quinta-feira, junho 17, 2021

PARE DE SABOTAR SEU TRABALHO

 


                
                 -Marli Soares Borges-


Temos uma mania indigesta de achar que trabalho para ser trabalho tem que ser difícil e "trabalhoso" e que a gente tem que "passar trabalho" para trabalhar. 

Se você fez um trabalho e foi fácil, ah, não pode ser trabalho... de onde tiramos esse pensamento tão absurdo? Não tenho a menor ideia, mas sei que isso já está tão arraigado em nossa mente que a reação já é automática: se executarmos facilmente uma tarefa e estivermos falando sobre isso numa roda de amigos, por exemplo, tratamos de colocar um ingrediente doloroso para valorizar nossa situação. 

Parece que trabalhar numa boa e obter um ótimo resultado não nos agrada, queremos o peso, a dor, o sofrimento, a aridez e o cansaço que nos aniquila. De alguma forma sempre acabamos equiparando o trabalho com o sacrifício. Perceba que nas mais diversas situações da vida achamos seguro apelar para a "luta" e a severidade do trabalho, pois sabemos que esse argumento ninguém vai colocar em xeque, afinal, está combinado que trabalho é trabalho e que trabalho é dureza. Bom mesmo é derreter o nosso tempo lutando na guerra fria do trabalho! (ah, gostei dessa frase, rs). É mais ou menos assim: estamos sempre em "guerra" e na guerra a gente sempre "luta".

Mas eu não me conformo com isso. É óbvio que trabalhar é dever, mas pode ser também um prazer e uma ótima fonte de gratificações. Por que não? Para facilitar, a gente deveria trabalhar naquilo que gosta ou que tem talento para fazer. Infelizmente, porém, isso nem sempre é possível e a gente acaba tendo que trabalhar em outras coisas completamente diferentes daquilo que nos apaixona. E aparecem as frustrações para complicar. Talvez daí tenha surgido essa associação do trabalho com algo desagradável e dolorido. Não sei, só pensei. Contudo, sigo acreditando que embora estejamos trabalhando em algo que não é bem o que desejávamos, ainda assim é possível trabalhar sem "passar trabalho". É possível obter boas compensações e dar uma rasteira nas frustrações. Basta que redirecionemos nosso pensar e que encaremos nossa realidade de frente, sem vitimismos: ideal é uma coisa, real é outra. E bola pra frente. Acho que já passou da hora de colocar um ponto final nessa maldita sina de sabotar nosso próprio trabalho.

Não, eu não disse que é fácil. Eu não falei em facilidade. Eu falei em possibilidade.



VAMOS BRINCAR COM A CHICA? 24

 



O termo da semana é

GAMBIARRAS


Minha frase:

Tem urgências que só gambiarras conseguem resolver.

Bjs
Marli

quarta-feira, junho 16, 2021

CANTINHO ACOLHEDOR

É a primeira vez que participo dessa BC "Botando a Cabeça Pra Funcionar", que acontece nos dias, 5, 15 e 25, coordenada pela querida Chica. A proposta é fazer uma interpretação livre de uma imagem.


Esta é a imagem e leitura que fiz


 
CANTINHO ACOLHEDOR

Duas cadeiras vazias, um quadro e um aparador
        Com tanto esmero dispostos num cantinho acolhedor,
          Avivam minhas lembranças, que chegam a todo vapor.
 Esse cantinho tão terno, tem mágica e tem sabor!


-Marli Soares Borges-

domingo, junho 13, 2021

DESAFIO 244 - 77 PALAVRAS - TELHADO


Esta é minha participação no desafio




A partir desta imagem construam o vosso texto de 77 palavras.




Um telhado emoldurando uma nesga de céu. Mas não é apenas um simples telhado e um céu azul. As lentes do fotógrafo capturaram o instante mágico: o dia que amanhece! Uma casa amarela é a única que se pode ver desse ângulo e ainda está dormindo. Dentro em pouco as janelas se abrirão para o recomeço. Adoro amanheceres, amo ver as coisas se espreguiçando e a vida acontecendo. Logo mais esse lindo telhado irá vestir-se de luz.

Marli Soares Borges

DESCONTROLE DIGITAL

 

Esta é minha participação na BC proposta no Blog da Mari (Devaneios e Desvarios). 

UMA IMAGEM, 140 CARACTERES #399



Equilíbrio e bom senso são ingredientes capazes de evitar
 a dependência e o esgotamento mental resultantes do descontrole na vida digital. 

Marli Soares Borges


sexta-feira, junho 11, 2021

ROSA E MOMO

 


Um filme maravilhoso e comovente. Adorei ver Sophia Loren novamente na tela e atuando de forma tão vibrante e impecável, aos 86 anos! 

Sophia Loren interpreta Madame Rosa, uma sobrevivente do Holocausto, que tem aos seus cuidados um menino órfão cheio de problemas. Sua imagem no filme não é de uma diva glamurosa, mas de uma mulher humilde que com pequenos gestos e postura simples confere beleza e dignidade à personagem que interpreta. Seu cabelo grisalho e despenteado e seu olhar perturbador dão a noção exata do que está passando pela sua mente. Às vezes sua expressão é de um terror absoluto, expressão que raríssimas atrizes conseguiriam sustentar. 

Que atriz, meus amigos, que atriz! (Bem que merecia um novo Oscar). 

Quem conta a história é Momo, interpretado por Ibrahima Gueye, (cuja empatia conquista a gente para sempre). Momo é um menino de 12 anos, órfão refugiado do Senegal, que sobrevive com pequenos roubos e tráfico de drogas. Infância difícil e garoto difícil. Madame Rosa percebe tudo de imediato mas não desiste e, de maneira gentil e ao mesmo tempo, austera, trata de fazer com que ele aceite as regras e consiga viver em harmonia com os demais. É nesse contexto que o filme se desenrola. É um filme pesado, comovente, de partir o coração. 

O roteiro foi baseado no romance "A Vida Pela Frente" (La vie devant soi, 1975), de Romain Gary. 

A amizade que vai surgindo entre os dois é simples e honesta. Rosa e Momo são diferentes apenas na aparência... Bom, vou parar por aqui. Veja o filme, (Netflix) vale a pena. É ótimo! 

Marli Soares Borges

segunda-feira, maio 24, 2021

O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO




O Emocionante, adorei! (Netflix)

O filme é baseado na história real de William Kamkwamba, um garoto nascido num vilarejo no Malauí, que cresceu vendo os pais sobreviverem como agricultores em meio a uma série de questões políticas que estavam levando (e levaram) o povo do vilarejo à miséria, apesar de viverem sobre um solo riquíssimo.


O que se vê no filme é apenas a realidade crua e dolorosa de um povo que vive numa região esquecida e assolada pela fome. Mas mesmo sem metrópoles nem ruas sofisticadas, o filme é lindo e prende nossa atenção do início ao fim.

Achei a fotografia primorosa e os cenários tão perfeitos que quase me sentia ali, no próprio vilarejo, no meio daquelas casas rústicas e estradas de terra. A atuação magnífica dos atores, me fez rir e chorar.

Perfeita a lição sobre a importância do estudo e da união familiar em momentos de crise. Uma história realmente inspiradora.

(Fica a dica. Se puder e quiser, assista).
Marli Soares Borges

sábado, maio 22, 2021

CONQUISTA PESSOAL




Tão bom abandonar antigas certezas e velhos dogmas! Melhor ainda é ter coragem de admitir esse abandono diante dos afeitos ao zelo fanático pelas próprias crenças. Considero isso uma conquista pessoal e importante que fiz na vida: perdi a "necessidade" de convencer os outros a acreditarem no que acredito. Se me der na telha, posso até argumentar, mas aquela instância imperiosa de ter razão e convencer, não faz mais a minha cabeça. E isso é uma experiência de liberdade indescritível. Na sequência, perdi a necessidade de estar, eu mesma, plenamente convencida de qualquer coisa. Mais liberdade ainda.

-Marli Soares Borges-