segunda-feira, maio 17, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR BRANCA

Bom dia, pessoal. Por aqui, dia lindo ensolarado, temperatura ótima!! Hoje é o encerramento das blogagens coloridas. Foi ótimo, amei, amei, amei.

Trago então, algumas palavras sobre uma flor maravilhosa, cujos significados muito me sensibilizam, e que eu amo de paixão.

Abram alas, com vocês a flor da liberdade!!!
Maravilhosa, subversiva,
majestosa,
iluminada e guerreira:
A camélia branca!


A    B E L E Z A

A folhagem é brilhante. A flor é linda, esplendorosa! Seu nome? Camélia. Tem várias cores, mas sou louca pela camélia branca. Ela embeleza o jardim e quando colhida, enfeita nossa casa. E como faz bem ao coração!!! É a primeira a florir depois do inverno, anunciando a chegada da estação das flores. Cheguei!!!

O     E L A N

Já disse, sou louca pela camélia branca, e depois que fiquei sabendo de suas passagens maravilhosas pela história do Brasil, então nem se fala! É tudo junto, é a beleza da flor aliada à sensibilidade, inteligência e articulação de pessoas conectadas no mundo, que souberam transformá-la num símbolo magnífico, num verdadeiro elan para a vida de quem tanto sofria nos tempos de antigamente. Confesso que às vezes me bate uma nostalgia, um não sei que, ao ver, hoje em dia, pessoas tão desligadas dos problemas do mundo, que parecem viver noutro planeta. Deixa pra lá, taí a idéia pra uma crônica.

Mas o que importa dizer é que a camélia branca simbolizou no passado um movimento libertador, um movimento underground, subterrâneo e subversivo. Você sabia? Sim, no final do séc. XIX ela esteve superenvolvida no Movimento Abolicionista, tanto que hoje é o símbolo oficial da Abolição.

Olha só como foi. Na época da escravatura a Lei não permitia que ninguém desse abrigo aos escravos fugitivos e quem os ajudasse pagava pesadas multas. Evidente que os abolicionistas tinham que andar de boca fechada e guardar segredo sobre os esconderijos (quilombos) dos escravos que conseguiam fugir. E o que fazer para se identificarem?

Adivinhou. Usavam na lapela, uma camélia branca. A camélia então era o "logo" dos abolicionistas, a senha que os identificava. Ter uma camélia branca na lapela era sinal de ajuda e compromisso com a causa. Não é maravilhoso?  A propósito, será que a moda da flor na lapela não surgiu daí?


Cada vez me apaixono mais, acho ela mais linda ainda!!!!

E tem aquela da Princesa Isabel. Quando o imperador Dom Pedro II foi pra Europa, ela promoveu o "Baile das Flores". Seu vestido? Todinho aplicado com camélias brancas! Nem é preciso dizer que os conservadores ficaram p... da vida! Viram? Os abolicionistas tinham o aval, não só de Rui Barbosa, como também da Princesa Isabel.  E todo mundo de bico calado!!!

Que coisa, quantos segredos contidos na camélia branca, e ninguém nunca nos contou. Fiquei sabendo que se não fosse o discurso de um tal de Silva Jardim (desculpe, era um figurão da época, não sei  nada dele..., hehe.) que registrou esse episódio e algumas pistas garimpadas pelo historiador Eduardo Silva, (Instituto da Casa de Rui Barbosa) e a gente não saberia nadinha. Vamos aplaudi-los, é só o que podemos fazer agora!!! Clap,clap,clap!!! Boa gurizada!!!

Bom, agora deixa eu contar pra vocês outras coisinhas interessantes.

Quem ainda não viu Chanel com sua bela camélia branca sobre a lapela negra?
Isso mesmo, ela escolheu a camélia para ser o símbolo de sua grife porque sentiu que estaria muito bem representada, uma vez que integrava o contingente de mulheres que conseguiram  escolher outro lugar no mundo, fugindo das convenções. Aliás, escolha bem adequada, penso eu, já que na França a camélia era o símbolo das prostitutas, artistas, atrizes, cantoras e dançarinas de cabaret, ou seja, simbolo de gente nada convencional.


Nossa(!) tem zilhões de coisas envolvendo essa flor.  Ela é muiiito famosa! Só o fato de Alexandre Dumas Filho (1824-1895) ter escrito sua peça "A Dama das Camélias", já bastaria para a fama, mas uma coisa puxa outra e a referida peça teatral acabou inspirando Verdi a escrever a aplaudidíssima ópera "La Traviatta". É mole?

E como não poderia deixar de ser, "A Dama das Camélias" também virou um filme com o mesmo nome, que foi protagonizado pela belissima Greta Garbo (1905-1990). Gente, eu vi esse filme. É tri. E..., vou ficando por aqui. Ops, até rimou, rsrs!

Mas ao encerrar esse post, não posso deixar de lado o contraponto, característica básica da cor branca. E qual é esse contraponto? A cor preta. Branco e preto, preto e branco, Yin e Yang, antiga representação chinesa do dualismo. O Yin é o feminino, o Yang é o masculino. Esse antigo símbolo mostra que um só faz sentido ao lado do outro, um só existe porque o outro também existe. Há necessidade de integração das duas forças.


Yin atrai Yang que atrai Yin e assim infinitamente.
Não há conflito ou disputa entre preto e branco, feminino e masculino, mas sim a complementação de um pelo outro.  Mulheres e homens, homens e mulheres, companheiros de jornada.

Espero que gostem do post.
Saiba mais: link
Beijos. Fui.

domingo, maio 16, 2010

O RON RON DO GATINHO

Olá!

Hoje é domingo e eu trouxe pra vocês um poema supermimoso, pelo menos eu acho. Foi escrito por um poeta maranhense, um gatófilo muito especial, iluminado, que, não sei como, ainda não tem em seu currículo um prêmio nobel de literatura. Mas estou aqui torcendo, um dia é um dia. 

Que tal essa frase "A arte existe porque a vida por si só, não basta"?  É dele. Precisa mais apresentações?  Seu nome: Ferreira Gullar. Nome do poema: "O RON RON DO GATINHO".

Na foto, minha nora Michelle e Hoe.

 

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.



Beijos e bom domingo.

quinta-feira, maio 13, 2010

JUSTIÇA ATRASADA

Olá!

Rui Barbosa tem essas palavras que, desde que tomei conhecimento, concordei e concordo. Diz ele que "Justiça atrasada é injustiça, qualificada e manifesta". Que a Justiça deve ser feita na hora, no momento do ultrage, do sofrimento, do dano. Sem delongas, porque se for tardia, não mais será justiça, mas se transformará em vingança, que ao Direito repudia. Pois bem. Li ontem uma notícia que trago aqui pra vocês lerem comigo, pensarem e comentarem.  


Milan Kundera denuncia o absurdo da situação vivida por Polanski Agência AFP

PARIS - O escritor tcheco-francês Milan Kundera manifsetou seu apoio a Roman Polanski em uma nota publicada no jornal Le Monde, onde denuncia o abusrod da situação do cineasta em prisão domiciliar na Suíça desde 4 de dezembro de 2009.
Negando-se a comentar o aspecto jurídico do caso Polanski, o escritor afirma que a "arte europeia, sua literatura, seu teatro, nos ensinou a rasgar a cortina das regras jurídicas, religiosas, ideológicas e a ver a existência humana em toda sua realidade concreta".
"Fiel a esta cultura", acrescenta Kundera, "me nego a ficar cego ante o absurdo da situação de Polanski, perseguido por um ato que ocorreu há 33 anos, que foi há muito tempo perdoado por todos os atores do drama e cujo julgamento prolongado até o infinito não proporcionará nada de bom a ninguém, a ninguém, a ninguém".
"Se a Europa continua sendo a Europa, se continua sendo herdeira de sua própria cultura, não poderá suportar o silêncio absurdo desta cruel pantomima representada em um chalé suíço", escreve o autor de "A insustentável leveza do ser", que afirmou que não conhece Polanski pessoalmente.
Perseguido pela justiça nos Estados Unidos em 1977 por ter mantido relações sexuais com uma menor, o cineasta chegou na ocasião, depois de 42 dias de prisão, a um acordo com a justiça, mas precisou fugir para se exilar na França depois de uma mudança de opinião do juiz.
Polanski foi detido em cumprimento de uma ordem de captura internacional americana em 26 de setembro passado, ao chegar a Zurique para assistir a um festival de cinema. Foi libertado em 4 de dezembro sob fiança e se encontra desde então sob prisão domiciliar em seu chalé de Gstaad.  06/05/2010.
Leia direto na fonte: JBONLINE
Era isso. Fui. Até breve.

quarta-feira, maio 12, 2010

EXPERIÊNCIA TEM SEU VALOR

Olá!

Gente, recebo diariamente uma tonelada de emails, a maioria imprestável, puro lixo eletrônico, mas às vezes, acho algumas coisas interessantes e acabo guardando. Dia desses, fazendo uma limpezinha básica no lap, encontrei essa pérola. Olha, eu achei um barato, espero que vocês gostem. Se não gostarem, que posso fazer, mas saibam que a intenção foi das melhores. Enfim, é uma bobagem, mas no fundo, tem razão de ser, de certo, foi por isso que guardei. Confiram! Quem escreveu? Não sei, tô passando pra você do jeito que recebi.

 
"O fazendeiro resolve trocar o seu velho galo por outro que desse conta das inúmeras galinhas. Ao chegar o novo galo, e percebendo que perderia as funções, o velho galo foi conversar com o seu substituto:
- Olha, sei que já estou velho e é por isso que meu dono o trouxe aqui, mas será que você poderia deixar pelo menos duas galinhas para mim?
- Que é isso, velhote?! Vou ficar com todas.
- Mas só duas, insistiu o galo.
- Não. Já disse! São todas minhas!
- Então vamos fazer o seguinte, propõe o velho galo, apostamos uma corrida em volta do galinheiro. Seu eu ganhar, fico com pelo menos duas galinhas. Se eu perder, são todas suas.
O galo jovem mede o velho de cima abaixo e pensa que o velho não será capaz de vencer.
- Tudo bem, velhote, eu aceito.
- Já que, realmente minhas chances são poucas, deixe-me ficar vinte passos a frente, pediu o galo.
O mais jovem pensou por uns instantes e aceitou as condições do galo velho.
Iniciada a corrida, o galo jovem dispara para alcançar o outro galo. O galo velho faz um esforço danado para manter a vantagem, mas rapidamente está sendo alcançado pelo mais novo. Então o fazendeiro pega a sua espingarda e atira sem piedade no galo mais jovem. Guardando a arma, comenta com a mulher:
- Num tô intendendo, uai! Já é o quinto galo boiola que a gente compra esta semana! Ele largou as galinha e tava correndo atrás do galo velho, Vê se pode????????

Moral:
Nada Substitui a Experiência!"
Era isso. Até mais. Fui.
Imagem: Releitura do Galo de Aldemir Martins por Kátia Almeida (Google).

segunda-feira, maio 10, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR VERDE

Olá!

Obrigada por estarem sempre aqui me prestigiando com seus comentários! Esse carinho não tem preço, vocês sabem.

Ao post verde.

Parece fácil, mas não é. Escrever o quê, com esse festival de verde ao meu redor? Como fazer escolhas com excesso de opções? Deixe-me ver. Tem a natureza, toda vestida de verde, esplendorosa, celebrando a juventude do mundo. Tem o mar, num verde azulado, imenso, brilhante e único. E tem aquele garotinho bronzeado, com seu olhar verde-água, meu Deus, aquele olhar translúcido não merece um post?

E o verde-bandeira do meu Brasil? Ah, esse tom de verde é muito lindo, de um fascínio sem par. E isso me lembra, na mesma hora, daquele pintor brasileiro que não tem vergonha de pintar nossas cores. Sim senhor, e o verde é uma constante em sua obra. Quer mais? Ele tem projeção internacional. Seu nome? Aldemir Martins, 88. Oh, my God, esse eu não saberia reverenciar.



E o sapo? É, daria um post bem legal, pois é. Mas porque diabos o sapo não lava o pé? Será mesmo que ele não qué? Maldição, nem os filósofos conseguem descobrir. Tá bom, nada de sapo com chulé.

Não esqueço da esmeralda, pedra preciosa, jóia majestosa, chiquérrima, uma poesia sem palavras. Mas, sinceramente, eu nem saberia o que dizer, até porque a considero uma das mais puras magias da natureza.

E o nosso chimarrão gaúcho, quente, revigorante, amistoso, verde-profundo? Mas bah tchê, esse aí, até pra falar nele tem que ter um ritual e, caso eu esqueça algum detalhe, vocês vão me detonar. Okay, mas não deixo por menos: o chimarrão gaúcho é um baita ajuntador de amigos!

E o limão? Cheiroso, saboroso, energético. Você já provou o chá de limão? Prove e depois me conte. E a limonada então, com aquele gostinho de frescor?  E tem também o abacate. Humm, a-do-ro, é tri. Sei, sei. Tem um montão de coisa boa... mas entenda, eu é que não me dou bem escrevendo sobre sabores. Grrrr.

Que tal falar na cor-símbolo das artes médicas: o verde das togas que os médicos usavam lá na Idade Média, simbolizando a imortalidade? E se eu abordasse a esperança, a calma que o verde supõe? Caracas, tô é muito chata. Mas tenho cá minhas razões, pois esses temas superiores, a turma da blogosfera, certamente, vai mandar muito bem com suas poesias, textos, crônicas e lindas imagens. E eu?  Help.

Bom, já vimos, até aqui, nada feito. Mudarei de direção, seguirei outras veredas.

Quer saber? Vou mesmo é homenagear alguém. Não, não é dondoquice não. Ele foi o meu herói dos quadrinhos durante um tempão, meu fetiche na adolescência. Ele é ótimo, um fofo, verde, verde, verde... e andei lendo que ele vai ressurgir ultramoderno agora, num longa. Parece que é pra 2011. Ops!!! Acabei de descobrir uma coisa: já sei de onde saiu minha vocação jurídica. Óbvio, ele fundou a Liga da Justiça! E arregimentou uma tropa! Taí. Veja você, se não fosse essa blogagem coletiva, juro que seguiria pelo resto da vida atribuindo minha vocação ao meu-alto-senso-de-justiça, o que, convenhamos, seria injustiça com o meu herói.

Então, já adivinharam quem é quem? Ah não? pois então vejam:



L A N T E R N A    V E R D E

O Lanterna Verde é um super-herói dos quadrinhos, que surgiu em 1940. O Lanterna Verde atual foi lançado nos quadrinhos da década de 60, e sua identidade era a de Hal Jordan, membro fundador da Liga da Justiça da América.  Em 1970 ele foi repaginado e apareceu numa nova série de quadrinhos, de cunho social. Foi então que consolidou-se definitivamente como herói popular, pouco importando que nas séries seguintes os temas abordados fossem mais cósmicos.




Quem quiser saber mais, já sabe: direto no Google.
Ah, e aqui tem um link para os aficcionados (como eu, rsrs!).

Beijos. See you later. Fui.

domingo, maio 09, 2010

MANHÊEEE...

Olá, todo mundo!

Hoje é dia das mães e eu quero homenagear aqui, em primeiro lugar minha mãe, dona Odete, depois minha filha Daniela (que também é mãe), e a seguir, minha nora Michelle (que um dia será mãe, e tomara que seja logo, rsrs!) e, na sequência,

t o d a s    a s    m ã e s    d o    m u n d o.

É certo que embora a tecnologia tenha inventado milhões de coisas para agradar às mães, ainda não inventou algo que substituisse essas palavras tão simples, mas que, com toda a sinceridade, anuncio aos quatro ventos:

Mãe, eu te amo. Feliz Dia das Mães!

Pra fazer essa homenagem, aproveitei a cara de hoje do tio Google, que achei muito fofa e além do mais, ele é megapopular e suponho que todas as mães irão apreciar. E por falar em apreciar, APRECIE SEM MODERAÇÃO!!!!












Um pouquinho de mamãe!

Minha mãe é ariana das boas, disciplinada, pra-frente, amiga. Tem 76 e parece minha irmã. Não é metida e nem enche o saco de ninguém. Já passou um montão de trabalho na vida, (que eu sei) e continua numa boa, nem parece. É gente finíssima. Nossa diferença de idade é mínima,  por isso ela tem mais é que "me respeitar", oras!  Hoje à tarde irei na casa dela, dar meu abraço filial. Vou aproveitar e bater uma foto de nós duas pra vocês verem como tenho razão, parecemos duas irmãs. Gente, na idade em que nós estamos, 16 anos não é diferença. Mesmo.
Beijos. Fui

sexta-feira, maio 07, 2010

DOLCE FAR NIENTE



Beleza,  final de semana chegando, muitos planos, ou nenhum, apenas ficar em casa no dolce far niente. Quer coisa melhor?  Eu acho ótimo, só no bem-bom, rsrs. Aproveitando a sexta, achei legal brincar um pouquinho com as rimas. Olhaí o resultado. Espero que gostem.
  
Sexta-feira, maravilha!
É Dia da Alegria
É hoje!!! Vem abraçar
O Sorriso e a Magia.

Eu sei, o sorriso foge
quando as coisas não vão bem.
Mas é possível lutar
E a cabeça levantar.

Abra as portas pra Alegria
Deixe o sorriso chegar
E ao menos por instantes,
a vida iluminar!

Acredite, assino embaixo
a alegria faz milagres,
ilumina o pensamento
e acalma os pesares.

Não perca nenhum minuto
Aproveite bem o dia
Cante alguma melodia
Se embriague de energia.

Sim! Insista em festejar
o Dia da Alegria
Por favor, ande mais leve
Encare o mundo e sorria!

Fiquem com Deus. Fui. Beijos.

Ah, ia me esquecendo, ontem assisti um vídeo da Isabel Allende. Uma palestra maravilhosa. Coloquei o link no final do post anterior, aí embaixo. Estou avisando porque acho que muita gente não viu, pois foi só ontem que achei, e o pessoal já tinha lido o post e comentado. Fica aqui a sugestão pra quem quiser. 

quarta-feira, maio 05, 2010

A CASA DOS ESPÍRITOS


Quando li pela primeira vez o livro de Isabel Allende "A Casa dos Espíritos", gostei muito, e tempos depois, quando tornei a ler, com uma bagagem de vida um pouquinho (hehehe!) maior, simplesmente adorei! Sou fã de realismo fantástico e este é um dos fios condutores da escrita de Allende. (Notáveis influências de Garcia Marquez, que é outro escritor que amo de paixão).

Quando foi lançado, em 1985, "A Casa dos Espíritos" foi um sucesso absoluto. O livro tem quase 500 páginas e a gente entra num mundo mágico desde a primeira frase. A história é comovente, marcada pela magia, pelo amor e pela tragédia. Arrependi-me de não ter feito esse post no dia 08 de março, o tal de "dia da mulher". É que Isabel Allende, nesse livro, presta tributo às mulheres do mundo inteiro, na medida em que traz à tona, a dor de toda uma geração de mulheres chilenas. E ao mostrar a violência do regime totalitário, do machismo e da misoginia do poder patriarcal (sempre fortalecido no aparelho repressivo do Estado), ela nos convida a exorcizar a culpa e a refletir sobre a liberdade e a justiça. Pelo que sei, boa parte da história é verídica e ela própria, quando questionada a respeito, afirmou que as mulheres da história realmente existiram. Bom, é só ler a dedicatória: "A minha mãe, minha avó e às outras mulheres extraordinárias desta história." E atenção, o livro é também um alerta aos que vivem acostumados à anestesia do esquecimento: "É a perda da memória, e não o culto à memória, que nos fará prisioneiros do passado".

O romance se passa, no início do século XX e conta a história das famílias Del Valle e Trueba, com suas ideologias totalmente opostas. A revolução no Chile que terminou com o golpe militar de 1973 e derrubou o presidente Salvador Allende (tio da autora) é o cenário que influenciou a dinâmica da narrativa.

Tudo gira ao redor do patriarca Esteban Trueba, mas a narrativa é feminina, sob a perspectiva das mulheres (do clã), que lutam pelo que acreditam. Mas, a meu ver, não é uma narrativa feminista, é bem mais profunda do que isto, pois mostra a luta da mulher pelos seus direitos, numa sociedade tipicamente masculina. No decorrer da leitura, a gente se depara com dois discursos, de um lado a verdade masculina-conservadora, e de outro, a feminina-progressista. No entanto, e, no meu pensar, esse é o grande diferencial da obra, o leitor tem possibilidade de reconhecer as razões de cada personagem, num exercício dialético que democratiza o próprio espaço textual.

Clara, Clarividente como era chamada, é o personagem principal e está presente na história, desde a infância até sua pós-morte. Ela é o alicerce da família, o equilíbrio e o elo de ligação entre todos. Com seus incompreendidos poderes premonitórios e visão espiritualizada da vida, desde pequena, Clara surpreendia a todos com suas capacidades telepáticas - conseguia ler a sorte, mover objetos com o pensamento e prever o futuro. Sua capacidade telepática era tão acentuada que os objetos movimentavam-se como se tivessem vida própria. Em seus cadernos de anotar a vida, escrevia o que sentia e colocava lá tudo o que acontecia no dia-a-dia. − Aliás, a saga da família, Alba só conseguiu relatar porque Clara (sua avó) deixou registros em seus "cadernos de anotar a vida". − A morte misteriosa de sua irmã Rosa, "a Bela", fez Clara emudecer de culpa, achando que sua previsão teria dado causa àquela morte prematura. Só quebrou o silêncio, nove anos depois, para anunciar que se casaria em breve. O noivo? Esteban Trueba, que ela já havia previsto, muito tempo antes, que se tornaria seu marido.

Para os padrões da época, Clara não foi uma boa dona-de-casa. Estava sempre às voltas com suas telepatias e premonições. Vivia num mundo à parte, ajudava os necessitados e conversava com os espíritos. Era ausente, mas sempre presente na família. Era avessa a assuntos fúteis e não sentia ciúmes do marido, "nem ao menos percebia quando ele a desejava ou sentia ódio por ela, era distraída". Com sua inteligência brilhante, ela sabia que o medo era o alicerce do sistema de dominação a que os camponeses e as mulheres eram submetidos naquele momento histórico. (E essa inteligência sensível sempre irritou seu marido, afinal ele era a autoridade, o pai e senhor... Jamais ele poderia imaginar que seu temperamento impulsivo, violento e cruel e que suas idéias arcaicas refletiriam com tanta contundência no futuro de sua família).

Esteban Trueba era um homem truculento, representante ferrenho da sociedade falocrática, que nega à mulher voz e participação na sociedade. Acreditava que Nívea (mãe de Clara) estava "mal da cabeça" porque ela lutava para que as mulheres tivessem direito ao voto. Ele nunca compreendeu a força do silêncio de Clara, ao contrário, ele o considerava (o silêncio) uma virtude.(!) Era dado a acessos de raiva e Clara sofreu muito nas mãos dele. Também costumava descarregar sua ira contra os trabalhadores, que no seu entender não tinham direito nenhum, apenas deveres. Mas ao ler a gente acaba percebendo que também ele, era fruto de uma época, cujos valores o tornaram um homem solitário, amargo e rancoroso. Associava o autoritarismo ao paternalismo, transformando em dependentes os que o cercavam, e comprava-lhes a fidelidade com alguns litros de leite e bônus cor-de-rosa (trocados nos armazéns da fazenda que eram seus), casinhas de alvenaria e uma escola, mas era partidário de que os camponeses não tivessem muitos conhecimentos, pois sabia que a ignorância daquele povo é que eternizava os privilégios que possuia.

Cada um dos personagens está retratado na história com seus questionamentos existenciais e suas formas de participar no contexto social de sua época.

Impressionou-me o significado dos nomes das mulheres: Nívea, Clara, Blanca e Alba. Observe a escolha que a autora fez desses nomes. Todos eles estão carregados de simbologia, compondo uma cadeia de sinônimos que aponta para a LUZ. Alba, último elo dessa cadeia, é o alvorecer de um novo dia, uma esperança e uma promessa. Aliás, a própria estrutura circular da escrita, que começa e termina com a mesma frase, nos remete para uma idéia de recomeço: "Barrabás chegou à casa da familia por via marítima". Há ainda outra mulher, de importância ímpar, chama-se Férula, cujo nome também é simbólico. Ela é a irmã e o "carma" de Esteban. Como se vê, Allende brilhou também nesse particular.
Chega, vou parar senão me empolgo e conto o livro. ;)

Que livro!
Era isso. Fui. Até breve.

A t u a l i z a n d o : esqueci de falar no filme. Não gostei, não tem nada a ver com o livro, muda completamente o foco.  A meu ver, transforma e banaliza uma história tão linda!( Aff). Não é que o filme seja ruim, entenda. Acontece que não é a história contada no livro, ah isso não!! Não é mesmo!! Ouvi dizer que Allende abominou, parece até que surgiram alguns problemas, mas não tenho certeza. Mas se é verdade, ela está com toda a razão.

Gente, olhem essa palestra de Allende, é de chorar!

terça-feira, maio 04, 2010

CHARLES CHAPLIN

Olá, pessoal!


... e aí vem ele. De novo. Meu querido Charles...
E agora, aonde andam as palavras para apresentá-lo? Não sei, não as encontro, sumiram. Ok, então vou improvisar: Charles Chaplin, ele é tudo e mais um pouco! Charles Chaplin!

"Esta maneira de querer fazer com que a pobreza do próximo seja atraente é péssima. Eu ainda não conheci um pobre que sinta falta da pobreza ou que se sinta livre sendo pobre."
"Cada segundo é tempo de mudar tudo para sempre.”

A t u a l i z a n d o : Gente, minha amiga Deia, fez um comentário tão legal e deixou um link bacanésimo que até vou postar aqui para compartilhar com vocês. Obrigada Deia, adorei.

Deia disse...
Marli, tenho tanta simpatia pelo mestre do cinema mudo! Complementando seu post inspirado, segue a música cuja letra tem como autor o seu homenageado.
Smile!
http://www.youtube.com/watch?v=iu-rLA4POkI
Espero que gostem
Ah, não deixem de ler o mini-post aí embaixo sobre os direitos animais!
Tchau. Fui.

CURSO SOBRE DIREITOS ANIMAIS SERÁ REALIZADO EM PORTO ALEGRE - RS

Olá!

Estou divulgando o curso “A PRÁTICA DOS DIREITOS ANIMAIS NAS RELAÇÕES COM SERES HUMANOS” que será realizado nos dias 28 e 29 de maio e 04 e 05 de junho, em Porto Alegre-RS.

Esse curso é muito importante, por infinitas razões. Os seres humanos precisam, com a máxima urgência, se darem conta de algumas coisinhas, que o nosso conhecido Pitágoras, já sublinhou há muito tempo atrás:
"Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor."
Só pra desabafar: tem uma coisa em que penso muito: a preparação para o crime (contra animais e pessoas) começa bem cedinho, lá na infância. Veja. As crianças pequenas pensam (naturalmente) que os bichinhos de estimação são de pelúcia ok? E fazem o que querem deles! E os pais acham tão bonitinho seu filhinho maltratando o animalzinho! Que amor! E não ensinam. E depois não querem criminosos na sociedade? Essa não!!!  Bom, mas isso é assunto pra outro post.

Pouca gente sabe, mas os mecanismos de proteção aos animais estão previstos na Legislação Nacional e podem ser exigidos por qualquer um de nós. Esse curso objetiva exatamente isso: clarear a situação.

É preciso dar um basta nessas atrocidades que são cometidas contra os animais. Penso sinceramente que, no ponto que chegamos, só o conhecimento e ação judicial concreta e articulada podem impedir o avanço desses crimes.

Clique na imagem para ler o folder
Veja a notícia inteira aqui.

Por enquanto era isso.
Fui.

segunda-feira, maio 03, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR ALARANJADA

Olá, a blogagem coletiva de hoje é sobre a cor alaranjada.

Vamos lá. A cor alaranjada é uma cor afirmativa, uma cor de vibração, de sucesso, de movimento, das delícias. Então pensei de cara, nos fractais de Mandelbrot, que acho uma loucura, dinamismo puro! E geram imagens ma-ra-vi-lho-sas! Uau. Gente, tem cada imagem de cair o queixo. No final do post vai um link pra você dar uma espiada.

Caso não saiba o que são fractais, você não está só, tem zilhões de pessoas que nunca ouviram falar. Então vou dar uma pincelada. Fractais são figuras geométricas não-euclidianas, geradas em computador, que retratam fenômenos da natureza. A palavra fractal foi criada por Benoit Mandelbrot para descrever um objecto geométrico que nunca perde a sua estrutura qualquer que seja a distância de visão.

A bem da verdade, não existe uma definição precisa a respeito dessas figuras. Mas a gente pode dizer que "uma figura é um fractal quando ela é formada por diversas partes, que lembram, cada uma, o desenho da figura inteira". (Mandelbrot e Michael Frame, in "Chaos Under Control: The Art and Science of Complexity").

Bem que eu gostaria de ter trazido aqui, imagens fractais que a gente encontra na natureza, oh my God, são perfeitas! E tem tantas... (brócolis, por exemplo). Mas daí a encontrar a dita imagem na cor alaranjada, complicou..., hehe.

Pronto, agora você já está diplomado, rsrs em geometria fractal! É hora de ver a linda imagem que resultou da dupla dinâmica: cor e forma, haikais e fractais. Enjoy.


MSBd3

Arte digital --
Fractais alaranjados
explodem no ar.





Fernando Pessoa, tinha esta visão dos objetos da natureza, embora não tivesse conhecimento da Geometria Fractal:

‘..E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Com tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.”


A t u a l i z a n d o :  Achei agora, nesse instante, um modelo de fractal que a gente encontra na natureza. Aposto que esse você já conhece e eu até já falei nele aí em cima: hummmm e fica uma delícia gratinado!!!  Óbvio, é o brócolis! Pena que não é alaranjado, hehe.

MSBd2

Coisa mais linda!
Natureza gerando
padrões fractais.


Eis o link da imagem digital.
Se quiser saber mais, o tio Google está recheado, é só digitar fractal.
Blogagem coletiva. Blog Café com bolo.
Beijos, até breve.

sexta-feira, abril 30, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - OUTONO

Olá turma!
"Árvore da Vida" de Gustav Klimt

O OUTONO DA VIDA

Desde que me conheço por gente ouço falar no outono da vida. Saí a procura de respostas e não encontrei. Resolvi... bem, tive que viver. Agora eis-me aqui, no outono de minha existência. Calma, é que andei fazendo umas pesquisas e segundo apurei 60 anos é idade outonal. Pois que seja. Aqui estou. Só para esclarecer, outono aqui é sinônimo de velhice.

No outono você sabe, o cenário é outro, as folhas caem, as árvores perdem suas roupagens coloridas e o chão vira um lindo tapete florido. A temperatura é mais amena e o céu é de um azul intenso, lindo de doer! É tempo dos frutos. Mas a gente tem de varrer o chão todo o dia para que a beleza resplandeça e o tapete de flores se renove. O outono da existência também é assim. O cenário é outro e reclama trabalho para que a beleza resplandeça.

Se a gente muda? Meu Deus, muito!! Falando por mim, claro, mudei interna e externamente. (Mas a mudança interna é bem mais lenta, e isso é bom, embora a gente às vezes tenha que pagar alguns micos, rs). Tô aqui me desentendendo com a menopausa, com as gordurinhas, com as lentes de meus óculos, com os ossos doloridos e outras mazelas que tais, mas nada que me impeça de rir, de emocionar-me, de fazer o que gosto, (o gosto da gente também muda, graças a Deus) e de continuar sendo útil aos meus semelhantes, pois tenho para mim que o que entristece e mata os velhos de desgosto não é a velhice, mas a sensação de inutilidade social.

Mas se você me questionar sobre o mérito da questão, sobre o que acho da velhice em si, respondo que considero-a como uma fase da vida, simplesmente, como tantas outras que venho passando. Há coisas boas e ruins e, do ponto de vista físico, a gente tem mesmo que aprender a lidar com as perdas, que são muitas e bem significativas, temos que aprender a compensá-las para evitar as frustrações. Temos que tratar de colher os frutos e saboreá-los com muito gosto. Mas isso é um processo, um aprendizado que a gente vai tirando de letra. O que não podemos é emburrecer, hostilizar os mais jovens e amargar a convivência. E por falar em convivência, temos que exercitar essa arte, num clima de respeito mútuo entre velhos e jovens e jovens e velhos. Na convivência saudável há sempre uma renovação. E isso é fundamental no processo de envelhecimento.

Aí leio textos que falam na "melhor idade", na "terceira idade" e outras baboseiras mais. E fico pensando, avemaria pra quê esses eufemismos? Pra encobrir o quê? Ora, tá na cara, pra encobrir o preconceito. Claro, velhice agora virou palavrão! Encarar a velhice? Nada. Vamos encobri-la, vamos enganar, infantilizar. (Gente, que maldade!). Pois acreditem, tem até um comercial que diz que tal coisa, nem lembro o quê, é para "idosos com espírito jovem". Licença, aonde vamos? Coitados desses idosos e seus espíritos jovens! Tadinho deles... Imagine se meu espírito jovem deseja participar de um rally, que meu corpo não aguenta... sofrimento atroz né, é no que dá o tal espírito jovem aprisionado num corpo velho! Não concordo com isso. Tudo tem seu tempo: infância, juventude e velhice, ado, ado, ado, cada um no seu quadrado, rs. E na santa paz. Equilíbrio e bom senso. É mais ou menos por aí.

Não sou a favor de lutar contra o envelhecimento a qualquer preço. Penso que as cores do outono são essas que a natureza pintou, e não está em nós modificá-las, quando muito, podemos avivá-las, pois são muito belas, é só olhar bem, numa boa, sem enganações. Por isso que, no meu outono, sigo fazendo o que posso, trabalho bastante, luto pelo direito dos meus clientes, ajudo meus filhos, dou uma olhadinha nos netos, sem neuras, dentro do possível, que também não sou de ferro. Tenho outros interesses, quero fazer mais coisas: quero ler, escrever, passear e me divertir junto a quem amo. E às vezes sozinha, comigo mesma. Gosto da minha companhia.

Complicado mesmo são as armadilhas que o espelho nos apronta: tem dias que vou em direção a ele acreditando que tenho trinta, olho-me e vejo sessenta, que droga, sei que tem outra ali dentro! E esse espelho que não me mostra? grrr.

Que fazer? O fato é que sempre gostei do outono e continuo gostando, agora dos dois, da natureza e da existência. São duas faces da mesma moeda. No bem e no mal. Mas, cá entre nós, melhor idade mesmo é 25 / 30 anos! Eita idadezinha boa! O resto é bobagem. Valha-me Deus! 

- Marli Soares Borges -


quarta-feira, abril 28, 2010

HAICAI DE OUTONO

Olá, amigos, pra vocês meu haicai de outono.
Gosto muito do outono, das cores, do cheiro, do ar, do céu. O sol das manhãs outonais é um brilho só. Um encanto. E ainda por cima, catei no tio google essa imagem mui linda. E haikai? É tudo de bom. A-do-ro.

MSBd1

Chegou o outono.
Despedem-se as cores
no sol da manhã.

Beijo. Fui.

segunda-feira, abril 26, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR LILÁS

Olá!

Hoje pintaremos nossos blogs com a cor lilás. De minha parte acho ótimo pois me lembra um livro que aplaudo em tudo: na apresentação, no tema, na narrativa e na forma como o autor apresenta o herói. O livro é bem conhecido e chama-se "O Planeta Lilás". O autor é nosso querido Ziraldo.

 

Suponho que todo mundo já leu esse livro, mas, mesmo assim, vou fazer um resuminho rápido: é a história de um Bichinho bem pequenininho (tanto que não se via a olho nu), que vive sozinho num planeta lilás. Cansado do mundo roxo ele resolve viajar a fim de conhecer o universo. Constrói um foguete e sai por aí. Descobre planetas e habitantes e então cai a ficha, ele percebe que o universo por onde viajou era um livro e que o seu planeta lilás nem era um planeta e sim uma flor, uma violeta que estava guardada dentro de um livro.





Gente, é uma linda história, poética e cheia de significados. Incrível a forma como o autor caracterizou seu herói. Observe que apesar de sua aparente insignificância, o 'bichinho' questionou uma realidade com a qual os demais habitantes já estavam conformados. É bom lembrar que esse livro foi editado pela primeira vez em 1979, em plena ditadura militar.

Para mim, Ziraldo realmente é digno dos louvores que tem recebido pela vida afora, e nesse livro, (mais até, do que no Menino Maluquinho) fico impressionada com o modo como ele utilizou-se de uma mídia aparentemente inocente (um livro infantil) para expressar sua visão de mundo e trazer a esperança para as novas gerações.

No meu entender, O Planeta Lilás foi, na época, uma metáfora do Brasil (planeta verde e amarelo, sufocado pelo conformismo daquele sistema alienante). Veja você o alcance da metáfora: quem são os leitores? São os pequenos (tão pequenininhos...), mas que irão crescer e tornar-se cidadãos críticos e questionadores, e, quem sabe, também se cansarão das realidades carentes de mudanças sociais. E, mais, Ziraldo ainda deixou claro que da mesma forma que o ‘bichinho', as novas gerações poderão partilhar suas descobertas com todos os demais ‘habitantes' do nosso planeta: "outros bichinhos pequenos com os mesmos olhos grandes pra trocar informações."

Genial, não?

Nossa! Como é bom falar e mostrar para as crianças que é possível desbravar novos mundos. Como é bom falar da vontade e da coragem que precisamos ter para encarar os desafios que a vida nos apresenta. Como é bom falar na garra e no entusiasmo que é preciso ter!!! Vamos falar, vamos mostrar, nossos baixinhos merecem o gostinho da esperança!!

Agora, com vocês a alegria do Bichinho, conhecendo novos mundos:

"E o bichinho exclamava: Eu sabia!
Eu sabia que outras cores haveria
além do roxo e do violeta do meu planeta lilás!”
Bem, por enquanto era isso. Fui, saí do planeta lilás, rsrs, vou desbravar novos mundos! Voltarei para compartilhar!!!

Blogagem coletiva do Blog Café com Bolo.
Beijos multicoloridos!!!!.

sexta-feira, abril 23, 2010

NÃO SEI...

Olá!

Trago hoje um poema que adoro. É de Cora Coralina.
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985).

Cora Coralina? Beleza, a gente já conhece, desde longa data. É verdade, parece que sempre a conhecemos, uma simpatia de velhinha. A grande poeta de Goiás.

Gente, eu amo Cora Coralina, grande poeta, um exemplo de coragem. Carregou um casamento infeliz durante quase toda sua vida e só na viuvez conseguiu se encontrar.  É impressionante como a vida tem surpresas, imagine só, quando ela soube, quando ela sentiu que era poeta, ela já estava bem velhinha, já havia passado todo o trabalho do mundo, gastado todas suas forças e levado muitas pauladas da vida. Mas nada disso a impediu, ela soube que precisava tomar consciência de sua real dimensão como mulher e como poeta.  E ofereceu ao mundo versos nunca vistos, de uma pureza ímpar, um talento que me emociona até às lágrimas.

Esse poema que eu trouxe, foi escrito quando seu rosto já estava bem enrugado e o corpo maltratado pela vida, mas a alma, nossa(!) a alma está aqui, límpida, pura, elevada, inteira, em versos cheios de vida, de amor e de grandeza, como ela sempre foi e como ela morreu. Em estado de graça, digna, amando e poetando. Acho que é bom morrer assim.


NÃO SEI...

Não sei... se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...

se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.

que gostem.
Beijos e bom findi.

quarta-feira, abril 21, 2010

ELOGIO DA LOUCURA

Olá! Hoje é feriado e nada melhor do que falar sobre um livro fora de série. Um baita livro. Aliás, quase incluí esse livro no post vermelho, mas iria ficar muito extenso e preferi postá-lo separadamente. Mas você vai ver, é uma loucura, própria do vermelho.


Erasmo de Rotterdam (Desidério, para os íntimos) escreveu há quase 500 anos um ensaio denominado "Elogio da Loucura". Acho que essa obra ainda hoje é superimportante para quem pretende abraçar a ousadia, lançar novos olhares sobre o mundo e fugir do saber ingênuo e "normal".

O "Elogio da Loucura" não se dirige a alguém em especial, ele focaliza a louca humanidade. Configura a loucura como energia criativa das ações humanas e sinaliza a necessidade de libertação dos indivíduos de uma possível “opressão da razão” sobre os instintos mais naturais. Claro, por favor, entendam, é a Loucura numa visão romântica e jovial, que ajuda as pessoas a suportarem a vida! É uma alavancada saudável às atitudes! Ele nos mostra de uma forma leve, divertida e espontânea que onde a loucura se instala, encontra-se também o amor, a alegria de viver, a felicidade, e os melhores delírios e emoções de nossas vidas! :)) E ainda explica, hehe: diz que isso se dá porque todos esses sentimentos são sinônimos da loucura! E costura as palavras de modo a deixar claro que aqueles que não reconhecem a necessidade da Loucura, ou seja, a maioria de nós, estaremos fadados a levar apenas uma "vidinha". Mas o mais interessante de tudo é que à medida que a gente vai lendo, nosso raciocínio vai aguçando e aí, simplesmente não tem como discordar, pois a capacidade argumentativa e literária do autor, é notável. E assim, com leveza ele vai tocando nas feridas de sua época... e da nossa também, sim senhor!!! (ou você pensava que fossem outras?). E tem mais um detalhe, aprecio muito a ousadia, o modo fascinante como ele bate de frente com a tradição religiosa da época. E, só para constar, o livro é escrito na primeira pessoa, ou seja, quem fala é a Loucura!!!
Chega. Já falei demais, pelamor!

Eis um pequeno trecho do "Elogio da Loucura"(Encomium Moriae), ensaio de autoria de Erasmo de Rotterdam (1466 — 1536).

"(...) Mas parece que, sem refletir no que sou, vou ultrapassando há bastante tempo todos os limites. Por conseguinte, se tagarelei demais e com demasiada ousadia, lembrai-vos de que sou mulher e sou a Loucura. Ao mesmo tempo, porém, não vos esqueçais deste antigo provérbio dos gregos: Muitas vezes, também o homem louco fala judiciosamente. E não ser que pretendais que, nesse provérbio, não estejam incluídas as mulheres, pois eu disse homem e não mulher. Esperais um epílogo do que vos disse até agora? Estou lendo isso em vossas fisionomias. Mas, sois verdadeiramente tolos se imaginais que eu tenha podido reter de memória toda essa mistura de palavras que vos impingi. Em lugar de um epílogo quero oferecer-vos duas sentenças. A primeira, antiquíssima, é esta: Eu jamais desejaria beber com um homem que se lembrasse de tudo. E a segunda, nova, é a seguinte: Odeio o ouvinte de memória fiel demais. E, por isso, sedes sãos, aplaudi, vivei, bebei, oh celebérrimos iniciados nos mistérios da Loucura."
Ah, esse livro é livre, você pode baixar.

terça-feira, abril 20, 2010

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Olá!
Vem aí um filme imperdível!




Com estréia marcada no Brasil para 21 de abril de 2010, o mais novo filme de Walt Disney  promete ser um sucesso de bilheteria. Trata-se da adaptação para o cinema de Alice no País das Maravilhas e é, sem dúvida, um dos filmes mais aguardados para esse ano. Pelo que pude apurar, a história a ser contada no filme é a mesma do livro: a garotinha se chama Alice, só que agora ela tem 17 anos.

No elenco, está Mia Wasikowska como Alice, Matt Lucas, Michael Sheen e Johnny Depp como o Chapeleiro. O diretor é Tim Burton e a exibição será em 3D. (Acho perfeito 3D!).

Johnny Depp com olhos verdes e cabelos laranja, na pele do Chapeleiro Maluco, está com o visual pra lá de excêntrico.

Enredo: Numa festa Alice descobre que será pedida em casamento. Então resolve fugir do local e segue um coelho branco. Na sequência, ela cai dentro de um buraco e vai parar no Pais das Maravilhas, um lugar que ela visitou há dez anos atrás, mas que não se lembrava mais. Nesse lugar vivem seres mágicos. Como se vê, o filme parece que será uma espécie de continuação do original.

Para promover o filme, foram lançados 3 posters, que reunidos formam o banner que coloquei no início do post. Esse banner é giganteee!

Eis aqui o link para o trailer.

Ano passado fiz um post com um diálogo bem interessante retirado do livro de Lewis Carroll, mas pouca gente teve oportunidade de ler porque na época daquela postagem meu blog acabava de chegar à blogosfera e portanto, era totalmente deconhecido. Se você quiser dar uma lida, clique aqui. O título do post é" Caminhos", acho que você vai gostar.

Era isso. Fui. Até mais!!!!!!

segunda-feira, abril 19, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR VERMELHA

Olá!

Meu Deus, uma chuva de comentários em meus posts! Quanto carinho! Vocês são muito legais, são gente da melhor qualidade! Andei meio sumida nesses dias, na correria, e pra não deixar ninguém na mão, selecionei umas piadinhas espertas e programei um post. E vi que vocês gostaram, que bom!  Agora estou de volta e seguirei comentando suas postagens, que, repito, sempre leio com calma e atenção, principalmente porque sei que em tudo que a gente escreve colocamos um pouquinho de nós. Se não posso ler de verdade, então nem comento. Essa sou eu. Obrigada, mais uma vez.

Na postagem coletiva de hoje a cor é vermelha ou vinho. Escolhi vermelha, então vamos lá. Para início de conversa, fiz um Haykai porque pretendo extrair a essência do que realmente o vermelho significa para mim. Depois tenho algumas palavras sobre um filme que, no meu pensar, tem tudo a ver com o assunto.



No vermelho há
substância concreta,
vida, loucura, amor.


O FILME

Você já deve ter visto "A Lista de Schindler" (1993), filme dirigido por Steven Spielberg. Nesse filme o vermelho está presente numa cena inesquecivel, cujo significado projeta a vida em toda sua concretude e substância.

Num brevíssimo resumo, posso dizer que Oskar Schindler, além de membro do Partido Nazista, é um boa-vida que se aproveita da Guerra para aumentar seus negócios. Mas ao conviver com os judeus sofridos, Schindler realiza e deixa perpetrado na história, um dos maiores atos de coragem, amor e bravura de que se tem noticia na Alemanha de Hitler.

Acho esse filme perfeito, o melhor que já assisti sobre o holocausto. Foi todo filmado em preto e branco e tem cenas de violência explícita que dói no coração da gente, paralisa e emociona. Mães separadas dos filhos, mulheres que ficam sem seus maridos, famílias destruídas, medos intermináveis, crueldades e assassinatos sem a menor justificativa. Um realismo chocante. E a imagem em preto e branco, meio cinzenta, nossa(!), é a cor da guerra em toda sua plenitude. Nesse contexto surge um detalhe que faz a diferença: a menina do casaco vermelho. Aquele tom vermelho foi a epifania que fez com que Schindler percebesse o que realmente estava acontecendo, foi o divisor de águas que o fez mudar radicalmente de planos (lembra, ele era um bom vivant) e escrever a Lista que salvou a vida de milhares de judeus. Veja você a genialidade de Spielberg, ele rodou o filme inteirinho em preto e branco, apenas para que aquele momento único de beleza e sensibilidade pudesse acontecer!! Simplesmente, fantástico! Aliás, o próprio Spielberg disse, na época, que a garotinha de vermelho era uma referência, como se Deus tocasse os ombros de Schindler num recado, que felizmente ele entendeu. Sentiram o vermelho, a substância (sangue), a força vital?

O MILAGRE

Numa noite, ao passear perto de um dos parques de Cracóvia, Schindler assiste à invasão de um dos guetos onde estavam os judeus na cidade. Então, sem mas nem porquê, ele observa uma menininha de casaco vermelho que, perdida, procura um lugar para se esconder. Dias depois, ele vai ao campo de concentração e assiste às instruções para cremar os cadáveres das crianças. E naquele momento ele olha e, a uma certa distância, identifica o casaco vermelho em meio à pilha de corpos. Gente, eis a epifania da vida!  Schindler está decidido: irá  usar toda sua fortuna e prestígio para escrever sua famosa lista que salvará os judeus!


Nem é preciso dizer que essa cena antológica acordou minha percepção para a substância que está contida no vermelho do sangue, da vida e do amor!  Não me canso de dizer, esse filme é uma loucura, mesmo que a gente o reveja, sempre nos causará um impacto profundo. No momento em que a Glorinha elegeu o vermelho para a postagem, eu lembrei essa cena. Se o filme é longo? sim, mas cada minuto é compensador. Se é um documentário? Quase. Se é cansativo? Não, never. A fotografia? Janusz Kaminski se superou. E a trilha sonora? Bem, é de John Williams, melancólica, e no violino de mestre Itzak, my God, pura emoção!!

E viva o vermelho!
Gente, perdoem-me, mas
é impossível não falar também no meu time:
O Internacional, é vermelho
e venceu o Pelotas ontem à tarde.
\o/ :))


Blogagem coletiva do blog Café com Bolo.
Tchau, até a próxima!

sexta-feira, abril 16, 2010

RIA QUE É DE GRAÇA!

Olá!

Andei revisando meu lap, e achei umas gracinhas.
Resolvi compartilhar. Tomara que vocês achem graça!
Enjoy!

*
Um maluco ligou pro corpo de bombeiros, dizendo que estava pegando fogo no hospício. Em menos de dez minutos, umas dez viaturas chegaram no local.
Os bombeiros saltaram do carro e o comandante perguntou para um louco:
— Amigo, onde é o fogo?
— Pô, vocês vieram tão depressa que nem deu tempo de eu acender.

*

O louco chega na ótica:
— Bom dia. Queria óculos para ler.
— Outro? Eu já lhe vendi uns ontem!
— Eu sei, mas é que esses eu já li.

*

O sujeito entra na farmácia e pede:
— Eu queria uma caixa de Cloridrato de Metoclopramida.
— Ah! O senhor quer dizer: um Plasil?
— Isso mesmo! Não consigo guardar esse nome!

*

Dois loucos se encontram.
— Quem é você?
— Eu sou Jesus Cristo.
— Quem te falou isso?
— Deus!
— Eu te falei isso!?

*

No hospício, dois loucos comem banana no pátio.
O primeiro tira a casca da banana com o maior cuidado. O segundo come com casca e tudo.
— Ô, cara! — diz o primeiro — Você é louco?
— Vou tirar a casca pra quê? — diz ele, dando mais uma mordida — Eu já sei o que tem dentro!

*

Dois loucos queriam fugir do hospício e o mais inteligente disse:
— Vamos fugir pelo buraco da fechadura!
— Genial! — comemorou o outro
— Você passa primeiro e eu te sigo!
O louco tomou distância, correu em direção a porta e PLOFT! Bateu de cabeça na porta.
Furioso e sentindo a dor da pancada, ele reclama:
— Droga! Deixaram a chave no buraco!

*

Devido à superlotação de um hospício alguns internos tiveram que ser transferidos para outra cidade, de avião.
Já em pleno vôo, o piloto tentava convencer os loucos, pelo rádio, a parar de jogar futebol dentro do avião, até que teve que apelar para o co-piloto:
— Pelo amor de Deus, vai falar com esse loucos! Talvez eles atendam você, se for falar pessoalmente!
O co-piloto sai da cabine e vai ter com os loucos. Depois de pouco tempo, ele volta e o silêncio é total.
— Incrível! — aplaudiu o piloto — Como você conseguiu fazer esses malucos pararem?
— Foi fácil — respondeu o co-piloto — Eu mandei eles jogarem bola na rua.

Até mais, bom findi.
Beijos.

terça-feira, abril 13, 2010

O TREM DA ALEGRIA DAS NOTAS



Olá!

Recebi ontem do maridex um email sugerindo esse texto para postagem aqui no blog. Li e gostei. O texto chama-se "Um Experimento Socialista" e foi escrito em 1931 por um tal de Adrian Rogers que nunca vi na minha vida e também não sei nada sobre ele, --pelo menos não lembro--, mas o texto que ele escreveu é ótimo, boa Adrian, você acertou na mosca! Então taí pra vocês, espero que gostem!

UM EXPERIMENTO SOCIALISTA
Um professor de economia na universidade do Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas." Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".

As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa. O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi seu resultado.

Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado. "Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Até breve.
Fui

segunda-feira, abril 12, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR AZUL

Olá, tudo azul?

Quem pergunta isso?  Só quem está feliz. Tem alguma dúvida? Eu não. Porque será hein? E tem mais, a resposta a essa pergunta será sempre agradável. Venho observando isso há bastante tempo. Então me questiono: será que essa pergunta é indutiva, terá algum corte subliminar? Será influência do azul? Sorry, vou parar, não liguem, sou assim mesmo, encasqueto com as coisas.

Pois bem, quando eu soube que seria azul a cor da próxima blogagem coletiva, eu me realizei, e não tive a menor dúvida, é por aqui que eu vou. Well, na verdade até pensei num post mirabolante, cheio de significados, imagens poderosas, etc, mas, acreditem, prefiro deixar pra minhas amigas e amigos blogueiros(as) que tem uns blogs lindos e bem mais animados que o meu. Hoje aqui, só quero falar azul, ora.

Azul, azul, azul e azul.

O azul é o território da felicidade, do tudobem, do tudoazul. Mas observando melhor, parece que a natureza nos presenteou com pouquíssimas coisas azuis. Tem o céu, o mar, o nosso planeta, a arara azul, algumas flores azuis, a música do Djavan --aquela que azuleja o dia, na voz da Gal--, rsrs e o Pássaro Azul da Felicidade. Mais recentemente eis que surgem no cenário as pílulas azuis, viagrísticas, também alusivas à felicidade (!?). E é só. Ah, e tem o passarinho do twiter, que enquanto não me provarem o contrário, digo que não é coincidência que ele seja azul, hehe, é uma clara alusão à felicidade, o pessoal tuitante que o diga, eles adoram, ficam superfelizes em tuitar! Agora deixe-me dizer uma coisa, tem uma corrente de pensadores que anda afirmando por aí que a cor azul está associada à felicidade exatamente porque tem pouco na natureza, razão porque a felicidade seria muito dificil de encontrar, mas já vou avisando que não concordo. Tudo bem, tem pouca coisa azul, mas o céu é azul, e olha o tamanhão do céu!!!!!! E olha o tamanhão do mar!!!! Não, ninguém me contou, eu vi, não adianta argumentar!!!

A felicidade é azul e existe sim.
E é  grandona!!
É só olhar e enxergar!


Mas quero mesmo é falar sobre um filme que aborda a felicidade como um estado de ser e de estar. Apesar da presença de fadas, etc, a abordagem é feita de forma real e de fácil compreensão. Na verdade é uma metáfora. O nome do filme é "O Pássaro Azul", ano 1940, com Shirley Temple, meio antiguinho né, rsrs, mas tem tudo que as crianças gostam, e os adultos também. Duvido que você não goste. Até porque o filme é uma viagem de amadurecimento.


Vou tentar um resumo apertado: Mytyl e seu irmão Tytyl, perdem o pai na guerra e ficam sós, muito infelizes, até que uma noite recebem a visita de uma fada que primeiro transforma seus animaizinhos (cão e gato) em humanos e em seguida os manda, todos juntos, em busca do pássaro azul da felicidade, que poderá estar no passado, no presente ou no futuro. E aí vem o insight, ao retornar da viagem depois de mil aventuras, Mytyl descobre que o pássaro azul da felicidade era aquele em sua gaiola, que ela tinha capturado bem no início do filme. Veja você, eles procuraram por algo que sempre esteve dentro de sua própria casa. E só agora ela conseguiu ver que a cor do pássaro é azul!  Detalhe: ela é uma menina mal humorada que sempre foi incapaz de valorizar sua família e seus amigos. Vivia num mundo preto e branco e o filme mostra isso nitidamente. O importante: eles regressam com a capacidade de entender que muito do que se deseja está presente, mas é óbvio, a gente tem que notar!  Viram, é uma história simples, mas e daí?  Mais legal, impossível.

Daí eu fico pensando, quanta cegueira, meu Deus, quanta coisa precisamos tirar da nossa frente até enxergar a felicidade possível, a felicidade real? Caramba, a gente idealiza tanto, tem tanto medo guardado, pra quê. E depois se queixa que não é feliz. Chega de enxergar em preto e branco! Misericórdia. Chega. O céu e o mar são imensos e são azuis!! Nossa, acabo de ver uma revoada de pássaros azuis orbitando na blogosfera!! Sejam bem vindos!

E eis que me arrisco a lascar uma moral pra história: Encontrar o pássaro azul é tão simples que poucos conseguem encontrá-lo. 

\o/ 


:))

Se você quiser uma palhinha do filme, tem um link.
Blogagem coletiva do Blog Café com Bolo.

Gente, por enquanto é só.
Beijo.
Fui.

domingo, abril 11, 2010

UTILIDADE PÚBLICA - SOS RIO DE JANEIRO

Esta é uma blogagem coletiva de solidariedade
AJUDE AS VÍTIMAS DAS CHUVAS

Saiba como ajudar clicando na imagem.
 

Vamos ajudar, eles estão precisando e muito!!!

Se demorar um pouquinho para carregar a página, aguente firme, não deixe de ler, pois se você não puder ajudar com alguma doação, pelo menos saberá como passar as informações adiante. E isso, já uma forma de ajudar!

Até mais,
Volto em breve!

sexta-feira, abril 09, 2010

TERRA DOS HOMENS

Olá pessoal,
Muito bom dia!

Ontem surgiu um assunto, sabe aquelas coisas chatas que a gente gostaria de virar a cara e deixar passar, mas que ao mesmo tempo a gente sente que precisa e pode ser resolvido? Uma droga. Sinceramente, eu bem que gostaria de ter empurrado com a barriga e deixado para outro dia, mas meu amigo Saint Exupèry (aquele do Pequeno Príncipe, lembra?) me deu uma sacudida e me salvou. Claro que é verdade, nem pense em duvidar. Primeiro fiquei num banzo que só vendo, mas por pouco tempo, que não gosto de banzos, então, chateada e muito a contragosto, fui à luta. Tratei de botar a inteligência pra funcionar e pensar de que modo eu poderia resolver aquela m..., grrrrrr. Pois bem, entre mortos e feridos todo mundo se salvou, rsrs. O problema está resolvido. Gente tirei um peso. O infeliz já estava querendo acomodar-se nas minhas costas e, sabe como é, a cada dia que passasse se agigantaria. Claro, resolver o problema não foi assim tão fácil, tive que suar a camiseta, mas agora que passou, ih, parece que nem foi nada. Ufa! estou livre!! \o/  (Se não tivesse resolvido, no futuro iria virar um problemão!)

Taí pra vocês, emprestada, (com três Vs, hein) minha tábua de salvação, ainda bem que tenho ela sempre comigo. Já disse e repito, a literatura me salva!! Ah, o nome do livro é "Terra dos Homens". Livro grandioso, faz um tempão que li, mas ele está sempre por aqui, me dando lições. Gente, esse parágrafo, todo ele é de ouro e brilhantes, mas aumentei o tamanho da letra para enfatizar o que meu amigo me diz que sempre me traz à responsabilidade e me coloca na linha, hehe!
"Construiste tua paz tapando com cimento, como fazem os cupins, todas as saídas para a luz. Ficaste enroscado em tua segurança burguesa, em tuas rotinas, nos ritos sufocantes de tua vida provinciana; ergueste essa humilde proteção contra os ventos, e as marés, e as estrelas. Não queres te inquietar com os grandes problemas e fizeste um grande esforço para esquecer a tua condição de homem. Não é o habitante de um planeta errante e não lanças perguntas sem solução: és um pequeno burguês de Toulouse. Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora a argila de que és feito já secou, e endureceu, e nada mais poderá despertar em ti o músico adormecido, ou o poeta, ou o astrônomo que talvez te habitassem."

Deixo aqui link,  pra vocês lerem um pequeno resumo que acho superbem escrito, e que pensa o livro como eu.

Por enquanto era isso.
Fui. Bj.

quarta-feira, abril 07, 2010

UM TETO TODO SEU



Olá, pessoal, tem um livro que acho excelente e que tem tudo a ver com umas discussões que despontam aqui e ali, a respeito das mulheres. Tenho observado que se alguém faz uma abordagem sobre o universo feminino, lá vem um coral cantando que o texto é feminista, etc... e infantiliza a discussão. É um preconceito velado que rotula e hostiliza qualquer coisa que se refira ao panorama feminino, quando os referidos textos tratam de direitos e obrigações, ou seja quando se fala na vida como ela é, porque no mais, a mulher é sempre "linda e maravilhosa". Tenho observado esse viés, nas entrelinhas dos comentários e dos posts que tratam de assuntos quetais. Então trouxe para vocês uma palhinha do pensamento de Wirgina Wolf, uma autora que considero fundamental justamente porque suas considerações focalizam o cerne da questão, a dificuldade da mulher impor-se como ser intelectual e de ser remunerada como tal. Já aviso que essa autora é muito polêmica: é amor ou desamor. (não é ódio, porque ódio não é o contrário de amor, rsrs!)

Trecho do livro “Um teto todo seu” de Virginia Woolf:
"Seria mil vezes lastimável se as mulheres escrevessem como os homens, ou vivessem como os homens, ou se parecessem com os homens, pois se dois sexos são bem insuficientes, considerando-se a vastidão e a variedade do mundo, como nos arranjaríamos com apenas um? Não deveria a educação revelar e fortalecer as diferenças, e não as similaridades? Pois atribuímos às semelhanças um valor exagerado;"

Claro, naquele tempo, 1928,  a literatura para ser boa tinha que ser escrita do ponto de vista masculino e a (reduzida) literatura das mulheres tinha de ser parecida com a dos homens. E isso ela nunca aceitou.

Gosto muito de "Um Teto Todo Seu", aliás o título é absolutamente irretocável. No meu entender a autora  escreveu esse texto, acima de feminismos, principalmente porque ela disse que a boa literatura está além e aquém dos gêneros, que a boa literatura deve ser escrita por uma mente despojada de preconceitos, mormente, os de gênero.

Embora não seja um texto feminista, com o decorrer da leitura a gente vai descortinando o panorama situacional das mulheres da época, no caso específico as que desejassem atuar em atividades intelectuais. É uma análise ressentida, inteligente e mordaz. Ela defende a tese de que o motivo crucial de haver um número tão insignificante de escritoras na literatura, (lembre-se estamos em 1928!) deve-se às condições precárias e à pobreza material em que as mulheres vivem. Para ela, as mulheres somente conquistarão um lugar ao sol no mundo das letras, no dia que tiverem o direito de ter sua própria renda e um teto todo seu, com chave e tudo. Essa dualidade de espaços - físico e metafórico - é primordial para que a escrita aflore, pois ninguém pode pensar e escrever livremente em meio a tantas limitações, inclusive sem acesso à educação. (Isso nos idos de 1928. Mas no meu pensar, esse assunto ainda é bem atual pois a mulher conquistou direitos --leis, etc--  mas o exercício desse direito ainda está a desejar).

Impressionou-me o poder de argumentação, a luminosidade, a lucidez marcante e, acima de tudo, a coragem dela quando revelou com todas as palavras o tratamento (desfavorável) que os críticos davam a seus próprios trabalhos, (ela era acusada de ser alienada dos problemas do momento, de privilegiar as causas pacifistas, liberais e feministas, como o direito de voto para as mulheres).

E hoje, olhando o passado a gente vê que ela estava com a razão, pois a mulher teve de conquistar muitos outros direitos antes de se firmar no mundo das letras.  Sangue, suor e lágrimas.  Tivemos que  mudar mentalidades. É mole?

Gente, leiam esse livro, vocês podem até nem concordar com as idéias de La Wolf, mas verão que seus argumentos são instigantes, fortes e acima de tudo convincentes. E o cenário? 1928!!!!

Já faz algum tempo que li esse livro (na verdade, antes de ser livro, era um texto que foi escrito e apresentado por Virginia Wolf numa conferência, depois é que virou livro), e nunca esqueci. Não se parece com o "Passeio ao Farol", dela também, que é muito bom, mas é outro tipo de leitura. (talvez eu fale em outro post. Vou pensar)

(c) Marli Soares Borges, 2010

segunda-feira, abril 05, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - COLORINDO A VIDA - COR ROSA

Olá, pessoal!

A PANTERA COR-DE-ROSA


Amo o filme, mas o desenho é demais! E as revistinhas em quadrinhos também são ótimas. Adivinharam, gosto da pantera. A propósito, você sabia que o desenho animado da pantera foi criado por acaso? Pois é, foi. Calma, já vou contar.

“A Pantera Cor de Rosa” (The Pink Panther) é um dos clássicos do desenho animado e foi criado em abril de 1963 para apresentar os créditos do filme do mesmo nome, do diretor Blake Edwards, estrelado por Peter Sellers, David Niven e Claudia Cardinale.

Ao Filme.

Chama-se "A Pantera Cor de Rosa” em alusão a um valioso diamante, --o maior diamante do mundo--, que foi roubado na trama do filme. Gente, gostei demais desse filme e sempre que posso, assisto novamente. O humor é de altíssima qualidade e o roteiro muito legal. Tem uma produção bem cuidada, sem grandes ostentações e o visual me encanta. O elenco é de primeira grandeza, comediantes carismáticos e impagáveis, aliás o pessoal da minha geração pode confirmar. Veja você, o que é bom é bom e pronto, nada a ver com modismos nem parafernálias caríssimas na produção, e uma prova disso está justamente nesse filme que até os dias de hoje, continua sendo recomendado pela crítica como imperdível. E foi lançado há 47 anos!!!

Ao desenho.

O desenho animado é algo à parte, é show de bola e eu me ligo muito nele. Ah, você também? então toque aqui. A protagonista da animação é ela, a própria, a primeira e única: Pantera Cor-de-Rosa! Uma gracinha, charmosa, movimentos suaves e leves como uma pluma, surpreendente e pra lá de simpática. Daí que agradou em cheio. E isso que o papel dela servia apenas para ilustrar metafóricamente o tal diamante roubado. Mas, "o que tem que ser será", e esse desenho (junto com o filme), emplacou!!!! Fez tanto, mas tanto sucesso que a panterinha acabou ganhando vida própria e ficou famosa no mundo inteiro. Claro, a trilha sonora de Henri Mancini simplesmente não deixou pra ninguém, uma jogada de mestre, é a pantera "em pessoa" e me arrisco a dizer que sem a música não tem pantera e sem a pantera não tem a música! Um casamento perfeito. E então gente, sabe o que acontece quando os anjos dizem amém? Pois é, a-con-te-ce!!!! E foi assim que o desenho animado da pantera cor-de-rosa aconteceu. Pronto agora você já sabe. Nossa, hehe, falei tão rápido. Caracas. As revistas da época alardearam  que os autores do desenho estavam com a boca nas orelhas, também pudera. Naquele tempo, já havia revistas de fuxico, não assim tipo caras, mas o pessoal também fazia suas fofoquinhas.


Ao plus.

Quem procura acha. Taí pra vocês a capa de uma revistinha scaneada. Aqui tem mais. No youtube tem um montão de animações e se você quiser ler mais, tem na wikipedia e no Santo Google. Para ouvir a música só assistindo uma animação no youtube, pois só a música não consegui. Peninha né, snif!


Vamos combinar, você vai lá nos links e depois volta prá cá, ok?
Tô esperando tu.

Blogagem coletiva do blog Café com Bolo. 
Por enquanto era isso. Beijo. Fui.