A solidariedade orgânica é um remédio do qual ninguém pode prescindir. |
Não direi do amor romântico, do enlevo, do elã. Isso é com os poetas. Minha palavra tem outro enfoque: o amor-nosso-de-cada-dia, esse amor acanhado que temos uns pelos outros, o amor que ninguém vê. É impressionante os malabarismos que a gente tem que fazer pra viver essa aventura circunstancial de amar. E esse confinamento, essa pandemia piora tudo.
Nossa vida continua de pernas para o ar. As doidices também: manias de todas as cores, exageros alimentares, tvs ligadas dia e noite, celulares alucinados, gente que toma duzentos banhos por dia, mães de filhos pequenos imaginando quantos dias faltam pra ficarem loucas, toques de todos os quilates, faxinas intermináveis, gente resmungando aqui e ali. Filhos adolescentes tendo que aturar as manias dos pais. Pais tendo que suportar filhos mal humorados, metendo o bedelho em tudo, e deixando pratinhos pela casa inteira. E a mídia de goela aberta, vomitando desgraceiras. E tec-tec-tec, dá-lhe celular! E croc-croc-croc, dá-lhe comilança! até quando? Não sei.
Calma. Tudo na vida tem os dois lados: se num dia a gente está querendo se afogar numa bacia de álcool gel, no outro podemos estar de boas, achando o confinamento uma solução razoável. O lado bom é que, com a pandemia, melhoramos as lentes e apuramos nosso olhar. E passamos a valorizar a essência das coisas: o cafezinho que o marido fez, os brinquedos que as crianças guardaram no lugar, as roupas que o marido lembrou de dobrar e guardar enquanto você se esmerava nas panelas; o filho adolescente que tirou o lixo e arrumou o quarto, a filha que deu uma geralzona na casa. E por aí vai. O cotidiano da vida tem muitas demandas, mas é fundamentalmente um dar e receber, forever and ever.
Não é difícil ver nas ações diárias o gesto expressivo do amor. O que dificulta é a superficialidade que durante muitos anos fez a nossa cabeça. E a mania de grandeza: só valem as grandes coisas (geralmente eventuais). As pequenas coisas (diárias) a gente reclama, mas não liga quando alguém faz. Errado! Os detalhes diários é que fazem a festa, e, mesmo que as tarefas estejam sendo executadas à contragosto, na marra, não importa, esse trabalho tem que ser valorizado, senão as pessoas começam a murchar. Não existe um “comportamento padrão” para confinamentos. Para quê uns ficarem patrulhando os outros?
Sozinha diante do teclado e pensando nisso tudo, vejo como é importante praticar, aceitar e entender esse amor vital e palpável. Sem preconceitos, sem críticas, sem ranços familiares, sem julgamentos. Esse tempo adverso requer compreensão. Não está fácil para ninguém.
Aceite de bom grado esse eu-te-amo soletrado em cada tarefa executada. Porque o amor, além de ser um sentimento interior é uma atitude exterior e a solidariedade orgânica é um remédio do qual ninguém pode prescindir. A parcela de colaboração diária de cada um, em casa, é vital para todos e ninguém deve se omitir.
Engraçado como essas coisas passavam batido antes da pandemia.
-Marli Soares Borges-
Bom dia decsabado querida Marli!
ResponderExcluirBelo e elaborado texto que diz do amor, esse que nem todos percebem, pois estamos mesmo em grandes mudanças e esperemos que para melhor, amar ainda é a essência da vida!
Amei ler aqui e fico feliz sempre com suas amáveis visitas e comentários!
Abraços bem apertados sempre!
Muito obrigada, Ivone!
ExcluirMuito bom ver você por aqui lendo e comentando meus textos. Precisamos "ver" esse amor que está nos nossos olhos e não damos bola, ou iremos todos perder o entusiasmo e murchar feito um maracujá, rs.
Bjs
Beleza,Marli.Concordo totalmente contiugo! Saber valorizar pequenas coisinhas, simplicidade! Aqui em Poa, einfelizmente, se abre uma padaria, achamos ótimos, frequentamos e logo se espalha, pronto! Vira pont e enche de luxo, nem mais conseguimos comprar o pãozinho diferente do fds! Assim é! Essa mania de tornar tudo grandioso, sem se ater às pequenas coisas... E por aí vamos. Que o amor seja mostrado e transferido!Adorei te ler! bjs, chica
ResponderExcluirMuito obrigada, Chica!
ExcluirÉ isso mesmo, as pequenas coisas... são os detalhes que fazem a festa! Precisamos ver essas pequenas coisas, essas várias maneiras de dizer eu-te-amo.
Bjs
Pode ser que o povo tenha aprendido alguma coisa depois da pandemia! Amei ler! Obrigada pela partilha! :))
ResponderExcluirFelizes somos ao contemplar o amanhecer
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Beijos, e um excelente fim de semana!
Muito obrigada, Cidália!
ExcluirTambém desejo que as pessoas aprendam e sejam mais felizes.
Bjs
Boa tarde Marli,
ResponderExcluirExcelente texto e não posso deixar de estar mais de acordo.
Muito importante valorizar a entreajuda que se tem verificado e a qual também testemunho.
O confinamento tem tido coisas muito más, mas talvez as boas superem essas.
Amenos e tenhamos esperança!
Beijinhos e ótimo fim de semana.
Ailime
Obrigada, Ailime!
ExcluirTemos que dar atenção as coisas boas, a gente só liga para as ruins, infelizmente.
Bjs
O amor é lindo, fascinante... saber vivê-lo é sublime.
ResponderExcluir.
Feliz fim-de-semana … cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Obrigada pelo comentário, Ricardo!
ExcluirE viva o amor!
Bjs
Um texto para reflectir. Concordo que o amor não so se expressa com palavras, mas também são os gestos que falam. Ise amir invisible que se vota un acto de reciprocidade no dar e recever.
ResponderExcluirGostei de ler o que aquí nos deija.
Beijinho e bom domingo e outono.
Obrigada, Beatriz!
ExcluirQue bom que gostou, fico muito feliz. Há vários modos de amar e precisamos reconhecer cada um deles.
Bjs.
Oi Marli
ResponderExcluirDepois de um ano de pandemia que causou um grande 'pandemônio' rs temos agora as sequelas _aquelas citadas no seu texto e outras que de certa forma faz todo sentido e não usávamos_ limpar trezentas vezes o que compramos no supermercado, limpar os calçados na chegada em casa, lavar as mãos mil vezes e por ai vai_ Só que essas manias são quase saudáveis e devia ser necessárias, independente de pandemia rs
Tomara que nessa convivência mais forçada tenhamos aprendido que amor se faz em pequenas gotas e das pequenas coisas.
Gostei de ler sua crônica Marli
Um bom domingo ,com abraços
Obrigada, Lis!
ExcluirAinda pretendo escrever sobre as manias saudáveis que adquirimos com a pandemia. Por enquanto, preferi fixar-me no amor-nosso-de-cada-dia. Esse amor que ninguém nota, mas que está presente em nossas ações diárias.
Bjs
Olá Marli
ResponderExcluirTe parabenizo pelo seu verdadeiro e reflexico texto.
Aprendi muito com a pandemia. Agradeço a Deus pela vida e pelo carinho que recebi, da familia, embora de longe...
Pequenos gestos fizeram grande diferença.
Tenha um excelente fim de semana.
Beijinhos
Verena.
Obrigada, Verena!
ExcluirTão bom quando a gente consegue aprender com as adversidades. Sinal de evolução espiritual. Somos privilegiados, estamos aqui blogando enquanto outros estão morrendo por aí. Temos mesmo é que agradecer de joelhos. Obrigada, Deus!
Bjs
Boa noite querida amiga, Marli!
ResponderExcluirQue belo texto, para ler em silêncio e refletir.
Obrigada pela partilha.
Passando para desejar uma boa noite e feliz domingo.
Beijinho e feliz Outubro.
Obrigada, Fatyma!
ExcluirQue bom que gostou! Enjoy!
Bjs
Depois me diz se meu comentário
ResponderExcluiranterior a esse entrou, por favor? Bjibs
Está aqui!
ExcluirMarli,
ResponderExcluirVou refazer o comentário pq já vi que perdi.
Eu penso que esses quase dois anos
serviu como um reset geral no mundo
e pra todo mundo.
Todos ficamos isolados e com
tempo para nós reencontrarmos conosco. A vida é tão rápida
que nem percebiamos...
Todos tivemos tempo sim.
Valorizar o " eu te amo de cada dia " é fundamental.
Adorei ler aqui.
Bjins de bom domingo
CatiahoAlc.
Obrigada, Catia.
ExcluirVolte mais vezes.
Bjs
Excelente texto, Marli, há várias formas de dizer que se ama e devem ser valorizadas. Mas com certeza, há que ser reciproco, ou nos sentimos usados e aí é uma confusão só e não há comunicação que resolva.
ResponderExcluirAbraço!
Isso mesmo, Dalva. Bem como falei no texto: "O cotidiano da vida tem muitas demandas, mas é fundamentalmente um dar e receber, forever and ever."
ExcluirObrigada por comentar. Bjs
Boa tarde querida Marli,
ResponderExcluirLi atentamente o seu reflexivo, positivo e bem elaborado texto.
Todo ele demostra um grande sentido de observação e evolução pessoal.
Esta pandemia, dividiu, quanto a mim, dois grandes grupos de pensamento, os que reclamam do que perderam, e os que abençoam o que ganharam.
Estes pequenos grandes gestos de amor vital e entreajuda familiar e não só, estavam esquecidos, no corre corre diário, e espero sinceramente, que quando tudo volta ao "normal", não esqueçamos estes ensinamentos.
Beijinho grato, continuação de feliz domingo!
Também espero, querida Fê. Os aprendizados, com certeza, devem continuar.
ExcluirObrigada pelo comentário.
Bjs
Boa tarde, minha querida Marli!
ResponderExcluirA pandemia fez muitos desajustes em diversas famílias!
Agora, é ter esperança de que tudo melhore.
Um beijinho no seu coração!
Megy Maia🌰🌺🍀
Exato, Megy.
ExcluirEsperança e atitude!
Obrigada por comentar.
Bjs
A pandemia trouxe as invisibilidades de muitas ações e comportamentos. Quantos conflitos foram gerados poe estes detalhes que você citou. Esta sua frase está perfeita:" aceite de bom grado esse eu-te-amo soletrado em cada tarefa executada." E vou levar para algumas ideias que temas lançadas nas redes da minha associaçao de Terapia de familia.Gostei muito da sua reflexão concluída na valorizão do eu-te-amo em pequenas tarefas. Bom domingo
ResponderExcluirQue bom que gostou, Norma! Fico feliz quando você leva algumas ideias minhas para sua "Associação de Terapia de família". Interagir, trocar conhecimentos é muito bom, todos evoluímos. Adoro essas trocas.
ExcluirBjs
Gostei da forma como se refere ao amor-nosso-de-cada-dia. Como é importante dar atenção aos pequenos gestos. Como é necessário termos paciência com os outros e com nós mesmos... Magnífico texto!
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Que bom que você gostou, Graça!
ExcluirCom certeza, a paciência com os outros e com nós mesmos faz a diferença no modus vivendi de cada um.
Bjs
Muito bom post, Marli! Na verdade, são as pequenas coisas que fazem a diferença; é através delas, que o amor se manifesta. Concordo, inteiramente! E não há como negar, também, que essa pandemia mudou a nossa forma de viver... e de ver! Meu abraço, boa semana.
ResponderExcluirCom certeza, Árabe, essa pandemia abriu algumas janelas pra gente olhar. Quem viver, verá.
ExcluirObrigada por comentar.
bjs
Ótimo, seu texto Marli!
ResponderExcluirSou do tipo de pessoa que vê o lado bom de absolutamente tudo e na pandemia, apesar de todos os pesares, consigo enxergar os seus lados "bons". Mas ter olhos para realmente ver, não é para todos, infelizmente, mas tem como se aprender a viver assim, percebendo os pequenos gestos, os tais "eu te amo" não ditos em palavras, mas nas atitudes... é preciso incentivar mais e valorizar tudo, cada detalhe, não só nos momentos mais drásticos, mas em todos os momentos. É preciso perceber, sentir e se fazer sentido o amor nosso de cada dia, faz bem pra todos. Tudo passa, mas que se permaneça o amor e os melhores sentimentos, em nós, porque na realidade, é o de fato nos restará, um dia.
Boa semana, Marli, beijos
Valéria
É verdade, Valéria, tudo passa.
ExcluirA única coisa que fica é esse amor que ninguém vê, mas que afinal de contas é a força que nos une e nos ajuda a viver.
Obrigada pelo comentário.
Bjs
Boa tarde Marli.
ResponderExcluirExatamente isso, o amor é uma via de mão de dupla, e precisamos ensinar os valores nos por menores, que de menor nada tem!
Sempre falo aqui do desserviço que a televisão e muitas mídias incentivam a anos, e está enraizado, é difícil mudar, mas com paciência e amor, tudo é possível mudar!
Só é visto e valorizado o superficial, as máscaras, enquanto isso um cafezinho feito com amor vai passando despercebido...
Precisamos despertar para o essencial da vida, que obviamente está mais perto do que a gente imagina, ou seja, dentro de casa, ao nosso lado...
Amei passar por aqui.
Beijos no coração,
Ju
Muito obrigada, Ju!
ExcluirVocê disse tudo: "Precisamos despertar para o essencial da vida, que obviamente está mais perto do que a gente imagina, ou seja, dentro de casa, ao nosso lado..." Taí, eis a essência. Tomara que as pessoas aprendam isso.
Bjs
Oi Marli,
ResponderExcluirEu estou enlouquecendo presa dentro de casa, imagine os adolescentes e crianças que querem ir pra piscina.
Brincar no parquinho e viu os político, não estão nem aí com a Covid.
Beijos
Lua Singular
Olá, Dorli!
ResponderExcluirNão! não enlouqueça ainda, rs, aguente firme! lol
Brincadeirinha. Sei, não está fácil para ninguém.
Bjs
rsssssssss, que belo texto, Marli!!! Mas é isso tudo que acontece, sem dúvida.
ResponderExcluirAdorei a tua frase: ... "mães de filhos pequenos imaginando quantos dias faltam pra ficarem loucas".
Ainda bem que não tenho filhos pequenos!
Uma crônica gostosa de ler e você conta com muito humor. E acerta em todas as direções.
Parabéns, aplausos!! Quando a gente lê um texto e sai alegre é porque deu certo!
Um beijinho e uma feliz semana!
Que bom que você gostou, Tais!
ExcluirDe vez em quando a gente tem que desencanar, aliviar a cabeça um pouco, rs. Eu às vezes me dá na telha e "viajo" rssssss.
Obrigada pelo comentário.
Bjs
Incrível esse texto! Parabéns!
ResponderExcluirBoa semana!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Muito obrigada, Emerson.
ExcluirBjs
Muito bem visto interessante e bem apresentado.
ResponderExcluirFiquei ''presa'' à leitura do texto e deliciei-me. De facto ainda é o amor maior e a rotina que nos salva.
Dias bons e felizes, Marli. Beijos
~~~~~~
Obrigada, Majo.
ExcluirQue bom "prender" uma pessoa inteligente e bacana. O amor é mesmo a mágica da vida e não há nada que se compare.
Obrigada por comentar.
Bjs
Boa noite de paz, querida amiga Marli!
ResponderExcluirO Amor deve-se pôr mais em obras do que em palavras.
(Inácio de Loyola)
Seus origamis são a expressão da sua alma, uma delicadeza só.
Parabéns!
Gostei muito de algo do seu muito bem escrito texto:
A superficialidade antiga que tenta ninar nossa profundidade e a Pandemia não deixa mais, que benção!
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima
Muito obrigada, Rosélia!
ResponderExcluirFico feliz que você goste dos meus origamis. E é verdade, a pandemia aprimorou nosso olhar para muitas coisas que a gente nem ligava.
Bjs
A pandemia acordou muitos sentimentos adormecidos Marli como sua linda crônica traduz. De tudo fica um pouco e quando o pouco vem com amor, torna-se bem interessante a assim rega-lo é fazer crer, que frutificará em belos momentos e ações, que enraizarão. Lindo todo amor que explode e vem como onda para nos completar.
ResponderExcluirÓtimo olhar para dentro de casa e crer numa vida melhor.
Beijo de paz amiga.
Muito obrigada, Toninho.
ExcluirTemos que olhar e perceber o próximo que está mais próximo, rs, não é? Eu sempre tenho esperança na vida, a poliana ainda está viva em mim.
Bjs