Aponte o dedo quem nunca ouviu essas palavras: "o que não tem remédio, remediado está". Acho que dá pra contar nos dedos quem não conhece essa máxima. Uns de um jeito, outros de outro. Recordo que nos meus tempos de criança, acontecia qualquer muvuca e lá estava minha vó com o verbo na ponta da língua. Guardei na memória e fui utilizando na minha vida, serviu até para apaziguar as crises existenciais dos meus filhos quando eram adolescentes. E é claro, sempre funcionou. Agora encasquetei de saber a origem do tal ditado. Procura daqui, procura dali e então, sabem quem é o pai da criança? Shakespeare. Isso mesmo. Gente! minha vó era muito esperta, vai ver ela andou trocando umas cartinhas com ele. Só pode. O quê, tá me achando maldosa? Nada! Tô é feliz, ou você também não ficaria se sua avó aprendesse umas e outras com aquele figurão? Só tenho a agradecer.
Taí a poesia de Shakespeare pra vocês conferirem.
"Quando não há mais remédio,
terminam os males que as esperanças alimentavam.
Lamentar um sofrimento do passado
é dar um passo no sentido de atrair um novo mal.
Quando o destino leva algo que não podemos preservar,
o melhor é deixar que a paciência zombe do infortúnio.
O sorriso de quem é roubado rouba algo ao ladrão;
aquele que dá margem a mágoas inúteis
rouba-se a si próprio."
Até breve.
Marli Soares Borges



