segunda-feira, setembro 20, 2021

VINTE DE SETEMBRO, DIA DO GAÚCHO


Parabéns a todos nós, gaúchos e gaúchas
de todas as querências. 
Que a Virgem Maria, primeira prenda do céu, 
olhe por nós, e que o Patrão Celestial nunca nos abandone.




Em tempos "normais", leia-se sem pandemia, costumamos comemorar a Semana Farroupilha - 14 a 20 de setembro - de um jeito muito especial. Durante esse período, nas repartições públicas as pessoas costumam ir trabalhar usando as roupas típicas do gaúcho. E as crianças vão à escola pilchadas. É um orgulho para nós. 

O ponto culminante da festa acontece no dia 20 de setembro, que é o dia do encerramento dos festejos. Tem sempre um belo desfile e as alegorias contam a história do Rio Grande do Sul. Vem muita gente de todos os cantos do Brasil e também do exterior. É uma alegria genuína, pacífica e sem transtornos. Tem sido assim através dos tempos. Tomara que continue.

Não é um desfile de luxo, mas a beleza e o cuidado impressionam. É lindo ver os peões montados a cavalo e as "prendas" (mulheres bonitas) com seus vestidos coloridos. É emocionante o festival das tradições. O coração fica apertado. E as crianças são um capítulo à parte! Por acreditarmos muito nas crianças, elas são incentivadas a participarem dos festejos, inclusive no desfile, para que fortaleçam o sentimento de pertença e para que a nossa tradição jamais seja esquecida. E elas amam desfilar vestidas à caráter: "de" gaúcho e "de" prenda. E a gente vê os olhinhos brilharem!



A lei nº 4.850/1964 oficializou a Ronda Gaúcha, que passou a ser chamada de Semana Farroupilha e, em 1996, o dia 20 de setembro foi oficializado como o Dia do Gaúcho, passando a ser feriado no Rio Grande do Sul. A Semana Farroupilha vai de 14 a 20 de setembro.

sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra

HINO RIOGRANDENSE
Letra de: Francisco Pinto da Fontoura
Música de: Joaquim José Mendanha


Como a aurora precursora
Do farol da divindade,
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade.

Estribilho:
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo;
Povo que não tem virtude,
Acaba por ser escravo.

Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.


Um baita abraço, tchê, bem apertado, em toda a gauchada buena que anda campereando por esses pagos da Blogosfera!!!


-Marli Soares Borges-

quinta-feira, setembro 16, 2021

MEU REINO PRA REVER AQUELA TARDE


A Igreja era tão grande, mas tão grande que...

De tempos em tempos começo a fuçar nas minhas lembranças e aparece cada uma! 
O que vou contar é uma história boba, sem a menor graça, mas aconteceu comigo e está na minha cabeça há décadas. E cada vez que lembro, fico com uma pulga atrás da orelha. 


Eu devia ter uns cinco ou seis anos e morávamos - eu e meus avós - numa casa afastada da cidade. Meus dois únicos amigos, Elisa e Marquinhos, moravam na casa ao lado e eram irmãos, lembro deles até hoje. Costumávamos brincar no quintal da minha casa. Mas naquela tarde não teve brinquedo de pega-pega, estava muito calor e o sol fritando. Então resolvemos dar um passeio: visitar a igreja que estava sendo construída ali na esquina, dois terrenos depois. Passamos por debaixo da cerca e saímos escondidos, pois estávamos proibidos de pisar fora do nosso local de brincar. Chegamos na construção e ficamos embasbacados: a igreja era tão grande, mas tão grande que me deu até um arrepio na espinha, parecia que a gente havia encolhido. Olhamos para cima e nosso olhar se perdeu nas alturas. Mas, corajosos, seguimos em frente, pé ante pé, olhos arregalados e bico calado. Todo cuidado é pouco. 

Foi então que vimos os respingos... Pior! sentimos uma saraivada de gotas grossas, milhares, de um vermelho intenso que mais parecia... sangue. Como assim? ninguém está machucado, ai meu Deus, e agora? por que fomos sair escondidos? onde se viu entrar numa igrejona assim, sozinhos? E se tiver um vampiro na tocaia? ou uma alma do outro mundo? por que não ficamos brincando como sempre no nosso santuário? Olhamos pra todos os lados e nada, nenhuma viva alma, um silêncio mortal. E o medo tomou conta de nós. Apavorados saímos dali à toda velocidade, correndo a mil, debaixo daquele sol escaldante. Cheguei em casa alucinada, no maior suadouro e lembro que minha vó me abraçou e não disse uma palavra, apenas secou meu rosto, me deu um pouco d'água e esperou até que eu me acalmasse. Mais tarde ela pediu pra eu contar "tudo", mas não havia nada para contar. Ninguém tinha um arranhão sequer, ninguém sentiu nenhuma dor e ninguém viu nada perigoso. Pensei, pensei e a única coisa real que vimos, uns nos outros, foram uns respingos vermelhos nas nossas roupas. E era coisa pouca. 

Por causa desse "passeio" escondido, fiquei de castigo um tempão sem brincar com meus amigos (que também ficaram de castigo).

Não tem mais minha vó, não tem mais Elisa, não tem mais Marquinhos e minha casa de menina não existe mais. Fecho os olhos para ver melhor e... ah, como eu queria colher margaridas com minha vó, uma vez só, só mais uma, naquele canteiro tão lindo que ela plantava e cuidava com tanto amor! 

Faz bem uns trinta anos que passei por lá novamente, queria rever um pedacinho da minha vida. E avistei a igreja. Sim, ainda existia, desgastada pelo tempo. E para minha surpresa, era uma igrejinha minúscula, pouco mais que uma capela. Meu olhar infantil viu além da aparência e o medo deve ter completado o 'serviço', rs. Quando lembro desse 'causo' sempre acho que falta alguma coisa. Pode ser que nessa volta à infância, minha memória tenha esquecido ou inventado algum detalhe, afinal não sou mais a mesma que vivenciou a história. Meu reino pra rever aquela tarde, em todos os detalhes e saber exatamente o que aconteceu! 

Gosto muito dessas lembranças pueris que a memória me faz reviver. Além da vitalidade que me trazem, representam para mim um alento, uma distração, um refúgio nos dias da minha velhice.

- Marli Soares Borges -

sábado, setembro 11, 2021

O DIA EM QUE AS FLORES DESAPARECERAM


O dia em que as flores desapareceram


Num piscar de olhos, sumiram todas as flores do mundo. A terra ficou feia e triste. Então ela lembrou-se da linda tela que há muito tempo ganhara de sua avó. Foi até seu quarto e ... não pode ser, a tela está viva! Sim! e ali estavam elas, perfeitas: as flores! maravilhosas e coloridas, em todo seu esplendor. Aproximou-se para ver melhor e imediatamente teve a certeza de que eram "de verdade", podia tocá-las e sentir-lhes o perfume. Seu coração transbordou de alegria. Olhou para o céu e agradeceu, obrigada vovó! obrigada! com certeza irei plantá-las! E lá foi ela (re)começar o seu jardim. A vida é uma arte. 


-Marli Soares Borges-



Minha participação no projeto Uma imagem, um conto, proposto pela Norma, do blog "Pensando em Família". A imagem é do calendário dos "Pintores com a Boca e os Pés".

quinta-feira, setembro 09, 2021

OLHOS DE PRIMEIRA VEZ



Olhos de primeira vez


Adoro a emoção que vem quando mudo meu centro de interesse e transito em outros universos. Revivo, quero fazer isso e aquilo, quero mais e mais, quero mexer com a vida, mexer a panela dos doces e lambuzar meu coração. 

Jogo a velhice pro ar, paro imediatamente de bater os pinos e a criança que habita em mim se move de um lado para outro com olhos de primeira vez. 

Muitas vezes me parece que esse sentimento é imaturo, que eu deveria manter um padrão de interesse por mais tempo, um padrão compatível com minha maturidade, sou setentona, tão madura... mas na verdade, eu sigo querendo o que sempre quis: que os encantamentos continuem comigo, tomando conta da minha cabeça, dos meus sentidos, de todo o meu ser! Quero aguçar meus sentidos, afinar minhas percepções e ampliar minha leitura de mundo. 

Essa dinâmica me move e fascina. 

No passado eu nutria uma certa inveja dos pintores e fotógrafos, porque me parecia que o trabalho deles era puro encantamento, na medida em que nada se repetia, pois o cenário sempre se renovava, amparado na incidência da luz que modifica e confere lindos estilos aos ambientes. 

Mas eu estava errada, comprovei mais tarde. 

O encantamento não tem nada a ver com a superfície, ele é uma mágica interior que pode acontecer milhões de vezes na vida de cada um de nós. Para mim, vive acontecendo, estou sempre transitando em universos diferenciados. Acontece assim: ontem eu estava encantada em fazer uma coisa; fiz, fiz, fiz e... hoje não quero mais! quero aprender outra, dar novo rumo ao que venho fazendo com meu tempo. E me encanto com outra coisa e assim por diante. Confinada dentro de casa, não tenho tantas novidades, mas não me importo que meus universos sejam cíclicos. Meu espírito vibra pois está movido pelo interesse verdadeiro. E esse impulso interior coloca meus sentidos afinados com a energia vital e aciona em mim o processo criativo. 

Ainda bem. 

Não fossem esses encantamentos
não sei o que seria de mim
confinada e furibunda
nessa pandemia sem fim


 -Marli Soares Borges-



sábado, setembro 04, 2021

SAINDO DE FININHO


Saindo de fininho


Se você não gosta, esqueça, nem leia. 

Aqui em casa todo mundo gosta. Todo mundo somos: eu, Nilton e Mateus, os confinados. Estamos atravessando a pandemia a três. Para manter nossa privacidade trabalhamos - em home office - na mesma casa, mas em locais diferentes. 

O local mais frequentado é o meu "QG" (sigla de quartel-general), apelido 'carinhoso' que os dois engraçadinhos deram para as minhas instalações. Eles aparecem por aqui quase todos os dias, em horários distintos. Chegam de mansinho, um de cada vez, uma batidinha leve e entram discretamente. E discretamente abrem a portinha do armário, e discretamente fazem uns barulhinhos e discretamente se retiram. De fininho. Às vezes dizem oi, tudo bom? e pronto. Quando me viro pra dar uma conferida, já era. Sumiram. Antes que pensem mal de mim, informo que foi para o bem deles que decidi guardar no meu armário, sem segundas intenções. E está dando certo, eles conhecem as regras e estão carecas de saberem que nesse quesito não tem arreglo, é pegar ou largar. 

As visitas são cíclicas: zero estoque, zero visitas. Nos dias 'zerados' o Nilton nem entra, só abre a porta e me chama pro cafezinho e eu vou e volto. Quando abasteço o armário é porque a liberação está "assinada". Não dou um aviso sequer, mas o faro deles é apuradíssimo e descobrem tudo num piscar de olhos. Deixá-los à vontade? Sem chance: em dois toques vão virar umas bolas e sair rolando por aí. Nhac! Nhac! Croc! Croc! Nada de andar o dia inteiro mastigando e engolindo como se fosse pão, muita calma nessa hora! 

Aposto que você já percebeu o porquê dessa decisão, digamos, pouco simpática. Antes era tudo livre, mas não deu certo. "Assim que sairmos do confinamento a gente vai rever o assunto", prometi. Eles são do bem, levaram na esportiva e ninguém ficou de bico. Melhor assim. 

Se eu também gosto de visitar meu armário? Adoro. Às vezes, pego unzinho e divido em quatro partes e vou mastigando bem devagarinho, saboreando, cheia de culpa. Reconheço que essa atitude é absolutamente condenável para minha bolinha murcha, ah... e eu com isso? rs. 

E aí, adivinhou? Beleza. Estou falando do bombom Ouro Branco da Lacta. É um bombom super comum, sem "sofisticamentos", mas desses bombons comuns, acho que é o único que ainda conserva intacto o sabor delicioso de antigamente. Aqui em casa a gente costuma comprar em embalagens de 1kg, antes de tudo, tem que encher os olhos, lol. 

Eu avisei, se você não gosta, esqueça, nem leia.

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, setembro 01, 2021

O MUNDO ENDOIDOU - 77 palavras


Nesse inverno de pandemia fiz tricô pra toda família. Pois não é que o mundo endoidou e tudo começou a voltar atrás? Igualzinho a um filme voltando, quadro a quadro, do fim para o início. E meu trabalho se desfazendo, ponto a ponto. E era a lembrança das caras felizes com os presentes. E era a lembrança da tecitura colorida dos fios.  E era a linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo. E eu perplexa.

-Marli Soares Borges-


Minha participação:  Histórias em 77 palavras - Desafio nº 249 
"E era linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo".
(Recantiga, Miguel Araújo) 

O mundo endoidou
O mundo endoidou


 

terça-feira, agosto 31, 2021

A NOTÍCIA


A notícia


Estávamos feliz da vida bebendo cerveja ruim. O botequim cheio de jovens filósofos sorridentes - universitários sem nenhum tostão - . Lá pelas tantas, um deles levantou-se, fez uma pose e falou: "pois eu sou assim, não discuto com o destino, o que pintar eu assino". Não sei porquê, aquelas palavras me fizeram murchar. Lembro que até acabei voltando para casa mais cedo. Eles ainda ficaram bebendo, parlando e filosofando. Nem bem amanheceu e chegou a notícia. Saí correndo, devastada. O destino havia pintado a cena final da vida de meu amigo. (Taí a razão daquela tristeza que me fez murchar... acho). O que aconteceu com ele - seria destino? - não sei, mas tenho certeza que ele jamais teria tido a coragem de assinar. Nunca mais passei na rua daquele botequim. Nunca mais a turma se reuniu.

-Marli Soares Borges-


Minha participação na BC da Norma, do Blog "Pensando em Família". A proposta é, com imagem e frase, construir mini ou microconto. 


sábado, agosto 28, 2021

ENTRE MIMOSURAS E TRAVESSURAS


Entre mimosuras e travessuras
Dongo sendo Dongo. Foto minha.



Sempre que escrevo sobre o Dongo exalto suas qualidades, ele é bonzinho, calmo, afetuoso, mimoso e por aí vai, e se me descuido vou continuar desfiando um rosário de mimosuras pra esse ser ronronante. E você que está lendo fica sempre aplaudindo essa lindeza. Pois é, mas nada é perfeito e essa lindeza também tem o seu lado, digamos... digamos... deixa assim: entre mimosuras e travessuras. 

Melhor você ver com seus próprios olhos. Espia só! e isso acontece sempre, não tem jeito, levanto por um segundo do lugar onde estou sentada e plaft! o Dongo se materializa exatamente no meu lugar! E faz uma pose de esfinge como se nada estivesse acontecendo. 

Como assim, ele tem o sofá, as cadeiras, as mesas, os armários, a casa inteira para escolher e vem se instalar no meu lugar, no lugar que eu estava ocupando, o lugar que é meu? Aí eu reclamo com ele: Dongo, esse lugar é meu! Pode ir dando o fora e blá, blá blá... e sabe o que ele faz? Nada. E isso não muda nuuunca. Ele me olha com aqueles olhos - lindos - cor de mel e ... nem te ligo. Continua ali, sem mudar um milímetro de posição. Parece que está - e acho que está mesmo - me dizendo: “é isso o que eu penso desse teu discurso sobre propriedade privada, aqui, na minha casa". 

Óbvio que eu acabo me acomodando noutro lugar. E sabe o que ele faz? plaft! vem se aninhar no meu colo! Pura verdade. Essa lindeza faz exatamente assim. Gatinho espaçoso. 

Mas, por outro lado, como boa libriana que sou, fico pensando que ele também mora aqui e tem direito de usufruir do acervo da casa. Pois é, mas esse direito eu também tenho oras. Tenho esse direito e ninguém me vê pulando pra cima dos armários quando ele "desocupa" o lugar. 

Me julguem. 


Em tempo: Deus existe! a chuva sumiu e amanheceu um espetacular sunny day! Vivaaa.

-Marli Soares Borges-


quarta-feira, agosto 25, 2021

A DANÇA DO FOGO



A dança do fogo
A dança do fogo - foto minha


Não consigo entender, estou louca para escrever e não sei sobre o quê. É como se minha cabeça estivesse vazia, mas sei que não está. Tem tanta coisa, adoro escrever, quero sinceramente escrever e sei que tenho muito a dizer, mas parece que estou travada. Zerada. Sem palavras. Queria escrever uma crônica mas não tem assunto que me agrade. Queria tecer um conto, mas não tem conta nem pra rezar um terço. Aí dou uma olhada pela janela, quem sabe... mas lá fora só vejo chuva, um cinza escuro paralisante, um frio de lascar. E o aguaceiro inclemente. 

E o teclado na minha frente. E eu pensando na morte da bezerra. 

No lago, os patos firmes nadando. E mergulhando. Patos malucos, querem congelar? Pronto, agora comecei a implicar com os patos. Sei, é o confinamento... e essas trovoadas... não tem cristo que aguente. 

Nada contra o inverno, nada contra a chuva, afinal, sou gaúcha, nasci e vivo no sul e estou habituada com essas intempéries. Acontece que tudo que é demais enjoa e esse inverno está abusando. Já deu o que tinha que dar. Ontem choveu o dia inteiro, hoje está chovendo e parece que amanhã a chuva vai continuar. É mole? O Dongo também ouviu esse vaticínio mas nem ligou. Permaneceu ali, dormitando na poltrona, aproveitando sua doce vida, na fronteira entre o mágico e o real. Uma obra de arte ronronante que me faz tão bem... Ah, como eu queria ser um gato e viver esse vidão! 

O que me salva nesses dias sem graça é o cafezinho que o Nilton faz todas as tardes. E ontem teve aqueles bolinhos tipo de chuva, aqui chamamos 'cueca virada' que ele costuma comprar, 'feitos na hora', no super. Sempre fico feliz e saio da mesa com vontade de ficar me empanturrando com os tais bolinhos. Mas pra mim é só um(zinho), meu figado vive se achando e não me deixa comer o que eu quero. Quem ele pensa que é? um grandalhão, que mora de graça na minha barriga, isso sim!    

C'est la vie. 

Olho de novo pra fora e dê-lhe chuva. Mas meu ar condicionado é porreta, ele aquece o ambiente e me mantém 'equilibrada' nessas friagens absurdas. Ele funciona mais ou menos como um psiquiatra, tudo pelo equilíbrio, rs. Quem inventou o condicionador de ar deveria ser condecorado com um cinturão de ouro e diamantes, tipo aqueles do UFC, coisa mais linda. Você já imaginou o que seria de nós sem ar condicionado? Não sei você, mas eu estaria arrancando os cabelos, surtada, nessa umidade e frio. Parei de digitar e fui ler o que escrevi. Nossa, quanta besteira. Mas não tenho culpa, é minha cabeça que está me trollando. Desculpem, amigos. 

O Nilton acabou de anunciar que a lareira já está acesa na sala. Ótimo. Agora o assunto é outro. Não sei o que mais gosto: se é o calor, ou o crepitar do fogo na lareira. Ou é o fogo em si. Ah, eu acho o fogo uma coisa muito mágica. Adoro. 

Bom, amigos, está na hora, estou indo para o ritual. A dança do fogo já começou.

-Marli Soares Borges-


segunda-feira, agosto 23, 2021

MEU OLHAR ESPIRITUAL NA PANDEMIA



O ano de 2020 ficará para sempre marcado pela pandemia de covid-19. O vírus tem ceifado milhares de vidas e certamente irá deixar marcas permanentes nos que estarão vivos, pois ninguém fica indiferente, quando esteve cara a cara com a impermanência, a limitação e a precariedade da vida.

Nada acontece por acaso. Acredito que todos os acontecimentos do mundo obedecem a uma ordem divina e perfeita, embora a gente não consiga entender. E é certo que não estamos aqui a passeio. Como seres espirituais que somos, viajamos em nossos corpos físicos a fim de seguir nossa jornada evolutiva. 

Então eu fico pensando: desde que me conheço por gente, estamos sendo chamados à fraternidade universal e à responsabilidade nas relações com a natureza. Nunca ligamos para nada. Por muitos e muitos anos, nossas ações têm sido ruins para nós e para o mundo inteiro. Como estamos todos sujeitos à lei natural de Causa e Efeito, era de esperar-se que um dia, a própria vida nos desse uma resposta. E a resposta veio, de forma extremamente dolorosa. 

Não quero dizer com isso que a pandemia seja um castigo divino. Não! Eu jamais pensaria em Deus como um juiz inclemente e vingativo! Deus é AMOR, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Deus é o Pai, nosso, no dizer de Jesus na oração. 

Aí eu sigo pensando: por onde andou nossa consciência planetária que foi preciso um vírus dessa magnitude para nos mostrar quem somos? O vírus chegou e nos fez entender tudo de uma só vez: somos seres imperfeitos e precários, poeira das estrelas, grãos de areia no deserto. Nada, absolutamente nada nesse mundo nos pertence; precisamos uns dos outros; temos que pensar coletivamente. 

Como partes de um todo, estamos conectados e não importa onde vivemos, nossas atitudes repercutem em todo o universo. Se apenas algumas pessoas rejeitarem essa ideia de conexão e pensarem somente em si, todos nós estaremos em perigo. O que um fizer afetará a todos. De que nos serviu tanto egoísmo, vaidade e arrogância? Por acaso nos tornamos imunes ao contágio e à letalidade do vírus? A simples visita de um amigo pode contaminar e interromper existências "poderosas", diante desse vírus não há privilegiados.

A lição é de clareza solar: desde o início, para evitar o contágio, fomos - e continuamos - obrigados ao distanciamento social (buscado por meio do confinamento domiciliar). Limitados pelas paredes de nossas casas, a única coisa que podemos fazer é nos voltarmos uns para os outros. Se por um lado o encontro familiar nos gratifica, por outro, há o desgaste da convivência diária. Para suportar esse desgaste é imperioso que sejamos amigos uns dos outros, suaves, serenos e tolerantes, pois diante da adversidade as pessoas revelam seu verdadeiro 'eu' e os complexos pessoais vêm à tona, com o stress que lhes é próprio. Então: hora de resgatar a essência das coisas, de viver em paz e harmonia com todos, a começar pelo nosso próximo mais próximo. Nesse contexto, a humildade nunca nos foi tão necessária. A humildade nos torna receptivos para refletir, aprender e mudar. Na medida em que aprendemos, iremos nos libertando do desejo de controlar pessoas e situações e teremos condições de separar o joio do trigo e valorizar o que realmente tem valor.

Não temos o direito de desprezar nenhum dos seres da criação. O momento é propício para exercitarmos a compaixão concreta e verdadeira, não só pelas pessoas que estão sofrendo, mas também pelos animais. Eles também sofrem. E muito. Sua natureza os aproxima de nós. São nossos companheiros nessa viagem cósmica, e também estão em processo de evolução. 

No tocante à espiritualidade em si, - aqui entendida como a busca do sentido da vida que transcende à materialidade - eu gosto de pensar que talvez esse confinamento tenha o condão de, positivamente, nos "acordar" para a vida espiritual e para o encontro com nosso mundo interior. E terá sido uma bênção, se favorecer à compreensão das necessidades da alma, do planeta e do universo. Precisamos dar espaço à Espiritualidade de modo a conseguirmos caminhar e elevar-nos acima das nossas fraquezas.

Óbvio que esses tempos de pandemia são tempos de sofrimento e dor, mas acho que também podem ser de resistência, de luz e de aprendizado autêntico. Não podemos nunca esquecer que Deus, como Pai amoroso, sempre age para o nosso bem, afinal somos seus filhos e estamos vivendo e evoluindo entre dois mundos, o físico e o espiritual. 

Enfim, passados quase dois anos e sem esquecer a tristeza trazida pelas milhares de mortes, e o que isso representa para as famílias enlutadas, penso que devemos olhar no entorno com olhos de gratidão, pela natureza perfeita que nos acolhe e por tudo o que temos nessa vida, pela proteção divina que estamos recebendo e pelo nosso caminhar firme, nesses tempos de aflição. 

Penso que com essa pandemia, estamos tendo uma oportunidade ímpar de abrir em nós um caminho de fé inteligente e racional, que nos fortalecerá com energias especiais, a fim de que sejamos capazes de enfrentar o caminho penoso das dificuldades (que ainda virão), e, ao mesmo tempo, possamos pavimentar caminhos de alegria. Não deixemos a Poliana morrer em nós!

Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, 
se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver, 
não se chega à parte alguma sem ela.
(Fernando Pessoa)

Em tempo: 
(1) Infelizmente o egoísmo continua impedindo que muitas pessoas abandonem as aglomerações e sigam os protocolos de segurança para evitar o contágio. E as consequências todos nós sofremos. 


-Marli Soares Borges-



Meu olhar espiritual na pandemia
XII Interação Fraterna - 12 anos de blogue

Aplausos, Rosélia! Parabéns ao Blogue 
Que você possa continuar por muito tempo com esse espaço de beleza e amor!

Tema proposto: 
"Meu olhar espiritual na pandemia"


Blog da Marli




sábado, agosto 21, 2021

PALETA DE CORES - BC - UMA IMAGEM 140 CARACTERES

 

Uma imagem, 140 caracteres #409

Minha participação na BC
proposta pela Mari, no Blog "Devaneios e Desvarios"


Paleta de cores - BC - Blog da Marli

Hoje acordei pensando
Em alegrar o meu dia
Vou pegar minha paleta
E pintar as minhas dores
Vou pintar os meus temores
Com as cores da alegria!

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, agosto 19, 2021

CARA DE PAISAGEM



Cara de paisagem


Hoje o tempo resolveu esquentar um pouco. O inverno deu licença para o calorzinho se aproximar. Até o sol apareceu. Aí, feliz da vida, fui pra janela dar uma espiada nos "movimentos". E o que vi? Bandos de pássaros voando, cachorros correndo e latindo de lá para cá, os patos nadando, os cavalos trotando e o Dongo aqui, ao meu lado, na doce vida de gatinho miau. Indiferentes à pandemia, cada um deles cumpre seu destino na vida. Decididamente, pandemia não é com eles. 

Ok, essa cruz é nossa.

Alguns amigos me perguntaram como estou. Obrigada pela atenção, estou bem, quase totalmente recuperada da cirurgia. Creio que a postura que venho adotando há alguns anos, tem me ajudado no fortalecimento da minha saúde, como um todo, e agora, mais ainda. 

Há algum tempo fiz um propósito de me cuidar melhor, na verdade, o propósito foi de observar os cuidados anti-stress, aqueles que servem de suporte ao fortalecimento do corpo. Esses cuidados incluem: jamais abrir vídeos ou propagandas político-partidárias no facebook; não responder a nenhuma provocação e recentemente, dar um tempo nas notícias da tv, a fim de não ouvir os arautos da desgraça anunciando o fim da humanidade.

Desta feita, aprendi a fazer cara de paisagem quando algum amigo virtual pretende me convocar para um confronto. Não entro em controvérsias. Não polemizo. Não gasto energia em temas que não me interessam. Simplesmente não ligo. Afasto-me e vou procurar minha turma, melhor dizendo: dou o fora!

E, para completar, fecho meu tratamento com chave de ouro: muito origami, muita música, bons filmes, oração e reflexão.


-Marli Soares Borges- 


domingo, agosto 15, 2021

ONDAS DE TALENTO

 

Ondas de talento
Origami “Ocean Wave”
Dobrado por mim - papel sulfite



Sempre ouvi dizer que todo mundo tem talento. Como assim? eu não tenho. Onde está o meu talento? Afinal o que é talento? 

Dizem que talento é fazer com facilidade o que os outros fazem com dificuldade. Nesse sentido é possível concluir que talento não se resume apenas a aptidões específicas como tocar, cantar, jogar, atuar no teatro, pilotar carros de corrida etc., mas que há vários tipos de talento. O talento natural, por exemplo, é uma aptidão inata que existe em cada um de nós para fazer alguma coisa, para intervir positivamente em determinada situação. Não lembro exatamente onde, mas sei que na Bíblia há referência sobre esse tipo de talento. 

Ser simples por exemplo, é um talento incrível de onde deriva a humildade, a hospitalidade e a coerência. Saber ouvir é outro talento fantástico, e saber pensar é uma glória! Mediar uma discussão, objetivar uma ideia, resumir as questões, acalmar os ânimos nas situações-limite, ensinar alguma coisa que a gente sabe, agir com delicadeza... são talentos maravilhosos. 

Aí eu sigo pensando... que bom seria se a gente pudesse aproveitar nossos talentos para melhorar o mundo. E por que não? Eu particularmente acredito demais nessa possibilidade, sempre é possível intervir positivamente no universo que nos circunda. 

Então, procura daqui, procura dali, acabei descobrindo em mim um talento incrível, que me ajuda (a mim e aos que me rodeiam), a atravessar o mar de angústia existencial que nos circunda. Seu nome? Paciência. Melhor seria "Santa Paciência", "Paciência de Jó", etc., uma paciência com nome e sobrenome. Esse talento é ótimo para enfrentar e ajudar as pessoas a enfrentarem situações difíceis. 

No meu caso, já peguei prática, consigo suportar um sem-número de revezes, dores e indignações sem ficar atormentando o próximo com minhas mazelas. Sqn, rs. Ultimamente ando meio contrariada, meio irritadiça, querendo dar umas porradas em alguém, sei lá em quem, rs. A causa? Tenho certeza que sei: é esse inverno violento e longo aqui do sul. Esse inverno estúpido e completamente desnecessário. E esse frio congelante? e essa umidade? Para quê? Onde diabos, se meteu o calor? Fugiu com o sol? Pra que tantas ondas de frio? É isso que está me dando nos nervos. E, pra completar, apareceu essa pandemia dos infernos que está, literalmente, comendo meus miolos! Resultado: ando talentando demais! E minha Paciência, com nome e sobrenome, está ameaçando fugir. E se ela fugir nesse frio, antes da pandemia acabar? help, estou ferrada, rsrs. 

Taí: uma "Onda de Paciência de Jó" até que seria bem vinda.

E você, como anda sua paciência?


- Marli Soares Borges -


sábado, agosto 14, 2021

SEXTA-FEIRA TREZE



Esta é minha participação na BC proposta no Blog da Mari 


UMA IMAGEM, 140 CARACTERES # 408




O gatinho está assustado.
Ser maltratado
impunemente 
Por quê?
Gato preto é ser que sofre
nas mãos de gente
imunda,
desgraçada,
ignorante
e
criminosa.


-Marli Soares Borges-

terça-feira, agosto 10, 2021

A (IM)PACIENTE


Dessa vez tive uma surpresinha


Com a história da pandemia, morri de medo e fiquei em casa. E não fiz meus controles semestrais de laboratório, nem ressonâncias, nem endoscopias, nem nada. Esqueci meu fígado, abandonei a hepatopatia grave que tenho. Claro que eu tinha que ter medo, com essa comorbidade eu seria a primeira a embarcar se tivesse covid. Decidi agir como se meu fígado fosse perfeito e esperei até completar as vacinas. E, de mais a mais, eu tenho 72, dá licença.

Devidamente vacinada, voltei a ser paciente e, sem reclamar, no início de julho fiz todos os exames habituais. Dessa vez tive uma surpresinha: precisaria fazer um procedimento hepático urgente e inadiável. De imediato meu hepatologista comunicou-se com seu colega radiologista-intervencionista que, após examinar as imagens, decidiu fazer o procedimento com a máxima urgência. E lá fui eu pro Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre-RS, hospital que só conhecia como acompanhante e visitante. 

O pós-cirúrgico foi um pouco dolorido, mas, eu já sabia o que me esperava. O principal é que correu tudo bem, sem intercorrências. O controle, - o "fala verdade" - será feito daqui a três meses via RM (Ressonância Magnética). (O que não gostei é que antes, eu fazia RM de seis em seis meses, agora terei que fazer de três em três). 

Fiquei no hospital só o tempo da recuperação e, em seguida voltei para casa. Achei o atendimento de primeira, ótimas dependências e um belo serviço de acolhimento e hotelaria. 

Hoje, 36 horas depois, sinto apenas um desconforto e uma dorzinha leve e suportável. 

Vida que segue. 

-Marli Soares Borges-

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO


O tempo é o senhor da razão



-Marli Soares Borges (c) 2014



"O tempo é o senhor da razão". Essa é uma frase muito antiga e ninguém sabe a autoria. Sabe-se apenas que foi Marcel Proust quem se encarregou de torná-la conhecida no mundo inteiro e até hoje, a dita frase tem sido refrigério na vida de muitas pessoas. Quer ver? 

Às vezes a gente sem querer se mete numas discussões tolas com amigos -- e até mesmo com familiares --, umas bobagens que não acrescentam nada na vida de ninguém. E numa dessas, quem de nós não foi acusado injustamente de alguma coisa que não fez? e num toque de mágica passou de inocente a réu? e foi julgado e condenado pelo tribunal improvisado que se formou na ocasião? 

Acho que isso acontece com todo mundo. E no calor da discussão ninguém quer saber de nada, todos querem ter razão - em tudo -, ter a última palavra. E você entra nessa e se expõe ao ridículo, e lá vem boicote, doideira e às vezes até inimizades. E você sente na pele a dor da injustiça.

Logo você que vive ajudando e perdoando... que faz doces, que oferece cafezinho, que ouve os choramingos, que faz churrascos, que constrói sempre bons momentos e diz que os ruins ficaram no passado, e ensina que toda mágoa é moeda podre. Logo você que não quer saber de complicações, que odeia brigas e que faz tudo pela paz... será mesmo que nada disso importa? 

Sinto dizer, mas agora não, o circo pegou fogo. E nessas horas os interesses pessoais falam mais alto que a própria razão. E nem tente medidas heroicas para solucionar o problema. Não irão funcionar. Foi mal.

Mas o Anjo do Senhor, sempre a postos, bate no seu ombro com ternura e lhe diz ao pé do ouvido: sossegue, vai passar, vai passar, "o tempo é o senhor da razão". Vá descansar, amanhã será outro dia e tudo mudará. 

Aí, você suspira, recolhe as baterias e sai abatido.

E no outro dia, realmente o assunto é outro. O olhar é outro. O juízo é outro. Acontece que o tempo, definitivamente, costuma revelar a verdade e colocar cada coisa no seu devido lugar. Ninguém sabe direito como isso acontece, mas a tal frase faz todo sentido nos acontecimentos que mexem com a gente em inúmeras ocasiões. E, conforme vamos amadurecendo, vamos entendendo essas filigranas da vida, e nós mesmos vamos nos dando um tempo e nos ajudando a (re)inaugurar novos gestos e a tecer novos momentos... e a nos manter longe, bem longe dos conflitos e discussões acaloradas. 


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sexta-feira, agosto 06, 2021

OS CIPRESTES


Minha participação na BC da amiga Chica proposta no Blog 

"Chica Brinca de Poesia




Assim que bati os olhos, achei a imagem bonita, mas inquietante e perturbadora. Uma imagem real e ao mesmo tempo quase sobrenatural. A sensação que tive foi de abandono e vazio. Milhões de pensamentos povoaram minha mente. Pensei em tanta coisa… naqueles filmes desérticos, glaciais, onde o povo desesperado abandona o vilarejo e corre sem rumo pra fugir da peste, do tsunami, de alguma coisa muito terrível, sei lá. 

Talvez essa sensação incômoda esteja relacionada com o tom acinzentado e taciturno da imagem, ou com aquela nuvem carregada pairando sobre tudo, ou com os ciprestes na frente da casa, em destaque, anunciando não sei o quê. (Ciprestes são árvores associadas ao fim da vida, em várias culturas). 

Mas pensando bem, acho que fiquei impressionada mesmo, foi com o formato e posição dos ciprestes, parecendo figuras humanas enraizadas e solitárias que, como se tivessem vida própria, erguem os braços, clamando, em direção ao céu. 

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Aqui no sul, tem feito dias tão cinzas, tão úmidos e tão frios, que ando meio sorumbática. Desculpem, amigos. 

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Sonho com dias ensolarados e energéticos. Cenários vívidos e aconchegantes.

-Marli Soares Borges-



segunda-feira, agosto 02, 2021

CUSTO-BENEFÍCIO


Custo-benefício
Origami "Sunflower"
Dobrei com papel Kami de 15 cm


Se você batalhou e aguentou até agora é porque tinha motivos. Por que está pensando em desistir? Acabaram-se os motivos? 

Nada contra a desistência que muitas vezes é sinal de inteligência, afinal, de que adianta insistir no impossível? Sim, tem coisas que são impossíveis de conseguir... você até consegue... no fim da vida. E a vida é muito curta. 

A meu ver, você está diante de uma questão de custo-benefício, (duas palavrinhas poderosas que mexem com as nossas vidas). Avalie os dois lados da questão, decida-se e toque sua vida para frente. Não ligue para o que os outros dizem, cada um sabe de si. 

Digo isso para que você não pise em falso. 

Que me perdoem os poetas, mas lidar com a realidade inclui outras ferramentas.

- Marli Soares Borges -

domingo, agosto 01, 2021

EU QUE NÃO SEI NADAR - BC406



Minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios"

Uma imagem 140 caracteres




No amanhecer dourado
Um veleiro a navegar
A imagem era tão linda
Que comecei a sonhar

Mas logo voltei a mim
Deus me livre o alto mar
Jamais teria coragem
Eu que não sei nadar

-Marli Soares Borges-

quarta-feira, julho 28, 2021

O BLOQUEIO DO "NÃO"



Hoje vou falar um pouquinho sobre o "não", essa palavra tão pequena, mas que traz consigo conflitos e responsabilidades. A primeira vista parece tão fácil dizer não, não posso, não quero, etc. Mas é muito difícil e complicado, principalmente porque a gente é do bem, adoramos ajudar os outros e adoramos agradar. Mas o xis da questão é outro: quando evitamos dizer “não” a um pedido que a gente já sabe que não vai conseguir atender, causamos problemas não só a nós, mas também aos outros que depositaram sua confiança em nós. E isso vai se refletir tanto em nossa vida pessoal, como na profissional.

Pense na violência que praticamos contra nós mesmos ao dizer “sim” quando deveríamos dizer “não”. Colocamos um peso a mais em nossas costas, uma sobrecarga muitas vezes desnecessária. Será que temos mesmo que carregar os macaquinhos dos outros? Sem falar que com essa atitude "boazinha", poderemos estar enganando o outro. A propósito, você conhece a história dos macaquinhos? É assim: 
Era uma vez uma garota que tinha um macaquinho de estimação, lindo, bem cuidado, saudável e cheiroso! Todos admiravam aquele bichinho e não demorou para que começassem a pedir ajuda, que ela cuidasse também dos macaquinhos deles. Ela aceitou o encargo, mesmo sabendo que eram muitos e que talvez não conseguisse cuidar bem de todos. Mas cuidou, cuidou e cuidou. Acontece que não deu conta e cuidou mal dos bichinhos e os resultados foram péssimos. Até o seu próprio macaquinho, antes tão bem cuidado e saudável, acabou adoecendo.
Resultado: Ela perdeu a credibilidade perante as pessoas que haviam depositado confiança em seu trabalho. Se tivesse conseguido dizer "não", teria evitado esses dissabores e cada uma daquelas pessoas teria procurado outra forma de resolver seus problemas.

Contei essa história para mostrar a você até onde pode ir a sobrecarga causada pelo bloqueio do “não”. Dizer “sim” indevidamente causa estresse e sobrecarrega você, que, com toda a certeza, atrasará ou deixará de cumprir aquilo a que se propôs. É um duplo prejuízo e resulta, para ambas as partes, em frustração e rejeição, além de fazer com que você deixe de ser levado(a) a sério.

Tenha coragem de dar um basta. Comece por aquela turma que está sempre pedindo para que você faça alguma coisa que é atribuição deles. Se o pedido vai bagunçar sua vida, nem pense duas vezes: diga logo um "não". Se silenciar, a chance de se arrepender será muito grande. Pense que o "não" pode até ser uma forma de ajudar a pessoa a encontrar seu caminho, de ajudá-la a crescer. 

Mas lembre-se, diga um "não" gentil e educado. Isso fará com que você não se sinta mal e evitará que a pessoa se indisponha com a sua negação. É importante deixar claro que você não é simplesmente “do contra”. Convém evitar confusões dessa natureza.

Enfim, o "não" é uma palavra muito importante que deve ser dita no momento certo. Se todos soubessem dizer "não" nas horas certas, tudo seria diferente, em casa, no trabalho e no País.

-Marli Soares Borges-


domingo, julho 25, 2021

SERENDIPIDADE




A gente corre tanto, programa tanta coisa na vida e vem uma pandemia e desprograma tudo. Pois é. Mas não dá pra ficar só choramingando, estamos vivos e precisamos seguir nosso caminho. Que tal usar esses tempos sombrios para deixar o acaso acontecer e ampliar nossas perspectivas? afinal, as grandes descobertas aconteceram por acaso. Mas não se engane. Acontecer por acaso não é a mesma coisa que acontecer ao acaso. No cerne das novas descobertas, é certo que, -- antes -- alguém olhou com atenção à sua volta e percebeu o que estava "borbulhando" no momento. Ou seja, interpretou os sinais. A percepção é uma ferramenta tão antiga como o mundo: ela abre a mente e expande os horizontes. O poder da percepção oportuniza experiência, curiosidade, imaginação e acaso. Um estado de espírito chamado SERENDIPIDADE: a arte de encontrar o inesperado. 

-Marli Soares Borges-

sexta-feira, julho 23, 2021

UMA IMAGEM 140 - FIOS EMARANHADOS - BC405


Minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios"




Fios de celular emaranhados!?! Sem novidades. Na vida, as conexões são exatamente assim: há momentos tranquilos e momentos bastantes confusos.

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, julho 22, 2021

DESAFIO 248 - PEQUENAS COISAS DA VIDA

Desafio nº 248



Proposta: 

"Em tempo de férias, o tempo desacelera e reparamos nos detalhes, nas pequenas coisas da vida. Pois façam uma lista das pequenas coisas da vida, ou utilizem apenas essa ideia para 
escreverem o vosso texto em 77 palavras."


MINHA PARTICIPAÇÃO:


Para mim, cada pequena coisa da vida sempre vai ter o valor que lhe atribuo: ou pode tirar minha paz, ou pode fazer a minha alegria. Tudo vai depender do meu olhar e percepção, bem como, da minha capacidade de exercitar a gratidão, pois é nas pequenas coisas da vida que reside a parte mais ditosa das nossas emoções. Infelizmente, essas pequenas coisas se parecem com as estrelas, estão sempre brilhando, mas nós, poucas vezes as apreciamos. 

-Marli Soares Borges-

quarta-feira, julho 21, 2021

DAS DECISÕES E LOUCURAS



Ainda que muitos, - amigos e ou afetos -, tentem demover-lhe de algum projeto que sua alma deseja e quer, não se incomode. Essas pessoas não fazem por mal, pelo contrário, querem o seu bem. Elas falam e questionam sua escolha, porque estão viciadas em seguranças e certezas. Mas, pensando bem, é a própria finitude da vida que nos mostra que certeza e segurança não passam de utopias. 

Tem decisões que a gente precisa tomar na hora, com o conhecimento que se tem naquele momento, ou perde o bonde. Tal é o fio da navalha em que vivemos. 

E você pode estar numa situação dessas, frente à possibilidade que surgiu de tirar do papel um projeto que você idealizou. Se houver tempo, calcule os riscos e decida-se. Se não houver tempo, decida-se, assim mesmo. Não deixe o bonde passar simplesmente sem nada decidir. Enquanto estamos vivos sempre é possível começar algum projeto, recomeçar outro e porque não, retomar e continuar outros tantos. 

O tempero da vida são nossos projetos, ações e atitudes que coroam os desejos da nossa alma. Nessa vida difícil e incerta, algumas loucuras são aceitáveis. Algumas, eu disse, (mas isso é outro assunto).

-Marli Soares Borges-

domingo, julho 18, 2021

DIA DO TROVADOR

 


18 de julho - Dia do Trovador


-

Trovador hoje é teu dia
E quero te homenagear
E dizer dessa alegria
Que me traz o teu cantar.
-

Parabéns por essa trova
Que escreves com primor
E que sempre se renova
Cada vez com mais valor!
-

Marli Soares Borges

sexta-feira, julho 16, 2021

AMIGOS PRA TODA VIDA



Participando novamente da BC "Botando a Cabeça Pra Funcionar", que acontece nos dias, 5, 15 e 25, coordenada pela querida Chica. A proposta é fazer uma interpretação livre de uma imagem.



Esta é a imagem.
A seguir, a leitura que fiz



Dizer que cachorro e gato
São naturais inimigos
É um preconceito cruel
E às vezes um castigo.

Um castigo porque um deles
Acaba ficando sem lar
E o que eles mais precisam
É uma casa pra morar.

Cachorro e gato podem ser
Amigos pra toda vida
Mas pra isso acontecer
É preciso dar guarida.

Se os humanos procurassem
Interpretar os sinais
Poderiam ajudar
Na interação dos animais.

A convivência diária
é aprendizado de todos:
dos que só sabem latir
e dos que só sabem miar

E mais ainda
Dos que conseguem falar
e comunicar seu pensar.

-Marli Soares Borges-

segunda-feira, julho 12, 2021

PALAVRA MÁGICA - DESAFIO 247






S U P E R C A L I F R A G I L I S T I E X P I A L I D O S O

Proposta: utilizando apenas as letras dessa palavra, descobrir pelo menos 
7 palavras com 5 letras ou mais e escrever um texto.

Não escrevo porque saiba escrever. Escrevo apenas porque gosto, porque me sinto bem. Estou sempre querendo dizer coisas. Escrever é um vício. As palavras me atropelam durante o dia e me aprisionam à noite na tela do editor. É difícil contê-las, mas não querem mais falar em máscara nem álcool gel, muito menos em pandemia. Querem passear, sorrir, sair e encontrar-se com amigas. Já lhes pedi que se aquietem, que parem de importunar. Mas elas não ouvem.

-Marli Soares Borges-