecia a maioria deles? Toque aqui, eu também não. Mas o filme é excelente. Show de bola.

Beijos a todos.

sexta-feira, abril 15, 2011

MARIA ANTONIETA, de Sofia Coppola

Olá todo mundo!

Ontem assisti (superatrasada, eu sei) na sky, o longa de Sofia Coppola, "Maria Antonieta" (Kirsten Dunst no papel principal).

Veja você, há tempos atrás li na internet uma crítica e acabei me desinteressando do filme. Mas ontem, parei pra ver. E me perdoem os homens, os sérios e imparciais, mas o tal (não lembro o nome dele) que escreveu aquela crítica infeliz, certamente o fez movido pelo preconceito, que ainda hoje orienta a vida de alguns homens. Sei lá. O fato é que esses homens preconceituosos, parece que têm uma venda no cérebro, que tira-lhes a razão. E se forem críticos e ou comunicadores, já viu né, não tem pra mulher!!!

Se gostei do filme? Do começo ao fim. Achei ótimo. É agradável e leve. Não tem clichês. Não é biográfico, não conta a História e muito menos se fixa em diálogos reais. Portanto, não vá esperando esclarecimentos históricos. A proposta é outra. Tenho a impressão que Sofia quis apenas voltar nossos olhos para o feminino, para dentro do ser mulher, para o sentir. E o fez em pleno universo da monarquia francesa do séc. XVIII, que respirava superficialidade. Mas o filme não é superficial. Não mesmo.



A cineasta fixou-se na temática do casamento frustrado, dos amores proibidos, das obrigações femininas e das milhares de aceitações que povoavam a vida das mulheres. Ênfase ao sentimento de deslocamento vivido por Maria Antonieta desde que chegou à França. Por mim, tudo bem, pode abordar esse tema à vontade. Adoro temática existencial.

Antonieta aparece no filme como uma jovem, tal como as adolescentes de hoje. O passado dialoga com o presente. Acho que Sofia quis dizer com isso, que os tempos mudam, mas os medos, angústias e prazeres continuam os mesmos. Achei interessante o modo que ela nos mostra Maria Antonieta, uma garota cheia de vida, mas que, rapidamente vai perdendo o brilho, refém de uma sociedade repleta de protocolos e exigências.

O figurino é de uma riqueza sem igual. (o Oscar foi merecido). E o cenário -- filmado no castelo de Versalhes -- , é de encher os olhos! Mas a trilha sonora não fica atrás. Mestres como Vivaldi e Scarlatti ao lado de pops dos anos 80, acredita? Tem The Cure, New Order, Siouxsie and the Banshees e bandas contemporâneas, --sonzeira que não ouço todo o dia, rsrsrs, mas que casou superbem no filme, diminuindo a distância histórica dos fatos.(Adorei!) --.

Taí gente, minha opinião. É um filme instigante, e aposto que vai fazer você querer saber mais sobre essa rainha decapitada tão cedo e alvo de tanta difamação! Sei, sei, é próprio de Sofia Coppola, dividir opiniões!

. . .


Título Original: Marie Antoinette
Gênero: Drama
Duração: 123 min.
Ano: EUA/Japão/França - 2006
Distribuição: Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
Direção e Roteiro: Sofia Coppola
Produção: Sofia Coppola e Ross Katz
Site Oficial: http://www.marieantoinette-movie.com/


UM POUQUINHO DE HISTÓRIA
Ela chamava-se Maria Antónia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena. Foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte (ou seria sem sorte?!, Rsrsrs) da França de 1774 até 1789. Em 1770 foi entregue (leia-se: casou) ao delfim francês Luís (mais tarde rei Luís XVI), quando tinha apenas 14 anos. Ele levou sete anos pra consumar o casamento (Ixi, e ela é quem carregava as culpas!). Nesse meio tempo, aos 18 anos, assumiu a coroa francesa com a morte de Luis XV. O reinado de Antonieta e Luís XVI durou 15 anos, quando ambos foram depostos no auge da Revolução Francesa (1789), e guilhotinados quatro anos depois, em 1793.
Beijos a todos.

sexta-feira, abril 01, 2011

FALA SÉRIO

Olá todo mundo,

Hoje é 1º de abril, o "Dia da Mentira". Uau. Na minha infância, esse era um dia muito legal. A gente brincava de passar primeiro-de-abril nas pessoas: em casa, nos amigos, na escola. Tudo era motivo pra brincadeiras, mas, alto lá, jamais brincávamos com coisas sérias. Era pura farra mesmo.Tenho ótimas lembranças, que guardo com carinho na minha CMS. Aliás, minha CMS é meu tesouro, não sai do meu campo de visão, quero-a sempre à mão, disponível, toda enfeitada, brilhante, como convém a um tesouro. Ops, sorry, vou traduzir pra você: CMS = Caixinha de Memórias Sorridentes. É um lugarzinho que inventei há muito tempo, pra guardar minhas alegrias.

Hoje cedo andei dando uma passeada pelos blogs e, caracas(!), tem uma tonelada de gente falando no Pinóquio. Que novidade, jura que você não imaginava que a blogosfera estaria recheada desse tal bonequinho mentiroso, jura!! Rsrs. A propósito, ano passado, também eu andei falando no Pinóquio, mas nada a ver com o dia da mentira e nem com esse boneco infantilizado que as mídias nos empurram goela abaixo. Falei do verdadeiro Pinóquio, que pouca gente conhece. Se quiser, você pode ler aqui.




Mas hoje não quero saber de pinóquios, vou é postar uma dica de filme. Chama-se "The Invention of Lying" e conta a história de um homem fracassado que resolveu mudar sua sorte contando mentiras, num mundo onde todos só falavam a verdade. Já faz um tempinho que vi esse filme, mas lembro que achei ótimo.  É um filme descomprometido, pura bobajada. Eu ri de montão. E olha que sou uma pessoa séria, ih, ih, gente grande, rsrs. Mas é que o dito filme tem mesmo umas passagens homéricas. Se você estiver a fim, assista, é melhor do que muitos enlatados que andam por aí passando um primeiro-de-abril na gente.


http://the-invention-of-lying.warnerbros.com/


Um ótimo fim de semana. Divirtam-se.
Beijos a todos

terça-feira, fevereiro 08, 2011

COMER VERSUS COZINHAR


Comer é uma das melhores coisas do mundo. Cozinhar também. Comer e cozinhar. Eu acho. Mas se você pensa que comer é só encher a barriga e matar a fome, está muito enganada, comer é muito mais do que isso. Comer sacia o corpo e alegra o coração, e não é sem razão que comer tem várias conotações, rsrs. Mas cozinhar... vou confessar pra você: saber cozinhar era tudo o que eu queria, saber fazer comida mesmo. Para mim comida é alquimia, é feitiçaria, pura mandinga, é canjerê. E cozinhar é um ato individual e ousado de amar, pois na panela a gente coloca vida ou morte, tempero ou veneno, ternura ou ódio. Tenho inveja daquele pessoal que vive pela cozinha fazendo comidinhas, certamente eles têm cruza com magos, duendes, feiticeiros, bruxas e fadas... sei lá. Você já se deu conta que depois de comer ninguém permanece mais a mesma pessoa? É sim. Acontece uma mágica. A gente muda, pensa diferente, sonha colorido. Tá bom, às vezes não, o tiro sai pela culatra e a gente acaba ficando down... tudo vai depender do contexto, mas uma coisa é certa, quem come fica enfeitiçado na mesma hora. Por isso, acho que comer é uma glória, mas saber cozinhar é uma benção!






Quando vi pela primeira vez o filme "A Festa de Babette", simplesmente me achei. 

A história acontece no final do século XIX, num vilarejo na Dinamarca e o filme confirma que a alimentação não pertence apenas ao registro da necessidade humana. E vai fundo nessa reflexão. A começar pela personagem principal, Babette: uma artista que conhece os segredos de produzir alegria pela comida e que sabe tudo sobre a tal mágica a que me referi. E tenho quase certeza de que aqueles moradores rudes da aldeia, também desconfiavam disso, se não, por qual motivo eles estariam com tanto medo de comer o banquete que Babette lhes preparara? Era tão estreita a visão daquelas pessoas, -- acostumadas desde sempre a sacrificar paixões e desejos em nome da fé e da obrigação --, que todos tinham 'certeza' que ela era uma bruxa e que o banquete era um ritual de feitiçaria. Daí o medo gigantesco e o propósito que fizeram de comer de bico calado, sem qualquer manifestação, -- sem sentir o gosto --, afinal eles estariam expostos aos prazeres terrenos da gula. Eles acreditavam que Babette, com aquele jantar, colocaria suas almas a perder e que eles não iriam para o céu. Sim, era isso que pensavam, enterrados naquele fim-de-mundo e atormentados por proibições religiosas, limites de pensamento e hipocrisia. Mas, se por um lado eles erraram, (e erraram mesmo), por outro estavam absolutamente certos. Era feitiçaria sim. E da boa, de outro tipo. Não do tipo que eles imaginavam. Dá só uma olhadinha no tamanho do feitiço: começando pela mesa, convidativa, requintada. Toalha, louça, talheres, cristais, tudo perfeito, nos mínimos detalhes. Você sabe, a gente come também com os olhos. Agora o menu: sopa de tartaruga, cailles au sarcophage, e vinhos maravilhosos, deusdocéu! Tudo a ver com Adão e Eva, a maçã e o fruto proibido. A câmera vai focando o rosto de um a um dos comensais e a gente pode observar o prazer abrandando os sentimentos... transformando pensamentos. O paladar amenizando as aflições da vida e o riso embelezando os rostos enrugados e endurecidos. E as máscaras caindo... -- óbvio, o pecado da gula arrasta outros, tais como o orgulho e a inveja --. 

Mais tarde na rua, saindo do banquete, eles fizeram um grande círculo e todos de mãos dadas cantaram feito crianças... encantados. Felizes. Eram outras pessoas. Olhando para a noite e para a lua pareceu-lhes que a manhã seguinte seria diferente dos outros dias e das outras noites. Foi quase como se o tempo adquirisse outra intensidade.

Em tempo: comilanças à parte, o filme "A Festa de Babete" é na essência, uma alegoria que espelha a gravidade da contradição histórica vivida pelo ser humano. O "jantar francês" de Babette é o espaço onde ela reconstrói seu próprio passado e ressuscita para a vida. Preparando o jantar ela narra sua história e recupera seus referenciais e, jantando, os convidados constroem a narrativa da história de vida de cada um. E assim, recuperando-se o passado, outro futuro se desenha.

Marli Soares Borges

quarta-feira, outubro 13, 2010

AVATAR - JAMES CAMERON

Olá, todo mundo.

Você já viu Avatar, de James Cameron? Aposto que sim. Eu também. E adorei.


Sabe-se que para os efeitos especiais desse filme foram utilizadas as mais modernas técnicas e que os resultados superaram até os da trilogia "O Senhor dos Anéis". Este filme custou nada mais nada menos que 300 milhões de dólares, fora os custos de publicidade.

Há mais de dez anos atrás, Cameron já havia mostrado a que veio com outro filme campeão de bilheteria, o "Titanic" de 1997. Agora, ele trouxe um longa de cair o queixo, que agradou em cheio a crítica. Ouvi dizer que Cameron demorou anos na preparação desta obra e que ele esperou até que existisse a tecnologia certa que lhe permitisse criar o que havia imaginado. Cameron é Cameron!


O filme é todo em 3D e tem quase 3 horas de duração. Achei a história super original, tem um romance proibido,(porém, possível), entre pessoas de tempos e mundos diferentes. O cenário é maravilhoso, com lugares e florestas paradisíacas. A atmosfera é deslumbrante, carregada de significados. É visualmente revolucionário, de encher os olhos.

No enredo, os humanos é que são os maus. No decorrer do filme, é dificil evitar comparações com a atual situação do nosso planeta, cuja degradação ambiental crescente é culpa exclusiva homem. Para mim, esse filme é muito mais do que uma avalanche tecnológica de efeitos especiais. Ele é uma relação de causa e efeito entre a humanidade e o planeta. Ele traz em seu bojo uma mensagem de paz, ou melhor, anti-guerra, evidenciada pelo cineasta com a força dos aparatos tecnológicos que todo mundo comenta. Vi no filme uma mensagem de alerta. Aliás, o próprio diretor definiu, "Avatar" como uma metáfora sobre como a humanidade trata o lugar onde vive.

VOU FAZER UM RESUMO APERTADO DA HISTÓRIA, só pra você ter uma idéia.

Em 2154 os humanos destruiram o ambiente e a terra está morrendo. Para sobreviver precisamos de um mineral que existe apenas na lua de Pandora (que lembra a Terra há milhões de anos, com plantas selvagens e animais gigantes) que é habitada por seres Na’vi, uma espécie quase humana, um povo ligado essencialmente à natureza. Um povo pacífico que tem profundo respeito pelo seu habitat natural.

Nesse contexto Jake Sully, ex-fuzileiro naval e paraplégico, recebe a missão de substituir seu irmão morto ocupando seu Avatar (um corpo criado em laboratório onde sua mente é conectada, mas fisicamente igual aos Na’Vi). Através do Avatar, Sully volta a andar. Ele deverá aproximar-se da civilização e comunicar-lhes que o lugar onde vivem será destruído para exploração do tal minério e que se não concordarem em retirar-se o mineral será tomado à força. 

Entramos agora no desenvolvimento do filme, onde virá à tona a problemática do personagem Jake, que terá de fazer a opção mais importante de sua vida. É que, para conseguir infiltrar-se na civilização, ele recebe ajuda de uma jovem Na'vi, por quem se apaixona. Ao mesmo tempo, ao conviver com os nativos ele acaba se convencendo de que a atitude que os humanos tomarão só servirá para causar destruição e sofrimento sem os levar a lugar algum, pois o problema, no fundo, é uma questão de valores, achar que a natureza está a serviço do homem, refém de sua exploração desmedida. Jack percebe que com esse pensamento "invertido", em qualquer lugar que os humanos pisarem deixarão as marcas da irresponsabilidade. Mas agora, é hora de encarar seu dilema existencial: escolher entre a vida real na terra junto com os humanos e o novo amor, que pressupõe a vida em um novo mundo, um novo lar.

Interessante, recomendo.

Era isso. Fui. Até breve.

sábado, agosto 21, 2010

ANTES DE PARTIR

Olá!

Sábado, por aqui um lindo dia de sol! Ufa, até que enfim!!!

Vamos falar de cinema? O filme é "Antes de Partir" (The Bucket List). Sei, ele foi lançado em 2007 e reconheço, estou bem atrasadinha, paciência, mas valeu a pena, é um filmaço. E me cativou tanto que resolvi trazer pra você algumas impressões. Meu filho já havia dito, vale a pena mãe, vocês vão adorar! Não deu outra.


É uma comédia dramática, com roteiro inteligente, divertido e suave, mas que nos faz refletir sobre muitas coisas que acontecem na nossa trajetória existencial. Tem risadas e emoções. Os protagonistas são Morgan Freeman e Jack Nicholson, dois atores de primeira grandeza, acho-os incomparáveis, um carisma sem igual! Cada um imprime com maestria sua marca registrada nos personagens, um é reflexivo e outro indômito. Gosto muito de filmes assim, onde os atores incorporam os personagens, refletindo neles suas próprias personalidades. Acho sinceramente que a empatia e sinergia que existe entre os dois é que dá realce à produção e a torna de alguma forma, especial.

Se você pretende assistir e não gosta de saber detalhes, não continue a ler esse post. É claro, não revelo o filme, mas é óbvio que conto algumas coisas.

O filme narra a história de dois homens de mundos diferentes, um pobre e outro rico, cujos caminhos se cruzam. (Freeman é Carter, o pobre, e Nicholson é Edward, o rico). Eles dividem o mesmo quarto hospitalar e recebem no mesmo dia a notícia que têm poucos meses de vida, em razão de um câncer em estágio terminal. 

Apesar de terem personalidades opostas, passam a apoiar-se mutuamente e... fogem do hospital! Pretendem colocar em prática uma "lista" de coisas que gostariam de fazer antes de "bater as botas". E lá se vão eles, soltos no mundo! Surge uma grande amizade e o tempo de convivência acaba transformando suas vidas, em alguns aspectos.

Achei tocante a mensagem sobre os relacionamentos familiares e o valor da vida. Carter (o pobre) diz que para valer a pena, a vida precisa de duas coisas: trazer alegria para você, e que você leve alegria às pessoas. Gostei que apesar de ter a morte como tema central, o filme é uma homenagem e celebração à vida e suas belezas, uma lição que a gente vai aprendendo aos poucos, a cada item que eles vão cumprindo (ou não), e riscando da tal lista. 


  

Só agora, ao escrever esse post, dei-me conta de uma coisa, ninguém nesse nosso mundo está preparado para as reservas do destino. A gente pensa que está. Só isso. 

Mas, mudando de assunto, que tal, tchê, a sorte do Carter, cruzar seu caminho com um milionário disposto a proporcionar-lhe a realização de sonhos que só o dinheiro pode dar: pular de paraquedas, viajar e conhecer o mundo, pilotar o carro que tanto sonhou? A sorte é assim, quem tem, tem.


CURIOSIDADES QUE ANDEI CATANDO NA INTERNET 

O nome original do filme é The Bucket List ou seja, A lista do Balde, isto porque, “chutar o balde” é a expressão que eles costumam usar para "BATER AS BOTAS". Sabia dessa? Eu não.

Pouco antes das filmagens, Nicholson precisou submeter-se a uma cirurgia que o deixou de molho por meses e alguns dizem que ao enfrentar sua própria doença, ele soube melhor qual seria o estado de espírito ideal para interpretar seu personagem no filme.

As filmagens foram quase todas rodadas em estúdio, inclusive as cenas das viagens, (e a crítica, pra variar já meteu a colher). O diretor é Rob Reiner e ele tem no currículo This is Spinal Tap (1984), Conta Comigo (1986) e Harry & SaIIy (1989), logo, segundo li, ele já estará acima da média, mas cá entre nós, isso nem tem importância, pois só juntar esses dois atores extraordinários, já fez valer. É um baita filme.

P.S. Não sei onde ando com a cabeça, ultimamente tenho escrito uns posts gigantes!! Não fuja, não. Prometo dar uma melhorada!!! Longe de mim, cansar você!
Beijos e bom final de semana.
Enjoy. Fui

sexta-feira, julho 02, 2010

BASTARDOS INGLÓRIOS

Olá!

Obrigada pelos comentários. Fiquei feliz, vi que gostaram dos dizeres da Clarice. Também pudera, ela é maravilhosa. Seus textos são sempre atuais e sempre se prestam a novas interpretações, sempre se renovam.

Gente, que legal, todo mundo esperando minha idéia(?!), rsrs. Não criem expectativas, please, vocês vão ver, é só uma coisinha bem simples pra gente interagir.  Agora, ao post, enjoy!


* * *

Assisti ontem em DVD, (meio atrasadinha, eu sei), o filme "Bastardos Inglórios", com Brad Pitt, Mélanie Laurent e o excelente Christoph Waltz, sob a direção de Quentin Tarantino.


Para início de conversa, já vou dizendo que adoro os diálogos de Tarantino e que, mesmo que o filme nem fosse lá essas coisas, os diálogos o seriam, claro.

O filme tem um enredo simples mas genial, e a trilha sonora é ótima. Quando acaba a gente está com a cara sorridente. Tarantino idealiza uma nova forma para terminar a segunda guerra. E os diálogos, como sempre, são inteligentissimos e tocantes. A comparação do rato com o esquilo, ambos roedores, é sensacional. Adoro filmes assim.

Tem um personagem que rouba as cenas. Não, não é o Brad Pitt. Aliás, o Brad Pitt é o protagonista e está ótimo, caricato, interpretando o caipira e tosco Aldo Rayne, (esse personagem me lembra muito John Wayne, nos bons tempos). Mas o ator a quem eu estava me referindo, é outro. É Christoph Waltz, ator austríaco, que interpreta o coronel nazista Hans Landa, o "caçador de judeus". Ele tem um talento impar, e seu vilão, quando aparece, rouba todas as cenas. A gente não consegue ficar impassível diante de sua interpretação. Taí ele pra você ver.



Não achei o filme tão violento como me falaram. É que venho notando que Tarantino tem um "dom", ele consegue apresentar a violência de uma forma impactante, mas ao mesmo tempo, digamos, estilizada, que conseguimos ver sem maiores problemas. Até as pauladas e escalpos a gente consegue encarar. É o tipo de violência que não admite meio-termo ou se ama ou se odeia. Mas, vamos combinar, quem de nós nunca teve uma vontadezinha de tirar um escalpo daqueles nazistas engomadinhos, hein!

No decorrer do filme, acompanhamos duas tramas que seguem paralelas, ambas buscando suas próprias vinganças: A do grupo de Aldo Raine (Brad Pitt) e de Shosanna (Mélanie Laurent, fabulosa). Mas o interessante é que as duas vinganças são "do bem", e Tarantino, com habilidade de mestre, deu um jeito para que elas não competissem entre si na preferência do espectador.
  


Leia o resumo que tirei do portal de cinema:

Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelo exército alemão, a jovem Shosanna Dreyfus testemunha a execução de toda a sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa. A moça escapa e viaja para Paris, com a forjada identidade de dona e operadora de um cinema.

Ainda na Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus para lutar contra os nazistas. Conhecido pelo inimigo como The Basterds, o grupo de Aldo acaba tendo como nova integrante a atriz alemã e espiã disfarçada Bridget Von Hammersmark, que tem a perigosa missão de derrubar os líderes do Terceiro Reich.




Tarantino o é considerado pela crítica especializada, como um dos maiores diretores do cinema contemporâneo.

Com poucos filmes, ele já mostrou a que veio.


Era isso. Fui.
Beijos.

quinta-feira, junho 10, 2010

O FIM DA ESCURIDÃO

Olá!

No feriadão que passou assisti um filme. E daí?  Daí que achei sensacional! Nem é preciso dizer o nome, pois você já sabe, é claro. É só dar uma olhadinha aí na foto.


Além de ser inteligente e muito bem construído, esse filme, desde o seu lançamento, já estava com sucesso garantido, pois o mesmo diretor que em outros tempos havia consagrado na TV britânica uma minisérie com esse mesmo nome, assinou também essa adaptação para o cinema.  Amei!!  Mel Gibson, ótimo como sempre.

A seguir uma palhinha sobre a TRAJETÓRIA e, na sequência, o ENREDO do filme.


Em 1985 a BBC lançou uma minissérie de seis episódios que foi um sucesso, e acredito que tenha sido um dos melhores e mais influentes programas de televisão já realizados.

O Fim da Escuridão (Edge of Darkness) é a adaptação em longa-metragem para o cinema, dessa série homônima.

Assinando a direção está Martin Campbell (Cassino Royale, lembra, ele trouxe de volta James Bond) e, por "coincidência" Campbell é o próprio que comandava a referida minisérie.

Você já viu, só poderia vir coisa boa daí. Agora ele traz de volta, em papel de destaque, Mel Gibson, (ausente das telas desde "Sinais" em 2003).


O ENREDO

Thomas Craven (Mel Gibson) é detetive e vê sua filha Emma, de 24 anos, ser assassinada na porta de sua casa, sem poder fazer nada por ela. Indignado, decide investigar o crime e vai em busca da verdade, pois estava convencido de que ele teria sido o alvo. Não demora muito pra perceber que por trás daquele assassinato havia o governo e seu complexo sistema de corrupção. (Ah, o governo!) Para surpresa sua, ele constatou que Emma estava envolvida nessa rede. A coisa era tanta e havia tanto a esconder, que o governo mantinha um funcionário exclusivamente para limpar as evidências daquele crime. A partir daí, Thomas teve a certeza absoluta de que o alvo daquele tiro era mesmo sua filha. Agora, além de descobrir quem matou Emma ele queria saber quais os motivos do assassinato.


Gente, como já falei no início desse post, é um filmaço! Quem tiver oportunidade assista, vale a pena!
Era isso. Beijos. Fui.

terça-feira, abril 20, 2010

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Olá!
Vem aí um filme imperdível!




Com estréia marcada no Brasil para 21 de abril de 2010, o mais novo filme de Walt Disney  promete ser um sucesso de bilheteria. Trata-se da adaptação para o cinema de Alice no País das Maravilhas e é, sem dúvida, um dos filmes mais aguardados para esse ano. Pelo que pude apurar, a história a ser contada no filme é a mesma do livro: a garotinha se chama Alice, só que agora ela tem 17 anos.

No elenco, está Mia Wasikowska como Alice, Matt Lucas, Michael Sheen e Johnny Depp como o Chapeleiro. O diretor é Tim Burton e a exibição será em 3D. (Acho perfeito 3D!).

Johnny Depp com olhos verdes e cabelos laranja, na pele do Chapeleiro Maluco, está com o visual pra lá de excêntrico.

Enredo: Numa festa Alice descobre que será pedida em casamento. Então resolve fugir do local e segue um coelho branco. Na sequência, ela cai dentro de um buraco e vai parar no Pais das Maravilhas, um lugar que ela visitou há dez anos atrás, mas que não se lembrava mais. Nesse lugar vivem seres mágicos. Como se vê, o filme parece que será uma espécie de continuação do original.

Para promover o filme, foram lançados 3 posters, que reunidos formam o banner que coloquei no início do post. Esse banner é giganteee!

Eis aqui o link para o trailer.

Ano passado fiz um post com um diálogo bem interessante retirado do livro de Lewis Carroll, mas pouca gente teve oportunidade de ler porque na época daquela postagem meu blog acabava de chegar à blogosfera e portanto, era totalmente deconhecido. Se você quiser dar uma lida, clique aqui. O título do post é" Caminhos", acho que você vai gostar.

Era isso. Fui. Até mais!!!!!!

segunda-feira, abril 19, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR VERMELHA

Olá!

Meu Deus, uma chuva de comentários em meus posts! Quanto carinho! Vocês são muito legais, são gente da melhor qualidade! Andei meio sumida nesses dias, na correria, e pra não deixar ninguém na mão, selecionei umas piadinhas espertas e programei um post. E vi que vocês gostaram, que bom!  Agora estou de volta e seguirei comentando suas postagens, que, repito, sempre leio com calma e atenção, principalmente porque sei que em tudo que a gente escreve colocamos um pouquinho de nós. Se não posso ler de verdade, então nem comento. Essa sou eu. Obrigada, mais uma vez.

Na postagem coletiva de hoje a cor é vermelha ou vinho. Escolhi vermelha, então vamos lá. Para início de conversa, fiz um Haykai porque pretendo extrair a essência do que realmente o vermelho significa para mim. Depois tenho algumas palavras sobre um filme que, no meu pensar, tem tudo a ver com o assunto.



No vermelho há
substância concreta,
vida, loucura, amor.


O FILME

Você já deve ter visto "A Lista de Schindler" (1993), filme dirigido por Steven Spielberg. Nesse filme o vermelho está presente numa cena inesquecivel, cujo significado projeta a vida em toda sua concretude e substância.

Num brevíssimo resumo, posso dizer que Oskar Schindler, além de membro do Partido Nazista, é um boa-vida que se aproveita da Guerra para aumentar seus negócios. Mas ao conviver com os judeus sofridos, Schindler realiza e deixa perpetrado na história, um dos maiores atos de coragem, amor e bravura de que se tem noticia na Alemanha de Hitler.

Acho esse filme perfeito, o melhor que já assisti sobre o holocausto. Foi todo filmado em preto e branco e tem cenas de violência explícita que dói no coração da gente, paralisa e emociona. Mães separadas dos filhos, mulheres que ficam sem seus maridos, famílias destruídas, medos intermináveis, crueldades e assassinatos sem a menor justificativa. Um realismo chocante. E a imagem em preto e branco, meio cinzenta, nossa(!), é a cor da guerra em toda sua plenitude. Nesse contexto surge um detalhe que faz a diferença: a menina do casaco vermelho. Aquele tom vermelho foi a epifania que fez com que Schindler percebesse o que realmente estava acontecendo, foi o divisor de águas que o fez mudar radicalmente de planos (lembra, ele era um bom vivant) e escrever a Lista que salvou a vida de milhares de judeus. Veja você a genialidade de Spielberg, ele rodou o filme inteirinho em preto e branco, apenas para que aquele momento único de beleza e sensibilidade pudesse acontecer!! Simplesmente, fantástico! Aliás, o próprio Spielberg disse, na época, que a garotinha de vermelho era uma referência, como se Deus tocasse os ombros de Schindler num recado, que felizmente ele entendeu. Sentiram o vermelho, a substância (sangue), a força vital?

O MILAGRE

Numa noite, ao passear perto de um dos parques de Cracóvia, Schindler assiste à invasão de um dos guetos onde estavam os judeus na cidade. Então, sem mas nem porquê, ele observa uma menininha de casaco vermelho que, perdida, procura um lugar para se esconder. Dias depois, ele vai ao campo de concentração e assiste às instruções para cremar os cadáveres das crianças. E naquele momento ele olha e, a uma certa distância, identifica o casaco vermelho em meio à pilha de corpos. Gente, eis a epifania da vida!  Schindler está decidido: irá  usar toda sua fortuna e prestígio para escrever sua famosa lista que salvará os judeus!


Nem é preciso dizer que essa cena antológica acordou minha percepção para a substância que está contida no vermelho do sangue, da vida e do amor!  Não me canso de dizer, esse filme é uma loucura, mesmo que a gente o reveja, sempre nos causará um impacto profundo. No momento em que a Glorinha elegeu o vermelho para a postagem, eu lembrei essa cena. Se o filme é longo? sim, mas cada minuto é compensador. Se é um documentário? Quase. Se é cansativo? Não, never. A fotografia? Janusz Kaminski se superou. E a trilha sonora? Bem, é de John Williams, melancólica, e no violino de mestre Itzak, my God, pura emoção!!

E viva o vermelho!
Gente, perdoem-me, mas
é impossível não falar também no meu time:
O Internacional, é vermelho
e venceu o Pelotas ontem à tarde.
\o/ :))


Blogagem coletiva do blog Café com Bolo.
Tchau, até a próxima!

segunda-feira, abril 12, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR AZUL

Olá, tudo azul?

Quem pergunta isso?  Só quem está feliz. Tem alguma dúvida? Eu não. Porque será hein? E tem mais, a resposta a essa pergunta será sempre agradável. Venho observando isso há bastante tempo. Então me questiono: será que essa pergunta é indutiva, terá algum corte subliminar? Será influência do azul? Sorry, vou parar, não liguem, sou assim mesmo, encasqueto com as coisas.

Pois bem, quando eu soube que seria azul a cor da próxima blogagem coletiva, eu me realizei, e não tive a menor dúvida, é por aqui que eu vou. Well, na verdade até pensei num post mirabolante, cheio de significados, imagens poderosas, etc, mas, acreditem, prefiro deixar pra minhas amigas e amigos blogueiros(as) que tem uns blogs lindos e bem mais animados que o meu. Hoje aqui, só quero falar azul, ora.

Azul, azul, azul e azul.

O azul é o território da felicidade, do tudobem, do tudoazul. Mas observando melhor, parece que a natureza nos presenteou com pouquíssimas coisas azuis. Tem o céu, o mar, o nosso planeta, a arara azul, algumas flores azuis, a música do Djavan --aquela que azuleja o dia, na voz da Gal--, rsrs e o Pássaro Azul da Felicidade. Mais recentemente eis que surgem no cenário as pílulas azuis, viagrísticas, também alusivas à felicidade (!?). E é só. Ah, e tem o passarinho do twiter, que enquanto não me provarem o contrário, digo que não é coincidência que ele seja azul, hehe, é uma clara alusão à felicidade, o pessoal tuitante que o diga, eles adoram, ficam superfelizes em tuitar! Agora deixe-me dizer uma coisa, tem uma corrente de pensadores que anda afirmando por aí que a cor azul está associada à felicidade exatamente porque tem pouco na natureza, razão porque a felicidade seria muito dificil de encontrar, mas já vou avisando que não concordo. Tudo bem, tem pouca coisa azul, mas o céu é azul, e olha o tamanhão do céu!!!!!! E olha o tamanhão do mar!!!! Não, ninguém me contou, eu vi, não adianta argumentar!!!

A felicidade é azul e existe sim.
E é  grandona!!
É só olhar e enxergar!


Mas quero mesmo é falar sobre um filme que aborda a felicidade como um estado de ser e de estar. Apesar da presença de fadas, etc, a abordagem é feita de forma real e de fácil compreensão. Na verdade é uma metáfora. O nome do filme é "O Pássaro Azul", ano 1940, com Shirley Temple, meio antiguinho né, rsrs, mas tem tudo que as crianças gostam, e os adultos também. Duvido que você não goste. Até porque o filme é uma viagem de amadurecimento.


Vou tentar um resumo apertado: Mytyl e seu irmão Tytyl, perdem o pai na guerra e ficam sós, muito infelizes, até que uma noite recebem a visita de uma fada que primeiro transforma seus animaizinhos (cão e gato) em humanos e em seguida os manda, todos juntos, em busca do pássaro azul da felicidade, que poderá estar no passado, no presente ou no futuro. E aí vem o insight, ao retornar da viagem depois de mil aventuras, Mytyl descobre que o pássaro azul da felicidade era aquele em sua gaiola, que ela tinha capturado bem no início do filme. Veja você, eles procuraram por algo que sempre esteve dentro de sua própria casa. E só agora ela conseguiu ver que a cor do pássaro é azul!  Detalhe: ela é uma menina mal humorada que sempre foi incapaz de valorizar sua família e seus amigos. Vivia num mundo preto e branco e o filme mostra isso nitidamente. O importante: eles regressam com a capacidade de entender que muito do que se deseja está presente, mas é óbvio, a gente tem que notar!  Viram, é uma história simples, mas e daí?  Mais legal, impossível.

Daí eu fico pensando, quanta cegueira, meu Deus, quanta coisa precisamos tirar da nossa frente até enxergar a felicidade possível, a felicidade real? Caramba, a gente idealiza tanto, tem tanto medo guardado, pra quê. E depois se queixa que não é feliz. Chega de enxergar em preto e branco! Misericórdia. Chega. O céu e o mar são imensos e são azuis!! Nossa, acabo de ver uma revoada de pássaros azuis orbitando na blogosfera!! Sejam bem vindos!

E eis que me arrisco a lascar uma moral pra história: Encontrar o pássaro azul é tão simples que poucos conseguem encontrá-lo. 

\o/ 


:))

Se você quiser uma palhinha do filme, tem um link.
Blogagem coletiva do Blog Café com Bolo.

Gente, por enquanto é só.
Beijo.
Fui.

segunda-feira, abril 05, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR ROSA

Olá, pessoal!

A PANTERA COR-DE-ROSA


Amo o filme, mas o desenho é demais! E as revistinhas em quadrinhos também são ótimas. Adivinharam, gosto da pantera. A propósito, você sabia que o desenho animado da pantera foi criado por acaso? Pois é, foi. Calma, já vou contar.

“A Pantera Cor de Rosa” (The Pink Panther) é um dos clássicos do desenho animado e foi criado em abril de 1963 para apresentar os créditos do filme do mesmo nome, do diretor Blake Edwards, estrelado por Peter Sellers, David Niven e Claudia Cardinale.

Ao Filme.

Chama-se "A Pantera Cor de Rosa” em alusão a um valioso diamante, --o maior diamante do mundo--, que foi roubado na trama do filme. Gente, gostei demais desse filme e sempre que posso, assisto novamente. O humor é de altíssima qualidade e o roteiro muito legal. Tem uma produção bem cuidada, sem grandes ostentações e o visual me encanta. O elenco é de primeira grandeza, comediantes carismáticos e impagáveis, aliás o pessoal da minha geração pode confirmar. Veja você, o que é bom é bom e pronto, nada a ver com modismos nem parafernálias caríssimas na produção, e uma prova disso está justamente nesse filme que até os dias de hoje, continua sendo recomendado pela crítica como imperdível. E foi lançado há 47 anos!!!

Ao desenho.

O desenho animado é algo à parte, é show de bola e eu me ligo muito nele. Ah, você também? então toque aqui. A protagonista da animação é ela, a própria, a primeira e única: Pantera Cor-de-Rosa! Uma gracinha, charmosa, movimentos suaves e leves como uma pluma, surpreendente e pra lá de simpática. Daí que agradou em cheio. E isso que o papel dela servia apenas para ilustrar metafóricamente o tal diamante roubado. Mas, "o que tem que ser será", e esse desenho (junto com o filme), emplacou!!!! Fez tanto, mas tanto sucesso que a panterinha acabou ganhando vida própria e ficou famosa no mundo inteiro. Claro, a trilha sonora de Henri Mancini simplesmente não deixou pra ninguém, uma jogada de mestre, é a pantera "em pessoa" e me arrisco a dizer que sem a música não tem pantera e sem a pantera não tem a música! Um casamento perfeito. E então gente, sabe o que acontece quando os anjos dizem amém? Pois é, a-con-te-ce!!!! E foi assim que o desenho animado da pantera cor-de-rosa aconteceu. Pronto agora você já sabe. Nossa, hehe, falei tão rápido. Caracas. As revistas da época alardearam  que os autores do desenho estavam com a boca nas orelhas, também pudera. Naquele tempo, já havia revistas de fuxico, não assim tipo caras, mas o pessoal também fazia suas fofoquinhas.


Ao plus.

Quem procura acha. Taí pra vocês a capa de uma revistinha scaneada. Aqui tem mais. No youtube tem um montão de animações e se você quiser ler mais, tem na wikipedia e no Santo Google. Para ouvir a música só assistindo uma animação no youtube, pois só a música não consegui. Peninha né, snif!


Vamos combinar, você vai lá nos links e depois volta prá cá, ok?
Tô esperando tu.

Blogagem coletiva do blog Café com Bolo. 
Por enquanto era isso. Beijo. Fui.

sábado, dezembro 05, 2009

2012

Olá.
Sou fascinada pela tecnologia computacional. Tanto que só assisto filmes no meu lap-top, há muito tempo. Coloco os fones de ouvido e conquisto minha independência. Acho beleza, não atrapalho ninguém e ninguém me atrapalha e ao mesmo tempo estou tranqüila em minha casa junto com os meus. Bem, pelo menos era assim que eu pensava e para mim isso era o bastante.
Dia desses, uma jovem amiga, muito querida, convidou-me para ir com ela ao cinema assistir o filme 2012. Pensando apenas em ser agradável, aceitei o convite. E lá estávamos nós, no cinema, cada uma com um sacão de pipocas! Nem preciso dizer que adorei! Uma energia boa e gratificante me envolveu naquela tarde. Aquele ambiente, nossas conversas antes de entrar na sala... Aquela interação toda... confesso que me senti rejuvenescida! Como pude esquecer o prazer de sair com uma amiga durante tanto tempo? Não sei. Mas acho que a vida é assim mesmo. Corremos tanto pelos outros, nos envolvemos com mil coisas que acabamos nos deixando para trás, à margem de nós mesmos. Mas ainda bem que tive oportunidade de (re)descobrir a tempo que um "cineminha" em boa companhia, faz muito bem ao coração! Prometo que repetirei mais vezes esse programa. Mas não pensem que vou abandonar os filmes do lap-top. Não! Vou usufruir da telinha e da telona, que as duas valem a pena! Obrigada Cari, pelo convite e pela companhia. Tu sabes que essas palavras são verdadeiras.

O filme 2012? Muiiito bom! Os efeitos especiais são fantásticos. A história decorre de uma lógica bem estruturada. É claro que tem alguns senões, mas enfim, nada é perfeito. Em resumo, assista, você vai gostar!

Por enquanto, era isso. Até breve.