Olá, pessoal.
Dica de livro. Espero que gostem!
"Servidão Humana" é seguramente um dos melhores livros que já li, tanto que, passados mais de 30 anos, resolvi ler novamente. Com outro olhar, outro saber. São mais de seiscentas páginas, mas o estilo é tão simples e leve que a gente lê sem cansar, e quando termina, a gente ainda quer mais.
Esse livro foi lançado em 1915 e é considerado a obra prima de Willian Somerset Maugham e não importa o tempo que passe, a história é sempre atual, com a vida mostrada em diferentes ângulos, da miséria à fortuna. Mostra também que a verdade, beleza e bondade são valores perenes que sempre devem ser cultivados. Sem sentir, somos levados a rever certas posturas que temos em relação ao outro. O autor aborda quase todos os conflitos humanos, os problemas angustiantes da alma e da inteligência.
Há elementos tão familiares com a nossa vida que chega a impressionar. Quem de nós já não se defrontou com a dúvida de não saber o que quer fazer da vida, porque sente que não tem qualquer aptidão? Para quem de nós, o futuro já não pareceu aborrecido e insignificante? Porque estamos aqui? O que é mais importante, o amor ou o dinheiro? Destino, acaso ou Livre arbítrio? Deus, sim ou não? Você já pensou na sua morte? E na das pessoas que lhe são próximas? Por que corremos tanto de um lado para outro e nos desesperamos por coisas que não nos levarão a lugar algum?
A história? Bom, é uma história bem singela. Narra a vida de Philip Carey, sempre dividido entre a religiosidade da família e o desejo de liberdade que os livros e os estudos lhe apresentam. Tentando ser independente, ele sai de casa em busca de uma carreira de artista em Paris. Mas se apaixona por uma mulher e seus planos "balançam". (suei frio e torci pelo seu destino). Durante muitos anos, apaixonado, ele fez de tudo para dar certo, mas não conseguiu. Ela se apaixonou por outro. Eis o conflito. E no meu pensar, aí é que está o furo da bala.
Observe que essa relação conflituosa de querer o que não tem e de amar o que não pode, não é uma coisa rara e nem é assim tão distante de nós. Veja que Drummond, em seu poema Quadrilha também registrou algo semelhante: "João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém." O cancioneiro popular também anotou: "quem eu quero não me quer, quem me quer mandei embora". Mas a forma como o autor demonstra isso no livro é que faz a diferença.
Ele dimensiona com agudeza nossa escravidão sentimental e submissão desmedida aos nossos próprios desejos. E facilmente nos identificamos com os personagens, suas dúvidas, angústias e o poder transformador das decisões.
A obra teve 3 adaptações cinematográficas: em 1934, 1946 e em 1964. Leiam. Vocês não vão esquecer!! Mas não adianta procurar nas livrarias. (Eu emprestei o meu há muuiiiito tempo e acabei agora, tendo que garimpar outro e só fui achar num sebo aqui em Poa, e ainda bem que achei). Por 15 pilas, hehe.
Marli Soares Borges
aqui estou: vivendo, pensando e escrevendo; de repente você me lê e tudo muda para melhor.
sábado, julho 10, 2010
quarta-feira, julho 07, 2010
O QUE ME FEZ UMA BLOGUEIRA?
Olá todo mundo!
Ganhei da amiga Denise, do Blog Tecendo Idéias, um selinho muito esperto. O Blog da Denise é um cantinho encantador, recheado de coisas boas de ler. Você não pode deixar de dar um pulinho lá, pra conhecer. Obrigada, Denise! Um beijo grande.
O selinho você encontra postado na GALERIA, ao lado, na side bar. É só clicar em selinhos e pronto!
* * *
O QUE ME FEZ UMA BLOGUEIRA?
Um blog? Eu? Ora blogs! Nunca imaginei.
Pensando bem, eu sempre tive uma quedinha pra essa vida blogueira. Gosto de ler e escrever, gosto de computador e gosto de internet, então... mas daí a ter um blog, bem aí é outra história.
Era muito grande a minha curiosidade e girava em torno de duas questões: eu queria saber como funcionava esse tal de blog e porque diabos atraia tanta gente. Tratei de observar, à distância, de bico calado. Vem cá mãe, vem aprender, é fácil. Ô mãe, tu não quer mesmo aprender? Não, não quero. (Mas é claro que eu queria, eu tava era me fazendo. Que vergonha, hehe). É que meu sexto-sentido estava ali, matraqueando na minha orelha, não vai, isso é coisa de doido, isso vicia, foge enquanto é tempo, conserva tua sanidade. Aterrissa mulher, o word é tão legal, pra quê blog?
Mas não adiantou. Eu tinha que desvendar o mistério! (Ou seria o destino me chamando?) Um dia resolvi observar bem de perto, meu filho, em plena atividade bloguística. Foi então que vi os comentários. Nossa! Me apavorei. Não mesmo, ninguém me pega, isso decididamente não é pra mim, imagine o que irão dizer dos meus textos, eu que nem sei escrever e blablabla. É muito complicado. Virei as costas e dei o fora. Não quero conversa com blogs!
E foi assim, até que minha nora resolveu aprontar. E sabe o que ela fez? Criou um blog e me deu de presente! Olhe, esse é seu espaço. Escreva o que quiser. Aproveite, aqui você pode deitar e rolar. Gente, pra mim foi uma surpresa e ao mesmo tempo um grande susto! Mas resolvi encarar, no fundo era tudo o que eu andava querendo. Sufoquei aquele ridículo sexto-sentido e me atirei. E encarei o blog com o cego entusiasmo dos inocentes, supondo que tudo não passaria de uma ligeira distração, mais ou menos como ir ao cinema. E comecei a desbravar a tenebrosa selva da blogosfera.
Meu primeiro post foi uma poesia, linda, de um poeta que adoro. Segui postando poesias, eu e meu blog, numa relação amistosa, porém carregada do respeito místico que o desconhecimento impõe. Textos de minha autoria nem pensar. Caí num dilema cruel. E isso foi me chateando, até que um dia fiquei p... da vida e tive que, literalmente, engolir uma imperiosa compulsão de quebrar o lap e largar o blog! Caracas. Que há comigo?
Pura sandice. Mas reagi, tomei coragem e postei um texto meu. E sabe o que mais? Vieram os comentários e eu A-DO-REI! E vieram as amizades e eu A-DO-REI! Agora entendo porque, afinal, as pessoas se encantam com os blogues. São interações virtuais, sim. Mas são verdadeiras e habitam um lugar real no coração da gente! E são cheias de luz. Confesso que fico sensibilizada demais com essa troca de idéias e saberes que acontece nas postagens. Assuntos diversos, todos eles interessantes. Me divirto e me emociono. Taí, me apaixonei, rsrs.
Agora sou blogueira assumida, de carteirinha. Quem me vê na vidinha real, no dia-a-dia, nem imagina que à noite, ando de blog em blog! Mas você sabe, você conhece minha alma blogueira. E isso me gratifica e seduz.
Pois é, amigas e amigos. Tudo muito bonito, mas preciso dizer uma coisa, jogo limpo, você sabe. É o seguinte: quero pedir desculpas publicamente ao meu sexto-sentido, que injuriei. Desculpa aí, cara, você está e sempre esteve com a razão. Esse negócio de blogar é mesmo arrebatador, terrivelmente viciante, uma perdição!! (Adorável, mas é uma perdição!! Rsrs).
Gente, acho que não tô batendo bem, olha só a música que anda tocando na minha cabeça: "Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira". Pô, e você, ainda continua não gostando de blogar? Ora blogs, faça-me o favor!
Era isso. Beijos. Fui.
domingo, julho 04, 2010
NOS EMBALOS DA CARA FEIA
Olá!
Nesse mundo não há mais lugar para os mandões, arrogantes, prepotentes e presunçosos. Está na hora das pessoas se darem conta e serem mais cordiais e solidárias umas com as outras, pois nunca precisamos tanto dos nossos semelhantes, como nos tempos atuais, em que tudo-muda-todo-o-dia, e a segurança fugiu de nós. E além do mais, temos de conviver com os acasos, os infortúnios, que não acontecem só com os outros, eles podem atingir você, eu, todo mundo e mostrar que no final das contas, ninguém está em condições de recusar algum tipo de ajuda. O mais poderoso socialmente pode muito bem precisar daquele que não tem nenhum poder e vice-e-versa.
Num dia de temporal, da varanda de minha casa vi a fúria do vento e a chuvarada cair. Confesso que senti um medo maior que o mundo, mas também confesso que naqueles poucos instantes em que a ventania impiedosa devastava o sonho de tanta gente, meu pensamento fixou-se na nossa impotência e pequenez diante da natureza agigantada e enfurecida. Naquela hora, a gente só podia... rezar.
Numa outra ocasião também, meu avião não pôde decolar devido ao terrível, abominável temporal. E fomos obrigados a aguardar dentro da aeronave, de portas fechadas, mais de hora, até que o tempo permitisse a decolagem. Só eu sei, naquela noite, o quanto desejei estar perto de minha família, meu marido, meus filhos, netos, minha casa, enfim, de todos os meus afetos. Tão longe e inacessíveis de mim.
Nem os reis e presidentes, nem os juízes e os doutores poderiam modificar nenhuma daquelas situações. Estávamos todos reduzidos a nossa humanidade, reféns de nossa insignificância. O acaso ali estava, bem no meio do caminho, sujeitando a todos nós, independente de nossas diferenças sociais e econômicas.
Uma coisa que venho notando é que na hora do sufoco todo mundo é igual, somos todos irmãos! Ahã. Mas quando a vida volta ao normal, volta também o embalo insalubre da cara feia, do mau humor, da presunção e da arrogância. Socializa-se a desgraça e capitaliza-se a alegria. Que coisa mais angustiante é esse tipo de vida. Fico pensando no que essas pessoas sentem, no que as leva a viverem assim, se achando. Sei lá, parece-me que jazem envoltas numa fantasia de onipotência, parecem anestesiadas.
Avemaria, tá na hora de acordar! É hora de reconhecer que efetivamente ninguém é igual a ninguém, somos todos diferentes. Mas é preciso aceitar o fato de que nossas diferenças não podem servir de motivo para que uns se julguem maiores e melhores que os outros, e os tratem com desdém, numa relação inexplicável de arrogância e presunção. É urgente um remanejo de atitudes.
Quer saber? Nesse mundo cujo dinamismo, por vezes, apresenta-se tão exacerbado e tão complicado, a cordialidade não é favor, é necessidade. E a solidariedade também. Se houve um tempo em que a sociedade tolerou atitudes hostis, hoje em dia ninguém mais está com paciência para ser espezinhado. Ao que tudo indica, o saco encheu.
Valeu gente. Fui.
Beijos.
Imagem aqui.
SOMOS TODOS DIFERENTES
Num dia de temporal, da varanda de minha casa vi a fúria do vento e a chuvarada cair. Confesso que senti um medo maior que o mundo, mas também confesso que naqueles poucos instantes em que a ventania impiedosa devastava o sonho de tanta gente, meu pensamento fixou-se na nossa impotência e pequenez diante da natureza agigantada e enfurecida. Naquela hora, a gente só podia... rezar.
Numa outra ocasião também, meu avião não pôde decolar devido ao terrível, abominável temporal. E fomos obrigados a aguardar dentro da aeronave, de portas fechadas, mais de hora, até que o tempo permitisse a decolagem. Só eu sei, naquela noite, o quanto desejei estar perto de minha família, meu marido, meus filhos, netos, minha casa, enfim, de todos os meus afetos. Tão longe e inacessíveis de mim.
Nem os reis e presidentes, nem os juízes e os doutores poderiam modificar nenhuma daquelas situações. Estávamos todos reduzidos a nossa humanidade, reféns de nossa insignificância. O acaso ali estava, bem no meio do caminho, sujeitando a todos nós, independente de nossas diferenças sociais e econômicas.
Uma coisa que venho notando é que na hora do sufoco todo mundo é igual, somos todos irmãos! Ahã. Mas quando a vida volta ao normal, volta também o embalo insalubre da cara feia, do mau humor, da presunção e da arrogância. Socializa-se a desgraça e capitaliza-se a alegria. Que coisa mais angustiante é esse tipo de vida. Fico pensando no que essas pessoas sentem, no que as leva a viverem assim, se achando. Sei lá, parece-me que jazem envoltas numa fantasia de onipotência, parecem anestesiadas.
Avemaria, tá na hora de acordar! É hora de reconhecer que efetivamente ninguém é igual a ninguém, somos todos diferentes. Mas é preciso aceitar o fato de que nossas diferenças não podem servir de motivo para que uns se julguem maiores e melhores que os outros, e os tratem com desdém, numa relação inexplicável de arrogância e presunção. É urgente um remanejo de atitudes.
Quer saber? Nesse mundo cujo dinamismo, por vezes, apresenta-se tão exacerbado e tão complicado, a cordialidade não é favor, é necessidade. E a solidariedade também. Se houve um tempo em que a sociedade tolerou atitudes hostis, hoje em dia ninguém mais está com paciência para ser espezinhado. Ao que tudo indica, o saco encheu.
Valeu gente. Fui.
Beijos.
Imagem aqui.
sexta-feira, julho 02, 2010
BASTARDOS INGLÓRIOS
Olá!
Obrigada pelos comentários. Fiquei feliz, vi que gostaram dos dizeres da Clarice. Também pudera, ela é maravilhosa. Seus textos são sempre atuais e sempre se prestam a novas interpretações, sempre se renovam.
Gente, que legal, todo mundo esperando minha idéia(?!), rsrs. Não criem expectativas, please, vocês vão ver, é só uma coisinha bem simples pra gente interagir. Agora, ao post, enjoy!
* * *
Assisti ontem em DVD, (meio atrasadinha, eu sei), o filme "Bastardos Inglórios", com Brad Pitt, Mélanie Laurent e o excelente Christoph Waltz, sob a direção de Quentin Tarantino.
Para início de conversa, já vou dizendo que adoro os diálogos de Tarantino e que, mesmo que o filme nem fosse lá essas coisas, os diálogos o seriam, claro.
O filme tem um enredo simples mas genial, e a trilha sonora é ótima. Quando acaba a gente está com a cara sorridente. Tarantino idealiza uma nova forma para terminar a segunda guerra. E os diálogos, como sempre, são inteligentissimos e tocantes. A comparação do rato com o esquilo, ambos roedores, é sensacional. Adoro filmes assim.
Tem um personagem que rouba as cenas. Não, não é o Brad Pitt. Aliás, o Brad Pitt é o protagonista e está ótimo, caricato, interpretando o caipira e tosco Aldo Rayne, (esse personagem me lembra muito John Wayne, nos bons tempos). Mas o ator a quem eu estava me referindo, é outro. É Christoph Waltz, ator austríaco, que interpreta o coronel nazista Hans Landa, o "caçador de judeus". Ele tem um talento impar, e seu vilão, quando aparece, rouba todas as cenas. A gente não consegue ficar impassível diante de sua interpretação. Taí ele pra você ver.
Não achei o filme tão violento como me falaram. É que venho notando que Tarantino tem um "dom", ele consegue apresentar a violência de uma forma impactante, mas ao mesmo tempo, digamos, estilizada, que conseguimos ver sem maiores problemas. Até as pauladas e escalpos a gente consegue encarar. É o tipo de violência que não admite meio-termo ou se ama ou se odeia. Mas, vamos combinar, quem de nós nunca teve uma vontadezinha de tirar um escalpo daqueles nazistas engomadinhos, hein!
No decorrer do filme, acompanhamos duas tramas que seguem paralelas, ambas buscando suas próprias vinganças: A do grupo de Aldo Raine (Brad Pitt) e de Shosanna (Mélanie Laurent, fabulosa). Mas o interessante é que as duas vinganças são "do bem", e Tarantino, com habilidade de mestre, deu um jeito para que elas não competissem entre si na preferência do espectador.
Leia o resumo que tirei do portal de cinema:
Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelo exército alemão, a jovem Shosanna Dreyfus testemunha a execução de toda a sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa. A moça escapa e viaja para Paris, com a forjada identidade de dona e operadora de um cinema.
Ainda na Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus para lutar contra os nazistas. Conhecido pelo inimigo como The Basterds, o grupo de Aldo acaba tendo como nova integrante a atriz alemã e espiã disfarçada Bridget Von Hammersmark, que tem a perigosa missão de derrubar os líderes do Terceiro Reich.
Tarantino o é considerado pela crítica especializada, como um dos maiores diretores do cinema contemporâneo.
Com poucos filmes, ele já mostrou a que veio.
Era isso. Fui.
Beijos.
quinta-feira, julho 01, 2010
UM SOPRO DE VIDA
Olá,
Eu simplesmente adorei os comentários do post anterior. Adorei saber o que vocês leram no passado, lá bem distante, naqueles tempos tão prazerosos da infância. Adorei conhecer mais um pouquinho de cada um, estreitar laços, aprimorar afinidades. É tão bom a gente recordar nosso passado infantil, tão glorioso, tão nosso, tão "self". É um verdadeiro (re)viver!! Nossa, acabei de ter uma idéia brilhante! Humm, me aguardem, rsrs. Obrigada, gente. Vocês são show de bola!
* * *
EQUILIBRO-ME COMO POSSO
Não é segredo pra ninguém que gosto muito de ler. Só que não leio tudo-o-que-cai-na-mão. A leitura para mim é um deleite, por isso escolho o que vou ler. Dia desses me deu vontade de apropriar-me de umas palavras que andei lendo num livro póstumo. A escritora apesar de sentir a proximidade da morte, (câncer generalizado), continuava a escrever, e escreveu até morrer. Nesse livro (parece que foi o último que ela escreveu), num pequeno trecho, ela traçou com precisão o que, no meu entender, tem sido a caminhada pela vida de alguns de nós, nos quais eu me incluo. A gente realmente se equilibra como pode, pois a incerteza é nosso legado intransferível, nossa eterna companheira.
O nome do livro é "Um Sopro de Vida" e a autora é Clarice Lispector. Só podia. Agora sintam, traçado em palavras, o desenho fantástico dos caminhos da vida.
Beijos. Fui.
Eu simplesmente adorei os comentários do post anterior. Adorei saber o que vocês leram no passado, lá bem distante, naqueles tempos tão prazerosos da infância. Adorei conhecer mais um pouquinho de cada um, estreitar laços, aprimorar afinidades. É tão bom a gente recordar nosso passado infantil, tão glorioso, tão nosso, tão "self". É um verdadeiro (re)viver!! Nossa, acabei de ter uma idéia brilhante! Humm, me aguardem, rsrs. Obrigada, gente. Vocês são show de bola!
* * *
EQUILIBRO-ME COMO POSSO
Não é segredo pra ninguém que gosto muito de ler. Só que não leio tudo-o-que-cai-na-mão. A leitura para mim é um deleite, por isso escolho o que vou ler. Dia desses me deu vontade de apropriar-me de umas palavras que andei lendo num livro póstumo. A escritora apesar de sentir a proximidade da morte, (câncer generalizado), continuava a escrever, e escreveu até morrer. Nesse livro (parece que foi o último que ela escreveu), num pequeno trecho, ela traçou com precisão o que, no meu entender, tem sido a caminhada pela vida de alguns de nós, nos quais eu me incluo. A gente realmente se equilibra como pode, pois a incerteza é nosso legado intransferível, nossa eterna companheira.
O nome do livro é "Um Sopro de Vida" e a autora é Clarice Lispector. Só podia. Agora sintam, traçado em palavras, o desenho fantástico dos caminhos da vida.
"(...) Nao, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos meus modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus. (...)"
terça-feira, junho 29, 2010
LER É FASHION!
Olá.
Uau, quantos comentários em meus posts!! Muito obrigada, gente, vocês são demais! Gente finíssima. Comentários da melhor qualidade. Estou amando a companhia de vocês!!
* * *
Li não sei onde que a moda agora é ler, que ler é fashion, etc e muito etc. Isso me deixou nas alturas, imagine, eu fashion! Aí, uma coisa puxa outra e comecei a pensar de onde teria surgido esse gosto pela leitura que me acompanha desde priscas eras. E olhando para trás, não consigo vislumbrar nada, tenho a impressão que nasci assim, gostando, querendo ler. Mas, racionalmente, sei que esse gostar não floresce do nada. (A não ser que seja coisa de DNA, e isso é outro papo). Das duas uma, ou a gente tem o exemplo em casa ou num belo dia cai em nossas mãos um livro que a gente adora e pronto, não tem mais remédio, a gente já é um(a) leitor(a).
Então lembrei de duas coisas. Primeiro, meus avós. Nas recordações que tenho da infância, lá está minha avó com um livro na mão! Ela adorava ler e sempre tinha novidades pra contar. Meu avô era diferente, eu quase não o via ler, mas ele vivia me contando histórias incríveis e quando eu perguntava, ele dizia “eu sei, oras!”. Um dia o surpreendi lendo um livro escondido e descobri tudo. — Quando crescer, vou ver o que tem aí nesses livros, eu pensava, e não crescia nunca! Mais tarde, li "O Dia em que o Sol Desapareceu", nem sei mais o nome do autor. Mas a história me impressionou tanto que lembro até hoje. Aquele livro realmente me tocou e fui buscar mais. E continuo buscando. E lendo. Mas agora que descobri esse viés fashion... well, me aguardem, vou navegar em outros mares! Rsrs.
E você, algum livro marcou sua vida? Como foi sua entrada nesse mundo fashion?
Link da imagem.
Beijos e bom início de semana a todos.
Uau, quantos comentários em meus posts!! Muito obrigada, gente, vocês são demais! Gente finíssima. Comentários da melhor qualidade. Estou amando a companhia de vocês!!
* * *
Li não sei onde que a moda agora é ler, que ler é fashion, etc e muito etc. Isso me deixou nas alturas, imagine, eu fashion! Aí, uma coisa puxa outra e comecei a pensar de onde teria surgido esse gosto pela leitura que me acompanha desde priscas eras. E olhando para trás, não consigo vislumbrar nada, tenho a impressão que nasci assim, gostando, querendo ler. Mas, racionalmente, sei que esse gostar não floresce do nada. (A não ser que seja coisa de DNA, e isso é outro papo). Das duas uma, ou a gente tem o exemplo em casa ou num belo dia cai em nossas mãos um livro que a gente adora e pronto, não tem mais remédio, a gente já é um(a) leitor(a).
Então lembrei de duas coisas. Primeiro, meus avós. Nas recordações que tenho da infância, lá está minha avó com um livro na mão! Ela adorava ler e sempre tinha novidades pra contar. Meu avô era diferente, eu quase não o via ler, mas ele vivia me contando histórias incríveis e quando eu perguntava, ele dizia “eu sei, oras!”. Um dia o surpreendi lendo um livro escondido e descobri tudo. — Quando crescer, vou ver o que tem aí nesses livros, eu pensava, e não crescia nunca! Mais tarde, li "O Dia em que o Sol Desapareceu", nem sei mais o nome do autor. Mas a história me impressionou tanto que lembro até hoje. Aquele livro realmente me tocou e fui buscar mais. E continuo buscando. E lendo. Mas agora que descobri esse viés fashion... well, me aguardem, vou navegar em outros mares! Rsrs.
E você, algum livro marcou sua vida? Como foi sua entrada nesse mundo fashion?
Link da imagem.
Beijos e bom início de semana a todos.
domingo, junho 27, 2010
PORQUE HOJE É DOMINGO...
Olá todo mundo!
Hoje é domingo, o sol está lindo, um friozinho agradável, até esquentando ou pouquinho. Um pouquinho só, hehe.
Ontem eu estava organizando minhas fotos e separei essa panorâmica que fiz num domingo desses e postei aqui para você ver. Quando sento na varanda de minha casa para tomar chimarrão com meu marido, é exatamente essa a visão que temos nas manhãs de inverno. Gosto muito dessa paisagem e tenho umas palavras que gostaria de ter dito a respeito. Mas eles já disseram, e muito bem: Drumond e Pessoa. E eu? Assino embaixo, oras.
Beijos.
Hoje é domingo, o sol está lindo, um friozinho agradável, até esquentando ou pouquinho. Um pouquinho só, hehe.
Ontem eu estava organizando minhas fotos e separei essa panorâmica que fiz num domingo desses e postei aqui para você ver. Quando sento na varanda de minha casa para tomar chimarrão com meu marido, é exatamente essa a visão que temos nas manhãs de inverno. Gosto muito dessa paisagem e tenho umas palavras que gostaria de ter dito a respeito. Mas eles já disseram, e muito bem: Drumond e Pessoa. E eu? Assino embaixo, oras.
"Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida." Drumond
Um bom domingo pra vocês. Aproveitem bem o dia. O pessoal de além-mar curtam o verão!"Temos, todos que vivemos, uma vida que é vivida e outra vida que é pensada, e a única vida que temos é essa que é dividida entre a verdadeira e a errada." Fernando Pessoa.
Beijos.
quarta-feira, junho 23, 2010
ELOGIO À PREGUIÇA
Olá, pessoal, Bom Dia.
Hoje estou a zero por hora. Estou com a mãe das preguiças! Mas não pensem que estou triste. Que nada! Afinal, a "preguiça amamenta muita virtude", hehe! Não é mesmo? A propósito, você conhece o autor da frase? Como? Ora você não sabe o que está perdendo. Tá vendo esse respeitável senhor aí, todo engravatado? Pois é ele: Juvenal Antunes, o poeta de bronze do Acre. Ele foi homenageado com uma estátua de bronze.
Nessa foto aí ele aparece todo paramentado, de terno e gravata, mas isso, é só pra enganar a torcida, afinal ele era um Promotor de Justiça! Verdade. Nascido no Ceará ele foi para o Acre ser Promotor, mas o negócio dele era mesmo a boemia. E tanto isso é verdade, que nos apontamentos que encontrei a seu respeito, consta que ele vivia metido num robe, feliz da vida, na porta do hotel Madrid, onde morava, em Rio Branco. Que era um boêmio inveterado, sempre bebendo cerveja, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, uma mulher casada. E dizem as más línguas, que ele não abandonava o hotel nem pra receber o ordenado. Imagine, o ordenado é que vinha à suas mãos por exercícios findos! Que tal hein?! Vá saber viver!! Rsrs.
O poema que lhe trouxe a fama definitiva chama-se "Elogio da Preguiça", e aqui está pra vocês se deliciarem.
Juvenal Antunes nasceu no Ceará-Mirim em 1883 e morreu em 1941, em Manaus. Foi personagem da Mini-série Global "Amazônia", de Gloria Peres.
Saiba mais aqui e aqui
Por enquanto era isso.
Beijos. Fui.
Hoje estou a zero por hora. Estou com a mãe das preguiças! Mas não pensem que estou triste. Que nada! Afinal, a "preguiça amamenta muita virtude", hehe! Não é mesmo? A propósito, você conhece o autor da frase? Como? Ora você não sabe o que está perdendo. Tá vendo esse respeitável senhor aí, todo engravatado? Pois é ele: Juvenal Antunes, o poeta de bronze do Acre. Ele foi homenageado com uma estátua de bronze.
Nessa foto aí ele aparece todo paramentado, de terno e gravata, mas isso, é só pra enganar a torcida, afinal ele era um Promotor de Justiça! Verdade. Nascido no Ceará ele foi para o Acre ser Promotor, mas o negócio dele era mesmo a boemia. E tanto isso é verdade, que nos apontamentos que encontrei a seu respeito, consta que ele vivia metido num robe, feliz da vida, na porta do hotel Madrid, onde morava, em Rio Branco. Que era um boêmio inveterado, sempre bebendo cerveja, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, uma mulher casada. E dizem as más línguas, que ele não abandonava o hotel nem pra receber o ordenado. Imagine, o ordenado é que vinha à suas mãos por exercícios findos! Que tal hein?! Vá saber viver!! Rsrs.
O poema que lhe trouxe a fama definitiva chama-se "Elogio da Preguiça", e aqui está pra vocês se deliciarem.
ELOGIO À PREGUIÇA
Bendita sejas tu, Preguiça amada,
Que não consentes que eu me ocupe em nada!
Mas queiras tu, Preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.
Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.
Lá esta, na Bíblia, esta doutrina sã:
-Não te importes com o dia de amanhã.
Para mim, já é grande sacrifício
Ter de engolir o bolo alimentício.
Ó sábios , daí à luz um novo invento:
A nutrição ser feita pelo vento!
Todo trabalho humano, em que se encerra?
Em na paz, preparar a luta, a guerra!
Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudência dos canhões!
Juristas, que queimais vossas pestanas,
Tudo que legislais dá em pantanas.
Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas...
Cresce o teu filho? É belo? É forte? É loiro?
- Mas uma rês votada ao matadouro! ...
Pois, se assim é, se os homens são chacais,
Se preferem a guerra à doce paz,
Que arda, depressa , a colossal fogueira
E morra assada, a humanidade inteira!
Não seria melhor que toda gente,
Em vez de trabalhar, fosse indolente?
Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte?
Queres riquezas, glórias e poder? ...
Para que, se amanhã tens de morrer?
Qual mais feliz? O mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Ou seus antepassados que, selvagens,
Viviam, livremente, nas pastagens?
Do Trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas!
Talvez o sejam mais, vivendo em larvas,
As preguiçosas, pálidas cigarras!
Ó Laura, tu te queixas que eu, farcista,
Ontem faltei, à hora da entrevista,
E, que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor - por outro amor...
Ou que, receando a fúria marital,
Não quis pular o muro do quintal.
Que me não faças mais essa injustiça! ...
Se ontem não fui te ver - foi por preguiça.
Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir... sonhar ...
Juvenal Antunes nasceu no Ceará-Mirim em 1883 e morreu em 1941, em Manaus. Foi personagem da Mini-série Global "Amazônia", de Gloria Peres.
Saiba mais aqui e aqui
Por enquanto era isso.
Beijos. Fui.
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