Olá, todo o mundo!
Nessa postagem o sentimento é Desejo. Ótimo, vou direto para um livro que fazia um tempão que eu queria falar, mas simplesmente ia passando, nem sei porque, pois é um livro que amo de paixão. (Legal, essa blogagem me fez lembrar). Chama-se
"A Árvore dos Desejos" e foi escrito por William Faulkner (1897-1962).
É um livro que EU quero ler (e reler) para meus netos. Assim como um dia desejei para meus filhos (e consegui \o/), quero que meus netos não somente leiam, mas que desenvolvam bom gosto para a leitura. Por isso, Faulkner é obrigatório. Daqui a alguns anos, quando eu me for, eles, já adultos, saberão por seus pais, que sua avó costumava ler para eles "A Arvore dos Desejos" de Faulkner. Que não é pouca coisa! Acho que esse é o tipo de livro que foi feito pra ser lido em voz alta, e aposto que o autor também o leu para seus filhos. Bom, chega de conversa fiada, lá vai uma palhinha.
"Ela ainda estava dormindo, mas podia sentir-se emergindo do sono, tal e qual um balão: era como se fosse um peixinho dourado em uma redoma de sono, subindo e subindo pelas águas quentes do sono para a superfície. E então acordaria."
Assim começa
"A Árvore dos Desejos".
A história começa no dia do aniversário de Dulcie. E no dia do aniversário de Dulcie tudo é diferente. Ela acorda no meio da noite e dá de cara com Maurice, um menino ruivo, de rosto feio, mirrado e cabelo vermelho reluzente, carregando uma enorme sacola na mão. Ele está ali ao pé de sua cama, para convidá-la a uma aventura: encontrar a Árvore dos Desejos.
Juntam-se a eles o irmãozinho de Dulcie, Dicky, sua babá, Alice, o amigo George e um velhinho, que diz saber muito bem o caminho para chegar à tal árvore.
As crianças seguem numa jornada cheia de aventuras. Andam em charretes e pôneis de brinquedo que se tornam reais. Os personagens esticam e encolhem ("querida encolhi as crianças", lembra?) E tudo sai de dentro da sacola de Maurice! Tem lerofantes (sim, uma espécie de elefante), tem um rio correndo na vertical... Enfim, tem uma penca de coisas fantásticas. E eis que o grupo encontra uma árvore mágica — de folhas brancas, mas que mudam de cor! E o melhor de tudo é que essa árvore realiza os sonhos das crianças: basta pedir e pronto!
Bom, daí em diante, tudo que o grupo desejava acontecia, tanto de bom quanto de ruim. Se um dissesse: “Quero um doce”, surgia um doce na sua mão. Ou: “Eu quero uma espingarda”, aparecia a espingarda na mão de quem a desejou. Num dado momento, o menino George deseja que um leão saia de trás de uma árvore. Uau. Imediatamente o leão aparece. Ele então se desespera. E agora?
Aí vem o melhor.
Acontece que para desfazer o desejo, ou seja, fazer o leão dar o fora, somente George poderia "desdesejar" o que havia desejado... (Veja só, muitas vezes não prestamos atenção às palavras que saem da nossa boca!) Nem precisa dizer que é uma metáfora. Você já sacou né?
A história segue cada vez mais interessante. Mas, não vou contar. Fico por aqui mesmo.
O livro é bem fininho e a gente lê sem respirar. Ainda mais esse, que alterna o fantástico e o real. E vou dizer mais, acho sinceramente que essa é uma daquelas leituras indispensáveis para a geração que vai governar nosso planeta. Eles irão precisar de magia e encantamento. Certeza, toque aqui!!!
MEU PITACO
É impossível ler essa história sem transpor para a vida real. Durante a leitura, a gente se dá conta de que, na verdade, a Árvore dos Desejos é a nossa mente. E que tudo aquilo que pensarmos, mais cedo ou mais tarde, se realizará. Às vezes demora bastante e a gente até esquece que, um dia, de alguma maneira, (mesmo sem prestar atenção), desejamos o que aconteceu na nossa vida. Alto lá, cuidado com os pensamentos!!
Mas, se fizermos um exame de consciência verdadeiro, sem enganações, iremos perceber claramente que são os nossos pensamentos, desejos, medos e receios que desenham as nossas vidas. Nosso pensamento cria nosso céu e inferno, tristeza e alegria.
Aos Desejos \o/, touché!!!
Blogagem Coletiva do Blog "Café com Bolo".
Beijos.