quinta-feira, junho 26, 2025

QUESTIONÁRIO. VOCÊ QUER ASSINAR?

Espichando conversa

       

        - Marli Soares Borges -

Lembra aqueles questionários que a gente fazia no passado? Tínhamos um caderno especial que corria de mão-em-mão e todo mundo queria "assinar" o tal questionário. Bah! veja só do que eu fui lembrar, mas é bom lembrar as coisas boas que a gente fez, não é? Ainda mais quando surge a possibilidade de repeti-las. Repetir? Sim, com roupa nova, é claro. 

O lance é o seguinte: tenho aqui umas perguntinhas, (toscas, você acha? tá bom, tá bom), mas com um pouquinho de boa vontade, dá pra você responder, contar a historinha e espichar nossa conversa. Eu jogo a bola e você rebate. Como assim? 

Muito simples: escolha a(s) pergunta(s) que quiser e manda ver nos comentários! Quem quiser pode até fazer um post no seu blog e trazer o link para cá. Tenho certeza que surgirão muitas histórias bacanas pra gente ler. É um mexe-mexe, um ping-pong. O importante são as ideias fervilhando na cabeça e as letrinhas saltando na telinha e contando histórias de vida, em múltiplos cenários, sempre interessantes e únicos!

Se não quiser, ok, é só não responder. Democraticamente. Mas, por gentileza, não deixe de comentar. Os comentários alavancam e dão vida às postagens.


  1. Tem algum animalzinho de estimação? Ah, não saia daí sem me contar tudoooo.
  2. Agora, neste momento, quem você mandaria para PQP?
  3. Já se sentiu mal só de entrar num lugar?
  4. O que um dia te encantou e hoje não encanta mais?
  5. Se pudesse voltar ao passado, que idade você gostaria de reviver?
  6. Será mesmo que o tempo apaga tudo?
  7. Que é "matar o tempo" para você?
  8. Qual o maior susto que você já levou na vida?
  9. Quem ou o quê, conseguiu arrancar de você um gargalhada das boas?
  10. Você acha mesmo que "as aparências enganam"?


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quinta-feira, junho 19, 2025

A CIDADE DO SOL

A cidade do sol

- Marli Soares Borges - 


Que livro, meus amigos, que livro!   

Outro livro difícil de desgrudar. * Tenho gostado demais dos livros de Khaled Hosseini.  

Superbem escrito, "A Cidade do Sol" tem um tema pra lá de interessante: duas mulheres obrigadas a casarem com o mesmo homem. O relato é inteligente e sutil e traz descrições perfeitas dos personagens e do que se passa em suas almas. Parece que você está ali, ao lado deles. A gente "percorre" grandes lapsos de tempo sem jamais perder o fio da meada, e nada é repetitivo. Mas o que me agradou mesmo foi o modo como o autor demonstrou a ironia da vida: tudo poderia ser diferente a partir de uma única escolha (feita ou não) lá atrás.

A história é sobre a vida de duas mulheres: Mariam, filha bastarda de um homem importante e Laila uma jovem bem nascida. Suas vidas se cruzam ao serem obrigadas a casarem com o mesmo homem.

O cenário é o Afeganistão, seus usos e costumes, um regime que proíbe toda e qualquer forma de pensamento e, no caso das mulheres, seu universo é ainda mais restrito: resume-se em limpar a casa, parir e fazer sexo (quando e do jeito que o marido quiser). É um romance muito triste, mais triste ainda porque traz à tona uma situação real. A gente sabe que não é só uma história de personagens, mas é uma história de luta e opressões diárias. São doses homeopáticas de terror a que ainda estão submetidas nos dias de hoje, um incontável número de mulheres naquele pedaço de mundo. 

Outra coisa que me ganhou é que o livro não é tendencioso. Não aponta demônios nem santos, mas apresenta seu protesto contra a situação daquelas mulheres. As protagonistas não são heroínas dependentes e inúteis. A força da mulher afegã aparece em toda a sua essência e durante a leitura você consegue ver a logística. Você vê a inteligência das personagens, na medida em que, sem direito nenhum, invisíveis por baixo da burca e da submissão, enfrentando dificuldades inimagináveis, elas constroem seu destino, que será infinitamente diferente daquele que parecia ser o seu único modo de sobreviver.

O autor desenhou duas personagens incríveis, absolutamente contrastantes, íntegras e inteiras, cada uma com seus próprios dramas e frustrações, mas de forma que no final... bom, é melhor você ler. O final é surpreendente.


* Em tempo: li esse livro em 2013, fiz a resenha e... não postei! Ontem fui procurar um arquivo no computador e dei de cara com o texto prontinho para postar. Taí pra você.




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quinta-feira, junho 12, 2025

O AMOR ESTÁ NO AR


O Amor Está no Ar


- Marli Soares Borges -


Sou de um tempo ditoso
Das belas cartas de amor,
Do papel cheirando a flor
Das letras bem desenhadas.

As cartas eram presentes
Onde os amantes risonhos,
Alimentavam seus sonhos
De lua e de madrugadas.

Em vez das cartas, agora
Brilham tecnologias,
Festivais de alegorias
Uma explosão de emoções!

Que bom que ainda festejam
O Dia dos Namorados,
Pra sonhar sonhos dourados
E unir os corações.

Desejo aos enamorados
Que tenham sempre muito amor,
Que nunca lhes falte calor
No abraço, no encontro e no Amor!


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segunda-feira, junho 02, 2025

VIVER DE NOVO


Viver de novo

        - Marli Soares Borges -

Deixei minha felicidade 
ficar presa na ilusão, 
ai de mim, não conseguia 
libertar meu coração.

Queria viver de novo 
os momentos mais felizes,
alegrias tão singelas 
e de todos os matizes.

Mas isso é sonho impossível 
a vida não volta atrás,
voltar é inacessível 
não há caminhos, aliás.

Para que tanta miragem? 
quero ver se me aprumo
apreciarei a paisagem
andarei por outro rumo.

Tomei tento e consegui
libertar o meu sentir
criei asas e voei
abracei o meu porvir.

Hoje encaro outra verdade
abandonei a ilusão,
vivo minha realidade
pé no chão e vibração.

Cada dia eu faço a hora
não espero cortesia,
sempre de olho na aurora
que a vida é uma ventania.


domingo, maio 25, 2025

ESCOLHENDO ATITUDES


Escolhendo atitudes

- Marli Soares Borges - 


É complicado ser uma pessoa positiva sem ser enjoativa, sem chatear os outros com tantas positividades, rsrs. É minha oração de cada dia: aprimorar a espiritualidade a fim de tornar-me uma pessoa razoavelmente positiva, sem excessos, pois viver é antes de tudo, conviver, viver com. E isso inclui respeitar o sentimento de cada um. Em outras palavras, não quero cansar a paciência dos outros com minhas leituras de mundo. Cada um na sua, com seus enganos e desenganos.

Mas isso não retira de mim a visão de um mundo melhor.

Desembarcamos nesta terra trazendo uma identidade única e isto requer de cada um, ferramentas diferenciadas para levar a cabo a missão planetária de evolução que nos foi destinada. Acredito nas escolhas que o livre arbítrio nos permite fazer e penso que para nosso próprio bem - material e espiritual -, é preciso fazer valer nossa passagem por aqui: o balanço deve ser positivo, principalmente no resgate das faltas, pois disso depende nossa evolução espiritual. Nesse contexto tem duas atitudes que considero fundamentais: o bom humor e a interiorização. 

        Interiorização

Seria ótimo se as pessoas tentassem ver além da superfície e explorassem o que lhe é interior, se habituassem a observar o mundo, a escutar, a pensar, a meditar, a escolher e assumir atitudes diante dos acontecimentos menos visíveis que constituem a trama de nosso dia a dia. Não basta apenas dormir, comer, trabalhar, correr, comprar e sofrer. É preciso viver em profundidade, pensar no que é essencial na vida e merece ser vivido. É preciso dar sentido à nossa  existência.  

        Bom Humor

Que tal encarar a vida com uma certa dose de bom humor? Explico. Não estou sugerindo negar a tristeza e assumir o riso constante das hienas. Minha proposta é outra: incluir alegria na tristeza. Como assim? Acho que é possível, nas situações de amargura, acalmar o ânimo e ver alguma luz no caminho; é possível ver as coisas com outros olhos; encarar os acontecimentos com leveza, rir e chorar, e aceitar melhor nossas próprias contradições. 

Em resumo, uma interiorização saudável aliada ao bom humor, pode oferecer ótimas condições para compreendermos o sentido das coisas de todos os dias, os "movimentos do coração", diante das questões que vamos tendo que enfrentar nas diferentes estações de nossa vida. Trata-se de levar a sério, com positividade, os acontecimentos dirigidos a nós, que muitas vezes alteram completamente a nossa existência.


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quarta-feira, maio 14, 2025

A POÇÃO MÁGICA DA FELICIDADE

 


A poção mágica da felicidade


- Marli Soares Borges -

Quando adolescente li na escola um livro intitulado "Poemas para Rezar" de autoria de Michel Quoist. Na época não me empolguei, eu estava noutra. Mas veja como são as coisas, pois não é que agora dei de lembrar do tal livro? Lembro da cara do livro, de como ele chegou até mim e do pouco caso que fiz quando minha professora nos convocou para a leitura. Do conteúdo não lembro nada, apenas do título de um poema: “Senhor, Liberta-me de Mim”. Encasquetei com o livro. Parei tudo e fui procurar na internet. E lá está ele. E lá está o poema: uma oração onde o autor, sentindo-se prisioneiro de si mesmo, pede a Deus que o ajude a sair de si, que o liberte da prisão de amar apenas a si próprio. O poema tem outras implicações, nada a ver com o que me fez escrever esse texto. Fixei-me apenas no título e agora sei o porquê: é que sempre desejei voltar-me generosamente para os outros, mas na época não entendia direito com “funcionava” o mandamento do Mestre: “ama teu próximo como a ti mesmo”. 

Continuo não entendendo muita coisa, mas aprendi que amar verdadeiramente o próximo não é fácil, é preciso sair de si, libertar-se, ir além do próprio umbigo e abandonar definitivamente a armadilha do egoísmo, que faz aflorar em nós os piores sentimentos e desprezar valores, ideais e princípios verdadeiros. O egoísmo é uma doença instalada nas entranhas da alma. O egoísmo impede a empatia. Para os egoístas, o relativismo parece ser a única atitude à altura dos tempos atuais. Eles fazem milhares de julgamentos usando como critério apenas o “achismo” do próprio eu. Nesse contexto, o certo e o errado passam a ser definidos segundo interesses próprios: o bandido vira vítima; o malandro vira herói; o vício vira virtude e a liberdade vira opressão. A espiritualidade fica relegada à categoria de "ignorância" e o amor ao próximo vira vetor para a indiferença, que é um lugar confortável onde os conceitos de amor e desamor são relativos e dependem do pensamento de cada um. Hoje em dia, entendo que amar o próximo é um sinal de evolução espiritual e material que nos faz falta desde a aurora da terra. É um apelo a cada dia mais necessário e que não se dilui com a passagem do tempo. 

Acha difícil? Toque aqui, eu também acho. Às vezes fico pensando que a convivência com a diversidade seria tão boa se não fosse essa tendência infeliz de achar que somos mais merecedores que o outro, melhores que o outro, sabemos mais que o outro, somos os tais. Maldita sensação de superioridade que não nos leva a lugar nenhum. Maldito ego gigante. 

“Senhor, liberta-me de mim.” 

Penso que é natural em alguns momentos da vida, - sem prejudicar ninguém -, as pessoas agirem pensando apenas em si mesmas. Mas só em alguns momentos, porque, se estamos nesse planeta, certamente temos uma missão -individual- a cumprir e às vezes pode ser necessário agirmos de forma pouco altruísta a fim de fazer valer nossa individualidade e melhor cumprir nosso próprio dever. Mas como falei, só em alguns momentos, porque tudo fica melhor sem egoísmo, a começar pelo nosso discernimento: passaremos a conduzir nossas ações com total liberdade, pois os princípios e critérios serão sempre valores não perecíveis, que não podem ser objeto de negociação. O que é verdadeiro será sempre verdadeiro e o que é falso será sempre falso. E poderemos assumir as virtudes naturais da evolução: a humildade, a compaixão, a generosidade e a empatia. Amar ao próximo é oferecer a sua mão, o seu olhar e a sua atenção. Amor ao próximo é um sentimento pró-ativo, singular, original e especial. É um sentimento libertador que traz à tona a melhor parte de nós.  

Quem diria que o título de um poema que vi num livro há mais de cinquenta anos, -- e nem liguei --, seria hoje minha inspiração para escrever esse texto? 

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