FELIZ DIA DO AMIGO!
Quem tem amigos, tem tudo, quem não os tem, não tem nada.
Graças a Deus, tenho vocês.
Obrigada por existirem.
Um grande beijo.
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Li uma crônica no Blog do Cacá e andei pensando a respeito do assunto que ele aborda com tanto brilhantismo, naquele espaço. Trata-se de livros e leitores. Segundo entendi, o crescimento do número de leitores não estaria acontecendo na mesma proporção do crescimento do número disponível de obras para a publicação, resultando no reinado absoluto das editoras, muito mais agora do que no passado. Em resumo, o número de leitores está diminuindo.
É verdade. Mas em homenagem as soluções --sempre bem vindas--, resolvi mudar o ponto de vista. Na verdade, venho concluindo que as editoras não estão com essa bolinha toda, e que há muita gente lendo, e lendo muito, até demais. O que falta são compradores para os livros que estão lá nas livrarias. E por que isso acontece? Well. Por várias razões, que no meu leigo pensar, gravitam em torno: do preço, da necessidade e da existência de outras mídias.
Deixarei de lado o preço, porque falta de dinheiro não se discute. E necessidade também, pois tem a ver com prioridades, e portanto focaliza outras variáveis. Lidarei aqui, apenas com os leitores que têm dinheiro. São esses os que me interessam nessa abordagem.
Veja bem. Vivemos cercados de uma diversidade infinita de linguagens: faixas, imagens, outdoors, publicidade, etc. Encaramos todos os dias uma poluição de textos e imagens, um mega bombardeio, que acabamos ficando sem fôlego para nos dedicar a uma leitura plena no sentido estrito da palavra. Suponho que para o escritor e para as editoras isso seja terrível, pois, a produção literária pode muito bem acabar nas prateleiras, o que, de certa forma confortaria a tese da supremacia das editoras devido à falta de leitores. Mas, acho que não é por aí, pois esse contato reincidente com os textos do cotidiano derruba a idéia de que as pessoas não lêem, de que faltariam leitores para os livros. Lêem sim, e demais. É que estamos diante de outro tipo de leitores. Os novos leitores. E esse é apenas um dos problemas.
Observo também, que ao par do tal bombardeio de leitura, os livros impressos estão tendo que lidar, em desigualdade de condições, com os arquétipos, que nunca estiveram tão em alta como agora, restando a impressão de que o potencial intelectivo produzido pelas pessoas que escrevem é sempre de menor valia. E aqui incluo também os óbices trazidos pelas linguagens da internet. Lembrando que a tecnologia computacional balançou a própria epistemologia da aquisição do conhecimento.
Noutro giro, quando afirmamos que faltam leitores, (se quiser pode ler compradores,) nós o fazemos partindo geralmente de um determinado padrão de leitura nosso, de conteúdo subjetivo, paradigmático. E da mesma forma deve estar acontecendo com os editores em relação aos autores. Todos partem de um critério próprio e geral. (Ex. faltam leitores para os livros impressos, ou os autores não estão escrevendo nada que agrade, ah, esse tipo de assunto não vai vender, etc e tal). Por óbvio a resposta a esse critério geral, será igualmente geral: não tem leitor. Ops! De volta ao ponto inicial. Mas já vimos que não é bem assim!
Ora, se temos a constatação de que os livros não estão vendendo, e sabemos que tem leitores, urge uma revitalização nessa área. E vou anotar aqui, minha opinião, só uma opinião leiga, please. Antes de me crucificar, lembre-se disso. Rsrs.
Abandonada a tese da falta de leitores, que tal focalizarmos as mídias? Que tal descobrir objetivamente que tipo de leitura afasta ou conquista os leitores nesse novo mundo povoado de apelos tão diferenciados? Em que tipo de livros tais leitores estariam dispostos a investir seu tempo e seu dinheiro? Seriam os livros impressos? E a ecologia? E o e-book? E as outras mídias? Qual o papel das editoras nesse remanejo literário? Sei lá, mas, para mim, essas são discussões relevantes que devem ser postas na mesa, de imediato, pois os novos autores aí estão, e os novos leitores também. E todo mundo precisa viver do seu trabalho.
Acredito sinceramente na possibilidade de convivência harmoniosa de todas as mídias no que se refere à produção textual, à criatividade e ao ganha-pão de cada um. Como? Ainda não sabe como fazer? - Quá! - Nem eu. Rsrs. A única coisa que sei é que o mercado editorial não anda lá essas coisas. Que não há falta de leitores. E que há os novos leitores do admirável mundo novo midiático. E que esses leitores estão aí, esperando para serem conquistados pelos autores e pelo mercado, sob outros prismas.
Beijos.