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quinta-feira, agosto 14, 2014

DESTA PARA MELHOR




desta para melhor
"A morte transforma todos os homens num só" 
(Jean Paul Sartre)

Passou desta para melhor. É assim que a gente costuma dizer, geralmente em tom de brincadeira, quando se refere à morte. Mas ando tentando entender algumas atitudes que costumamos ter diante da perda recente de alguém, conhecido, amigo, parente etc. Primeiro vem o choque, depois rapidinho a gente começa uma cantilena: agora ele ou ela está em lugar melhor, encontrou a paz, foi para a luz, mais uma estrela no céu, etc. Será mesmo que acreditamos em nossas próprias palavras? Sei não, acho que a gente fala para consolar o outro, mas no fundo fala muito mais para nosso próprio coração, perplexo, diante da enorme ferida que a morte - certa e inevitável - sempre causa nos que permanecem nesse plano material. Quem de nós nunca se perguntou, como será? quando a vida nos abandona, como será? como será essa dor da morte? ou será dor da vida que se foi? como será do lado de lá? existe o lado de lá? É que a gente não suporta o ponto final, a insegurança e muito menos a incerteza contida na vida, não dá para esquecer que nunca, jamais, alguém voltou em carne e osso para nos contar o que aconteceu, o que viu e o que se passa na nova 'morada'. Como suportar o medo da morte, esse desespero visceral que nos acompanha desde que nascemos? 

Que coisa, pensando bem, a gente já nasce com a morte embutida na vida, e sem qualquer explicação, temos que suportar a perda de nossos entes queridos, temos que encarar o medo de nosso próprio fim e conviver para sempre com essa dúvida existencial. A vida que tanto amamos é apenas um sopro. Talvez por isso, quando alguém morre, a gente imediatamente abandona a lógica e pega o caminho da fé. Na verdade, o pouco que sabemos não veio a nós através de fatos reais, concretos, táteis ou visuais, como convém aos habitantes de um corpo físico. Ao contrário, todo o conhecimento que temos sobre essas questões têm origem em contatos digamos, transcendentais, todos eles abstraídos através da fé. 

Ah, a fé! Esse bálsamo que nos ampara e nos ajuda a suportar as perdas. Se não fosse a fé e a espiritualidade, não sei o que seria de nós, pois a morte é o maior contrassenso que existe na face da terra. Não me olhe assim, não tenho respostas, só perguntas. Em matéria do além, sigo tateando no escuro. Mas como seria se abandonássemos a fé e seguíssemos pela lógica pura e simples? Bom, aí voltaríamos ao ponto inicial com a pergunta que não quer calar: cá entre nós, se a gente realmente acredita que é tão bom, que tem tanta luz, que tem braços e abraços de aconchego do lado de lá, porque damos nosso sangue para ficar nessa muvuca do lado de cá? hahahaha. É que aqui é a Estação Vida. Aqui a gente sabe onde pisa... ou pelo menos pensa que sabe. 

- Marli Soares Borges -

sábado, agosto 21, 2010

ANTES DE PARTIR



- Marli Soares Borges - 

Vamos falar de cinema? O filme é "Antes de Partir" (The Bucket List). Ele foi lançado em 2007 e reconheço, estou bem atrasadinha, paciência, mas valeu a pena, é um filmaço. E me cativou tanto que resolvi trazer pra você algumas impressões. Meu filho já havia dito, vale a pena mãe, vocês vão adorar! Não deu outra.

É uma comédia dramática, com roteiro inteligente, divertido e suave, mas que nos faz refletir sobre muitas coisas que acontecem na nossa trajetória existencial. Tem risadas e emoções. Os protagonistas são Morgan Freeman e Jack Nicholson, dois atores de primeira grandeza, acho-os incomparáveis, um carisma sem igual! Cada um imprime com maestria sua marca registrada nos personagens, um é reflexivo e outro indômito. Gosto muito de filmes assim, onde os atores incorporam os personagens, refletindo neles suas próprias personalidades. Acho sinceramente que a empatia e sinergia que existe entre os dois é que dá realce à produção e a torna de alguma forma, especial.

Se você pretende assistir e não gosta de saber detalhes, não continue a ler esse post. É claro, não revelo o filme, mas é óbvio que conto algumas coisas.

O filme narra a história de dois homens de mundos diferentes, um pobre e outro rico, cujos caminhos se cruzam. (Freeman é Carter, o pobre, e Nicholson é Edward, o rico). Eles dividem o mesmo quarto hospitalar e recebem no mesmo dia a notícia que têm poucos meses de vida, em razão de um câncer em estágio terminal. 

Apesar de terem personalidades opostas, passam a apoiar-se mutuamente e... fogem do hospital! Pretendem colocar em prática uma "lista" de coisas que gostariam de fazer antes de "bater as botas". E lá se vão eles, soltos no mundo! Surge uma grande amizade e o tempo de convivência acaba transformando suas vidas, em alguns aspectos.

Achei tocante a mensagem sobre os relacionamentos familiares e o valor da vida. Carter (o pobre) diz que para valer a pena, a vida precisa de duas coisas: trazer alegria para você, e que você leve alegria às pessoas. Gostei que apesar de ter a morte como tema central, o filme é uma homenagem e celebração à vida e suas belezas, uma lição que a gente vai aprendendo aos poucos, a cada item que eles vão cumprindo (ou não), e riscando da tal lista. 

Mas, mudando de assunto, que tal, tchê, a sorte do Carter, cruzar seu caminho com um milionário disposto a proporcionar-lhe a realização de sonhos que só o dinheiro pode dar: pular de paraquedas, viajar e conhecer o mundo, pilotar o carro que tanto sonhou? A sorte é assim, quem tem, tem.


CURIOSIDADES 
O nome original do filme é The Bucket List ou seja, A lista do Balde, isto porque, “chutar o balde” é a expressão que eles costumam usar para "BATER AS BOTAS". Sabia dessa? Eu não.

Pouco antes das filmagens, Nicholson precisou submeter-se a uma cirurgia que o deixou de molho por meses e alguns dizem que ao enfrentar sua própria doença, ele soube melhor qual seria o estado de espírito ideal para interpretar seu personagem no filme.

Beijos e bom final de semana.


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