Aproxima-se o inicio das aulas e começam, de novo, meus grilos.
(Pode pular, não me incomodo, sei que o texto é longo. Quando os grilos me pegam... nem eu me aguento, rsrsrsrs)
"Ano que vem, vai pro colégio", diz a mãe sorridente. E quase morro de pena... pobrezinha da criança, querendo saber de onde vem as borboletas, porque o sol nasce todos os dias e onde mora a lua... e aí então ela "vai pro colégio". E começa o massacre! Pobrezinha da criança, ano que vem ela vai ter sua inteligência moída na máquina de emburrecer da pátria (des)educadora. Ela vai aprender a ser burra, mentirosa, inculta, relapsa, dependente e pobre. Vai aprender tudo isso na Cartilha-Petista-de-Imbecilização-Coletiva, e ao final, restará sequelada e incapacitada de produzir qualquer coisa que o valha, para si e para seus familiares. Porque no Brasil do PT é assim: trabalhar é escravidão, obter sucesso profissional é desprestígio e ser produtivo não é visto com bons olhos. A cereja do bolo é ser pobre, miserável, absurdamente dependente do Estado.
À medida que escrevo, meus pensamentos voam... lembro de Pink Floid, adoro "Another Brick In The Wall". Na parte II dessa música, há uma crítica -- perfeita! -- ao sistema de ensino, alienante, que tenta controlar o pensamento dos alunos e os robotiza, para que sejam apenas mais um tijolo no muro. Lembro da cena: uma fila enorme de estudantes marchando, seguindo um caminho, e caindo, um a um, num gigantesco triturador de carnes. Ao final, emergem como clones desprovidos de distinção individual. E o vocal de vozes infantis vai cantando e acompanhando a marcha daqueles alunos desvalidos, cujo prazer de exercitarem suas inteligências, estava sendo criminosamente roubado pela educação massificante. Nunca esqueci aquela cena bizarra e cruel.
A meu ver, a sensação do muro que escraviza e aprisiona é uma realidade no contexto educacional do Brasil. A máquina de emburrecer existe sim. O PT a trouxe para cá. E tratou de fincar suas bases nas universidades públicas -- de cima para baixo --. E ano apoś ano, as universidades vomitam milhares de robozinhos, todos muito bem amestrados pela educação paulofreiriana. Sempre em prontidão, jazem 'decididos' a tudo fazer para que a tal máquina funcione infinitamente. É uma roda viva: formados na universidade, devidamente certificados e habilitados na arte da arrogância e do discurso falacioso, eles começam adestrando os aluninhos, ou seja, começam pela mais tenra infância, e vão até a universidade. (Um circulo vicioso perfeito, capaz de manter intactos os interesses escusos desse governo mal intencionado).
Chega. Não quero mais pensar na indigência educacional do Brasil. Não quero mais pensar em Mãe Sorridente Com Criança Que Vai Pro Colégio Ano Que Vem. Quem quer saber de sol, lua e borboletas?
Marli Soares Borges
Imagem: Google