quarta-feira, agosto 11, 2010

O PESO DE NOSSAS DECISÕES - OU A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER

Bom Dia!

Hoje, lindo dia mesmo. Ensolarado, mas frio, de montão. E um vento...! E eu a fim de jogar pra amanhã um trabalho meio chato --um Parecer Jurídico sobre um decreto-- que me programei pra fazer hoje. É só decidir: livre, leve e solto. Então: faço outro trabalho menos complexo e deixo esse pra amanhã, ou me atiro de cabeça e faço logo esse tal parecer?

Uma simples decisão. Coisa leve. Que tal? Licença, só umas filosofias, hehe.

No meu pensar não há decisões simples nem leves. Nossa vida caminha na direção de nossas decisões. Vou alumiar a vereda com um livro bem conhecido. Chama-se "A Insustentável Leveza do Ser". O autor? Milan Kundera. Aí você enche o peito e diz: grande coisa! Esse livro já era, todo mundo leu, qualé.  Melhor, é mais fácil pra mim. Posso até poupar o verbo, rsrs!  Não, não vou fazer resenha. Apenas uma rápida pincelada no ponto que interessa. 


Kundera olhou o mundo de forma revolucionária. E eu gostei. Tanto que reli algumas vezes, pois acho interessante a dialética que ele propõe. E o que me trouxe agora à lembrança foi precisamente uma abordagem que ele faz sobre nossas escolhas, nossas decisões.

Diz ele, e eu concordo plenamente, que todos nós pagamos um preço na vida pelas decisões que tomamos, levando-se em consideração, que não sabemos as consequências ou implicações que haveriam se tivéssemos tomado decisão oposta. Os caminhos da vida não são lineares, “a vida não anda em linha reta, mas em círculos, ou até em espiral”, diz Kundera. E enfatiza o peso das decisões, afirmando com todas as letras, que nós só podemos tomar a mesma decisão uma única vez. Isso porque, diz ele, "na vida não há ensaios" (lembrou alguém? isso mesmo, Chaplin). Caramba, isso é absolutamente verdadeiro. De fato, a vida não volta atrás. E lembro que no mesmo sentido, Heraclito também dizia: “nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”.  Nesse contexto é fácil perceber que as decisões não têm a leveza que a gente teima em emprestar. Por mais simples que possam parecer. Pois é. E mesmo assim costumamos dizer: ora, isso é muito simples: decida-se!

Kundera encerra o raciocínio falando sobre a dicotomia entre o peso e a leveza das decisões. E eu, sinceramente penso --assim como ele-- que essa dicotomia é de extrema importância e de grande responsabilidade para nós, pois embora surja a oportunidade de refazermos nossas vidas, com outras decisões, as circunstâncias adjacentes nunca mais serão as mesmas. E após a decisão, a vida sempre acontece, de um jeito ou de outro. Portanto o mínimo que podemos fazer é: pensar, refletir e só então decidir. A essa altura, já começamos a pagar o preço.

Conclusão. Veja você, a sutileza. O título do livro diz tudo: é insustentável a leveza do ser. Em nossa existência enquanto seres que somos, temos de arcar todos os dias com o peso das nossas decisões. A vida não é leve. Não somos leves. Se não tivéssemos o fardo das decisões a carregar, aí sim, seriamos mais leves do que o ar, voaríamos. Mas seriamos semi-reais e ficaríamos distanciados da terra, do ser terrestre. E nossos movimentos seriam tão livres e leves quanto insignificantes. Então, o que escolher? O peso ou a leveza? Novamente a decisão.

Ufa, acabo de decidir: vou fazer agora o tal Parecer. Não adianta, eu sou assim. Sessentona e talvez um pouco, digamos, certinha, hehe.

Beijos.

segunda-feira, agosto 09, 2010

MAIS HAICAIS

Olá todo mundo,

Estou com vontade de escrever haicai. É que encontrei essas imagens tão lindas... e daí... me deu uma saudade...
Bom, não pude e nem quis evitar.  Espero que gostem.
Enjoy.


MSBd7

Sinto o perfume
da flor lilás da lavanda -
Ah! minha infância.



MSBd11

Gosto do gosto
do chá de camomila -
Saudades da avó.

Beijos e uma semana ótima.

domingo, agosto 08, 2010

PAIÊÊÊ...! É HOJE...! ELES ESTÃO COM A CORDA TODA!!!!

Olá papais!


Hoje é dia dos pais. Registro aqui minha homenagem aos papais blogueiros e aos não blogueiros que por aqui passarem. Feliz Dia dos Pais para os meus amigos. Feliz Dia dos Pais especialmente para meu marido, meus irmãos e meu genro. Parabéns a vocês, papais. Sem vocês o mundo seria muito triste.


Mas a homenagem especial vai para meu pai. Seu nome?
Eurides Pahim Soares.


Taí ele. 85. Isso mesmo, você ouviu bem.


Ele é um cara muito alegre, internauta dos bons, chegado num joguinho de damas, e joga muiiito bemm! Vive jogando na net e batendo papo com amigos no msn. Esse é ele. Meu pai. O cara.

Que Deus o conserve assim, forte e saudável, lúcido e com essa alegria tão sua, que nos contagia. Estou feliz alinhando essas palavras, mas, confesso, bastante emocionada. Caracas. Você nem imagina quanto. Laço familiar não é mole!

Meu pai canta e toca violão e cavaquinho. E compõe. Me emociono ao vê-lo e ouvi-lo cantar e tocar. Seus olhos brilham. Ele é louco por música. Sei que ele nasceu para enfeitar a vida. Tem uma música bem antiga que eu adoro e quando chego lá na casa deles, e ele está com o violão, ele toca, dedilhado, bem baixinho, enquanto converso com minha mãe. Eu sei que é para mim. Obrigada, por isso, pai.

Seu lema pode ser resumido na música que ele compôs há bastante tempo, e que trago um trechinho da letra para fazer a homenagem. O nome da música é SORRIR.

Sorrir, vamos sorrir
Chorar, pra que chorar
Tristezas não pagam dívidas
Vamos sorrir e cantar!

Por enquanto era isso. Ops, ia esquecendo meu filho. É que ele ainda não é pai, mas como foi o único neto que puxou ao avô, vai também minha homenagem. Meu filho é produtor musical, tem um estúdio de gravação. Toca bateria, guitarra, violão, sei lá uma penca de instrumentos. Veja só a vida como ela é.

Beijos e bom domingo a todos.

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UP DATE: O pessoal do Blog "007ConeXãoBlogs" teve uma idéia genial. Eles resolveram divulgar os blogs que estão homenageando os pais no dia de hoje.  Passe lá e dê uma olhadinha, tem um monte de coisas interessantes pra gente ler. Clique aqui.

sexta-feira, agosto 06, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - SENTIMENTOS - DESEJO

Olá, todo o mundo!

Nessa postagem o sentimento é Desejo. Ótimo, vou direto para um livro que fazia um tempão que eu queria falar, mas simplesmente ia passando, nem sei porque, pois é um livro que amo de paixão. (Legal, essa blogagem me fez lembrar). Chama-se "A Árvore dos Desejos" e foi escrito por William Faulkner (1897-1962).

É um livro que EU quero ler (e reler) para meus netos. Assim como um dia desejei para meus filhos (e consegui \o/), quero que meus netos não somente leiam, mas que desenvolvam bom gosto para a leitura. Por isso, Faulkner é obrigatório. Daqui a alguns anos, quando eu me for, eles, já adultos, saberão por seus pais, que sua avó costumava ler para eles "A Arvore dos Desejos" de Faulkner. Que não é pouca coisa! Acho que esse é o tipo de livro que foi feito pra ser lido em voz alta, e aposto que o autor também o leu para seus filhos. Bom, chega de conversa fiada, lá vai uma palhinha.
"Ela ainda estava dormindo, mas podia sentir-se emergindo do sono, tal e qual um balão: era como se fosse um peixinho dourado em uma redoma de sono, subindo e subindo pelas águas quentes do sono para a superfície. E então acordaria."
Assim começa "A Árvore dos Desejos".

A história começa no dia do aniversário de Dulcie. E no dia do aniversário de Dulcie tudo é diferente. Ela acorda no meio da noite e dá de cara com Maurice, um menino ruivo, de rosto feio, mirrado e cabelo vermelho reluzente, carregando uma enorme sacola na mão. Ele está ali ao pé de sua cama, para convidá-la a uma aventura: encontrar a Árvore dos Desejos.

Juntam-se a eles o irmãozinho de Dulcie, Dicky, sua babá, Alice, o amigo George e um velhinho, que diz saber muito bem o caminho para chegar à tal árvore.

As crianças seguem numa jornada cheia de aventuras. Andam em charretes e pôneis de brinquedo que se tornam reais. Os personagens esticam e encolhem ("querida encolhi as crianças", lembra?) E tudo sai de dentro da sacola de Maurice! Tem lerofantes (sim, uma espécie de elefante), tem um rio correndo na vertical... Enfim, tem uma penca de coisas fantásticas. E eis que o grupo encontra uma árvore mágica — de folhas brancas, mas que mudam de cor! E o melhor de tudo é que essa árvore realiza os sonhos das crianças: basta pedir e pronto!

Bom, daí em diante, tudo que o grupo desejava acontecia, tanto de bom quanto de ruim. Se um dissesse: “Quero um doce”, surgia um doce na sua mão. Ou: “Eu quero uma espingarda”, aparecia a espingarda na mão de quem a desejou. Num dado momento, o menino George deseja que um leão saia de trás de uma árvore. Uau. Imediatamente o leão aparece. Ele então se desespera. E agora?

Aí vem o melhor.

Acontece que para desfazer o desejo, ou seja, fazer o leão dar o fora, somente George poderia "desdesejar" o que havia desejado... (Veja só, muitas vezes não prestamos atenção às palavras que saem da nossa boca!) Nem precisa dizer que é uma metáfora. Você já sacou né?

A história segue cada vez mais interessante. Mas, não vou contar. Fico por aqui mesmo.

O livro é bem fininho e a gente lê sem respirar. Ainda mais esse, que alterna o fantástico e o real. E vou dizer mais, acho sinceramente que essa é uma daquelas leituras indispensáveis para a geração que vai governar nosso planeta. Eles irão precisar de magia e encantamento. Certeza, toque aqui!!!


MEU PITACO

É impossível ler essa história sem transpor para a vida real. Durante a leitura, a gente se dá conta de que, na verdade, a Árvore dos Desejos é a nossa mente. E que tudo aquilo que pensarmos, mais cedo ou mais tarde, se realizará. Às vezes demora bastante e a gente até esquece que, um dia, de alguma maneira, (mesmo sem prestar atenção), desejamos o que aconteceu na nossa vida. Alto lá, cuidado com os pensamentos!!

Mas, se fizermos um exame de consciência verdadeiro, sem enganações, iremos perceber claramente que são os nossos pensamentos, desejos, medos e receios que desenham as nossas vidas. Nosso pensamento cria nosso céu e inferno, tristeza e alegria.

Aos Desejos \o/, touché!!!

Blogagem Coletiva do Blog "Café com Bolo".
Beijos.

quinta-feira, agosto 05, 2010

CHORAMINGAR

Bom Dia, pessoal,
Chuva que não pára e muuiiito friooo em Porto Alegre, br-br-br, mas insisto, Bom dia!

Tenho acompanhado alguns textos em blogs, sites, jornais impressos, etc, onde o pessoal põe a boca-no-mundo, traz a público as mazelas, os desmandos, enfim a corrupção que grassa pelo país.

É muito bom e concordo com tudo. O povo tem que saber o que está acontecendo nos bastidores. Tem que saber que nossos governantes só pensam no seu próprio umbigo, que o país está jogado às traças e que as pessoas que, com seu trabalho, realmente sustentam a nação, estão abandonadas, sofrendo..., assoberbadas de impostos. E que é urgente fazer alguma coisa para conter esse estado de coisas.

Mas fazer o quê?

Pense comigo. Fazer uma reclamação geral? Outra? E mais outra? Ora, isso todo mundo faz. Aliás é só o que fazem. E adianta alguma coisa? E já adiantou? Onde? Estou falando de resultados, de concretude. 

E trago aqui essas questões porque percebo que nós (o povo), estamos de mãos atadas, reclamamos ao vento. Não podemos contar com ninguém, pois os poderes que, teoricamente, deveriam "olhar" para o nosso Direito, ficam só no teoricamente.

E mais, se algum contribuinte litiga contra os poderes públicos e depois de muito lutar, obtém uma vitória no judiciário, pode saber, no outro dia, sai uma lei em cima daquela decisão, e derruba qualquer possibilidade de outros contribuintes, porventura na mesma situação, terem seus direitos reconhecidos em juízo. Isso não é segredo. Está estampado na jurisprudência de nossos tribunais. É só ler. É o nosso direito que está em jogo. Nossa cidadania.

Misericórdia.

Inobstante, continua escrito no artigo primeiro da Lei Maior que "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito..."  E os poderosos torcem o nariz: a lei, ora a lei!

Forçoso concluir que o povo já era. Nossas palavras não têm qualquer valor. Temos sido muito ingênuos. Fiscalizar o quê? Exigir o quê? Como? Com que ferramentas? O povo invisível vai fazer o quê? Só choramingar. É isso que temos feito. 

Aí você pula e diz, ah, temos o voto. E eu pergunto, onde está a força do voto, se em nosso pais, a maioria dos votantes, em algum momento de sua vida já passou até fome? Sequer entende o que lê? E se contenta com uma torneira e uma única lâmpada pra iluminar sua moradia miserável? E vive ganhando presentinhos?

Você viu. Eu não tenho respostas, só perguntas. Mas, apesar de tudo sou a favor dos choramingos. Mas tem que ser muiiito alto. Mesmo. Temos que continuar, não podemos desistir. Talvez um dia, temendo ficar surdo, alguém nos ouça.

Registro aqui minha posição, pois não quero ir para o inferno. Rsrs.
"O inferno reserva lugar para aqueles que, mesmo nos momentos de profunda amargura, permanecem na neutralidade, sem denúncia e sem louvor"  Dante Alighieri "A Divina Comédia" Ato III.

Ô gente, isso foi só um desabafo, hehe.
Até amanhã, na blogagem coletiva.

Beijos.

terça-feira, agosto 03, 2010

LICENÇA PARA MENTIR

Olá, todo mundo.

Li uma reportagem sobre as mentiras que os pais contam aos filhos. Em síntese: o que pode e o que não pode mentir. Fiquei pensando, pensando e registrei aqui algumas impressões. Confesso que para mim, que sou de outro tempo, algumas coisas a gente mentia mesmo e pronto. Ninguém ficava com crises de consciência, nem inquietudes, sabíamos muito bem o motivo daquelas mentiras.

Acontece que os tempos mudaram, e nesses "tempos bicudos", como diria Quintana, para o lado que a gente se vira, encontra um manual teorizando sobre a criação de filhos. Lógico, tudo nos trinques, escrito por profissionais, --geralmente sem filhos--. Nada a ver, eu sei, mas em todo o caso, é um dado que julgo oportuno referir. Ah, ia me esquecendo..., e tem ainda as leis, com suas hermenêuticas. 

E o que sobra para os pais, nessa avalanche de teorias e normatizações? Sobra, que eles vêm há bastante tempo sentindo-se inseguros e desautorizados em suas atitudes pedagógicas, --sentimento que, aliás, considero absolutamente normal--, levando-se em consideração que, profissional e legalmente, aquilo que hoje é certo, amanhã pode não ser. Nesse compasso, concluo que os pais perderam o norte e deixaram a peteca cair. E os valores caíram juntos, abraçadinhos. Yes! E e o que temos agora? Uma pizza gigante com váaarios sabores: falta de respeito, violência, grosserias gratuitas, adolescência quase eterna, egoísmo, superficialidade, traição. Tudo de pernas para o ar! Uma juventude enfraquecida, com o pensamento truncado, facilmente manipulável. Em futuro próximo uma nação ideal, para propósitos nem sempre ideais, a gente sabe. Óbvio, pais inseguros, sem autoridade, formando cidadãos, queria o quê.

Easy.

Nem tudo está perdido. Tô postando essa reportagem aí embaixo, (um trecho) pra você dar uma olhadinha. Claro gente, é uma reportagem ultrasuperficial, mas é um começo. Pelo que tenho lido atualmente, parece que os profissionais estão revendo suas posições. Anote aí, agora os pais já podem mentir um pouquinho para os filhos! Rsrs. (Ops, não ria, madame, o caso é sério!)

Bom, agora deixo você na companhia dos profissionais. Mas já vou avisando que não concordo com tudo o que está dito. Concordo apenas em parte.

Eis as perguntas que os anjinhos fazem e as respostas que os pais podem dar:



Pai, alguma vez tomaste drogas?

“Se a minha filha me perguntasse se já fumei um charro, eu dizia que não.” A psicóloga Annie Romantini não tem dúvidas: este é um dos poucos casos em que os pais podem mentir com todos os dentes sem se sentirem mal por causa disso. É importante manter o respeito, para mais tarde poderem dizer: “Isto é errado, não podes fazê-lo.”


Porque é que agora nunca vais trabalhar?

As crianças têm uma grande capacidade intuitiva e percebem quando os pais não estão bem. Mas preocupá-las com coisas que não são para a sua idade pode assustá-las e tirar-lhes a tranquilidade. No caso de uma situação temporária, os pais devem esconder a verdade e dar a ideia de que está tudo bem.


Se tu e o pai são amigos, porque nunca saem juntos?

A resposta é simples: “Eu e o teu pai adoramos-te, queremos o melhor para ti.” Os pais devem fazer os filhos entender que podem não ser os melhores amigos, mas que se respeitam e que o conceito de amizade dos adultos é diferente do das crianças, reforça Mário Cordeiro.


Ouvi a mãe dizer que não temos dinheiro para pagar a casa. É verdade?

“A omissão é positiva”, afirma a pedopsiquiatra Isadora Pereira. Os problemas financeiros são do mundo dos adultos e os filhos não devem nem precisam de saber de todos os problemas dos pais. “Temos dinheiro para te dar tudo aquilo de que precisas"é uma resposta possível.


Na escola tiravas muitas negativas?

Poucos pais foram alunos perfeitos, mas quase todos gostariam que os filhos o fossem. A solução não é mentir, mas adoçar a verdade ou contornar a pergunta: “Não importa se tirei ou não negativas. Isso não te dá o direito de as tirar também.” Outra hipótese: “Que diferença é que isso faz?”, sugere Annie Romantini.


O tio está no hospital. Vai morrer?

Pode explicar que o tio está doente, sem entrar em pormenores sobre o problema de saúde e contornando a questão da morte: “Todos esperamos que se cure”, por exemplo. “Há que sublinhar que as crianças apenas pretendem resposta para aquilo que perguntam e não mais que isso”, explica o pediatra Mário Cordeiro.


Quantas bebedeiras já apanhaste?

“O meu filho começou a fazer este tipo de perguntas quando passou a ver telenovelas”, conta Adelaide Calvo, mãe do João, de 14 anos. A psicóloga Annie Romantini explica que aqui a mentira é benéfica. Mais uma vez, é importante dar o exemplo. O faz o que eu digo e não o que eu faço raramente resulta.


És tu a fada dos dentes?

Manter algumas “mentirinhas” que todos sabem o que são, mas que correspondem a fantasias infantis, como a Fada dos Dentes e o Pai Natal, é positivo. “Todas as crianças têm o direito de ter fantasias, e isso é bonito e é importante”, afirma Annie Romantini. Até quando? Até descobrirem a verdade por elas próprias.


Fumar é bom?

Apesar dos muitos problemas que pode trazer, por alguma razão tantos fumadores insistem em fazê-lo: sabe bem. O melhor para um pai fumador é reforçar os pontos negativos e evitar que o filho tenha curiosidade de experimentar. Mário Cordeiro aconselha-os a explicar que as pessoas não são perfeitas, mas que talvez um dia, com a ajuda do filho, consigam deixar o vício.

Até mais.
Beijos.

sábado, julho 31, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - SENTIMENTOS - MEDO

Olá!

Nessa ´postagem o sentimento é MEDO.



Não tenho medo. 

Aos vinte e poucos anos de idade decidi que nunca mais teria medo. Não estou falando do medo das doenças, dos desastres, do controle social, da morte. Refiro-me a outro tipo de medo, aquele parecido com pavor. 

Posso dizer que numa fase de minha vida eu fui a personificação do medo. Tinha medo de muitas coisas, mas o escuro particularmente me descompensava. A sensação era terrível, como se alguém, uma sombra, andasse no meu encalço. Eu ficava paralisada de terror. E virava um trapo. Recordo-me que a última vez em que tive medo, quase enfartei. Foi um episódio banal, mas o medo foi atroz. Um divisor de águas em minha vida. 

Naquele verão, minha filha era bebê e estávamos em férias, na praia, numa casa à beira-mar. Era uma noite agradável, super comum. Meu marido, ali pertinho, comprando cerveja para nós. Tudo numa boa. Até o momento em que a luz apagou e ficamos na escuridão. Minha filha e eu. 

Comecei a tremer e a sentir aquela sensação cruel... e a ouvir os barulhos do medo... Santo Cristo, ouvia o mar, o vento... tudo em proporções assustadoras... e o pavor começou a tomar conta de mim. Uma doideira só. Pois não é que de repente, sem saber como, abandonei a agonia e num lance de coragem resolvi encarar a situação? Consegui mover-me, abri a porta e saí com meu bebê no colo, sozinha, no escuro. Eu tremia, mas continuava segurando minha filha. E o desespero foi passando. (Sei, isso foi um milagre).

Ficamos ali na areia, pertinho do mar, quietas, nenhum pio. Foi então que notei o céu..., sem lua, mas todo estrelado. Abracei minha filha e uma calma desconhecida inundou meu coração. E fiz a promessa que transformaria para sempre o meu viver. Prometi, com todas as minhas forças, que nunca, nunca mais teria medo! E os anjos disseram amém. E anunciaram ao Pai os meus propósitos. O tempo que segui vivendo confirmou essa certeza. 

Na volta pra casa, continuava escuro, mas andei a passos lentos, sem tremer. Meu coração estava sossegado. 

Agora, resumindo aqui pra você, noto que faltaram alguns detalhes. É que não encontrei as palavras. Mas acredite, foi uma coisa muito louca. Quem conhece o medo intenso, sabe muito bem o que passei.

Hoje em dia, quando lembro daquele episódio, renovo minha certeza: Anjo-da-Guarda existe sim! E o meu não brinca em serviço! Não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido com minha filhinha, tal era o estado em que eu me encontrava. Meu anjo? Nota mil! Mas, pensando bem, acho que foram os dois anjos, o meu e o da minha filha, que uniram as forças e seguraram aquela onda. Aleluia!

Okok, mas o que restou disso tudo?  Uma coisa muito boa. Nunca mais senti aquele tipo medo. Não, não me olhe assim, eu também não entendo. E alguém, por acaso, entende os anjos? 

Desculpe o atraso na postagem. Minha conexão simplesmente sumiu!! Esse post faz parte da Blogagem Coletiva do blog Café com Bolo.

Beijos. Fui.

segunda-feira, julho 26, 2010

POR DEBAIXO DOS PANOS - A LEI DA PALMADA

Olá, todo mundo.

Não, não é a música do Ney Matogrosso, (que adoro). É a LEI DA PALMADA. Aposto que você já ouviu falar. Acertei?

(Abro o parênteses para um up date. Escrevi esse texto em 2010 e ainda continuo pensando assim. Até pode ser que mude meu pensamento, mas tudo vai depender dos argumentos que encontrar no caminho. Se você quiser ler a notícia direto na fonte, copiei o link. "Após dois anos de tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, foi aprovado na noite desta quarta-feira (21.05.2014), no colegiado, o projeto de lei que altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e proíbe a aplicação de castigos físicos a crianças e adolescentes. Chamada até então de Lei da Palmada, o projeto seguirá para o Senado com o nome de Lei "menino Bernardo", em homenagem ao garoto Bernardo Boldrini, assassinado no Rio Grande do Sul." Os grifos são meus. Fecho o parênteses)

Não se engane, essa lei não veio dar direito às crianças, evitar castigos, etc, pois isso, o ECA (meu Deus que nome horrivel! ) já prevê e oferece todas as ferramentas processuais necessárias para fazer valer o direito.

Essa lei é mais outra ingerência insidosa do governo dentro das nossas casas, (numa perspectiva conceitual e estrutural), fazendo mudanças sem as devidas e necessárias explicações. Goela abaixo.


vigiar e punir
Img. web. Do livro "Vigiar e Punir" (M.Foucault)

"O poder disciplinar é exercido 
através da observação vigilante e da sensação 
de estar sempre sob a presença do poder maior coercitivo."
E não é isso que estão fazendo conosco?

A afirmação implícita na lei de que a educação dos filhos é atribuição do Estado, traz consigo uma mensagem cifrada: o Estado pode ditar normas aos pais. Mas pelo que sei, a instituição familiar antecede o Estado e, portanto, não poderia ser invadida por ele. Isso só acontece nos regimes totalitários. 

A propósito, você já leu o livro "1984" de George Orwell?  Nossa, é uma metáfora da realidade que estamos construindo! Mostra com clareza como o Estado manipula as pessoas. Tem uma história interessante de um menino que denuncia seus pais. E o faz, sem a menor crise de consciência, ao contrário, sente-se muito bem com essa atitude. Seus pais foram vaporizados, porque essa era a pena para o tal "crime" que haviam cometido (crimidéia, pensar mal do Estado). Mas o filho, ah, ele cumpriu a lei! Coisa boba essa história de família, de pais e de amor! Caracas. (Orwell escreveu também outro livro "A Revolução do Bichos". Dá só uma olhadinha, você vai ver tanta coisa conhecida por lá).

Você sabe qual é o herói mais bem situado na Russia? É um carinha de 14 anos que denunciou o pai e a mãe que estavam escondendo comida para não morrerem de fome. Fez isso por cega obediência às leis e amor ao Estado. Que coisa mais horrorosa. Tempos depois alguns parentes mataram o carinha ordinário. Não deu outra: ele virou mártir, herói nacional. Tem até nome de rua. Clap, clap.

Aqui no Brasil, esses pequenos delatores, no mínimo seriam encaminhados para avaliação psíquica. Por enquanto...

Uma leizinha aqui, outra acolá, por debaixo dos panos. Discretamente. Pequenas leis, que bem anunciadas, fazem grandes estragos na cabeça das pessoas e atingem direto a célula-mãe da sociedade. E quem ganha com isso? Ih, pode parar... já estamos carecas de saber. Se não fosse o jornal eletrônico "Congresso em Foco", esse projeto teria passado batido, no meio de milhares de outros. Lembram daquela máxima: "dividir para melhor reinar", é nesse viés que estão nos metendo. Filhos contra pais e pais contra filhos. Já viu.


Quero deixar bem clara minha posição: sou a favor da educação, do respeito às crianças, da autoridade dos pais, da conversa, do diálogo. Sou a favor do respeito aos seres indefesos, em todas as instâncias. Sou a favor da paz. Sou a favor do amor. Sou contra, abomino qualquer tipo de violência, tanto física quanto psíquica. E, definitivamente sou contra essas leis heréticas, eleitoreiras e manipulatórias.

O mais triste de tudo é que os pais acabam perdendo o elan e vão ficando quietos, amarguradamente silenciosos.

Leia mais aqui

MINHA OPINIÃO JURÍDICA
Legislando sobre o tal, "castigo físico que não causa lesões na criança ou adolescente", o Estado interfere diretamente na privacidade das famílias e impõe limites ao dever que os pais têm de educar os filhos. E isso a Constituição Federal não tolera. Tais limites vão muito além daqueles que o constituinte permitiu.
Como se vê a polêmica está estabelecida e acredito que, se essa lei vier a ser sancionada, poderá até haver uma ação de inconstitucionalidade. É uma lei de grande impacto social, e sendo assim, carrega consigo um requisito capaz de permitir que se questione sua constitucionalidade.
Beijos. Fui.