quarta-feira, outubro 28, 2020

CONSTATAÇÃO




O que resta para nós, mais velhos, é torcer pelo melhor; não temos mais energia para todas as lutas.

Depois de uma certa idade viramos pragmáticos: calculamos o tempo que nos resta, nossa saúde e família, e passamos no máximo a reclamar.

Tudo é mais dolorido e nossa recuperação é mais lenta.


Marli.

terça-feira, outubro 02, 2018

SENHOR, ENVELHECI...







Senhor, envelheci. Dá-me Tua mão e me ajuda nessa trajetória. Me salva de ser um peso na vida do meu marido, dos meus filhos e dos meus netos... antes, apaga a luz e me tira da cena. A simples ideia de vê-los preocuparem-se com minhas doenças, me aterroriza. Por piedade, não me tira a autonomia, não me transforma num vegetal. A vida é tão bonita, tem tanta coisa boa a apreciar e não quero que meus afetos, por minha causa, acabem perdendo oportunidades preciosas de aproveitarem suas vidas se alegrarem. Quero-os livres desse tipo de preocupação. Me salva Senhor, me carrega em teus braços. Amém.

Marli Soares Borges

🎶🎈FELIZ DIA DO IDOSO!🎈🎶

segunda-feira, novembro 21, 2016

ANTÍDOTO PARA O ATORDOAMENTO







Nesses tempos em que o consumo e as aparências pretendem dar sentido à vida, poetizar as pequenas emoções é mais do que nunca, o antídoto para o atordoamento. Só a poesia nos salvará. 

Em meu altar de poesia reservo espaço iluminado para a genialidade poética de Manoel de Barros: "eu não sei nada sobre as grandes coisas do mundo, mas sobre as pequenas eu sei menos"; Emilio Moura, absolutamente cirúrgico, direto na jugular: "viver não dói. O que dói é a vida que não se vive"; Mario Quintana, profético e profundo: "eles passarão... eu passarinho". E para costurar toda essa poesia, só mesmo a sabedoria delicada de Cora Coralina: "se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma.” 

Repito, só a poesia nos salvará.

Marli Soares Borges

segunda-feira, setembro 12, 2016

SEM PERDÃO





"SEM PERDÃO". Autor: Frederick Forsyth. 1982. Tradução de Pinheiro de Lemos.

Dez contos, cada um melhor que o outro. Livro antigo, o que tenho é de 1982, você encontra no sebo e talvez até em pdf, na internet. É bem baratinho. Literatura boa! Imperdível! Começo a ler e não consigo largar, a respiração fica sempre em suspenso. Forsyth tem uma capacidade única de escrever: muitas reviravoltas, milhões de surpresas... e nós dentro da história, vivendo naquele mundo espantosamente real. Nem precisamos ter imagens claras sobre os lugares descritos, ele não perde tempo com pontos desnecessários, só se ocupa com os principais momentos da trama. (Estou relendo mais uma vez. Já reli outras tantas, por puro prazer).

Tem dois contos que adoro! "Sem Perdão" e "Não Há Cobras na Irlanda". Fico pensando no caráter das pessoas, na bondade e na maldade. E na estupidez.

Resuminho básico de "Não há cobras na Irlanda", só uma palhinha: a fim de estudar Medicina para servir o seu povo, Harkishan Ram Lal saiu do Panjab, na Índia. Mas cadê dinheiro para concluir o último ano da faculdade? Acabou aceitando um emprego clandestino num trabalho de demolição - um subemprego, com um chefe ignorante, truculento e grosso. A partir daí, as cobras... bom, você vai ter que ler.

Já li, há bastante tempo, outros livros dele: O Dia do Chacal, O Dossiê Odessa, O Punho de Deus, O Quarto Protocolo e Cães de Guerra. Todos ótimos, mas "Sem Perdão" é medalha de ouro.

Marli Soares Borges

sexta-feira, setembro 02, 2016

NADA CONTRA





Saco cheio de falar de impeachment.

Vou mudar de assunto.

Todo mundo já deve ter ouvido essas pérolas: "odeio TV". "Boa noite, prefiro meu livro". "Amo ler, há anos não assisto tv." "Assim que terminar de ler esse, vou começar esse outro, tenho muitos na minha lista". E por aí vai. Leitores e mais leitores. O pessoal passa 24 horas lendo livros e mais livros! Verdadeiras bibliotecas ambulantes. Só falam em livros e autores e, de certa forma até "humilham" as pobres almas que não têm tempo nem paciência para navegarem nesse mar de leituras. Em contrapartida, esses mesmos leitores sabem tudo sobre a vida dos artistas, revistas, modas e tvs. Nada contra, gosto é gosto e cada um faz o que quiser do seu tempo. Mas como sou avessa a ostentações, não consigo entender o que se passa na cabeça dessas pessoas, pois quem realmente lê, não precisa exibir-se. A própria escrita demonstrará o conhecimento adquirido, o raciocínio, a apropriação vocabular. Fui criada pelos meus avós que, muito pobres, não tiveram acesso ao estudo, mas isso não os impediu de serem leitores contumazes e de, através dos livros, adquirirem muita cultura. Sólida cultura. E isso transparecia nas conversas, nos bate papos, no dia a dia. Eles conheciam o significado e o valor das palavras, liam e sabiam o que estavam lendo. Não precisavam se exibir. A interpretação de texto acontecia ali, no momento da leitura. Bem ao contrário de muitos que hoje se dizem devoradores de livros mas pelas abobrinhas que escrevem, deixam a nítida impressão de serem aquele tipo de leitores, que feito zumbis, zapeiam nas orelhas dos livros e colecionam dados, que depois são incapazes de transformar em conhecimento. Falta-lhes fluência vocabular que lhes dê suporte para interpretarem textos e expressarem seu pensamento, porque isso depende de muita leitura, muito estudo, muita paciência, muita concentração e muita determinação . E eles não têm. 

Marli Soares Borges

quarta-feira, agosto 24, 2016

DE SEGURANÇAS E CERTEZAS




Era uma vez... ops, apaga!
É dessa vez!

Ainda que muitos se apavorem e tentem demover-lhe daquilo que sua alma deseja e quer, não se incomode. As pessoas costumam falar porque estão viciadas em seguranças e certezas. Mas a própria vida está aí, com sua finitude, nos lembrando que algumas loucuras serão sempre bem-vindas! E você que vive esperando tudo tomar a forma exata para decidir melhor, lembre-se, isso nem sempre é possível. Muitas vezes temos que tomar decisões na incerteza, ou perdemos o bonde. No final das contas, o lance é mesmo movimentar a vida. De um jeito ou de outro, enquanto estamos vivos, sempre é tempo de começar alguma coisa, recomeçar outra e porque não, retomar e continuar outras tantas.
 
Marli Soares Borges

terça-feira, agosto 16, 2016

O TOM DAS OLIMPÍADAS






A geração mimimi, em forma de repórter, segue dando o tom nas Olimpíadas. O esporte é o que menos interessa. As preocupações têm sido patéticas.

A nossa imprensa é "especializada" em esportes, mas numa olimpíada, prefere tratar de "outros" assuntos. Na pauta, as questões "sócio-esquerdosas". Estas sim, uma especialidade que se tivesse modalidade olímpica, o Brasil seria campeão! Os feitos esportistas dos atletas ninguém se interessa, o lance é descobrir-lhes o passado e trazer a público suas vidinhas podres. E se o cara comeu o pão que o diabo amassou, aí sim ele vira um herói! E a reportagem vai à loucura!

Quais os movimentos obrigatórios na trave? Qual a postura desejável para esse ou aquele salto? O que é preciso para ser um atleta profissional? Tem tantos detalhes curiosos que o espectador gostaria de saber... mas do esporte mesmo, pouco ou nada se fala. Os atletas não são atletas, são entidades a serviço de uma ideologia. E nós suportando, diante do mundo, a vergonha alheia dessa mídia nojenta e desses esquerdistas patéticos.

Pelo menos tenho um alento, o meu facebook está muito bom, exclui todos os que faziam discurso esquerdoso de ódio e coitadismo.

Marli Soares Borges

domingo, julho 03, 2016

FELICIDADE



droga da felicidade


Estou exercitando minha capacidade de discernir entre uma imbecilidade e uma coisa digna de maior atenção. Às vezes alguém me diz algo e me emociono e me dá vontade de argumentar, insistir, bater o pé. Noutras, a vontade vem, mas fico quieta, não reajo, fico só ouvindo, nem me importo. E me surpreendo comigo mesma por ter chegado a esse estágio 'superior' de controle da razão! será mesmo, ou é um problema de pino? Pode ser também porque me dei conta de que não preciso mais agradar esse ou aquele. Sei lá. E também não estou ligando mais em estar por dentro de todas as novidades, das mentiras e verdades de cada um. 

Tem coisas que nem quero saber. E isso está me fazendo um bem...

Casualmente ontem ouvi minha nora rindo e dizendo para meu filho: você sabia que os ignorantes são mais felizes? Ouvi a frase e pensei: taí! encontrei a droga da felicidade!

Marli Soares Borges