Em julho passado estávamos no aeroporto, no Rio, voltando pra casa, meu marido e eu. Um movimento absurdo, tumultuado, check-in quilométrico. Entramos na fila. E pra completar, bem na nossa frente, uma garota de casaco verde, completamente sem noção, estava aos berros no celular. Falava pelos cotovelos, quase surtando. Puxa vida. Aí lembramos das prioridades. Que babaquice a nossa amargando por aqui nessa doideira! E lá fomos nós para a fila privilegiada. Yess! Só meia dúzia de velhinhos e duas gestantes gravidíssimas. Ufa, daqui a pouco estaremos livres e vai sobrar tempo até para um cafezinho. Beleza. :))
Gente, pura enganação. A tal fila simplesmente não andava. Cadê o atendente? Sumira. Ao reaparecer, entregou os documentos para o primeiro da fila e passou a atender o próximo, ops, a próxima, uma das grávidas. Levou um tempão, falando, gesticulando, pegou alguns papéis e... aff, sumiu de novo! Muito, muito tempo depois ele retornou. A passos lentíssimos, ostentando a mais genuína indolência.
E a gente ali, esperando, em pé, na fila. Enraizados. Lá pelas tantas, quase arranquei meus cabelos, você nem imagina quem passou zunindo por mim. A tal garota do casaco verde! Bom, a essas alturas meu marido bufava. Misericórdia. Será que atiramos pedras na cruz? Olhei para a ex fila. Continuava enorme mas, adivinha, ela ANDAVA!!! Esse era o lance. A fila andava.
Abro um parêntese gigante: fico muito irritada com a burrice alheia. Sabe quem estava atendendo o check-in dos idosos? Um idoso. Sem problemas se ele tivesse experiência no babado. Mas não! Pelo que pude observar ele era completamente inexperiente, a Lentidão em pessoa, uma tartaruga cansada. Ah, tá rindo né... mas naquele momento eu queria ... bom deixa pra lá. Rsrs. Sei que atender prioridades não é mole, por isso mesmo, esse tipo de serviço exige atendentes ágeis, espertos e experientes. E, vamos combinar, de preferência jovens, com mais energia pra aguentar o pique. Stop. Não vou falar mais. Só de lembrar acabo me irritando e enchendo tua paciência. Eita burrice: pesa muito raciocinar? Fecho o parêntese gigante.
Tenho notado que o atendimento às prioridades não está sendo respeitado como deveria. O objetivo de diminuir o tempo de espera, em respeito às limitações humanas, está, aos poucos, esvaziando-se. E nós estamos permitindo, aceitando, avalizando. Cuidado o efeito bumerangue!!!
Fica aqui o alerta: Reclame. Se ninguém atender, reclame mais alto. Se não conseguir, chame a polícia (discretamente, senão eles arrumam rapidinho e dizem na sua carinha que você está mentindo). Registre um B.O. e siga em frente. No Judiciário, como eu fiz. Lei é lei. Chega de ser bobo da corte.
Beijos