Mostrando postagens com marcador amenidades. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amenidades. Mostrar todas as postagens

terça-feira, outubro 11, 2022

ABRAÇANDO AS CRIANÇAS


Dia da criança
Brincadeira de Criança - Arte Naif


- Marli Soares Borges


Muito se falou e se falará sobre a falta de limites da pirralhada, o pode-tudo, o nível de solidão e a baixa autoestima que as atitudes displicentes dos pais plantam no coração das crianças. Mas hoje não quero falar nisso. Amanhã será o Dia da Criança e não quero falar das mazelas que roubam descaradamente a infância de nossas crianças. 


Hoje eu quero abraçar.


Quero abraçar todas as crianças e dizer-lhes que sejam confiantes, que a vida no aqui e agora, nesse mundo onde a gente vive, não é tão ruim como os adultos andam dizendo. Não levem à sério essa amargura dos adultos, isso passa, amanhã eles estarão sorrindo novamente. 

Também quero dizer-lhes que sonhem, brinquem, aproveitem essa idade do bem-bom. Mas por favor, não deixem de estudar pois o tempo passa e sem estudo vocês não chegarão a lugar nenhum. Sem estudo não tem sonho que resista. Sem estudo vocês não aprenderão a pensar. E cairão como patinhos na conversa mole de qualquer um. E serão adultos burros, obtusos e ultrapassados. E amargos.

Estudem e se esforcem para trabalhar naquilo que gostam. Isso facilita muito a vida, vocês nem imaginam! Assim, ganhando seu próprio dinheiro vocês terão maiores chances de alcançarem aquilo que andam sonhando. E o melhor de tudo é que, bem cedinho, serão donos(as) de seus próprios narizes! Já imaginaram que bacana, ninguém se metendo e mandando isso e aquilo?

E vocês serão úteis a vocês próprios e à sociedade, pois se ninguém lhes disse, eu vou dizer-lhes: vocês têm que pensar uns nos outros, sim! pois vocês não são ilhas. Vocês não são ilhas! Vocês são um continente! Um grande continente, ouviram? E tratem de ser um continente que sorri! A vida é boa e vocês estão aí, vivinhos da silva, com uma longa estrada pela frente. Aproveitem que o tempo passa voando. 

Feliz Dia da Criança! Um abraço bem apertado e um beijo em cada uma.

sexta-feira, fevereiro 11, 2022

Fractais da Natureza




Conjecturas
Fractais da natureza



Marli Soares Borges 

Nesses tempos aziagos em que as aparências pretendem dar sentido à vida, poetizar as pequenas coisas pode ser o remédio que alivia a dor da caminhada. A conclusão que chego é que só a poesia nos salvará. Pois bem, então vou pegar minha tábua de salvação e tentar...


CONJECTURAS


Não sou.
Estou em estado
universal,
planetário,
fractal
e
orgânico.
Viajo em conexões transitórias
na engrenagem cósmica
da vida. 


* * * * * * * * * *

terça-feira, fevereiro 01, 2022

PREGUIÇA PRA QUE TE QUERO


Preguiça pra que te quero
Juvenal Antunes - O poeta de bronze do Acre

Preguiça pra que te quero
Homenagem ao poeta Juvenal Antunes


Marli Soares Borges -


Literalmente, hoje estou com preguiça nível hard. Slow, zero por hora. Estou com a mãe das preguiças! Mas não pensem que estou triste. Que nada, afinal, a "preguiça amamenta muita virtude", não é mesmo? rsrssssss. A propósito, você conhece o autor da frase? Tá vendo esse respeitável senhor aí, todo engravatado? pois é ele: Juvenal Antunes, o poeta de bronze do Acre. Ele foi homenageado com uma estátua de bronze.

Na foto ele aparece todo paramentado de terno e gravata. Mas isso é só pra enganar a torcida, afinal de contas, ele era um Promotor de Justiça e precisava ser e parecer. Pura verdade. 

Nascido no Ceará, ele foi para o Acre ser Promotor, mas o negócio dele era mesmo a boemia. Nos apontamentos que encontrei a seu respeito, consta que ele vivia metido num robe, feliz da vida, na porta do hotel Madrid, onde morava, em Rio Branco. Que era um boêmio inveterado, sempre bebendo cerveja, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, uma mulher casada. E dizem as más línguas, que ele não abandonava o hotel nem pra receber o ordenado. O ordenado é que vinha até ele por exercícios findos! Já pensou?!

Aqui está, pra vocês se deliciarem, o poema que deu a ele a fama definitiva.


ELOGIO DA PREGUIÇA


Bendita sejas tu, Preguiça amada,
Que não consentes que eu me ocupe em nada!

Mas queiras tu, Preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.

Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.

Lá esta, na Bíblia, esta doutrina sã:
-Não te importes com o dia de amanhã.

Para mim, já é grande sacrifício
Ter de engolir o bolo alimentício.

Ó sábios , daí à luz um novo invento:
A nutrição ser feita pelo vento!

Todo trabalho humano, em que se encerra?
Em na paz, preparar a luta, a guerra!

Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudência dos canhões!

Juristas, que queimais vossas pestanas,
Tudo que legislais dá em pantanas.

Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas...

Cresce o teu filho? É belo? É forte? É loiro?
- Mas uma rês votada ao matadouro! ...

Pois, se assim é, se os homens são chacais,
Se preferem a guerra à doce paz,

Que arda, depressa , a colossal fogueira
E morra assada, a humanidade inteira!

Não seria melhor que toda gente,
Em vez de trabalhar, fosse indolente?

Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte?

Queres riquezas, glórias e poder? ...
Para que, se amanhã tens de morrer?

Qual mais feliz? O mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,

Ou seus antepassados que, selvagens,
Viviam, livremente, nas pastagens?

Do Trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas!

Talvez o sejam mais, vivendo em larvas,
As preguiçosas, pálidas cigarras!

Ó Laura, tu te queixas que eu, farcista,
Ontem faltei, à hora da entrevista,

E, que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor - por outro amor...

Ou que, receando a fúria marital,
Não quis pular o muro do quintal.

Que me não faças mais essa injustiça! ...
Se ontem não fui te ver - foi por preguiça.

Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir... sonhar ...



* Juvenal Antunes nasceu no Ceará-Mirim em 1883 e morreu em 1941, em Manaus. Foi personagem da Mini-série Global "Amazônia", de Gloria Peres.

* * * * * * * * * *

sábado, janeiro 08, 2022

CRONÓPIOS E FAMAS


Será que vou pegar a mania de classificar todas as pessoas que conheço?
Histórias de Cronópios e Famas

Marli Soares Borges


Eu tinha cinquenta e poucos anos quando li esse livro pela primeira vez, (alguns anos depois, li de novo) e comecei a tentar descobrir se sou mais Cronópio ou mais Fama. Ainda lembro de alguém, um dia, ter me falado pra eu relaxar um pouco, ser um pouco mais cronópio, rs. O fato é que passei um bom tempo da minha vida me questionando se as decisões e atitudes que eu tomava eram coisa dos cronópios destrambelhados ou dos famas organizados e chatos, sem imaginação.  

E por que estou falando nisso agora? Porque ando com vontade de ler novamente Júlio Cortázar e sempre que penso nele, eu penso nesse livro, e se alguém me perguntasse que livro eu gostaria de ter escrito, responderia sem pestanejar: "Histórias de cronópios e de famas". Que livro sensacional, leitura leve e divertida, recheada de reflexão e (muito) humor nonsense.  

Faz um tempão que li e não lembro mais dos detalhes, (e também não quero pesquisar na internet; quero mais é exercitar minha memória antiguinha, rs). Lembro que eram histórias curtas e que uma delas dava título ao livro. 

A impressão que ficou em mim é que esse livro é muito doido. Na época, ele simplesmente virou meu mundo de cabeça para baixo. Imagina alguém te ensinar coisas banais como subir e descer escadas e até mesmo como chorar. Pois é, isso você encontra no livro. É nítido o desafio às nossas noções de normalidade. Sem falar no amontoado de situações engraçadas onde o absurdo nos ajuda a perceber que a normalidade não passa de uma construção social. Quer ver? pense na conduta que usualmente temos nos velórios. Não precisa falar, todos sabemos como é. Agora imagine uma família cuja principal ocupação consiste em invadir velórios de desconhecidos e conquistar todos os papéis de destaque reservados para os familiares e íntimos do falecido. Tudo muuuito normal, rs. 

E por aí vai.

E tem mais, muito mais; tem uma coleção de absurdos narrados com tanta naturalidade, que parecem coisas absolutamente reais e normais. Cortázar faz uma crítica escancarada e dura ao mundo em que vivemos, à burocracia, ao absurdo de nossas vidas diárias... tem até uma historieta (não sei o nome) onde ele narra um apocalipse causado por escritores que não param de escrever(!) e soterram o mundo com papel! Pode? Lol. (anos, noventa, gastava-se muuuuito papel...).  

E finalmente o conto que dá título e fecha o livro com honra e circunstância: "Histórias de cronópios e famas".  

Cronópios e Famas, junto com as Esperanças formam os três tipos de seres sociais. Em última análise, somos todos nós. Cronópios são os loucos, os sonhadores, sinceros, alegres, desatentos e inocentes que se divertem na simplicidade. Os Famas são burocráticos, racionais, calmos, organizados e metódicos, centralizadores da ordem. E as Esperanças apenas esperam, esperam e esperam o mundo girar trazendo respostas, que nem sempre virão. No geral, são apáticas e inertes, apenas deixam-se levar pelas ocasiões e pelas pessoas. 

Na época, achei - e continuo achando -, que "Histórias de cronópios e de famas" era um livro surrealista, mas que não poderia ser classificado como realismo mágico, pois o realismo mágico estava - e está -  muito bem representado por Garcia Márquez, em que pese a escrita de Cortázar mostrar-se bem mais agressiva na transgressão da realidade. Mas isso não vem ao caso, é apenas minha opinião pessoal e eu não sou especialista no assunto. 

Resumo da ópera: (o que penso agora, sobre o que li outrora, rs) as pequenas narrativas que compõem o livro, são ao mesmo tempo engraçadas e tocantes. Lembro que minha percepção da realidade ia se alterando à medida que eu avançava na leitura, ou seja, eu pensava uma coisa e era outra. Tudo muito bizarro, rs. Enfim, como eu já disse, adorei o livro, tanto que estou afim de ler novamente; mas, pensando bem... e não é que comecei a encasquetar com uma bobagem? será que vou gostar do livro agora? Será que vale a pena ler de novo? tanto tempo passou, tanta coisa mudou, eu própria mudei tanto. Será que nesse amanhecer de 2022, aos 72 anos, vou ler o livro e pegar de novo a mania de classificar todas as pessoas que conheço? Sei lá, é ler de novo para ver.


* * * * * * * * * *

quarta-feira, dezembro 22, 2021

MENSAGEM DE NATAL





FELIZ NATAL!
"natividade de cristo"
Lorenzo Lotto, 1523
  


Logo mais estaremos reunidos para festejar o Natal. 


Desejo que a noite seja de paz, de comunhão e de amor! E que sobretudo, a gente saiba aproveitar muito bem as pequenas coisas que estão ao nosso alcance, nossos familiares, nossos beijos, abraços, conversas, risadas... nossos encontros... nossos momentos. Amanhã certamente iremos nos dar conta do quanto eram grandes essas pequenas coisas! E do quanto significaram em nossas vidas. E sentiremos saudades. 


Feliz Natal. 
Feliz hoje, aqui e agora!
Um abraço bem forte, cheio de amor e boa vontade.

Marli

quinta-feira, dezembro 16, 2021

NATAL 2021 - INTERAÇÃO FRATERNA

 





FELIZ NATAL


A cada Natal que chega
Agradeço com fervor
A vinda do Deus Menino 
E o milagre do Amor

Nesse Natal vou pedir
Misericórdia a Jesus
Que nos ajude a caminhar
Pelos caminhos da luz

Que nos dê um Natal Feliz
Com saúde e alegria
E um Ano Novo de paz
Livres da pandemia. 


Marli Soares Borges


XII IINTERAÇÃO FRATERNA DE NATAL
Participação a convite da amiga Rosélia do blog espiritual-idade 
Tema: "Conversando com o Menino Jesus"
Data: 08 a 15 de dezembro.

sexta-feira, dezembro 03, 2021

OS INFINDÁVEIS TONS DA ESPERANÇA

 

Infindáveis tons de verde
Escadaria em Auvers - Vincent Van Gogh 1853-1890


- Marli Soares Borges


Gosto muito dessa tela de Van Gogh. São infindáveis os tons de verde claro que ele pintou aqui. Beleza pura! Para mim, além de linda, essa obra é profética e pode ser perfeitamente enquadrada nos dias atuais. Tudo a ver com as dificuldades que enfrentamos no cotidiano e com os infindáveis tons da esperança que nos movem. 

Observe a solidez da casa. Agora observe a escada, alta, longa e tortuosa. São assim os caminhos que temos de percorrer - e, hoje em dia mais ainda - para, com muita sorte, chegar-se a uma situação sólida na vida. (representada pela casa).


* * * * * * * * * *

sexta-feira, novembro 12, 2021

O PASSEIO DAS PALAVRAS



Depois do revival elas voltaram com renovada paixão pela vida.
O passeio das Palavras


- Marli Soares Borges


Simplesmente sumiram. E eu aqui sem saber o que fazer, o cursor piscando solitário na telinha. Foi então que ouvi as risadas e da janela pude observar. Lá estavam elas, esfuziantes. Tomei o maior susto. Meu primeiro impulso foi trazê-las de volta imediatamente, a qualquer preço, agarrá-las pelo pescoço, óbvio que estavam se achando. 

Ingratas! me abandonarem assim, sem mais nem menos, sem um aviso sequer, vou esganá-las, uma a uma! Fiquei indignada, mas fazer o quê, elas já estavam indo. Simplesmente fiquei na janela olhando e admirando - sim, admirando, acredita?! - aquele grito de liberdade... sou dessas, de princípios, rsrsss. Por certo querem divertir-se, namorar o mundo, abraçar a vida, pensei. Tudo bem, mas, e agora, (surtei) se elas não voltarem, o que vai ser de mim? silente pelo resto da vida? será que elas foram embora mesmo? não, não pode ser. 

Olha, se alguma vez aconteceu isso com você, não precisa nem ler esse texto. Nenhum relato conseguirá ser absolutamente fiel ao que se passou comigo naquele dia em que as Palavras foram passear. 

Fiquei perplexa. Lembro que minha cabeça entrou em parafuso, parecia que ia explodir, dava mil voltas. Os pensamentos zuniam, que mancada a minha: que fiz eu com as Palavras, minhas amigas de tantos anos? eu as monopolizei como se fossem minha propriedade, não lhes dei descanso, só trabalho. Gastei suas energias, não as deixava respirar. E elas ali, pacientes, heroicas, expressando meus pensamentos e suportando minhas loucuras. Tanto malabarismo que o cansaço bateu. Por Deus, palavra também é gente, palavra também cansa. Como não percebi isso? Mil vezes idiota, é isso que sou.  

Passei o dia inteirinho na janela, de olho na rua e, nada! Às vezes eu me aproximava do teclado e as letrinhas torciam o nariz para mim. Que agonia! Lá pelas tantas, no meio da noite, a chave girou e a porta abriu-se. Hosana nas alturas, chegaram as Palavras! e chegaram alegres e espontâneas, como se nada tivesse acontecido. Depois do revival elas voltaram fluentes, com renovada paixão pela vida.

Abracei-as com amizade, como grandes amigas que somos e ofertei-lhes meu melhor astral. Não reclamei e não fiz cara feia; pelo contrário, engoli a indignação e entendi o recado. São fortes os laços que nos unem.


* * * * * * * * * *

segunda-feira, novembro 01, 2021

SE CONSELHO FOSSE BOM, NINGUÉM DAVA


- Marli Soares Borges


Você gosta das pinturas de Renoir? Eu adoro. Principalmente porque ele tinha uma mania (aliás, ótima, rsrssssss) de retratar o que é bonito e agradável.


A dor passa, mas a beleza permanece
O baile de Moulin de la Galette



A dor passa, mas a beleza permanece
O amoço dos barqueiros

Ele levava para o mundo das artes, apenas o que lhe fazia bem aos olhos e a alma, e deixava os problemas e as coisas feias para o universo do mundo real. Uma vez ele disse que nunca havia pensado em retratar a realidade, mas que retratava apenas a impressão (ele era impressionista, lembra?) que essa realidade lhe causava num determinado instante. Lindo não? "A dor passa, mas a beleza permanece" - Pierre Auguste Renoir (França - 1841-1919)


Tem gente que diz que se conselho fosse bom ninguém dava. Vendia. Mas não me importo, dou de graça e espero que você goste e siga. Meu conselho, é dos bons, lol. Leia, você há de concordar. 

Se você amanhecer 
com saudade de não sei quê
acredite é vontade
de abraçar o bem querer.

De jogar conversa fora 
e ficar sem fazer nada
de parar por uns instantes,
não calcular a jogada. 

Você pode até pensar
que isso é pura bobagem
mas alivia a tensão 
traz energia e coragem. 

É tão bom de vez em quando 
ficar na vagabundagem!

Diz aí qual é o problema
desligar só um pouquinho 
Dar risadas, se alegrar
cantar como passarinho? 

Aproveite esses momentos
sem perguntar o porquê
desligue seu corre-corre
e vá dançar o balancê.

O resultado aparece
com bastante precisão
e então você amanhece
com melhor disposição.

Se você acordar assim
com saudade de não sei quê
Já sabe qual é o remédio
Não dê chance pra deprê!

* * * * * * * * * *

domingo, outubro 31, 2021

FELIZ DIA DAS BRUXAS


Origami de bruxa
Feliz Dia das Bruxas


- Marli Soares Borges


Eu quero tempero forte
alho, pimenta, 
fogo e sal,
vou temperar meu feitiço
e cozinhar no caldeirão. 
É meu ritual de magia
pra alegrar o coração.



Reza a lenda que as bruxas voam aos céus para transformar as energias nocivas em boas energias vibratórias; elevar as energias a uma frequência de vida e saúde; harmonia e amor; luz e alegria. Vou aproveitar e voar também, somar energias vitais. Já peguei minha vassoura. E você?

Opss, ia me esquecendo: ouvi dizer que as bruxas modernas usam outros tipos de ferramentas para seus feitiços; parece que dispensaram há muito a vassoura e o caldeirão. Nossa, estou muito por fora dessas modernidades. Tudo bem, eu não sou moderna, sou das antigas, daquelas bruxas que torram a barriga cozinhando feitiços no caldeirão. E sou econômica, uso a vassoura para voar e para varrer a maldade do mundo, sou chegada a uma varreção, rsrssss. É fogo ser bruxa antiga, olha o que fui pensar: vai halloween e vem halloween e eu sempre na mesma em relação ao mundo palpável: às vezes a muvuca é tanta que não sei pego a vassoura e voo pra energizar o ambiente ou se fico por aqui e varro essa cambada de safados para os quintos. 

Quer aprender minha oração de Bruxa? é fácil, é a mesma de sempre.
Sou filha da Grande Energia Vital; levo todas as suas faces em mim.
Tudo o que peço, faço e consigo, tem a mão protetora da Grande Energia Vital.
Sou filha da natureza e amante do sol; levo a luz dentro de minha alma.
Sou filha da terra, da água, do fogo e do ar; sinto a força da vida.
Sou filha do vento, do mar, das estrelas e da lua.
Sou mística, sou mulher e bruxa; preparo rituais de magia.
A fé é meu maior tesouro, minha maior mágica; parte da minha essência.
Peço aos anjos que me ajudem a (fazer o pedido especial) e que me afastem das sombras, me afastem das armadilhas, me afastem de tudo que me impeça de ser feliz. 

Que assim seja! Que assim se faça! Que assim se cumpra!
Boas energias para todos nós.

* * * * * * * * * *

domingo, outubro 24, 2021

NINGUÉM MERECE PEDRA NO SAPATO



Ninguém merece pedra no sapato


- Marli Soares Borges


Temos que parar de vez com essa mania de botar água fria no entusiasmo dos outros. Temos que parar de achar graça dos sonhos das pessoas, temos que parar de menosprezar-lhes os ideais.

É muito fácil tirar o entusiasmo e a disposição dos outros. Disso o mundo está cheio, de gente brochante, que puxa para baixo, que põe pedra no sapato dos outros. Quero ver, é você encorajar, fazer as pessoas se sentirem vivas, mantê-las em pé! Isso eu quero ver! 

Qual é o problema em dizer umas palavras legais para as pessoas, encorajá-las quando estão numa maré baixa? 

Se você não sabe, o dever de encorajamento é um dos mais elevados deveres de humanidade que temos uns com os outros. Uma palavra de apreço, de ânimo e reconhecimento fortalece o coração das pessoas, e muitas vezes é apenas desse amparo que necessitamos para não desistir e continuar tocando a vida para frente. "As vezes, uma ou duas palavras amáveis são suficientes para ajudar alguém a desabrochar como uma flor." 

Ou você acha que encorajar o próximo é mera convenção social só pra sair bem na foto? Se você pensa assim, que peninha de você. Você não é ninguém: sua inteligência foi pro brejo e seu coração está deteriorado. 

Aprenda a encorajar! Faça um esforço, em vez de chá brochante, ofereça um café, uma cerveja, um vinho, uma água, sei lá! Você consegue, tenho certeza. E você vai se sentir muuuito bem!

* * * * * * * * * *

quarta-feira, outubro 20, 2021

CARTÃO DE MEMÓRIA


Por que ainda estou guardando esses cartões?
Onde guardei?


-Marli Soares Borges


Sabe aqueles cartõezinhos de memória das máquinas digitais de antigamente? Pois eu tenho cinco. Todos guardados, desde o início do mundo, numa caixinha de plástico transparente. Pelos séculos dos séculos, há anos, sempre no mesmo lugar. Encontro-os de olhos fechados.

Sqn

Dia desses, resolvi fazer um destralhamento aqui em casa: bem me quer, mal me quer, isso eu quero, isso não quero. E fui povoando o lixo de coisas sem valor e absolutamente desnecessárias. Lá pelas tantas, dei de cara com a caixinha de plástico transparente. Abri e olhei. E contei: cinco cartões de memória. Por que ainda estou guardando esses cartões? minha câmera já era, hiper obsoleta, e quem quer bater fotos em câmeras obsoletas? Ah, chega de tralhas, dessa vez vai pro lixo. E plof! 

E continuei examinando e separando coisas.

Virei o pescoço e dei uma espiada no saco do lixo. Ali estava ela, minha caixinha, recheada de lindos memory cards! Tadinhos, estão comigo há tantos anos, a caixinha com os cartões. Que mal fizeram pra descartá-los assim? Me fiz de offline. Não consegui. Peguei a caixinha de novo: abri, olhei e guardei. Pois é guardei novamente. Meus tesouros, rs. E bem guardados que é pra eu não fazer besteira de novo. 

Felizmente essa foi minha única recaída, no mais, me destralhei total. Foram sacos e sacos de lixinhos, coisinhas, bobaginhas que não fazia mais o menor sentido guardá-las. E me senti ultra leve, menina passarinho, com vontade de voar.

Mas, nada é perfeito.

Dias depois, meu marido comprou pela internet umas câmaras sem fio "pra espalhar aqui no sítio, a gente está precisando", ele disse. Sabe aqueles cartões que tu vive guardando? agora eles terão utilidade, vamos precisar de três, quantos tu tens? Cinco eu disse, de supetão. (Bom eu ter tido aquela recaída, pensei orgulhosa).

Como a encomenda está quase chegando, fui direto pegar a caixinha com os cartões. Não achei. Não estava mais no antigo lugar, óbvio, no dia da arrumação tive um insight criativo, grrr, e mudei tudo de lugar. Meu Deus, onde guardei a caixinha? Lembrei. Óbvio que eu lembraria, - sei onde guardo tuuuudo aqui em casa -, vou ali pegar e já volto. Adivinha. Não achei. Revirei tudo e ... Nada! Desapareceram sem deixar vestígios. 

Mas eu conheço os bastidores. É tudo obra daquela gangue de duendes mau-caráter que vivem escondidos aqui em casa e adoram esconder minhas coisas. Fazem isso só pra me infernizar: eu guardo e eles escondem. E eu fico p da vida.

Como já vi esse filme, vou dar um tempo. O modus operandi deles é sempre o mesmo: eu guardo num lugar e eles, só pra incomodar, colocam em outro. E para completar, ainda fazem as coisas aparecerem num lugar onde eu já havia procurado um milhão de vezes! Da última vez fiquei tão indignada que prometi fritar-lhes o fígado um por um. Aí, eles tomaram tento e sumiram. Agora voltaram, os safados. 

Mas, dessa vez eles vão se dar mal. Prometi uns duplos carpados a São Longuinho, pode ser que ele me ajude.   

Tomara que dê tudo certo.

* * * * * * * * * *

sexta-feira, outubro 08, 2021

A INTELIGÊNCIA DO CHINELO


bom mexer os dedos do pé
A inteligência do chinelo


- Marli Soares Borges


Por aqui os dias continuam chuvosos e frios. E estamos em plena primavera, na estação das flores, do sol e dos coloridos sazonais. Mas a querida "prima" não quer aparecer. E isso não está me cheirando bem. Tenho a impressão de que esse ano não teremos primavera, nem verão, e, se bobear, nem outono. Alguém avisa o inverno que ele acabou, por favor.

Ontem, distraída, até me assustei quando minha filha chegou e me presenteou com um chinelo crock, um número maior que o meu. "Ó mãe, um presente, se não gostar me devolve. Sei que tu não acha muito bonito, mas lembrei desse frio que não para e trouxe pra tu usar com tuas meias de lã". Ela sabe que meu sistema termo-regulador anda trabalhando em 'curto' e que sinto um frio colossal. E nesse non-stop do inverno...

Confesso que nunca vi nada de bonito nesses tais chinelos, mas adorei o presente e nem penso em devolver. Estou feliz da vida com meus pezinhos aquecidos, confortavelmente metidos na meia de tricô favorita e no chinelo crock que acabei de ganhar. Sei... eu vivia falando mal deles, tá bom, já engoli as palavras. Mas, será mesmo que esse povo - gamado no tal chinelo - acha ele bonito? ou acha confortável? ou as duas coisas? Não, as duas não combinam, rs. 

Ih, acabei de lembrar um detalhe super importante: será que ele gosta de acordar tarde como eu? O meu chinelo havaiana, que uso o ano inteiro, nunca se incomodou com isso. Ele fica ali, ao lado da cama, paciente, esperando eu acordar. Ele é meu queridinho e, só para esclarecer, eu jamais pensaria em abandoná-lo por causa do crock, apenas estou pensando em deixá-lo descansando na gaveta, por um tempo, até o frio passar, ai meu Deus, será que passa?  

Meus pés agora, bem agasalhados, até viraram gente. Ah, que bom! que sensação maravilhosa! Puro aconchego. Dei uma espiada neles, e sabe que nem achei o chinelo tão feio assim? pura implicância minha, pensei. Fazia tempo que não me sentia tão bem... que bom mexer os dedos do pé e senti-los todos ali, vivos, à postos, quentinhos e flexíveis. 

Chinelo inteligente esse. Chegou aqui de mansinho, jogou um calorzinho nos meus pés e me enrolou feito um novelo! Identificou com precisão o momento certo de agir: fomos apresentados e ele me deu um breve aperto de pé. Na sequência, uma conversinha boba e, para completar, um verãozinho pontual. Pronto, bastou. Tudo de caso pensado, na medida certa pra me apaixonar. Evidente que se eu me apaixonasse, ele moraria comigo e teria um teto pra chamar de seu. E caí na rede feito um peixinho. Mas, quer saber? Valeu! Quem não ama um chinelo assim? 

Hoje tem sol claro e céu azul e bem que poderia ser um lindo dia de primavera, mas não! tinha que ser esse ridículo dia de inverno, com prazo de validade vencido. Por sorte, meu crock não nega fogo. 


* * * * * * * * * *