aqui estou: vivendo, pensando e escrevendo; de repente você me lê e tudo muda para melhor.
quarta-feira, janeiro 12, 2011
BLOGAGEM COLETIVA - ACOLHER: UM ATO DE AMOR
ACOLHER: UM ATO DE AMOR
Concordo plenamente. Para mim, o acolher é em si, um ato de amor. Um poderoso ato que transforma quem é acolhido e ao mesmo tempo quem acolhe. A vida proporcionou-me uma oportunidade incrível de protagonizar essa mágica da acolhida. E quando falo incrível, não estou exagerando nem um pouquinho, você vai ver, vou resumir pra você.
Moro em zona rural, num sítio, não é novidade pra ninguém. Numa manhã estou saindo para o trabalho e vejo um homem, (não passa dos 30), humilde, sentado na grama ao lado, na rua, no lugar onde deveria haver uma calçada. Tinha uma das pernas enfaixada e parecia estar louco de dor. Parei o carro e, quer saber? Levei o tal homem pro hospital e, na volta, o deixei onde ele me pediu, teve que engessar a perna, estava quebrada. Sim, fui eu que paguei a conta. No trajeto, já sem dor, ele conversou comigo, quis saber quem eu era, etc, etc.
Bem, e aí? O pessoal de casa queria a minha cabeça, onde já se viu fazer isso por um desconhecido? E ainda por cima andar carregando pro hospital, pra lá e pra cá? Tu não vê que esse cara é marginal, mãe tu podia até ser assaltada! Que bobeira mãe! Te antena mulher! Ih, arranjei uma bela dor de cabeça e, no final das contas, pensando bem, eu não podia tirar a razão deles. Realmente eu havia me arriscado. Nem ousei discutir. Mas eu também tinha razão: a voz estava lá soprando no meu ouvido, aquele pressentimento, não sei explicar.
Quando foi pra tirar o gesso, o cara me procurou e lá fui eu. Dessa vez calei minha boca, não contei nada pra ninguém. Chega de incomodação, avemaria.
Algum tempo depois, meu filho (que era adolescente) vem chegando da escola, desce do ônibus, caminha um pouco e é abordado por três sujeitos grandões, mal encarados, daqueles que ninguém merece encontrar pela frente. Ele ficou desesperado, apavorado. Mas, veja só, como por encanto, alguém chega correndo, abre espaço, coloca a mão no seu ombro e diz a ele: ô meu amigo, que bom te encontrar! E foi carregando ele dali. Sempre com a mão por cima de seu ombro. E os sujeitos trataram de dar o fora.
Meu filho, atônito, não entendeu nada, até que o 'salvador' identificou-se e contou-lhe como eu o ajudara, há tempos atrás, quando ele estava com a perna quebrada. E disse mais, no que dependesse dele e dos "amiguinhos" dele, nada aconteceria à nossa família naquelas redondezas, que ele estaria sempre de olho em nós. E, graças a Deus, temos vivido numa boa, sem dissabores que tais.
É gente, amor faz brotar o amor. Quando acolhi aquele homem em meu carro, não pensei em nada, apenas em amenizar sua dor. E hoje ao relembrar o episódio, agradeço a Deus por ter me protegido quando adentrei no espaço fascinante que aproxima as pessoas: o acolhimento.
Desculpe, esqueci de contar. Aff, agora me danei, atenção minha gente, dou a mão à palmatória: descobri que o cara era mesmo um marginal, ou melhor, acho que ainda é. Tsc, tsc. Faz muito tempo que não o vejo.
Era isso.
Beijos a todos.
Blogagem Coletiva do blog "Acolher com Amor" da Teresa Cristina.
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Oi Marli!
ResponderExcluirSaudades de vir aqui e ler uma daquelas histórias que sempre me enchem as medidas.
A sua história teve um final feliz, graças a uma mistura de amor, bom coração, e vozinha interior, pressentimento, intuição, seja lá o que for.
Eu acredito, sim, que amor atrai amor, generosidade arrasta generosidade, poderão até dizer que nem sempre resulta, mas aqui fica um exemplo bonito, que diz que isso pode acontecer.
Gostei muito!
E...Marli, há um sorteio no Banzai com umas coisinhas lindas...!
Carinhosssssss
Oi Marli querida, que saudades!
ResponderExcluirMuitas vezes o pressentimento vem a nosso favor. Ele podia ser marginal, mas precisava de ajuda naquele momento e você o acolheu num gesto de amor e compaixão.
Ele se sentiu na obrigação de agradecer e protegendo seu filho foi o método que ele encontrou.
Muito linda a sua história querida.
Mas, que você e ele levaram sorte, levaram. rsrsrs
Bjs no coração!
Nilce
Marli o dito fazei o bem sem olhar a quem. É marginal mas la no fundo vc mostrou pra ele que ainda existe um pouco amizade e quem sabe vc não plantou uma semente de bem naquele coração.
ResponderExcluirMarli...
ResponderExcluirFiquei arrepiada ao ler o post.
Sabe Marlí, tenho pensado muito nisso esses dias.
A gente tem que aprender a arriscar.
Beijo grande queridíssima...
Oi Marli, que história hein?? Vc foi muito corajosa mesmo. Mas como diz o ensinamento: Fazer o bem sem saber a quem. Na comunidade onde trabalho como coordenadora de saúde tem de tudo, inclusive mtas pessoas do crime. Mas tem esse código de proteção a quem ajuda na comunidade mesmo. Então não temo. Um grande beijo e obrigada por participar da festa!
ResponderExcluirDizem que "Deus escreve certo por linhas tortas", e a tua crônica-depoimento só vem confirmar este dito popular.
ResponderExcluirTem muita gente que, ao ler o que você escreveu, vai te chamar de maluca, inconsequente e coisa e tal, mas talvez essas pessoas agissem exatamente da mesma forma ao encontrar algum desconhecido precisando de ajuda.
E o que seria desse mundo se, vez ou outra, as pessoas não agissem assim, por impulso? Acolher ao próximo, com desprendimento, é um ato de elevação do espírito. Mas, infelizmente, as circunstâncias que se mostram pelo mundo afora impedem que mais pessoas façam o que você fez.
Um texto de arrepiar, Marli. Grande abraço.
Marcio
Saudações Marli, a muito não passo por aqui!
ResponderExcluirRetornei à Blogosfera a pouco e estou visitando os espaços queridos de acordo com suas postagens.
Desejo-lhe que o ano de 2011 lhe seja soberbo em tudo que possa ser.
Quanto a sua postagem tenho que dizer, sensibiliza qualquer pessoa.
Faz-me lembrar do filma "Corrente do Bem" que literalmente discorre neste sentido.
E posso dizer?
Quando ouvimos ou melhor sentimos o que devemos fazer, ação ou qualquer outra coisa, não tem jeito vem do coração e é inevitável.
Parabéns, faça o bem não importa a quem!
Beijos saudosos.
Acolher, sem escolher, sem recolher o que move o acolhimento: o amor incondicional!!
ResponderExcluirBj.
Olá, minha querida
ResponderExcluirConheci uma história verídica como a sua: um vizinho e sua esposa recebeu em casa um andarilho... alimentaram-no com cafézinho e sobremesa no final e, na despedida, recebeu como recompensa: obrigado, palhaço!!!
Um dia,tendo fome de novo, voltou e, novamente, foi recebido da mesma maneira e teve como retribuição: Volte sempre, a casa é sua...
O mal se paga com o Bem quando Deus nos acolhe pelo seu grande e inefável Amor...
Lindo seu texto para nos deixar lição de coragem em meio à tanta adversidade e na perseverança do Bem apesar de...
Bjs com gosto de níver do Blog da nossa querida Teresa Cristina.
Ei, Marli, que bom que vc apareceu no meu Blog. Fiquei muito feliz, mesmo e esse ato para mim é como essa postagem coletiva: é um ato de amor, é dar-se e reconhecer que aquele post, naquele blog, de alguma maneira custou para estar lá. E a maioria que entra, entra para ver se vale a pena, dá uma olhadinha e chispa. Obrigada, então pelo carinho e atenção! Ah! Tenho outro blog: http://www.sentidomaior.blogspot.com
ResponderExcluirBoa noite Marli,
ResponderExcluirmarginal ou não, você fez o que qualquer pessoa deveria fazer, ajudar o próximo, se bem que todos sabemos que actualmente socorrer alguém que não se conhece, pode ser perigoso.
Grande coragem, parabéns!
Beijinho,
Ana Martins
Que história incrível, que bravura teu gesto - próprio daqueles que o coração dita, não importa se expostos ou não ao perigo.
ResponderExcluirMe fez lembrar de uma mensagem que conta a história de uma mulher que alimentou um menino faminto que, ao bater à sua porta, pediu apenas um copo de leite. Anos mais tarde, ela foi operada de emergência por um cirurgião famoso e muito competente, que, ao ouvir sem querer a aflição da paciente sobre a despesa altíssima cobrada pelo hospital, foi até a administração e anotou em sua ficha que estava pago todo o procedimento - as despesas hospitalares pagou de seu bolso.
A senhora não sabia como agradecê-lo, quando ele disse, simplesmente que aquela refeição que ela preparara com tanto carinho, havia alimentado mais do que seu corpo. Aprendera a lição mais bonita da generosidade, e ficava imensamente feliz em devolver-lhe o gesto de carinho.
Na vida da gente não é diferente, e vc é prova disso.
Lindo texto!!
Bjos
Marli,
ResponderExcluirRealmente correste o risco, por acreditar que valia a pena.
E se outras pessoas o tivessem acolhido, o rapaz provavelmente não teria se tornado uma pessoa à margem da nossa sociedade, que precisa tanto de gestos de amor!
Semeaste algo de positivo no coração desta pessoa, que soube retribuir, mas percebe-se que a tua intenção não era receber algo em troca. Mas, da forma dele, ele soube ser grato.
Gsotei demais de saber da tua experiência. Vivo fazendo dessas e levando puxões de orelha, mas entendo bem quando dizes que é um sopro no ouvido, um sentimento forte percorre o peito e nos faz agir: é amor puro!
Beijos de quem acredita que vale a pena o risco!
Ingrid
Não importa o que o cara era, naquele momento era aguem que precisa de ajuda e estava inofensivo e você deve ter visto isso, que ele não oferecia perigo. Sua intuição funcionou bem e de acordo com seu coração o resultado só podia ser bom.
ResponderExcluirbeijos
Marli, do céu, que história hilária!
ResponderExcluirOlha, eu a admiro demais, por esse gesto. Antes de pensar em você, na sua segurança,pensou na dor e no sofrimento do outro, sem preconceitos,enfim, e isso é lindo demais.
Parabéns, amiga! Com certeza, Deus que a todos ama, indistintamente, te colocou no caminho desse homem, e te protegeu. E num coração duro, acostumado a desprezo e rudeza, nasceu uma sementinha de respeito, e de afeto (o coração dele).
Um grande abraço
Socorro Melo
Menina de coragem!!!!!!!! Não sei se eu o faria... Mas, eu procuro não esquecer que a gente deve tratar os outros como gostaria de ser tratada!!!!
ResponderExcluirAção e reação, Marli! É preciso coragem para ser solidário... abraços
ResponderExcluiradorei. amor faz brotar amor. abraços
ResponderExcluirTua ação não tem preço... o que fez é imensurável.
ResponderExcluirEu acredito que são estes atos que fazem deste mundo um lugar cheio de magia e sonhos, apesar de todas as desigualdades existentes.
Adoro vir por aqui, porque sempre tem algo de bom esperando por nós...
Abraços, menina Marli
Oi Marli!!! Obrigada pelo seu recado lá no meu Blog, kkkkkkkkkkkk, paciência, paciência, aixxx, sempre sei que é impossível, mas eu sei que tenho que ter mais, Rsssss!!!! Muito bom o seu Blog já estou seguindo tb!!! Gaúcha? Tudo de bom! Tb sou do sul, de SC.... Trilegal!!!! Bjkas!!!!
ResponderExcluirMarli, eu acho isso um sopro divino de doação. Também não hesitaria em prestar essa ajuda. O cara é sim o marginal,mas em que circusntância, não é? Se ele fosse daqueles que não se incomodassem com isso, talvez nem ajudadasse o seu filho. Quem sabe ele não entrou numa dessas por causa de uma dessas tristes faltas de oportunidades que a vida sempre oferece? Sei não, acho que você está certíssima. A gente corre riscos também com gente de terno e gravata, com falsos médicos, com vendedores de remédios falsos, com o padre, o pastor, enfim, se nos fecharmos acabamos virando prisioneiros da própria loucura que é esse tecido social. Abração, Marli. Paz e bem.
ResponderExcluirBrilhante texto...acompanhei alguns blogs dessa postagem coletiva e esse seu texto está entre os melhores viu.
ResponderExcluirabraços
de luz e paz
Oi Marli!!! Vc foi a sorteada da blogagem!! Por favor, mande o endereço de entrega do livro para: acolhercomamor@gmail.com
ResponderExcluirBeijocas!!
Que história mais linda Marli! Que Deus te abençoe sempre por esse coração enorme que você tem. Foi muito corajoso da sua parte seguir a sua intuição. Luz e paz!
ResponderExcluirOlá querida Marli Borges, agradeço sempre a sua gentil visita e comentário. Que belo e sensível texto, um ato de amor dos mais profundos e difíceis, exige muito. Acolher é aceitar no fundo do coração.
ResponderExcluirforte abraço
C@urosa
Caramba Marli, fiquei toda arrepiada lendo a sua historia!!!
ResponderExcluirQuanto mais lia mais arrepiada ficava..rs.
Parabens por ser essa mulher incrivel, na vida corremos riscos e fazemos escolhas a cada momento, e nem sempre usamos 100% da nossa razao!!
Amei a sua historia minha querida!!!
Beijocas, andava com muita saudade desse seu cantinho aqui!!
Querida Marli,
ResponderExcluirQue lindo ensinamento: "fazer o bem sem olhar a quem"!! Que Deus continue te abençoando e protegendo!!!
Olá Marli!
ResponderExcluirTem um presentinho para vc no meu blog. Passa lá e pega, tá?
Bjs,
Karina - Mundo Psi.
Olá Marli,fiquei muito feliz com a sua visita ao meu blog. Tinha entrado rapidinho na net e visto sua linda postagem, naquele momento não consegui deixar meu comentário, mas já me juntei a lista de seguidores. Achei linda linda sua historia, que ato de coragem e compaixão...é sempre bom ouvir o coração né. Deixo meu abraço fraternal e o desejo de um final de semana iluminado. Voltarei mais vezes
ResponderExcluirOlá!!
ResponderExcluirGostei muito do espaço qeu criou...
Posso te add em meus links na lateral de meu blog?
Um abraço,
Kleber
oteatrodavida.blogspot.com
Olá Marli!
ResponderExcluirSabe, seu texto me encheu de lágrimas nos olhos, sinceramente. Eu sempre penso: gentileza gera gentileza; amor gera amor. Sempre penso dessa forma, mas sei que é difícil, no dia a dia, encontrar isso. Infelizmente. E sua história me devolveu essa minha certeza. Nossa, que história bacana, querida! Apesar dos riscos, hoje em dia, acho que valeu muito à pena!
Um beijo
Carla
Olá Marli, em Portugal também se diz fazer bem sem olhar a quem...
ResponderExcluirUm beijo
Boa semana
Que gesto bonito o seu, Marly!
ResponderExcluirMas sua familia tinha razão em tudo que disse.
E ficou provado isso pra vc no final.
Bom que ele pelo menos soube reconhecer seu gesto de acolhe-lo com amor (mesmo sendo um desconhecido)e livrou seu filho de uma situação pior.
Já pensou que esse pessoal que abordou seu filho poderia ser da turma dele?
(A gente sempre pensa em tudo né?rs)
Mas pelo menos vc fez sua parte e deu tudo certo.
Fiquei feliz com a visita.
Por onde andava essa mulher sumida?
Bjokas