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domingo, novembro 23, 2014

CACTOS




força interior


Os cactos sobrevivem em condições muito adversas. São persistentes. Têm uma invejável força interior e apesar de viverem cercados por dificuldades estão aí numa boa, e ainda, alguns nos presenteiam com flores maravilhosas. Os espinhos são mecanismos de defesa que utilizam apenas para se proteger. Tudo igual, nós e eles.
Só que não, rsrsrs.

Nós preferimos utilizar os espinhos... e muitas vezes indevidamente. E nossa força interior acaba sendo subutilizada. No quesito armazenamento, então, os cactos nos dão de dez a zero. Eles armazenam água para saciar sua sede. E nós? Guardamos poluição e continuamos com sede. Ah, não? Melhor pra você. Mas, muitos de nós ainda têm que aprender o que armazenar exatamente. O ideal seria armazenar apenas sentimentos geradores de energia e disposição. Assim facilitaria a tarefa de neutralizar os momentos down que pontuam nossa existência. O lance é guardar sentimentos que aprimorem nossa força interior. Que tal começar uma "operação-cebola" agora mesmo? E ir descartando as poluições? e ir se aprontando para um 2015 nos trinques?

Marli Soares Borges

sexta-feira, novembro 07, 2014

BEM NA FOTO



bem na foto


Tenho pena de quem passa a vida inteira escravo do que os outros pensam a seu respeito. É perda de tempo... é perda de vida! Não somos donos do pensamento das outras pessoas e nada podemos fazer para que elas mudem o que pensam sobre nós. Algumas nos amam, outras nem tanto. É impossível satisfazer a todo mundo, somos contraditórios demais e não é moleza lidar com nossos próprios conflitos. Se você anda envolvido querendo sair bem em todas as fotos, por favor, largue essa neura, nada de querer agradar a todo mundo, não permita que as pessoas suguem você, pois se você deixar, elas sugam todinho o teu sangue. Até mesmo tuas ilusões. Sem essa de tentar prever as reações dos outros, é bola fora, até porque, a gente vem ao mundo sem manual de instruções e às vezes dá defeito. E ninguém escapa, não tem como prever. Enfim, o lance é abandonar essa escravidão e ir vivendo inteiramente o que você pode viver, conectar-se nos sonhos possíveis e ir conquistando espaços, mudando o que for preciso, sem prejudicar ninguém. Incorporar autenticidade e ética na dieta. E manter-se longe da mentira e da burrice. Dá certo. Experimente.

Marli Soares Borges (c) 2012

quinta-feira, agosto 28, 2014

PROCURA-SE UM TALENTO


Arte de Lorenzo Durán *
Sempre ouvi dizer que todo mundo tem talento. Mas como? eu não tenho. Onde está o meu talento? Complicado isso, difícil de entender. Mas, afinal o que é mesmo talento? Dizem que talento é fazer com facilidade o que os outros fazem com dificuldade. Nesse sentido é possível concluir que talento não se resume apenas em aptidões específicas para tocar, cantar, jogar, atuar no teatro, pilotar carros de corrida etc. Há outro tipo de talento, e é deste que eu quero falar: o talento natural, a aptidão inata que existe em cada um de nós para fazer alguma coisa, para intervir positivamente em determinada situação. Não lembro exatamente onde, mas sei que até a Bíblia faz referência a esse tipo de talento. Ser simples por exemplo, é um talento incrível de onde deriva a humildade, a hospitalidade e a coerência. Saber ouvir é outro talento fantástico e saber pensar é uma glória. Mediar uma discussão, objetivar uma ideia, resumir as questões, agir com delicadeza e acalmar os ânimos nas situações limites, ensinar alguma coisa que a gente sabe... são talentos maravilhosos. Aí eu sigo pensando... que bom seria se a gente pudesse aproveitar nossos talentos para melhorar o mundo. E porque não? Eu particularmente acredito demais nessa possibilidade, sempre é possível fazer alguma intervenção positiva no universo que nos circunda. Óbvio que não é uma tarefa assim tão fácil, por isso, antes de tudo é preciso querer; depois é só começar e continuar. E perseverar. Ou ninguém chegará a lugar nenhum. Observe que utilizei três verbos: começar, continuar e perseverar, ou seja, dar o primeiro passo, seguir caminhando e não parar.

De minha parte posso dizer que descobri que tenho um talento fantástico e que ultimamente ando talentando demais, rsrs, muito mais do que eu gostaria. Ah, sim, é a paciência. Acontece que esse inverno chuvoso aqui do sul anda me dando nos nervos e só com paciência para aguentar. Acorrentei em mim a paciência, porque se ela fugir estou ferrada. A propósito como anda sua paciência? rsrs.

- Marli Soares Borges -

* O artista Lorenzo Durán acredita que a arte é a mais pura essência de todo objeto natural, daí usar as folhas de árvore como meio de expressão artística, em recortes repletos de detalhes. 

quarta-feira, agosto 13, 2014

TRATOS À BOLA


tratos à bola
Imagem: mandalarte


Porque hoje não precisa ser como ontem é que darei satisfações a você, direi aonde vou, quando volto e o que pretendo fazer. Contarei tudo a você, não omitirei um detalhe sequer. Farei o que puder, me desdobrarei, porque acredito em você. Mas não servirei aos que deixei de acreditar, mesmo que estejam sob as mais variadas chancelas: minha casa, minha cidade, meu país, minha religião. Viverei desse jeito meu, expressando-me da forma mais livre e completa que conseguir, e se um dia alguém acusar-me de alguma coisa, -- o que certamente acontecerá, pois a gente sempre sofre críticas quando aprende a dizer não -- eu tratarei de manejar em minha defesa as únicas armas que me permito usar: o silêncio e a habilidade. 
Marli Soares Borges

quarta-feira, agosto 06, 2014

É BEM ASSIM

a verdade é o todo


É BEM ASSIM, nós e nossa mania absurda de julgar os outros precipitadamente. E o pior é que já fizemos disso um hábito, simplesmente vamos julgando os outros conforme nossos próprios valores e emitimos nosso juízo de forma totalmente subjetiva, a partir daquilo que mais nos importa. Parece que a gente não tolera mesmo o incerto. Aí vamos logo dando um jeito. Um julgamentozinho daqui, outro dali e nossa mente se alivia. A verdade é que não temos paciência de esperar as evidências. E isso não é bom. A conclusão apressada, amparada em pedaços de realidade é um pacto com a injustiça. Hegel já dizia: "A verdade é o todo". E é. Quando não enxergamos o todo, corre-se o risco de atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando nossa compreensão. 
- Marli Soares Borges

quinta-feira, julho 24, 2014

REPARA BEM NO QUE NÃO DIGO


repara


Sempre achei que era boa ouvinte. Mas não! Na adolescência eu falava demais e ouvia de menos. Não aguentava ouvir, eu ia logo dando um palpite e acabava fazendo uma confusão do que a pessoa dizia com o que eu queria dizer. Um dia dei de cara com a poesia de Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Pensei, pensei. Silêncio dentro da alma? Demorei a perceber o desafio que envolve a arte de ouvir. Entendi que para OUVIR é preciso paciência, contemplação e silêncio. Silêncio dentro da gente, nada de pensamentos, nada de julgamentos. Quando me dei conta disso, comecei a esforçar-me para ouvir o que as pessoas estavam querendo me dizer. E nesse exercício silencioso e atento, já consigo, algumas vezes, captar os sons que existem nos intervalos das palavras. Tem um poema da H. Kolody que diz: "ouvir com os olhos e afirmar: eu compreendo; nem é preciso dizer nada". 

Marli Soares Borges, 2013

domingo, julho 13, 2014

GRUDAR E DESGRUDAR, EIS A QUESTÃO


Antes da Copa o governo associava a vitória da Seleção à imagem do partido. Depois do "Vexame dos Vexames", eles mudaram o discurso e estão dizendo que não têm nada a ver, que futebol é futebol e política é política. Eles querem agora desvincular o que antes, eles mesmo vincularam. Pode? Antes eles falavam que os pessimistas, coxinhas, urubus, etc estavam azarando. Depois das vaias que a presidANTA recebeu e tem recebido em todos estádios, por todo o país, eles passaram a atacar a elite branca, a classe vip. Okay. E a elite vermelha do PT, porque eles não atacam? Ora, porque são eles próprios a tal elite e como diz o ditado "lobo não come lobo". A corrupção é coisa muito triste mesmo. Querem que a gente esqueça que eles pararam o Brasil durante quatro anos e que durante esse tempo a única coisa que fizeram foi trabalhar nos aprontes para a Copa. Nada de hospitais, escolas ou quaisquer bens e serviços necessários à população. Só fizeram estádios. E para quê? Qual o retorno disso tudo para o povo? Eu simplesmente não entendo: se apareceu dinheiro para construir estádios, porque não construíram hospitais? porque jogaram a saúde pública às traças? E a educação? E a segurança? E as comunicações? A internet é uma droga. E eles sabem muito bem dessas mazelas, mas não estão nem aí, o povo que se dane. Pois é. Mas agora bateu o pavor e eles querem esconder a sujeira debaixo do tapete. Sinto muito, mas agora não vai dar, o povo brasileiro está cansado de maracutaias. Calma Brasil, logo teremos eleições. É a nossa chance de virar o jogo e expulsar esses oportunistas do poder.

Update - Não sou e nunca fui contra, apenas acho que a Copa não deveria ter sido no Brasil.

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, julho 09, 2014

O TEMPO E O STATUS




Não tenho tempo é o que mais se ouve na atualidade. Ninguém pode perder tempo com nada e com ninguém, afinal tempo é dinheiro e a corrida do ouro não para. A cultura que nos alimenta vê a escassez de tempo com bons olhos e faz da falta de tempo um status. Se você não tem tempo é sinal de que está muito bem de vida, é requisitado, respeitado, então deve ser muito importante. Com certeza é um ser bem ajustado ao mundo real. Nessa ótica, é correto dizer que quanto menos tempo, mais importante a pessoa deve ser. Em contrapartida, se você tem tempo, você perde status, perde o respeito e ninguém liga para você. Como um marginal você é literalmente descartado pelos seus amigos. Mas eu discordo dessa lógica. Para mim, esse é um conceito que deve ser revisado, pois talvez as pessoas que mais tenham a nos ensinar e nos oferecer neste mundo, sejam aquelas que, embora ocupadas, têm tempo, que não priorizam essa correria generalizada. Se você precisar, elas certamente terão tempo para você, para te ouvir, refletir, trocar experiências e até mesmo ensinar. As demais, muito importantes, nunca têm tempo. Pense nisso. 

-Marli Soares Borges-

domingo, junho 29, 2014

DOCE AMARGURA

doce amargura

"Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se." 
Kierkegaard, poeta e teólogo católico dinamarquês


Fácil, fácil. A gente anda dois passos e topa com alguém desamparado, abatido, culpado, pronto a pedir perdão e desfiar um rosário de lágrimas. Para ser infeliz não precisa nada, basta apenas colocar o pezinho no mundo e ir se perdendo e se conformando com a mediocridade da vida.

É impressionante a pressão velada que fazem as instituições para que ninguém saiba nada; não acredite em nada e para que a fé se perca. Hoje em dia só vale a superfície: a ignorância e a burrice são as grandes vedetes sociais, marionetes em alta. -- Nossa, meu estômago até embrulha com essas coisas --. E esse povo inerte, só choramingando, meu Deus, o que é isso?

Mas andei lendo a respeito, -- e como sempre pensei --, esse marasmo social não acontece assim do nada. Nos bastidores do teatro há uma estrutura contendo mecanismos infalíveis para transformar você em marionete e fazer com que você mesmo assegure alguém no poder. Qualquer poder, desde que sirva a outros interesses, que não os seus. É a "Estrutura da Culpa". A culpa é o ingrediente fundamental que aprisiona as ações humanas. De mãos e pés amarrados você se acomoda e jaz inerte, só chorando as mágoas, nessa espécie de limbo, que costumo chamar de Doce Amargura.

E o mais incrível é que tudo pode começar onde a gente menos espera: na família. O quê? Sim, pelo que entendi, parece que funciona mais ou menos assim: em criança incutem na sua cabeça uma culpa que você não tem, seja lá o que for. E você, culpado, não consegue sair dessa, e vai sofrendo, sem entender nada. E continua assim na escola e segue pela vida afora. Na sequência, você mesmo vai assumindo as culpas. E daí a assumir a culpa dos males do mundo é um passo: é sempre você que não sabe fazer isso ou aquilo, foi você que errou! E você vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... até insignificar. Quanto mais você cresce, maior a culpa e menor você. E isso se reflete em seus espaços sociais, em todos eles: trabalho, religião, política e no terreno mais delicado, no amor. E pensando bem, faz sentido. Acho.

(E como não poderia deixar de ser, na política, o sistema descobriu esse nicho e passou a apostar na infelicidade, nas limitações, nas mazelas sociais. Infeliz, você se torna vulnerável e manipulável. E num passe de mágica você está sempre pronto a negociar tua liberdade e ao mesmo tempo assegurar que o poder se perpetue em mãos indevidas. É simples: basta fazer o povo sentir-se culpado pelo mal-feito de quem está no poder. Tudo é o povo, eles roubam e a culpa é do povo.)

Mas não adianta chorar se o leite derramou. Se você encheu o saco dessa situação, o remédio é dar um jeito nisso, afinal você está vivo(a)! Mas saiba que você só tem você para se amparar. Comece fugindo dessa Doce Amargura que te aprisiona. Abandone "suas" culpas, repensando, achando o furo da bala. É complicado. Mas enfim, assuma ser feliz e aguente as consequências! Sim, as consequências, ou você acha que recuperar a liberdade vem assim num passe de mágica? Pensa que é fácil derrubar fantasmas? Pensa que é fácil derrubar um poder? Tenha consciência de si, do seu valor como pessoa, do que você realmente quer. A ação que resulta daí, vai desmontando passo a passo essa sensação de culpa que um dia se instalou na sua cabeça e no seu coração.

Ser feliz envolve revolta e loucura.

E não pense em desistir. Insista. Lute, cerre os punhos. Trema o queixo. Desestabilize-se. Ouse. É preciso coragem e ousadia para ser feliz.

Marli Soares Borges

quinta-feira, junho 26, 2014

NÓS E OS NÓS

amor familiar
Como a família é uma lindeza na vida, 
acho que combina muito bem com essa flor 
que acho outra lindeza.


A família é o lugar onde a gente mais chora, mais briga, mais odeia. É na família que o coração aperta, o estômago arde e as lágrimas jorram. É na família que a palavra corta. Mas é também na família que os sonhos nascem e que a alegria explode sem explicação. É na família que o amor acontece em estado original e refrigera a alma. É na família que nossos mais sinceros sentimentos habitam e aparecem de cara lavada.

Tem gente perdendo de aproveitar a vida porque ainda não se deu conta disso. E seguem transformando laços em nós. Uma pena... 

- Marli Soares Borges -

terça-feira, junho 17, 2014

A ARTE DE DIALOGAR


Olá, pessoas!


A morte de Sócrates, pintura de Jacques Louis David, 1787


Vi ontem na internet a propaganda de um curso sobre a arte de dialogar. E pensei: já não era sem tempo! Tem gente demais perdendo a elegância; quando não concordam com algum ponto de vista, esquecem logo o debate, abandonam as ideias e atacam as pessoas. Sei lá, parece que são vocacionadas para o confronto. Imagino que aprisionadas em sua estreiteza de espírito, vivam em constante tensão e por isso extravasam suas frustrações, combatendo pessoas em lugar de combater ideias. Uma estupidez pungente. 

Eu fujo, quero distância dessa grei.

Fujo... mas dia desses, lá no facebook, alguém não gostou de um ponto de vista meu e apelando para a violência, verbalizou uma série de agressões. Tentou me atingir com uma voadora, direto na cara. Mas se deu mal: o golpe falhou. Luta corporal, o conhecido 'vale-tudo' não é comigo. Não atuo nessa área, jogo no campo das ideias.
  
Lembro de Sócrates, importante nome da filosofia ocidental, considerado por seus contemporâneos como um dos homens mais sábios e inteligentes da época, ele vivia dizendo "só sei que nada sei". Para ele o diálogo era a única forma de buscar e transmitir sabedoria e verdade. Ele acreditava que através do diálogo era possível despertar a consciência das pessoas e ajudá-las na busca do saber. 

Eu também penso assim.

Penso no diálogo como uma atitude interna de cada um de nós. Uma exposição pacífica de razões e argumentos, um empenho em tecer uma explicação de coisas que possam ser compartilhadas e entendidas por todos os que têm capacidade de pensar e que buscam não só a verdade, mas os modos de acessá-la. Assuntos, opiniões, livros, músicas, etc são coisas que podem ser compartilhadas, debatidas e compreendidas, ou seja, você toma conhecimento e outras pessoas também, e a partir daí busca-se, no diálogo, as nossas compreensões. O diálogo não é uma via de mão única, ele inclui convergências e divergências.

E suporta os mais variados pontos de vista.

Tenho esperança nas relações dialogais. Talvez os preconceituosos, donos da verdade, me achem sonhadora, e sou mesmo (do contrário eu já teria jogado a toalha e deixado de me ocupar com essas questões). Creio que o que aconteceu lá no FB, foi um modelo de comunicação travada, mas que pode ser melhorado através do diálogo. Dialogando, é possível ampliarmos os limites do espírito, questionarmos nossas próprias idéias e aguçarmos nosso raciocínio, pois como Sócrates não cansa de nos lembrar, nada nos afasta mais do conhecimento do que o pseudo-conhecimento, esse miasma que se parece tanto com o conhecimento, mas que, de fato, não é.

Sem guerras, please, estamos em tempo de paz.

Marli


segunda-feira, junho 02, 2014

ESCAPANDO DO PRESENTE

Olá, todo mundo!

Sou a favor do diálogo e da reflexão, mas penso que o excesso de reuniões perde o foco e retarda a ação. O pensamento fica enclausurado e ninguém sai do lugar. E o pior, usa-se o futuro para escapar do presente, para não fazer o que precisaria ser feito agora. E isso não é uma boa, nunca foi. O agora é a única realidade sensível e concreta que temos a nosso dispor... é agora que podemos fazer as coisas acontecerem. O amanhã é suposição, um mero dado hipotético.

Bjs
Marli

sexta-feira, maio 30, 2014

UM NOVO JARDIM


E disse o Senhor Deus: todas as pessoas foram feitas para serem amadas. Mas as coisas não! Elas só existem para serem usadas. No dia em que amares as coisas e usares as pessoas, certamente morrerás de tédio, tristeza e dor. E um grande caos se formará na terra e não mais veremos o céu aberto nem a música dos anjos. E não conseguiremos ver as flores, nem sentir-lhes o perfume.

E tudo funcionava muito bem, e a luz resplandecia nas trevas. Mas eis que as trevas não a compreenderam e começaram a 'trabalhar' a cabeça e o coração das pessoas! E os valores se inverteram no mundo: as pessoas passaram a usar as pessoas e a amar as coisas. Era o ter sufocando o ser.

E a maldade se multiplicou sobre a terra... e o caos se formou.

Mas nada é eterno no mundo, e esse caos também não é. Precisamos modificar tudo isso e recuperar os valores perdidos. Acredito nos adultos -alguns- que assim como eu, insistem na luz. Acredito nos amanheceres, nas crianças, no doce enlevo da música, no perfume e na beleza das flores. Acredito na nova era e represento-a em meu coração como um imenso jardim florido, cheio de encanto e magia, onde as pessoas amam somente as pessoas e as coisas servem apenas para serem usadas. E consigo ver o brilho e sentir a energia da paz.

Um beijo
Marli







sexta-feira, maio 16, 2014

ANTES QUE SEJA TARDE


antes que seja tarde
Não perca sua capacidade de admirar as belezas do mundo.
O ipê florido à beira da estrada é quase um imperativo bíblico a nos dizer: pare e admire!


Andamos todos meio down com a barbárie que grassa por aí. Será mesmo que isso nunca vai ter fim? E a gente combate do jeito que pode, com as armas que temos. Vamos xingando, falando e mostrando na internet as imagens grotescas dos crimes. E juntamos a descrição detalhada dos requintes de crueldade cometidos contra as vítimas. Pensamos que assim será mais fácil dar um basta nessas desgraças. Mas, não! Em vez de atenuar, estamos exacerbando os ânimos.

Passado o impacto inicial, - que a grande mídia já trouxe à tona -, começa o efeito contrário e indesejável: de tanto ver esse tipo de coisa, nosso coração vai endurecendo e ... acostumamos. E todas essas atrocidades que hoje abalam nossas estruturas, amanhã não passarão de banalidades incluídas no rol das leis naturais da vida. Bom seria se conseguíssemos equilibrar as coisas e evitar a banalização da barbárie. Que tal direcionar nossas energias para mostrar o bem, as atitudes nobres das pessoas? para as belezas do mundo? para tantos aspectos que fazem a vida valer a pena?

Acredito que, ao lado da indignação, é possível também (re)lembrar nossos motivos de viver. Sinto que precisamos dessa luz para enxergar as belezas do mundo e fortalecer nosso espírito. E, nesse quesito, a beleza é sempre a essência da qual não podemos prescindir. Vamos enfeitar nossos corações e promover a vida, antes que seja tarde. Vamos prestar atenção e espalhar coisas boas e bonitas. Quem sabe assim a gente estimula uma nova percepção de mundo e obtém melhoria nas condutas? É pagar para ver. Só sei que não suporto mais esse miasma escurecendo o mundo. Quero luz! Vou atrás de alguém - brilhante - que ampare minhas ideias e faça um upgrade nesse meu texto, e me ajude a clarear a vereda. E fui. Adivinha quem encontrei? Um grande amigo, filósofo, reconhecidamente sábio. Seu nome? Confúncio. Perguntei-lhe porque, ao comprar arroz, ele comprava flores também? e ele me respondeu calmamente: compro arroz para viver e flores para ter motivos para viver. Você viu a luz da sabedoria brilhar? a concretude do exemplo que ele nos deu? Aí está: a beleza fortalecendo o espírito. E o espírito fortalecido, fazendo a vida desabrochar!

-Marli Soares Borges-

Em tempo: 
Veja que maravilha nosso Rubinho, o Alves, [ele diz cada coisa linda, adorooo] e aqui ele se superou, rsrs "Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si."

. Quer conhecer Confúncio, clique aqui
. Rubem Alves, aqui
. Imagem da internet, se alguém tiver direitos sobre ela, me avise.

segunda-feira, abril 14, 2014

DE PROBLEMAS E DE VÍCIOS


Li não sei onde que contar problemas é o nosso maior vício. Taí uma coisa que concordo demais.

pássaros, pintura

É vício sim, e cheguei à conclusão que não suporto gente viciada em contar problemas. Faz um tempão que venho dizendo que nossos problemas são iguais a bola de neve. Você já viu uma bola de neve rolar do alto da montanha? Ela sai de lá minúscula e chega ao solo imensa. Tal como os nossos problemas. Quanto mais a gente fala, mais eles se expandem e mais fragilizada a gente fica, nossa voz é muito poderosa. Sei não, mas o ideal seria a gente dividir o problema com alguém, falar, desabafar, equacionar e partir para a solução. E tratar de entender que existem coisas que simplesmente não têm solução, temos que conviver com elas e ponto, "o que não tem remédio, remediado está". Sabedoria antiga e muito verdadeira. Então, para que sofrer sem necessidade? Chega de bater na mesma tecla, falando, relembrando, revivendo, chorando tudo de novo. Se é para reviver alguma coisa, então vamos falar das alegrias, reviver as alegrias, e sorrir tudo outra vez. Assim, quando a bola chegar ao solo estaremos inundados de bons sentimentos e com as forças redobradas. Em resumo, tem duas drogas na vida que nos fazem 'viajar': uma nos joga no inferno e a outra nos tira do chão e faz voar. Se é para ter um vício, escolha uma droga que valha a pena.

"Não é só anestesia que espanta a dor. Rir também".
Boa tarde.
Marli


Aceita um café?

terça-feira, abril 08, 2014

SERÁ QUE FUNCIONA?

body of prof

Encontrei essa foto perdida no baú. É da série "Body of Proof" lembra? Eu gostava demais, não perdia nenhum episódio, pena que acabou. Reconheço que a foto é tosca, mas a frase... bom, a frase é perfeita. Vem lá do século 18, e é muito usada nas salas de autópsias do mundo inteiro. Eis o texto original: 

"Taceant colloquia. Effugiat risus. 
Hic locus est ubi mors gaudet succurrere vitae." 
(Que cessem as conversas. Que fuja o riso. 
Este é o lugar em que a morte se deleita em servir a vida). 

Fico pensando na razão de uma frase assim, tão cheia de vida, continuar sendo usada somente nos portais das salas de autópsias. Sei lá, tem coisas que não entendo, parecem cristalizadas, permanecem ad aeternum, do jeito que estão. Quer saber, vou sugerir ao CFM, uma mudança. Que tal, além das salas de autópsias, emoldurar também o centro cirúrgico de transplantes com o texto completo como consta no original? Afinal, a vida está mesmo imbricada na morte. Ou é a morte que está imbricada na vida? Não importa. Sabemos que os transplantes podem ocorrer a partir de doadores vivos, mas é bem mais comum que ocorram a partir da tragédia da morte prematura, que, com a doação de órgãos ou tecidos, possibilita que outra pessoa tenha uma nova vida. Ora, essa frase se encaixa perfeitamente no propósito de fazer viver. E tem um conteúdo tão profundo e tão rico em interpretações, que pode funcionar como alento para as famílias dos doadores, no sentido de que a morte daquele ente querido não foi em vão, que houve um propósito maior. Aquela morte prematura e inesperada veio socorrer a vida, e, de certa forma, se sobrepôs à própria morte. Penso que essa mudança viria ao encontro das motivações que impulsionam o assunto das doações de órgãos na atualidade.

Mas o que tenho com isso, eu que não sei nada sobre transplantes nem sobre patologia?

Nada e tudo. Faço minha leitura voltada para a estreita relação de transcendência que une a vida e a morte. Penso no morrer e no viver. No viver e no morrer. Na morte, esse desespero que nos acompanha desde sempre.

- Marli Soares Borges -

sexta-feira, março 21, 2014

CONEXÕES QUE SUSTENTAM A VIDA

vida nós

Coitado de quem segue a vida isolado, acreditando que é a causa primeira e última de suas próprias ações. Engana-se quem assim pensa. Ao contentar-se apenas com o que sua própria razão lhe diz, você enfraquece como pessoa, porque constrói uma imagem distorcida de você mesmo, uma imagem irreal dentro do mundo real. E protagonizando esse paradoxo, não me admira que você deixe de levar em consideração as razões dos outros. Você pensa que pensa, mas na verdade, seu pensamento jaz inerte no seu mundinho, afastado da dinâmica da vida e alheio às conexões diárias de todos nós. E quem não interage no mundo, jamais conseguirá perceber as conexões que sustentam a vida. Por isso é que você ainda não percebeu que nosso barco está afundando e que temos -- todos juntos -- que impedir essa desgraça. Querendo ou não, estamos todos ligados uns aos outros, numa relação de absoluta interdependência, ou seja, dependemos uns dos outros para viver e sobreviver nesse planetinha azul. E a cada dia que passa a dependência é maior, portanto urge encarar a realidade: nosso planeta está nas últimas, chegou a hora de abrir os olhos, de pensar coletivamente e manter a vida no mundo. Será que é tão difícil entender a dimensão da conectividade que nos une? Fico boba de ver o comportamento individualista de algumas pessoas que descaradamente, insistem em agir na base do eu-comigo-e-os-outros-que-se-danem. Acredito que diante da destruição da natureza, das doenças e da miséria, somente a ação solidária de todos terá o condão de amenizar o caos social e a fome que se avizinha. É condição básica que se resgate a solidariedade, palavra que utilizo aqui, especificamente como: o sentido moral que vincula o indivíduo à vida e aos interesses da humanidade. Precisamos socorrer-nos mutuamente, antes que seja tarde.

- Marli Soares Borges -

segunda-feira, março 03, 2014

CARNAVAL


Que me perdoem os que não gostam de carnaval, mas eu gosto. Na juventude eu não perdia nada, 'sassaricava' todas as noites e tenho doces recordações. Continuo gostando, mas atualmente minha música mudou: ♫ daqui não saio daqui ninguém me tira... ♫, hahahaha, e não me tira mesmo, minha casa, meu conforto, meu aconchego em primeiro lugar. Já botei meu bloco na rua em outros carnavais e agora quero mesmo é, ♫ ficar no meio do povo espiando, minha escola perdendo ou ganhando, lá no carnaval... ♫, mas o som da bateria, os brilhos, as fantasias, sei lá, o carnaval me seduz! E nessa vibe continuo cantando meu mantra musical (que nunca me negou fogo): ♫ hoje eu não quero sofrer, hoje eu não quero chorar, deixei a tristeza lá fora, mandei a saudade esperar... ♫. Desejo um ótimo carnaval a todos, aos que gostam e aos que não gostam, aos que sambam e aos que não sambam!

- Marli Soares Borges -

SASSASSARICANDO
(Lembrei de Virginia Lane, a Vedete do Brasil, que há pouco tempo nos deixou. Essa música, de 1951, foi um de seus maiores sucessos, senão o maior)

Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no arame
Sassassaricando
A viúva o brotinho e a madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando

Quem não tem seu sassarico
Sassarica mesmo só
Porque sem sassaricar
Essa vida é um nó

http://www.kboing.com.br/carnaval/1-47723/

segunda-feira, janeiro 13, 2014

ENCENAÇÕES



Não sou mais quem eu era. Noutros tempos eu queria mudar o mundo, achava que podia, afinal eu tinha as ferramentas: juventude, força e garra. E para mim isso era o bastante. Durante anos de minha vida estive ocupada nessa mudança, fazendo isso e aquilo. Lidei com pessoas, aprendi, ensinei, mostrei como se faz, dei chance de fazer. Vi muita gente triste que iluminava o rosto quando aprendia alguma coisa com a qual poderia fazer algum dinheiro. Hasteei a bandeira dos valores perenes: amor, gentileza, responsabilidade, empatia, honra e justiça. E eis que chegaram as novas gerações, e outras mais novas ainda. E alguma coisa se perdeu pelo caminho. O vento jogou longe a chave e fez bater a porta daquele mundo de luz. Do lado de cá, restou um imenso teatro onde vive-se de encenações. Os arautos do rei se mumificaram no poder. Não há saída para que as pessoas comuns façam, pacificamente, a lei valer a seu favor. As virtudes desvaneceram. A cara de paisagem e o sorriso falso parecem ser as únicas ferramentas que restaram para as pessoas ganharem a vida.

Olho no buraco da fechadura e a luz está lá. Porém o tempo passou e não tenho mais força física para abrir a porta, sou apenas uma alma apaixonada e um coração que bate. Mas, se o tempo e a vida enfraqueceram meu corpo, meu caráter continua indômito e não vou me render, vou colocar em cena, ações!

Ainda sonho com a Luz do Novo Mundo: as pessoas incorruptíveis, conscientes de suas responsabilidades planetárias, a justiça funcionando, os governos governando, os direitos e deveres garantidos. Ainda resta-me a palavra e irei usá-la enquanto puder: jogarei palavras ao vento. E, para começar, vou polinizar a empatia que, a meu ver, é a virtude que está fazendo mais falta nesse mundo. - Marli Soares Borges -

sexta-feira, janeiro 10, 2014

A FÉ NÃO SE EXPLICA

Meu primeiro post de 2014 é de fé.
Acreditar e ter fé são coisas diferentes. Quem acredita, apenas acredita, é, portanto uma pessoa crédula, uma pessoa que crê em alguma coisa. Jaz ali inerte, ingênua e crente... na zona de conforto. Acredita que na última hora acontecerá a mágica da salvação. O milagre da crença -- que chamam de fé --, tomará as rédeas e os problemas estarão resolvidos. Mas não! Para mim, fé é outra coisa. E não tem nada a ver com religião, nem com religiosidade. Não há mágica, mas a fé salva. Não aquela fé inerte, confortável, social. A inércia não é um componente da fé, e as próprias escrituras, afastando a credulidade, nos fazem ver que "a fé sem obras é morta". A fé é dinâmica, supõe movimento -- move montanhas. É vontade, ação e confiança inabalável. E não se explica: quem tem, tem. É bem como li não sei onde: "primeiro você dá o passo, depois um deus coloca o chão". Mas o passo, a mola propulsora do acontecimento está com você. É a sua vez. Marli Soares Borges