quarta-feira, outubro 27, 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO TATI!!

Olá gurizada!

A Tati do "Perguntas em Resposta" está de aniversário hoje. Então, dedico este post à querida aniversariante.

Tati, minha querida amiga,

Não te conheço pessoalmente. Isso não importa. O sentimento de amizade que conquistamos na virtualidade dos blogues vai muito além das linhas materiais que circunscrevem nossa existência. Você já sabe como eu penso e, vou repetir minhas próprias palavras: "...embora as relações sejam virtuais, o sentimento de amizade é real. São interações virtuais, sim. Mas são verdadeiras e habitam um lugar real no coração da gente! E são cheias de luz."

Então guria, no dia em que estás celebrando a tua vida, aprochegue-se e receba meu abraço bem apertado e votos sinceros de muitas alegrias na vida. É isso que te desejo de todo meu coração.

E para celebrar com pompa, vou cantar pra você o parabéns dos gaúchos. Chama-se PARABÉNS CRIOULO. Escuta só:


Parabéns, parabéns //Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia // Paz e alegria na lavoura da amizade.

Que Deus velho te conceda // Com sua benevolência
Muitas, muitas campereadas // No potreiro da existência.

E unidos no mesmo afeto // Te abraçamos neste dia
E para seguir a festança // Repetimos com alegria:

Parabéns, parabéns //Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia // Paz e alegria na lavoura da amizade.


Beijo grande.

terça-feira, outubro 26, 2010

JUSTIÇA CEGA?

Olá!!

Trago hoje pra você uma sentença. Muito dez, como diz minha netinha. Você vai amar! Aposto. É bem antiga, mas superatual. Veja a sensibilidade do juiz e o excelente contraponto que ele faz entre Direito e Justiça.

Aconteceu em 1979 na 5ª Vara Criminal de Porto Alegre. Abriram inquérito contra um desempregado, pela contravenção de VADIAGEM e o juiz Moacir Danilo Rodrigues, arquivou "ex officio" o tal inquérito criminal. Veja só:
"Marco Antônio Dornelles de Araújo, com 29 anos, brasileiro, solteiro, operário, foi indiciado pelo inquérito policial pela contravenção de vadiagem, prevista no artigo 59 da Lei das Contravenções Penais. Requer o Ministério Público a expedição de Portaria contravencional.

O que é vadiagem? A resposta é dada pelo artigo supramencionado: "entregar-se habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho..."  
Trata-se de uma norma legal draconiana, injusta e parcial. Destina-se apenas ao pobre, ao miserável, ao farrapo humano, curtido vencido pela vida. O pau-de-arara do Nordeste, o bóia-fria do Sul. O filho do pobre que pobre é, sujeito está à penalização. O filho do rico, que rico é, não precisa trabalhar, porque tem renda paterna para lhe assegurar os meios de subsistência. Depois se diz que a lei é igual para todos! Máxima sonora na boca de um orador, frase mística para apaixonados e sonhadores acadêmicos de Direito. Realidade dura e crua para quem enfrenta, diariamente, filas e mais filas na busca de um emprego. Constatação cruel para quem, diplomado, incursiona pelos caminhos da justiça e sente que os pratos da balança não têm o mesmo peso. 
Marco Antônio mora na Ilha das Flores (?) no estuário do Guaíba. Carrega sacos. Trabalha "em nome" de um irmão. Seu mal foi estar em um bar na Voluntários da Pátria, às 22 horas. Mas se haveria de querer que estivesse numa uisqueria ou choperia do centro, ou num restaurante de Petrópolis, ou ainda numa boate de Ipanema? 
Na escala de valores utilizada para valorar as pessoas, quem toma um trago de cana, num bolicho da Volunta, às 22 horas e não tem documento, nem um cartão de crédito, é vadio. Quem se encharca de uísque escocês numa boate da Zona Sul e ao sair, na madrugada, dirige (?) um belo carro, com a carteira recheada de "cheques especiais", é um burguês. Este, se é pego ao cometer uma infração de trânsito, constatada a embriaguez, paga a fiança e se livra solto. Aquele, se não tem emprego é preso por vadiagem. Não tem fiança (e mesmo que houvesse, não teria dinheiro para pagá-la) e fica preso. 
De outro lado, na luta para encontrar um lugar ao sol, ficará sempre de fora o mais fraco. É sabido que existe desemprego flagrante. O zé-ninguém (já está dito), não tem amigos influentes. Não há apresentação, não há padrinho. Não tem referências, não tem nome, nem tradição. É sempre preterido. É o Nico Bondade, já imortalizado no humorismo (mais tragédia que humor) do Chico Anísio. 
As mãos que produzem força, que carregam sacos, que produzem argamassa, que se agarram na picareta, nos andaimes, que trazem calos, unhas arrancadas, não podem se dar bem com a caneta (veja-se a assinatura do indiciado à fls. 5v.) nem com a vida. 
E hoje, para qualquer emprego, exige-se no mínimo o primeiro grau. Aliás, grau acena para graúdo. E deles é o reino da terra. Marco Antônio, apesar da imponência do nome, é miúdo. E sempre será. Sua esperança? Talvez o Reino do Céu. A lei é injusta. Claro que é. Mas a Justiça não é cega? Sim, mas o juiz não é. Por isso: Determino o arquivamento do processo deste inquérito.


Porto Alegre, 27 de setembro de 1979.
Moacir Danilo Rodrigues - Juiz de Direito - 5ª Vara Criminal."
(Fonte: Suplemento Jurídico do DER/SP nº 108, de 1982)

Beijos.

quinta-feira, outubro 21, 2010

TOMOU AÇAÍ, FICOU.

Olá!

Já te contei? Estou em Belém, no Pará. Fugi um pouco do frio. Uma semaninha só, mas está valendo demais! Estou me sentindo tão bem. Esse lugar me tocou profundamente. É um lugar lindo, seguro, a comida é ótima e oferece um misto de natureza e civilização. É frequentado por pessoas simpáticas e despojadas. Quero voltar, com certeza. Desde que cheguei tenho saboreado o energético açaí paraense. Genuíno, puríssimo. Típico da região. Muito bom! Diz que os antigos costumavam anunciar: “Quem vem ao Pará, parou; tomou açaí, ficou”

Falando em açaí, preciso dividir com você uma coisa que não me entra na cabeça. Escuta só. Pra uma parcela expressiva da população pobre, o açaí é um alimento, às vezes, a única refeição forte do dia. As crianças, na falta do leite, bebem o suco na mamadeira. Beleza? Nada! Elas bebiam. Pois fiquei sabendo que hoje em dia, os paraenses estão comendo menos açaí. Está muito caro, eles não podem comprar. Você consegue entender isso? 

Por Deus, a gente sabe que o mundo não é justo, que as coisas são assim como são. Mas eu me pergunto: porque puxar o tapete dessas pessoas? Exigências de mercado? Olha, eu não entendo nada desse assunto, mas quando acontece esse tipo de coisa, acho que o mínimo que se pode fazer é procurar soluções para amenizar a situação. As crianças já não podem tomar leite, e agora nem açaí? A riqueza da região está indo embora? Como? Porquê? 

Pra não falar besteiras, tratei de me informar e veja só. Há cerca de dez anos o gosto e as propriedades medicinais do açaí invadiram as academias e praias do Rio e São Paulo. Na onda da eterna juventude e da saúde total, o açaí acabou entrando direto na dieta dos naturalistas, atletas e idosos. Os Estados Unidos e a Austrália importam cada vez mais. Resultado? O açaí ficou tão popular que acabou elitizando-se. Atualmente é oferecido (misturado) em quase todos os Estados brasileiros. E como sobremesa. (Puro mesmo, só direto na fonte, onde estou agora).

O New York Times numa excelente matéria assinada por Seth Kugel, mostra como o açaí é consumido no Pará, no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos. Ele comprovou o que os paraenses já sabem e sentem na pele: o preço aumentou com a exportação

Para ir ao site do The New York Times e ler na fonte – pode clicar aqui. Nessa mesma matéria tem um slide show, de onde eu colei as duas fotos que estão aí em cima. O link das fotos pra você ir direto, está aqui.

Leia sobre as propriedades medicinais aqui.

Era isso. Beijos. Fui.

terça-feira, outubro 19, 2010

A DECISÃO

Ela não aceitou, apenas suportou. Decidiu que enquanto pudesse, guardaria segredo. Deus é testemunha de seu empenho em cumprir o que havia prometido. Mas a situação assumira contornos insustentáveis. Então, naquela noite, ela tomou a decisão mais difícil de sua vida. Empreendeu o que sabia ser o último, o derradeiro esforço para adiar a revelação, mesmo que fosse um pouquinho mais. Era muito grande o amor que os unia e ela não queria magoá-lo.

Aonde vais, vou dar uma saída, volto logo. Não, por favor, preciso saber, quero saber o motivo dessa angústia, desse tormento que te rouba o brilho do olhar, serei eu a causa, sei, já não me amas. Ela respondeu que seu amor era o mesmo, intacto, profundo, intenso, sem medida. Contendo as lágrimas, virou as costas e saiu.

Foi então que ele leu o bilhete. Jamais poderia imaginar que aquela letrinha miúda, que tantas vezes alegrara seu coração, estivesse agora falando palavras tão pungentes. Lendo, deu-se conta de que não havia mais nada a fazer: tudo aconteceria como estava traçado no Grande Livro da vida.

E assim aconteceu.

O tempo ajudou-o a superar a tristeza, mas ele nunca mais foi o mesmo, jamais se conformou. Tornou-se introspecto e sorumbático. Perdeu a fé, e passou a habitar as sombras da angústia. É refém de sua própria humanidade. Consome seus dias a procura de uma explicação racional que o faça entender os mistérios da morte e do renascer.

*

Não creio que ele possa ter acesso a esse entendimento. Para mim, a morte e o renascer são as duas grandes incógnitas da vida e, racionalmente, não há explicação. Só especulação. A luz está na transcendência.

Marli Soares Borges

sábado, outubro 16, 2010

CARTÃO DE VISITAS

Olá!

Ontem acompanhei meu marido numa pequena viagem, a trabalho. Já falei pra você, adoro viajar de carro. Passo Fundo fica a pouco mais de 300km de Porto Alegre. Saímos de manhã bem cedinho e às 14h30h iniciamos o retorno.


Beleza! Trânsito tranquilo. Às 18h já estávamos chegando em Porto Alegre e, pelo pouco que faltava percorrer, calculamos que, no máximo, em uma hora estaríamos em casa. Era isso. Mas, esquecemos um detalhe: o suplício que é chegar em Porto Alegre, via Canoas! A entrada da capital, a essa hora, é um péssimo cartão de visitas. Uma tristeza, o trânsito simplesmente não anda. Dá nos nervos. Nas proximidades do Aeroporto Salgado Filho, bateu a aflição: todos os carros do mundo estavam ali parados e, descobrimos que não há uma ruazinha lateral pra gente fugir. Misericórdia.

Aí você anda mais um pouco e dá de cara com um dos motivos daquela tranqueira toda: o viaduto Leonel Brizola. Desde que foi entregue --em 2008--, esse viaduto vem aumentando os transtornos no trânsito. Os taxistas até o apelidaram de "Viaduto da Tranqueira", "Viaduto da Politicagem", pois essa construção nada mais é do que um elefante branco, pra passarem três ou quatro carros em cima. E o problema pontual, que há muito pede solução, continua atirado às traças. Quem está chegando à Porto Alegre, por essa via de acesso, sinceramente, tem vontade de voltar. Mas se você chegou até Canoas, esqueça, você agora está no brete, e isso quer dizer que você não pode nem sequer arquitetar um plano de fuga. Portanto, aguentaí.

E, pra completar, embaixo do tal viaduto ainda colocaram semáforos! Vai ver pra solucionar aquela tranqueira constante, os doutores do trânsito pretendiam mesmo era colocar os tais semáforos, mas pra não fazer feio perante os usuários com uma solução tão ingênua, resolveram construir um viaduto. Rsrs!! É pra matar!!! Haja saco. Eu falei doutores do trânsito? Ops. Desculpe, acho que me enganei. Mas você sabe muito bem a quem me referi.

Só pra constar: chegamos em casa às 22h! É mole?

Beijos e um ótimo final de semana.

quarta-feira, outubro 13, 2010

AVATAR - JAMES CAMERON

Olá, todo mundo.

Você já viu Avatar, de James Cameron? Aposto que sim. Eu também. E adorei.


Sabe-se que para os efeitos especiais desse filme foram utilizadas as mais modernas técnicas e que os resultados superaram até os da trilogia "O Senhor dos Anéis". Este filme custou nada mais nada menos que 300 milhões de dólares, fora os custos de publicidade.

Há mais de dez anos atrás, Cameron já havia mostrado a que veio com outro filme campeão de bilheteria, o "Titanic" de 1997. Agora, ele trouxe um longa de cair o queixo, que agradou em cheio a crítica. Ouvi dizer que Cameron demorou anos na preparação desta obra e que ele esperou até que existisse a tecnologia certa que lhe permitisse criar o que havia imaginado. Cameron é Cameron!


O filme é todo em 3D e tem quase 3 horas de duração. Achei a história super original, tem um romance proibido,(porém, possível), entre pessoas de tempos e mundos diferentes. O cenário é maravilhoso, com lugares e florestas paradisíacas. A atmosfera é deslumbrante, carregada de significados. É visualmente revolucionário, de encher os olhos.

No enredo, os humanos é que são os maus. No decorrer do filme, é dificil evitar comparações com a atual situação do nosso planeta, cuja degradação ambiental crescente é culpa exclusiva homem. Para mim, esse filme é muito mais do que uma avalanche tecnológica de efeitos especiais. Ele é uma relação de causa e efeito entre a humanidade e o planeta. Ele traz em seu bojo uma mensagem de paz, ou melhor, anti-guerra, evidenciada pelo cineasta com a força dos aparatos tecnológicos que todo mundo comenta. Vi no filme uma mensagem de alerta. Aliás, o próprio diretor definiu, "Avatar" como uma metáfora sobre como a humanidade trata o lugar onde vive.

VOU FAZER UM RESUMO APERTADO DA HISTÓRIA, só pra você ter uma idéia.

Em 2154 os humanos destruiram o ambiente e a terra está morrendo. Para sobreviver precisamos de um mineral que existe apenas na lua de Pandora (que lembra a Terra há milhões de anos, com plantas selvagens e animais gigantes) que é habitada por seres Na’vi, uma espécie quase humana, um povo ligado essencialmente à natureza. Um povo pacífico que tem profundo respeito pelo seu habitat natural.

Nesse contexto Jake Sully, ex-fuzileiro naval e paraplégico, recebe a missão de substituir seu irmão morto ocupando seu Avatar (um corpo criado em laboratório onde sua mente é conectada, mas fisicamente igual aos Na’Vi). Através do Avatar, Sully volta a andar. Ele deverá aproximar-se da civilização e comunicar-lhes que o lugar onde vivem será destruído para exploração do tal minério e que se não concordarem em retirar-se o mineral será tomado à força. 

Entramos agora no desenvolvimento do filme, onde virá à tona a problemática do personagem Jake, que terá de fazer a opção mais importante de sua vida. É que, para conseguir infiltrar-se na civilização, ele recebe ajuda de uma jovem Na'vi, por quem se apaixona. Ao mesmo tempo, ao conviver com os nativos ele acaba se convencendo de que a atitude que os humanos tomarão só servirá para causar destruição e sofrimento sem os levar a lugar algum, pois o problema, no fundo, é uma questão de valores, achar que a natureza está a serviço do homem, refém de sua exploração desmedida. Jack percebe que com esse pensamento "invertido", em qualquer lugar que os humanos pisarem deixarão as marcas da irresponsabilidade. Mas agora, é hora de encarar seu dilema existencial: escolher entre a vida real na terra junto com os humanos e o novo amor, que pressupõe a vida em um novo mundo, um novo lar.

Interessante, recomendo.

Era isso. Fui. Até breve.