sexta-feira, novembro 19, 2010

NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS

Olá!

O tema é levantar uma bandeira contra a violência infantil.

Noutra oportunidade eu disse: "Sou a favor da educação, do respeito às crianças, da autoridade dos pais, da conversa, do diálogo. Sou a favor do respeito aos seres indefesos, em todas as instâncias. Sou a favor da paz. Sou a favor do amor. Sou contra, abomino qualquer tipo de violência, tanto física quanto psíquica." 

E agora continuo.

Sei que é muito difícil combater a violência dentro da família, principalmente porque as pessoas escondem o problema. Têm medo de contar. Isto significa que a maioria dos casos não são nem mesmo informados, ou seja, as pessoas que cometem violência contra crianças não são responsabilizadas por seus atos. E o pior, muitas vezes, elas nem mesmo se dão conta de que cometeram um crime, pois elas próprias foram educadas assim.

É que a cultura brasileira, no âmbito familiar, ainda carrega aquele ranço cultural de que os filhos são propriedade da mãe e do pai e que, portanto, os pais estão liberados para fazer com os filhos o que bem entenderem. Ora, a partir dessa premissa, os pais se excedem sobre os filhos com total isenção, sempre sob o condão de educar. Qualquer deslize e lá vai o filho apanhar. Começa com um tapinha, passa pela cintada e chega ao espancamento. E ninguém fala nada, parece até um código secreto. Lembra o conhecido "faz de conta que te ensino e faz de conta que tu aprende"? É por aí. Lamentavelmente a vergonha e a culpa estão entre os sentimentos mais comuns das vítimas da violência doméstica. É um caos.

Por outro lado, sabemos, (até por intuição), que a pobreza e a falta de instrução podem aumentar o nível de violência doméstica. Claro, tem outros fatores individuais, familiares, sociais e comunitários que também podem compor esse rol. Mas uma coisa é certa, absolutamente certa: o abuso de poder sobre indefesos está sempre presente. Por isso, as crianças são os maiores alvos.

Penso que mais do que nunca, é necessário que a sociedade brasileira tome uma posição, incorpore em si a certeza de que as crianças brasileiras, antes de serem filhos, são cidadãos, sujeitos de direitos, amparados no ordenamento jurídico brasileiro, a partir da Lei Maior. Estou certa de que assim será bem mais fácil proteger as crianças e os adolescentes. Se houver suspeita de maus-tratos, por favor, não ignore. No interesse da vítima, investigue ou procure ajuda. Na maioria dos casos a criança está tão assustada que será incapaz, ela própria, tomar qualquer atitude em seu próprio benefício.

Você sabia que segundo a Unicef, os agressores mais comuns são os pais biológicos?
Sim. 70% das agressões. E, quem mais agride os filhos é a mãe, até mesmo por que passa boa parte do tempo com eles, mas as lesões mais graves são causadas pelo pai (força física).

Principais fatores geradores de violência física doméstica:

- a crença dos pais na punição corporal dos filhos como método educativo;
- a visão de que os filhos não são sujeito de direitos, mas que são objetos da propriedade dos pais;
- a baixa resistência ao stress por parte do agressor: desconta nos filhos o cansaço e os problemas pessoais;
- o uso de drogas;
- o abuso de álcool;
- problemas psicológicos e psiquiátricos.

Bom, por enquanto era isso.

(c) Marli Soares Borges, 2010

17 comentários:

  1. Oi Marli!

    Há quanto tempo não passo por aqui. Aliás, está me custando muito passar no meu próprio blog...rs...

    Esse tema de violência contra crianças chega a me dar taquicardia. Não consigo entender como podem coagir e machucar seres tão indefesos.

    Eu postei no meu blog, mas o das Fadas Madrinhas, postei correndo, com sono, passei a semana toda fora a trabalho, mas não poderia deixar passar batido esse tema tão importante.

    Grande beijo.

    Clau Finotti

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  2. Querida amiga, a violência contra a criança é cruel demais, já publiquei no meu blog vários posts abordando esse tema, não consigo aceitar esse tipo de atitude. Temos que continuar lutando pelos inocentes que não tem como se defender. Tenha um lindo final de semana. Beijocas

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  3. Há também, no meu modo de ver, Marli, uma transferência de opressão. As pessoas costumam fazer valer a lei do mais forte em efeito cascata. Recebem uma opressão que não podem defender dela à altura e acabam descontando isso em alguém (em tese) mais fraco. No mais só tenho elogios , acho que você bem disse tudo e com bastante propriedade. Meu abraço e um ótimo final de semana. Paz e bem.

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  4. Oi Marli,
    Eu vou concordar com algumas coisas mas discordar de outras.
    Hoje em dia vejo muito escarcéu por conta de todos com as palmadas!
    Mas na minha época apanhei(e não foi pouco!Era muito levada!) e não morri!
    Aprendi a ser mais educada,escutar os mais velhos,respitá-los e não me tornei uma marginal!
    Vejo hoje muitos pais sem saber como agir.Bater não pode,conversar não adianta..fazer o que?Deixar rolar?é mais fácil...
    Assim vejo gerações de crianças mal educadas e sem limites!
    O extremo da palmada que vc colocou aqui é absurda e injustificável.
    Mas acho que esse 'Estatuto da crainça e do Adolescente' mais prejudica do que faz algo de bom.
    desculpe a franqueza mas é minha opinião.
    Até mesmo pq passei por uma situação de mentiras e humilhação diante do Juízado de Menores que há 25 anos atrás seria inpensável!
    Afrodite

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  5. Olá, Marli.
    Vivemos a cultura da violência. Difícil, quase impossível romper as amarras, as cadeias que nos sufocam. Respiramos violência. Há um "quase". Há a lei do amor.
    Ama a teu próximo! Quando seremos capazes de reconhecer no outro um irmão?
    Beijos, Marli.

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  6. É a lei do mais forte que impera. E têm outros agravantes além dos que você falou com muita propriedade: o agravante da proximidade e de serem os pais os provedores. Quanto mais intimidade, maior facilidade para as agressões.

    Grande beijo, Marli
    tais luso

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  7. Poxa vida Marli, este tema tão impotante, maravilha vc abordar, estou com vc em seu grito no que precisar, que ideia fantástica este post!
    com carinho Hana

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  8. Estou como a Clau, sumida mesmo. Td bem amiga? Obrigada pela visita sempre tão carinhosa.
    Eu ando chocada com as reportagens sobre a violência e maus tratos de crianças até nas escolinhas pagas. O ser humano se é que se pode chamar assim,estão cada vez mais dementes. Não creio que isso irá acabar.Os psicopatas não tem um perfil que se desconfie. São os mais "bonzinhos" com caras de confiáveis e mentem como ninguém.
    Putz fico revoltada,ainda mais tendo um netinho tão meigo. Só de imaginar que ele sofra nas mãos de psicopatas,penso que seria louca também e bateria muito na pessoa que fizesse mal a ele.
    Montão de bjs e abraços

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  9. Ótima postagem, é muito importante abordar este assunto.
    tem um desafio pra ti lá no blog.
    Beijos

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  10. Minha Querida Amiga Marli,
    Tenho andado afastado destas "lides" mas agora que regressei vim novamente visitá-la e assim venho comentar este seu post. Ressalto esta passagem:
    "Sou a favor da educação, do respeito às crianças, da autoridade dos pais, da conversa, do diálogo. Sou a favor do respeito aos seres indefesos, em todas as instâncias. Sou a favor da paz. Sou a favor do amor." Mas também " Sou contra, abomino qualquer tipo de violência, tanto física quanto psíquica" quer dos Pais quer dos Filhos.
    Com estes pensamentos quero fazer sentir que todos temos deveres e obrigações e como tal, em harmonia, devemos procurar encontrar formas de entendimento entre as partes! Mas não esquecer que os Filhos no seu crescimento tem uma aprendizagem da Vida e que essa aprendizagem obriga, por vezes, a condicionamentos para que a mesma se verifique. Isso até no mundo animal é um facto relevante! Claro que há medida que os Filhos crescem e são conhecedores da Vida esses condicionamentos vão-se diluindo mantendo-se, no entanto, um respeito mútuo que deve ser sempre mantido. É assim que concebo as relações dentro da Família!
    Um beijinho muito amigo.

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  11. Oi Marli, é lastimável que as pessoas confundam educação com agressão, ainda mais contra sere indefesos, criança aprende com diálogo, com amor, com os limites bem esclarecidos.
    Hoje vivemos com a questão de 8 ou 80, ou os pais espancam ou os pais não colocam limite nenhum o que resulta na mesma coisa individuos problematicos para sociendade.
    bjs

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  12. Menina, já fui a uma casa que abriga crianças vítimas de maus tratos...
    Você não imagina a tristeza que é... Além da marca no corpo, as crianças carregam marcas profundas na alma...

    Muito bom seu texto.

    bj

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  13. Marli, parabéns pela postagem.

    Creio que todos já disseram tudo, resta pouco a acrescentar.

    Apenas saliento que não tem tamanho esse ato de crueldade com um ser tão indefeso. É abominável que adultos despejem todas suas angústias e frustrações em cima de uma criança. Pois é isso o que acontece na maioria das vezes.

    Um beijo grande e boa semana.

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  14. Marli
    concordo com tudo o que você disse.
    Depois lhe conto o porquê.
    um beijinho carinhoso.

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  15. Olá, Marli!

    Olha só como são as coisas...vim ler seu post pensando tratar-de de algo escrito hoje, e pelo que consta, é de 2010! A gente nem se conhecia ainda...rs
    E o que me impressiona bastante é que, mesmo esse post sendo escrito em 2010, o assunto continua mais ATUAL do que nunca!!!
    Tanto que postei pra você no FB que esse é meu tema do TCC de pós.
    Parabéns pela bela e rica postagem.
    Nada a acrescentar.
    Apenas que o enfoque da mina monografia é a ''prevenção'' da violência - na escola e na sociedade - como forma alternativa de se erradicar de vez com essa onda que assola o mundo inteiro hoje em dia, e cada vez mais!
    Um beijo, querida!
    Você é muito dez, para não dizer...necessária!rs

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BOM VER VOCÊ POR AQUI!
Procurarei responder a todos e retribuir as visitas com a maior brevidade possível. Abraços. Marli