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terça-feira, agosto 10, 2021

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO


O tempo é o senhor da razão



-Marli Soares Borges (c) 2014



"O tempo é o senhor da razão". Essa é uma frase muito antiga e ninguém sabe a autoria. Sabe-se apenas que foi Marcel Proust quem se encarregou de torná-la conhecida no mundo inteiro e até hoje, a dita frase tem sido refrigério na vida de muitas pessoas. Quer ver? 

Às vezes a gente sem querer se mete numas discussões tolas com amigos -- e até mesmo com familiares --, umas bobagens que não acrescentam nada na vida de ninguém. E numa dessas, quem de nós não foi acusado injustamente de alguma coisa que não fez? e num toque de mágica passou de inocente a réu? e foi julgado e condenado pelo tribunal improvisado que se formou na ocasião? 

Acho que isso acontece com todo mundo. E no calor da discussão ninguém quer saber de nada, todos querem ter razão - em tudo -, ter a última palavra. E você entra nessa e se expõe ao ridículo, e lá vem boicote, doideira e às vezes até inimizades. E você sente na pele a dor da injustiça.

Logo você que vive ajudando e perdoando... que faz doces, que oferece cafezinho, que ouve os choramingos, que faz churrascos, que constrói sempre bons momentos e diz que os ruins ficaram no passado, e ensina que toda mágoa é moeda podre. Logo você que não quer saber de complicações, que odeia brigas e que faz tudo pela paz... será mesmo que nada disso importa? 

Sinto dizer, mas agora não, o circo pegou fogo. E nessas horas os interesses pessoais falam mais alto que a própria razão. E nem tente medidas heroicas para solucionar o problema. Não irão funcionar. Foi mal.

Mas o Anjo do Senhor, sempre a postos, bate no seu ombro com ternura e lhe diz ao pé do ouvido: sossegue, vai passar, vai passar, "o tempo é o senhor da razão". Vá descansar, amanhã será outro dia e tudo mudará. 

Aí, você suspira, recolhe as baterias e sai abatido.

E no outro dia, realmente o assunto é outro. O olhar é outro. O juízo é outro. Acontece que o tempo, definitivamente, costuma revelar a verdade e colocar cada coisa no seu devido lugar. Ninguém sabe direito como isso acontece, mas a tal frase faz todo sentido nos acontecimentos que mexem com a gente em inúmeras ocasiões. E, conforme vamos amadurecendo, vamos entendendo essas filigranas da vida, e nós mesmos vamos nos dando um tempo e nos ajudando a (re)inaugurar novos gestos e a tecer novos momentos... e a nos manter longe, bem longe dos conflitos e discussões acaloradas. 


* * * * * * * * *

terça-feira, junho 23, 2015

A GUARDA COMPARTILHADA




- Marli Soares Borges -

Andei lendo algumas opiniões sobre filhos, famílias, separações, etc. e comecei a refletir um pouco sobre a GUARDA COMPARTILHADA, a tal lei que não 'pegou'. 

Penso que a guarda compartilhada para funcionar exige que os pais tenham uma boa relação e, óbvio, se tiverem uma boa relação, não haverá necessidade de o juiz determinar o que é melhor para os filhos.

Obrigar casais com alto grau de litígio a compartilharem a guarda é um contrassenso, pois a criança sempre será a mais prejudicada. Ela acabará como bolinha de ping-pong, sempre ao sabor dos ânimos de cada um dos genitores. Sem falar no estado de insegurança permanente a que estará sendo submetida. Acho que os juízes que lidam no dia a dia com esse tipo de litígio, já perceberam que 'ex casais' que vivem em pé de guerra, jamais conseguirão dar conta dos encargos inerentes ao compartilhamento da guarda dos filhos. Por isso, eles (os juízes) não têm concedido esse tipo de guarda quando requerida.

Se não houvesse discórdia, tudo seria diferente e, como eu disse antes, nem haveria necessidade de legislar nesse sentido. Mas essa lei, como tantas que são criadas aqui no Brasil, é uma lei de gabinete, uma lei criada para mostrar serviço, por quem apenas observa o cenário... apressadamente. E os envolvidos na discórdia -- as crianças e os pais -- é que sentem em suas vidas, o peso que isso representa.

Ocorre que na guarda compartilhada não são apenas os direitos que devem ser compartilhados mas também os deveres e obrigações. Em tempos de paz tudo parece tão óbvio... mas no meio do conflito, a conversa é bem outra. Inclusive existem casos - e não são poucos - em que o pedido de guarda compartilhada tem sido usado, pasmem(!) até para embasar a diminuição e/ou o não pagamento de alimentos.

As crianças sempre reféns dos insensatos.

💙 💙 💙


quinta-feira, março 26, 2015

O MELHOR DOS DOIS MUNDOS

O melhor dos dois mundos

- Marli Soares Borges -

Não há como (con)viver em harmonia com os outros, sem renúncias. Todos queremos conquistar nosso espaço é verdade. Até porque a própria vida em sociedade exige isso de cada um de nós. É preciso que cada um encontre seu espaço no mundo, que cada um faça sua escolha para que todos possam viver suas vidas de modo pleno. 

Mas escolher implica em optar por uma coisa ou por outra. E nesse processo, inevitavelmente uma coisa será deixada de lado. Acontece que na atualidade as pessoas modernas não estão conseguindo resolver essa equação: elas querem tudo ao mesmo tempo. Fazem suas escolhas, mas não querem perder nada no processo: como assim, escolher uma coisa e deixar outra? Perder? Elas não suportam. Falta-lhes um ingrediente básico na vida: tolerância. Tolerância às frustrações. E porque que não conseguem tolerar frustrações, sofrem, choram, gastam suas energias e se estressam. E muitas vezes apelam para a violência. E deixam de aproveitar o que a vida tem para lhes oferecer de bom. Será que é tão difícil entender que escolher é "pegar" uma coisa e "deixar" outra? Que ninguém pode ter tudo? 

Pensando em nível global, na sociedade em si, acho sinceramente que precisamos tomar tento e ensinar nossas crianças, enquanto são pequenas, a tolerarem suas frustrações e conviverem com suas perdas, pois o baixíssimo nível de tolerância que vejo hoje nos adultos me assombra.


💜 💜 💜

domingo, junho 29, 2014

DOCE AMARGURA

doce amargura

"Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se." 
Kierkegaard, poeta e teólogo católico dinamarquês


Fácil, fácil. A gente anda dois passos e topa com alguém desamparado, abatido, culpado, pronto a pedir perdão e desfiar um rosário de lágrimas. Para ser infeliz não precisa nada, basta apenas colocar o pezinho no mundo e ir se perdendo e se conformando com a mediocridade da vida.

É impressionante a pressão velada que fazem as instituições para que ninguém saiba nada; não acredite em nada e para que a fé se perca. Hoje em dia só vale a superfície: a ignorância e a burrice são as grandes vedetes sociais, marionetes em alta. -- Nossa, meu estômago até embrulha com essas coisas --. E esse povo inerte, só choramingando, meu Deus, o que é isso?

Mas andei lendo a respeito, -- e como sempre pensei --, esse marasmo social não acontece assim do nada. Nos bastidores do teatro há uma estrutura contendo mecanismos infalíveis para transformar você em marionete e fazer com que você mesmo assegure alguém no poder. Qualquer poder, desde que sirva a outros interesses, que não os seus. É a "Estrutura da Culpa". A culpa é o ingrediente fundamental que aprisiona as ações humanas. De mãos e pés amarrados você se acomoda e jaz inerte, só chorando as mágoas, nessa espécie de limbo, que costumo chamar de Doce Amargura.

E o mais incrível é que tudo pode começar onde a gente menos espera: na família. O quê? Sim, pelo que entendi, parece que funciona mais ou menos assim: em criança incutem na sua cabeça uma culpa que você não tem, seja lá o que for. E você, culpado, não consegue sair dessa, e vai sofrendo, sem entender nada. E continua assim na escola e segue pela vida afora. Na sequência, você mesmo vai assumindo as culpas. E daí a assumir a culpa dos males do mundo é um passo: é sempre você que não sabe fazer isso ou aquilo, foi você que errou! E você vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... até insignificar. Quanto mais você cresce, maior a culpa e menor você. E isso se reflete em seus espaços sociais, em todos eles: trabalho, religião, política e no terreno mais delicado, no amor. E pensando bem, faz sentido. Acho.

(E como não poderia deixar de ser, na política, o sistema descobriu esse nicho e passou a apostar na infelicidade, nas limitações, nas mazelas sociais. Infeliz, você se torna vulnerável e manipulável. E num passe de mágica você está sempre pronto a negociar tua liberdade e ao mesmo tempo assegurar que o poder se perpetue em mãos indevidas. É simples: basta fazer o povo sentir-se culpado pelo mal-feito de quem está no poder. Tudo é o povo, eles roubam e a culpa é do povo.)

Mas não adianta chorar se o leite derramou. Se você encheu o saco dessa situação, o remédio é dar um jeito nisso, afinal você está vivo(a)! Mas saiba que você só tem você para se amparar. Comece fugindo dessa Doce Amargura que te aprisiona. Abandone "suas" culpas, repensando, achando o furo da bala. É complicado. Mas enfim, assuma ser feliz e aguente as consequências! Sim, as consequências, ou você acha que recuperar a liberdade vem assim num passe de mágica? Pensa que é fácil derrubar fantasmas? Pensa que é fácil derrubar um poder? Tenha consciência de si, do seu valor como pessoa, do que você realmente quer. A ação que resulta daí, vai desmontando passo a passo essa sensação de culpa que um dia se instalou na sua cabeça e no seu coração.

Ser feliz envolve revolta e loucura.

E não pense em desistir. Insista. Lute, cerre os punhos. Trema o queixo. Desestabilize-se. Ouse. É preciso coragem e ousadia para ser feliz.

Marli Soares Borges

quinta-feira, junho 26, 2014

NÓS E OS NÓS

amor familiar
Como a família é uma lindeza na vida, 
acho que combina muito bem com essa flor 
que acho outra lindeza.


A família é o lugar onde a gente mais chora, mais briga, mais odeia. É na família que o coração aperta, o estômago arde e as lágrimas jorram. É na família que a palavra corta. Mas é também na família que os sonhos nascem e que a alegria explode sem explicação. É na família que o amor acontece em estado original e refrigera a alma. É na família que nossos mais sinceros sentimentos habitam e aparecem de cara lavada.

Tem gente perdendo de aproveitar a vida porque ainda não se deu conta disso. E seguem transformando laços em nós. Uma pena... 

- Marli Soares Borges -

quinta-feira, junho 05, 2014

O DIÁLOGO



R. Magritte  - "O Professor"


Bom dia a todos.


O diálogo representa para mim, uma grande possibilidade de evoluir... de respirar. Dialogando amenizo o desespero pungente que sinto quando estou com o pensamento guardado. No diálogo meu pensamento respira. 

Ontem meu filho estava muito feliz. Foi um sucesso a palestra que ele fez no estúdio, para uma turma de universitários, a convite da universidade. Estavam todos interessados em seu trabalho, no que ele mais gosta de fazer: produzir música. E à noite, aqui em casa, estivemos os três, meu filho, minha nora e eu, num diálogo muito bonito. Iniciei perguntando sobre a palestra e estendemos o nosso bate papo sobre vários assuntos. E o resultado foi, que tivemos aprendizados e ensinamentos. E, no final das contas, estávamos todos interessados em pensar o presente e o futuro das artes - da música principalmente -, e das letras em nosso país.

E porque estou pensando em nós ontem, que dialogamos, ouvimos, falamos e pensamos juntos, que aprendemos e ensinamos, decidi escrever esse texto. E porque foi tão salutar e revigorante nossa conversa, acabei pensando na não-conversa dos poderosos que, autoritários e preconceituosos, abominam qualquer relação dialogal que possa trazer aproximação entre uns e outros.

Eles não se preocupam em ver a existência do outro e muito menos em saber como o outro pensa. Eles acreditam que encontraram a verdade antes de todo mundo e que, por isso, estão autorizados a usá-la em seu favor, como arma, para humilharem os outros, os burros, que é assim que apelidaram os que discordam de seus axiomas. Essa gente não tem afetos, estão sempre em busca de poder, não importa qual, por menor que seja, desde que represente um poder. Das duas uma, ou não têm cérebro, ou seu autoritarismo é tanto que paralisou seu pensamento, pois a única coisa que eles conseguem fazer intelectualmente é produzir negações abstratas sobre quaisquer assuntos que cheguem aos seus ouvidos. Gente assim, ignorante e fascista, não se dá bem com argumentos. E foge do diálogo, como o diabo da cruz. 

E os que valorizam o diálogo e a reflexão? Onde ficam em tudo isso? Bom, eu continuarei por aqui, em busca da luz do saber. Sabe de nada inocente. Rsrsrs.

Beijos
Marli

sexta-feira, maio 23, 2014

LICENÇA, MINHA VÓ ESTÁ DE ANIVERSÁRIO HOJE E QUERO "DIZER UM VERSINHO", rsrsrs




versinho


Minha vó despediu-se há bastante tempo
foi morar com meu avô, no Grande Jardim.
Se ela estivesse aqui,
hoje seria seu dia de celebrar a vida.
Mas eu, que ainda estou,
celebro uma saudade boa.
E a vejo... baixinha, cheia de atitude,
as mãos doentes de artrose, mas sempre trabalhando,
costurando,
limpando e perfumando a casa
e fazendo comida boa.
Só de pensar me dá água na boca.
Ela era uma pessoa tão cheia de vida,
gente assim, deveria ficar para semente.
E ensinou-me a entender tantas coisas...
a dor, a beleza e o compromisso de viver.
Quando penso nela, reconheço quem sou.
Aprendi com ela a sentir o sabor da comida
no coração.
E aprendi a amar as margaridas que ela plantava... sempre, sempre.
Quando floresciam,
o sol refletia seus raios nas pétalas brancas
e o jardim ficava repleto de luz!


Sei que hoje
o Grande Jardim vai estar todo iluminado
[ah se não te conheço, Dona Maria! você não para nunca!
Por nada nesse mundo você deixaria de plantar suas flores de luz!]
Feliz aniversário vózinha.
Estou com tanta saudade.

-Marli Soares Borges-

terça-feira, fevereiro 25, 2014

SEGURE A PETECA!

Segure a Peteca! 


- Marli Soares Borges -
Segure a peteca! Essa é uma expressão conhecida que certamente você já ouviu alguém falar. Significa enfrentar as adversidades da vida, coisa que muito adulto simplesmente não tem coragem de fazer. 
Houve um tempo, há muitas e muitas luas, em que os pais preocupavam-se com a educação de seus filhos e sentiam-se no dever de lhes ensinarem o jogo da vida. E bem cedinho as crianças aprendiam a 'segurar a peteca'. E os pais arremessavam forte a peteca e ninguém era poupado, e se alguém tentasse dar uma de espertinho, os pais, com autoridade, o deixavam direto no banco dos reservas e ele ficava ali, emburrado, pagando o preço da 'esperteza'. E todo mundo acabava aprendendo por osmose. E ninguém ficou traumatizado. 
Mas hoje em dia a história é outra, o mundo virou do avesso e a vida dos filhos agora é uma verdadeira moleza, quase um conto de fadas(?!), um passe livre para o que der e vier. Os pirralhos pintam e bordam, as crianças maiores fazem o que querem e os adolescentes, grosseiros, respondões e atrevidos, só falta baterem nos pais. E os pais? Bem você já sabe. Os papais e mamães (sem generalizar, ok?) estão aí, suando a camiseta para manterem em dia os looks dos seus rebentos e presenteá-los dia-sim-outro-também, pela vida afora, senão o bicho vai pegar. Eles não suportam a ideia de negar alguma coisa aos filhos. Fazê-los assumir suas responsabilidades, lidar com as frustrações, nem pensar! Sei lá, acho que hoje em dia os pais têm medo dos filhos. E nesse embalo a safadeza e a imbecilidade foram sacramentadas. E o mundo virou nisso que estamos vendo, um bando de gente fraca e sem noção que só pensa em falcatrua. 
E eu às vezes me pego pensando naqueles tempos em que a gente precisava se esforçar e correr, para não deixar a peteca cair. -- Menos, madame, esse jogo já era. As petecas agora jazem no chão, abandonadas, longe da nossa vista, démodé, entendeu? Ninguém mais quer saber de segurar petecas. -- Verdade, mas não me conformo, essas crianças estão crescendo muito rápido, e sem educação para a vida, o que vai ser? Ops, não vai ser, já foi, já é! Tudo no oba-oba, afinal quem se importa? Essas crianças estão aqui, foram desembarcadas na adultez com a mala repleta de fraqueza, egoísmo e onipotência. E como adultos, seguem -- inteligentes -- alegremente, impunemente, enganando, vandalizando e tiranizando pessoas, animais e coisas. 
Enquanto uns conseguem disfarçar o mau caráter ocupando cargos elevados, outros justificam atrocidades em nome da justiça. Uma lógica reversa incompreensível para mim. 

❤ ❤ ❤

quarta-feira, outubro 30, 2013

FAMíLIA EM CONEXÃO COM A PAZ

A paz não é um fim, não é um objetivo nem algo que se busque alcançar no presente ou no futuro. A paz é situação real, diária, modo de ser e de estar que se propaga quando interagimos com o outro. É salvo-conduto para o mundo, e inaugura-se na família, um microcosmo por excelência. Acredito muito numa coisa que chamo "Centro de Paz". Não é propriamente um lugar, mas um modo pacífico de interagir e compatilhar a vida com as pessoas, ou seja escolher a paz, abandonando os encontrões e as grosserias. O coração pacífico, o comportamento pacífico apesar dos senões, e sem se anular como pessoa. Penso que a familia pode ser o cenário do primeiro "Centro de Paz" na vida de cada um de nós. O ambiente familiar nos oferece uma rara oportunidade para entender e praticar a paz verdadeira. Nossos familiares nos põe à prova, instalam o céu e o inferno em nossas vidas e testam nossos ímpetos como ninguém. Muitas vezes precisamos ter nervos de aço para neutralizar certos conflitos familiares e, ao mesmo tempo lidar com os ditames de nossa guerra interior. Tudo isso, ali, em meio a laços afetivos de dimensão inestimável. E nesse fogo cruzado precisamos fincar o pé e sustentar a paz, afinal, família é família. Daí minha ideia desse primeiro "Centro de Paz". É um teste visceral. E você tem que estar em paz com a tua guerra, seja ela qual for, porque, se você não sabe, é esse estado mental -- pacífico ou beligerante -- que você vai refletir, lá fora, inconscientemente, em todas as suas relações pessoais. Entenda, você pode ser a paz no mundo, você é causa e consequência. Gosto de ir além, e pensar no mundo como um grande "Centro de Paz". Marli Soares Borges

O post Família em conexão com a paz apareceu primeiro no Blog da Marli

sábado, junho 11, 2011

EM BANHO-MARIA

Em banho-maria
- Marli Soares Borges - 

Olá turma,

Poucas vezes encaro a direção do carro. Por uma questão de foro íntimo: não gosto de dirigir. Ainda mais nesse trânsito maluco. Meu marido, filhos, genro e nora dirigem para mim. Dirijo só por necessidade. Logo, nunca considerei a hipótese de dirigir a caminhonete de minha filha. Quando ela me falava, mãe é mais fácil pra ti, experimenta, é tudo automático, tu não tens que te preocupar com nada e blablablá, eu recorria a todos os chavões pra encerrar o assunto: só dirijo o meu carro. Ponto. E quando eu quiser. Ponto. Pra que vou pegar essa enorme caminhonete, sem embreagem? Sem mudanças? Tô fora.

Hoje, depois de ter dirigido, por absoluta necessidade, durante uma semana inteirinha, a tal caminhonete, já penso diferente. Quer saber? Amei! Moleza, é só cuidar o volante. Um legítimo carro de preguiçoso, rsrs. Acelero e ela anda; freio e ela para. E na subida, arranca sem descer um centímetro para trás. (Seguinte: esse é um segredo que conto só pra você, pois pretendo continuar no meu embalo de sempre, com motoristas e tudo o mais, hehe).

Falei, falei e não contei o que me levou a encarar a direção com tanto empenho. Olha só. Meu marido aprontou. Esse verbo aí fica por conta da minha netinha: "Ô vô, que foi que tu aprontou?" Malandra. Rsrs.

Ele quebrou a perna direita em cinco lugares. C i n c o. Ninguém merece. Segunda vai direto pra cirurgia. Estamos no maior sufoco, rezando, pedindo a proteção divina. Que coisa, ele estava aqui no sítio, simplesmente caminhando, quando trancou o pé na raiz duma árvore, o corpo alavancou e pimba! E agora? Bom, agora os cuidados necessários. No mais, ele precisa de duas coisas básicas: espaço para espichar a perna e... motorista! Sentiu?

É madame, chegou a tua vez. Hora de arregaçar as mangas e carregar o marido pra lá e pra cá, enquanto for necessário. Onde? Na caminhonete, oras! Com aquele espação não tem perna que aperte. Ainda bem que a Hilux SRV - é esse o nome dela - já me tranquilizou: vai me levar pra onde eu quiser, é só acelerar e frear. Touché.

Moral da história: "nunca despreze a caminhonete de sua filha, um dia teu marido pode aprontar, e você vai precisar umas caronas, e então...".

Beijos a todos.

❤ ❤ ❤

quarta-feira, abril 06, 2011

UM DIA EU CONTO PRA VOCÊ

Um dia eu conto pra você


- Marli Soares Borges © 2011 -

Olá, turma.

Ando tão alucinada, fazendo um monte de coisas, (boas, né, me poupe, rsrs): trabalho, estudo, lazer, origami e otras cositas más. Como adoro blogar, sempre acho um tempo para dar uma chegadinha aqui. Nossa! a vida anda a mil e nem sei porque, estou me dando conta que hoje é quarta-feira, dia-do-sofá! Você não sabe o que é? Não precisa humilhar, rsrs, sei que sou dinossaura, rsrs.


EMPANTURRADOS DE LIBERDADE

Na idade da pedra, ops, no meu tempo existia o "Dia do Sofá" e era na quarta-feira. O dia de namorar. Dia em que o namorado visitava a namorada e ficavam os dois sentadinhos no sofá. Conversando. Isso mesmo, só isso, rsrs. Acredite se quiser: sexo zero. Só depois do casamento. A ideia era preservar as donzelas a todo custo. Tudo em homenagem a moral daqueles tempos, moral de cuecas, onde ELES faziam tudo pra levar suas namoradas para a cama e depois queriam que ELAS casassem virgem. Pode? E as meninas, óbvio, deveriam sempre recuar. Só na base do indicador, pra lá e pra cá, acompanhado de um sonoro não. (Ah, não acredita, pergunte a sua mãe, ou avó). E todo mundo caladão, ninguém podia reclamar, era assim que funcionava. Eu era adolescente e odiava aquilo tudo, aquele fingimento social. 

Hoje? Ah, hoje é bem melhor! Os adolescentes de hoje podem fazer escolhas. Tenho orgulho em dizer que minha geração conquistou esse direito para eles e que eu participei ativamente nessa luta.

Mas a luta continua. Quer saber? Agora o que eu mais quero é que os adolescentes não sofram tanto por besteiras. Quero mesmo é que notem quanta coisa boa eles têm a seu dispor: direito de dizer o que pensam, de estudar, de se divertir, de trabalhar, de seguir atrás de seus sonhos. Sem falar no direito sexual. E me entristece vê-los viajando na maionese, à toa, vendo a banda passar. Tenho uma teoria: eles estão empanturrados de liberdade. Mamam a liberdade desde que nascem, no próprio seio materno. Liberdade é seu principal alimento e, mais tarde, sua bandeira. Uma liberdade sem limites. E de graça.

Calma, não sou débil mental a ponto de menosprezar a liberdade. Não enlouqueci, estou tentando dizer outra coisa. Tecnicamente falando, em linhas gerais, os jovens são bem educados, frequentam a escola, a academia, os psicólogos, etc, tudo muito profissional. Divertem-se, e os pais fazem o que podem para garantir-lhes esse suporte. Mas nada disso me convence, vejo-os muito inseguros, além do que seria aceitável em razão da idade. A meu ver eles não têm delineado em suas mentes a necessária correspondência entre direito e dever. Resultado: não sabem onde pisar e saem pisando em tudo e em todos. E impunemente. E aí vem o xis da questão: no íntimo eles sabem que estão errados, sentem culpa e sofrem um complexo de culpa permanente e invisível, que desaba nisso que a gente está vendo todo dia: jovens perdidos e perversos. 

Com ações calcadas em valores distorcidos os jovens compensam a inércia de quem deveria lhes apontar o caminho. É uma liberdade excessiva, é muito querer e poder, muita coisa boa de graça... E o pior é que essa doença já virou epidemia. O pessoal só quer saber de direitos. E os deveres? Que nada. Isso é com os outros! -- Os jovens estão onipotentes e virando adultos onipotentes!

E eu com isso? Eu que nem tenho adolescentes em casa? É que gosto de dar o meu pitaco. Fui e continuo sendo a favor da liberdade. Ampla, geral e irrestrita. Mas da liberdade verdadeira, aquela que só existe com responsabilidade. Acho que isso evitaria muitos dissabores e confrontos desnecessários entre uns e outros. E os conflitos diminuiriam. Mas é pagar pra ver. 

A propósito, de quem é mesmo a culpa desse oba-oba, desse excesso de liberdade que faz sofrer? Dos pais? Da escola? Do Estado?

Beijos a todos.

❤ ❤ ❤

sábado, agosto 21, 2010

ANTES DE PARTIR



- Marli Soares Borges - 

Vamos falar de cinema? O filme é "Antes de Partir" (The Bucket List). Ele foi lançado em 2007 e reconheço, estou bem atrasadinha, paciência, mas valeu a pena, é um filmaço. E me cativou tanto que resolvi trazer pra você algumas impressões. Meu filho já havia dito, vale a pena mãe, vocês vão adorar! Não deu outra.

É uma comédia dramática, com roteiro inteligente, divertido e suave, mas que nos faz refletir sobre muitas coisas que acontecem na nossa trajetória existencial. Tem risadas e emoções. Os protagonistas são Morgan Freeman e Jack Nicholson, dois atores de primeira grandeza, acho-os incomparáveis, um carisma sem igual! Cada um imprime com maestria sua marca registrada nos personagens, um é reflexivo e outro indômito. Gosto muito de filmes assim, onde os atores incorporam os personagens, refletindo neles suas próprias personalidades. Acho sinceramente que a empatia e sinergia que existe entre os dois é que dá realce à produção e a torna de alguma forma, especial.

Se você pretende assistir e não gosta de saber detalhes, não continue a ler esse post. É claro, não revelo o filme, mas é óbvio que conto algumas coisas.

O filme narra a história de dois homens de mundos diferentes, um pobre e outro rico, cujos caminhos se cruzam. (Freeman é Carter, o pobre, e Nicholson é Edward, o rico). Eles dividem o mesmo quarto hospitalar e recebem no mesmo dia a notícia que têm poucos meses de vida, em razão de um câncer em estágio terminal. 

Apesar de terem personalidades opostas, passam a apoiar-se mutuamente e... fogem do hospital! Pretendem colocar em prática uma "lista" de coisas que gostariam de fazer antes de "bater as botas". E lá se vão eles, soltos no mundo! Surge uma grande amizade e o tempo de convivência acaba transformando suas vidas, em alguns aspectos.

Achei tocante a mensagem sobre os relacionamentos familiares e o valor da vida. Carter (o pobre) diz que para valer a pena, a vida precisa de duas coisas: trazer alegria para você, e que você leve alegria às pessoas. Gostei que apesar de ter a morte como tema central, o filme é uma homenagem e celebração à vida e suas belezas, uma lição que a gente vai aprendendo aos poucos, a cada item que eles vão cumprindo (ou não), e riscando da tal lista. 

Mas, mudando de assunto, que tal, tchê, a sorte do Carter, cruzar seu caminho com um milionário disposto a proporcionar-lhe a realização de sonhos que só o dinheiro pode dar: pular de paraquedas, viajar e conhecer o mundo, pilotar o carro que tanto sonhou? A sorte é assim, quem tem, tem.


CURIOSIDADES 
O nome original do filme é The Bucket List ou seja, A lista do Balde, isto porque, “chutar o balde” é a expressão que eles costumam usar para "BATER AS BOTAS". Sabia dessa? Eu não.

Pouco antes das filmagens, Nicholson precisou submeter-se a uma cirurgia que o deixou de molho por meses e alguns dizem que ao enfrentar sua própria doença, ele soube melhor qual seria o estado de espírito ideal para interpretar seu personagem no filme.

Beijos e bom final de semana.


💜💜💜

terça-feira, agosto 03, 2010

LICENÇA PARA MENTIR

Olá, todo mundo.

Li uma reportagem sobre as mentiras que os pais contam aos filhos. Em síntese: o que pode e o que não pode mentir. Fiquei pensando, pensando e registrei aqui algumas impressões. Confesso que para mim, que sou de outro tempo, algumas coisas a gente mentia mesmo e pronto. Ninguém ficava com crises de consciência, nem inquietudes, sabíamos muito bem o motivo daquelas mentiras.

Acontece que os tempos mudaram, e nesses "tempos bicudos", como diria Quintana, para o lado que a gente se vira, encontra um manual teorizando sobre a criação de filhos. Lógico, tudo nos trinques, escrito por profissionais, --geralmente sem filhos--. Nada a ver, eu sei, mas em todo o caso, é um dado que julgo oportuno referir. Ah, ia me esquecendo..., e tem ainda as leis, com suas hermenêuticas. 

E o que sobra para os pais, nessa avalanche de teorias e normatizações? Sobra, que eles vêm há bastante tempo sentindo-se inseguros e desautorizados em suas atitudes pedagógicas, --sentimento que, aliás, considero absolutamente normal--, levando-se em consideração que, profissional e legalmente, aquilo que hoje é certo, amanhã pode não ser. Nesse compasso, concluo que os pais perderam o norte e deixaram a peteca cair. E os valores caíram juntos, abraçadinhos. Yes! E e o que temos agora? Uma pizza gigante com váaarios sabores: falta de respeito, violência, grosserias gratuitas, adolescência quase eterna, egoísmo, superficialidade, traição. Tudo de pernas para o ar! Uma juventude enfraquecida, com o pensamento truncado, facilmente manipulável. Em futuro próximo uma nação ideal, para propósitos nem sempre ideais, a gente sabe. Óbvio, pais inseguros, sem autoridade, formando cidadãos, queria o quê.

Easy.

Nem tudo está perdido. Tô postando essa reportagem aí embaixo, (um trecho) pra você dar uma olhadinha. Claro gente, é uma reportagem ultrasuperficial, mas é um começo. Pelo que tenho lido atualmente, parece que os profissionais estão revendo suas posições. Anote aí, agora os pais já podem mentir um pouquinho para os filhos! Rsrs. (Ops, não ria, madame, o caso é sério!)

Bom, agora deixo você na companhia dos profissionais. Mas já vou avisando que não concordo com tudo o que está dito. Concordo apenas em parte.

Eis as perguntas que os anjinhos fazem e as respostas que os pais podem dar:



Pai, alguma vez tomaste drogas?

“Se a minha filha me perguntasse se já fumei um charro, eu dizia que não.” A psicóloga Annie Romantini não tem dúvidas: este é um dos poucos casos em que os pais podem mentir com todos os dentes sem se sentirem mal por causa disso. É importante manter o respeito, para mais tarde poderem dizer: “Isto é errado, não podes fazê-lo.”


Porque é que agora nunca vais trabalhar?

As crianças têm uma grande capacidade intuitiva e percebem quando os pais não estão bem. Mas preocupá-las com coisas que não são para a sua idade pode assustá-las e tirar-lhes a tranquilidade. No caso de uma situação temporária, os pais devem esconder a verdade e dar a ideia de que está tudo bem.


Se tu e o pai são amigos, porque nunca saem juntos?

A resposta é simples: “Eu e o teu pai adoramos-te, queremos o melhor para ti.” Os pais devem fazer os filhos entender que podem não ser os melhores amigos, mas que se respeitam e que o conceito de amizade dos adultos é diferente do das crianças, reforça Mário Cordeiro.


Ouvi a mãe dizer que não temos dinheiro para pagar a casa. É verdade?

“A omissão é positiva”, afirma a pedopsiquiatra Isadora Pereira. Os problemas financeiros são do mundo dos adultos e os filhos não devem nem precisam de saber de todos os problemas dos pais. “Temos dinheiro para te dar tudo aquilo de que precisas"é uma resposta possível.


Na escola tiravas muitas negativas?

Poucos pais foram alunos perfeitos, mas quase todos gostariam que os filhos o fossem. A solução não é mentir, mas adoçar a verdade ou contornar a pergunta: “Não importa se tirei ou não negativas. Isso não te dá o direito de as tirar também.” Outra hipótese: “Que diferença é que isso faz?”, sugere Annie Romantini.


O tio está no hospital. Vai morrer?

Pode explicar que o tio está doente, sem entrar em pormenores sobre o problema de saúde e contornando a questão da morte: “Todos esperamos que se cure”, por exemplo. “Há que sublinhar que as crianças apenas pretendem resposta para aquilo que perguntam e não mais que isso”, explica o pediatra Mário Cordeiro.


Quantas bebedeiras já apanhaste?

“O meu filho começou a fazer este tipo de perguntas quando passou a ver telenovelas”, conta Adelaide Calvo, mãe do João, de 14 anos. A psicóloga Annie Romantini explica que aqui a mentira é benéfica. Mais uma vez, é importante dar o exemplo. O faz o que eu digo e não o que eu faço raramente resulta.


És tu a fada dos dentes?

Manter algumas “mentirinhas” que todos sabem o que são, mas que correspondem a fantasias infantis, como a Fada dos Dentes e o Pai Natal, é positivo. “Todas as crianças têm o direito de ter fantasias, e isso é bonito e é importante”, afirma Annie Romantini. Até quando? Até descobrirem a verdade por elas próprias.


Fumar é bom?

Apesar dos muitos problemas que pode trazer, por alguma razão tantos fumadores insistem em fazê-lo: sabe bem. O melhor para um pai fumador é reforçar os pontos negativos e evitar que o filho tenha curiosidade de experimentar. Mário Cordeiro aconselha-os a explicar que as pessoas não são perfeitas, mas que talvez um dia, com a ajuda do filho, consigam deixar o vício.

Até mais.
Beijos.