Ontem assisti (superatrasada, eu sei) na sky, o longa de Sofia Coppola, "Maria Antonieta" (Kirsten Dunst no papel principal).
Veja você, há tempos atrás li na internet uma crítica e acabei me desinteressando do filme. Mas ontem, parei pra ver. E me perdoem os homens, os sérios e imparciais, mas o tal (não lembro o nome dele) que escreveu aquela crítica infeliz, certamente o fez movido pelo preconceito, que ainda hoje orienta a vida de alguns homens. Sei lá. O fato é que esses homens preconceituosos, parece que têm uma venda no cérebro, que tira-lhes a razão. E se forem críticos e ou comunicadores, já viu né, não tem pra mulher!!!
Se gostei do filme? Do começo ao fim. Achei ótimo. É agradável e leve. Não tem clichês. Não é biográfico, não conta a História e muito menos se fixa em diálogos reais. Portanto, não vá esperando esclarecimentos históricos. A proposta é outra. Tenho a impressão que Sofia quis apenas voltar nossos olhos para o feminino, para dentro do ser mulher, para o sentir. E o fez em pleno universo da monarquia francesa do séc. XVIII, que respirava superficialidade. Mas o filme não é superficial. Não mesmo.
A cineasta fixou-se na temática do casamento frustrado, dos amores proibidos, das obrigações femininas e das milhares de aceitações que povoavam a vida das mulheres. Ênfase ao sentimento de deslocamento vivido por Maria Antonieta desde que chegou à França. Por mim, tudo bem, pode abordar esse tema à vontade. Adoro temática existencial.
Antonieta aparece no filme como uma jovem, tal como as adolescentes de hoje. O passado dialoga com o presente. Acho que Sofia quis dizer com isso, que os tempos mudam, mas os medos, angústias e prazeres continuam os mesmos. Achei interessante o modo que ela nos mostra Maria Antonieta, uma garota cheia de vida, mas que, rapidamente vai perdendo o brilho, refém de uma sociedade repleta de protocolos e exigências.
O figurino é de uma riqueza sem igual. (o Oscar foi merecido). E o cenário -- filmado no castelo de Versalhes -- , é de encher os olhos! Mas a trilha sonora não fica atrás. Mestres como Vivaldi e Scarlatti ao lado de pops dos anos 80, acredita? Tem The Cure, New Order, Siouxsie and the Banshees e bandas contemporâneas, --sonzeira que não ouço todo o dia, rsrsrs, mas que casou superbem no filme, diminuindo a distância histórica dos fatos.(Adorei!) --.
Taí gente, minha opinião. É um filme instigante, e aposto que vai fazer você querer saber mais sobre essa rainha decapitada tão cedo e alvo de tanta difamação! Sei, sei, é próprio de Sofia Coppola, dividir opiniões!
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Título Original: Marie Antoinette
Gênero: Drama
Duração: 123 min.
Ano: EUA/Japão/França - 2006
Distribuição: Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
Direção e Roteiro: Sofia Coppola
Produção: Sofia Coppola e Ross Katz
Site Oficial: http://www.marieantoinette-movie.com/
UM POUQUINHO DE HISTÓRIA
Ela chamava-se Maria Antónia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena. Foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte (ou seria sem sorte?!, Rsrsrs) da França de 1774 até 1789. Em 1770 foi entregue (leia-se: casou) ao delfim francês Luís (mais tarde rei Luís XVI), quando tinha apenas 14 anos. Ele levou sete anos pra consumar o casamento (Ixi, e ela é quem carregava as culpas!). Nesse meio tempo, aos 18 anos, assumiu a coroa francesa com a morte de Luis XV. O reinado de Antonieta e Luís XVI durou 15 anos, quando ambos foram depostos no auge da Revolução Francesa (1789), e guilhotinados quatro anos depois, em 1793.Beijos a todos.