quarta-feira, dezembro 31, 2014

PLANEJAMENTOS DE FIM DE ANO




Já fiz meus planos para 2015, rascunhei prioridades, li, risquei algumas coisas, li novamente e agora, pelo menos nesse momento, já tenho uma direção a seguir, um equilíbrio básico. Sei que alguns planos ficarão na gaveta mas pouco importa, já faz bastante tempo que aprendi que os planejamentos são lineares, mas que a vida não é bem assim, que a vida é cheia de curvas e que os acontecimentos futuros ninguém os pode controlar. A única coisa que posso fazer é aceitá-los. E com classe, que não sou de fugir da raia. De uns tempos para cá, venho dando mais importância ao processo de planejar do que ao planejamento em si. E tenho gostado mais. A cada ano que passa, faço um (re)planejamento e verifico se não é o caso de mudar de direção. Às vezes noto que é preciso aparar algumas arestas, mudar aqui e ali, focalizar coisas diferentes e ignorar outras tantas. Outras vezes, é improvisar. Começar tudo do zero e ao mesmo tempo manter o pé no chão, pois "o que não tem remédio, remediado está". Mas o melhor de tudo é que durante esse processo, pode acontecer que um aqueles sonhos antes abandonado, por inatingível, reapareça com perspectivas de realização. E isso já aconteceu comigo. Ouvi dizer que à luz do horóscopo chinês, estaremos vivendo um ano regido pelo Carneiro, cuja serenidade e habilidade de pensar antes de agir, irá diminuir um pouco a intensidade das coisas mas que, em compensação, os acertos serão bem mais significativos. Que este não será um ano para atividades agitadas e que os assuntos do coração estarão em alta, pois para o Carneiro os assuntos do coração são prioridade. Ouvi também que todos os signos serão recompensados pela introspecção e força de vontade. Tomara. Bom, mas como eu ia dizendo, por enquanto estou nos trinques com o meu planejamento, é só a cortina se abrir! Espero que 2015 venha com boas novidades. Será que vou gostar? E, se não gostar, poderei simplesmente agradecer e sair a passos no red carpet? Oh, Deus, se o frio chegar para mim, please, não esqueça o cobertor!

 Marli Soares Borges

quinta-feira, dezembro 18, 2014

(IN)GRATIDÃO




Em tempos de Natal volto a pensar na gratidão, ou melhor, na falta de. E ouço com nitidez as palavras de Victor Hugo: "os infelizes são ingratos, isso faz parte da infelicidade deles" e lembro também de Balzac, "a gratidão perfuma as grandes almas e azeda as almas pequenas." Verdade. Tem aqueles que ficam felizes quando lhes prestamos algum favor e até sentimos os laços de amizade se estreitarem. Mas tem outros - e não são poucos - que esquecem rapidamente a ajuda que receberam. Johnson dizia que jamais encontraremos gratidão entre gente vulgar, porque a gratidão é a virtude das almas nobres. E é. Talvez por isso seja tão rara. Quer coisa mais vulgar que o egoísmo? Os egoístas medem a gratidão pelo próprio ego e respiram a lógica insana de que são os grandes merecedores das benesses do mundo! Ingratos, é isso que eles são! Um bando de gente que se acostumou a receber ajuda de pai, mãe, irmão, amigo, empregado, filho, sogro, companheiro, etc. Gente que é agraciada todos os dias pelos outros, e não dá a menor bola! Se você pertence a essa turma, vou te dizer uma coisa: olhe para os lados e trate de entender que essa gente de fé, que todo o santo dia faz alguma coisa por ti, cada um a seu modo se sacrifica para te ajudar. Mas se você não se importa, então é porque tua alma pequena perdeu o perfume e azedou! E azeda você vai deixando a vida dos que te cercam. Explorados eles pagam muito caro por terem decidido um dia te ajudar. Que tristeza, você perdeu a memória do coração! Se assim não fosse, você já teria se dado conta de que não tem direito de magoar ninguém e você não viraria as costas para os viventes que te ajudam nesse mundo. E você faria o dever de casa: abraçar, agradecer, retribuir a bondade, com pequenos gestos de reconhecimento e afeto. Dar graças a quem nos ajuda, saber agradecer, esse é o segredo. A gratidão é amiga da delicadeza e da boa convivência. Que tal aproveitar o Natal e agradecer ao céu e a terra a ajuda recebida? Exercitar a gratidão?
Marli Soares Borges

segunda-feira, dezembro 15, 2014

V INTERAÇÃO DE NATAL



Minha participação na proposta da amiga Rosélia do blog Espiritual-Idade.


Tema: QUAL MEU MAIOR PRESENTE DE NATAL? 

Meu maior presente de Natal é bem simples (sim, eu sei que é um ideal), mas eu gostaria tanto, que em todos os natais do mundo, as pessoas, em vez de só abrirem presentes, pudessem também abrir seus corações. Pudessem falar umas com as outras, sem constrangimentos. Com simplicidade e clareza, tudo na santa paz de Deus. 

Meu desejo para esse Natal é que todos possam divertir-se: comer, beber, cantar e dançar, sorrir e beijar, e bater muitos papos legais, tudo num clima saudável, de harmonia e amor. E que não esqueçam de festejar o nascimento de Jesus, com uma bela oração de agradecimento!

Boas festas, feliz Natal!

Beijos
Marli

domingo, novembro 23, 2014

CACTOS




força interior


Os cactos sobrevivem em condições muito adversas. São persistentes. Têm uma invejável força interior e apesar de viverem cercados por dificuldades estão aí numa boa, e ainda, alguns nos presenteiam com flores maravilhosas. Os espinhos são mecanismos de defesa que utilizam apenas para se proteger. Tudo igual, nós e eles.
Só que não, rsrsrs.

Nós preferimos utilizar os espinhos... e muitas vezes indevidamente. E nossa força interior acaba sendo subutilizada. No quesito armazenamento, então, os cactos nos dão de dez a zero. Eles armazenam água para saciar sua sede. E nós? Guardamos poluição e continuamos com sede. Ah, não? Melhor pra você. Mas, muitos de nós ainda têm que aprender o que armazenar exatamente. O ideal seria armazenar apenas sentimentos geradores de energia e disposição. Assim facilitaria a tarefa de neutralizar os momentos down que pontuam nossa existência. O lance é guardar sentimentos que aprimorem nossa força interior. Que tal começar uma "operação-cebola" agora mesmo? E ir descartando as poluições? e ir se aprontando para um 2015 nos trinques?

Marli Soares Borges

segunda-feira, novembro 17, 2014

SIM, EU ME IMPORTO

Seu direito começa onde termina o meu. Ouço essa cantilena desde que me conheço por gente e hoje em dia, vendo tantos disparates acontecerem em nome do Direito e da Justiça, fico pensando nessa burrice incremental que atinge as pessoas. Para viver em paz precisamos reconhecer e respeitar os limites de cada um. Puxa vida, qual é o problema? Por quê, sempre que o direito se encontra com o dever acontece um conflito? Ah, não acredita? Que me diz do condômino, que por ser também proprietário do imóvel, acha que não precisa respeitar o horário do silêncio? e os que fumam em local público num ostensivo abuso do direito alheio de respirar um ar livre de fumaça de cigarro? e os pedestres que são ignorados enquanto esperam a travessia em sua faixa? e o lixo descartado indevidamente? e por aí vai. 

Recentemente veio à tona o escancarado abuso perpetrado por um Juiz frente a uma agente que o autuou no trânsito. Ele simplesmente deu um carteiraço. Mas vergonhoso mesmo, foi o Judiciário que avalizou essa conduta desprezível. O tribunal acaba de institucionalizar o carteiraço e azar o nosso. Francamente, não sei o que dizer, só que a conhecida piada que rola no meio jurídico, está absolutamente certa: os juízes de 1ª instância ACHAM que são deuses e os desembargadores TEM CERTEZA. Não me admira o resultado: o mais puro, vergonhoso e deslavado corporativismo. E mais, você viu a rapidez da decisão? Pobres somos nós comuns mortais, que esperamos a vida inteira até que eles se dignem decidir nossos processos. E eles não estão nem aí.

Ops, agora perdi o fio da meada. 

Ah sim, estava falando isso, por causa da empatia. Você sabe o que é empatia?

Empatia é colocar-se no lugar do outro para ver como ele(a) reagiria diante de determinada situação. É uma atitude civilizada, fundamental para que o respeito se estabeleça. A empatia tem tudo a ver com o exercício do direito e do dever. Nos tempos bíblicos Jesus Cristo, pressentindo o caos social, tratou de dar a letra: "não faças ao outro o que não queres que se faça a ti". Sábio, o Mestre sempre foi um notável defensor da empatia. Mas ninguém ligou e o caldo entornou. E um número considerável de pessoas segue infringindo as leis e ignorando o direito dos outros, como se fossem imunes aos comandos legais. Meu Deus, o mundo está carente de empatia! Precisamos de empatia para entender que não basta EU ter vontade de falar, é preciso que o OUTRO esteja com vontade de ouvir, pois se é certo que EU tenho o direito de falar, também é certo que o OUTRO tem o direito de não querer me ouvir. Precisamos respeitar e nos importar com o outro. 

Marli Soares Borges

sexta-feira, novembro 07, 2014

BEM NA FOTO



bem na foto


Tenho pena de quem passa a vida inteira escravo do que os outros pensam a seu respeito. É perda de tempo... é perda de vida! Não somos donos do pensamento das outras pessoas e nada podemos fazer para que elas mudem o que pensam sobre nós. Algumas nos amam, outras nem tanto. É impossível satisfazer a todo mundo, somos contraditórios demais e não é moleza lidar com nossos próprios conflitos. Se você anda envolvido querendo sair bem em todas as fotos, por favor, largue essa neura, nada de querer agradar a todo mundo, não permita que as pessoas suguem você, pois se você deixar, elas sugam todinho o teu sangue. Até mesmo tuas ilusões. Sem essa de tentar prever as reações dos outros, é bola fora, até porque, a gente vem ao mundo sem manual de instruções e às vezes dá defeito. E ninguém escapa, não tem como prever. Enfim, o lance é abandonar essa escravidão e ir vivendo inteiramente o que você pode viver, conectar-se nos sonhos possíveis e ir conquistando espaços, mudando o que for preciso, sem prejudicar ninguém. Incorporar autenticidade e ética na dieta. E manter-se longe da mentira e da burrice. Dá certo. Experimente.

Marli Soares Borges (c) 2012

terça-feira, novembro 04, 2014

LIVRE ARBÍTRIO E DESTINO


livre arbítrio
“Um erro traz sempre um erro.
Desafiado o destino, tudo será destino."

(SÓFOCLES, Antígona)


Jean Paul Sartre escreveu que viver é ficar o tempo todo se equilibrando entre escolhas e consequências. A bem da verdade não tenho certeza se a autoria desses dizeres é mesmo de Sartre, mas concordo com o que está dito, levando em consideração que podemos exercitar o livre arbítrio e escolher isso ou aquilo. E arcar com o resultado, o que é totalmente lógico, afinal somos seres dotados de pensamento e raciocínio. 

Mas até que ponto podemos realmente escolher nosso futuro? O livre arbítrio é tão livre assim? E o destino (imutável), será que ele existe mesmo?

Não sei. O que posso dizer é que, para mim, o livre arbítrio e o destino são questões imbricadas na vida para todo e sempre. Tenho lido algumas discussões teóricas que negam a existência do livre arbítrio mas, ao mesmo tempo, dizem que somos livres para escolher o que é melhor para nós. Complicado isso.

Não acredito em destino como coisa imutável que irá ocorrer custe o que custar. É que isso simplesmente isentaria as pessoas de assumirem a responsabilidade pelos seus atos. Aliás, não consigo imaginar como se sustentaria a ideia de responsabilidade moral sem o livre arbítrio. Se o criminoso não podia evitar o delito, como atribuir-lhe a culpa? 

No tocante ao destino, os estudiosos costumam considerá-lo como manifestação do "Karma" que por sua vez seria o resultado de sucessivos exercícios do livre arbítrio. Assim, dependendo das nossas sucessivas escolhas, o destino estaria sempre mudando. É o mesmo que dizer que o destino está em nossas mãos. O argumento que usam refere-se a alguns estudos onde o número de mortes por acidente de automóvel é sempre menor nos países onde as leis de trânsito são efetivamente cumpridas.

Mas aí eu pergunto: quem de nós não sofreu na pele o resultado de acontecimentos completamente alheios à nossa vontade? Coisas que nunca escolhemos, mas que temos de suportar, às vezes pela vida inteira? Seria então o destino? Sei não. Prefiro pensar que se trate de contingências da vida: os acidentes, por exemplo, --e as sequelas-- e tantas outras eventualidades que fogem ao nosso controle, embora algumas vezes resultem diretamente de nossas escolhas. Para mim isso não tem nada a ver com destino, apenas mostra que o livre arbítrio não é imune a influências externas, que está sujeito a inúmeras contingências capazes de mudar nossos destinos num piscar de olhos. Como se vê, o livre arbítrio não é tão livre assim. Por isso é que ainda sigo pensando que tudo o que a gente vive, ressalvadas as contingências da vida, são frutos das escolhas - certas ou erradas - que fizeram por nós na infância e das nossas próprias escolhas na vida adulta. 

O quê? Suas dúvidas aumentaram? Toque aqui, as minhas também. Quanto mais se aprofunda a reflexão, mais dúvidas aparecem.

Antes de finalizar, quero dizer de um detalhe que pode colocar uma pá de cal no assunto: a transcendência. 

Acredito muito na transcendência, no EU INTERIOR, essa inteligência cósmica que traduz em nós a presença de Deus e nos ajuda a superar e, em certos momentos, a afastar as energias imponderáveis do Karma.

-Marli Soares Borges-

domingo, outubro 12, 2014

NOSSA SENHORA APARECIDA - MÃE DO POVO BRASILEIRO


nossa senhora aparecida


Querida Nossa Senhora Aparecida,
Mãe do povo brasileiro.
Hoje é teu dia.

De joelhos te homenageio e agradeço tuas intercessões. Mas hoje é também o dia das crianças e as crianças brasileiras têm muita necessidade de ti, desse teu sentimento de mãe que sempre quer ver a felicidade dos filhos.

Por favor, cuida para que nossas crianças não percam a vida pela fome, nem pela droga e nem pela violência. Livra-as do tédio e do vazio espiritual. Dá-lhes a luz da inteligência, dá-lhes a compreensão para que não sucumbam às tentações e não se percam na iniquidade.

E, se não for pedir demais, estende tua ajuda também para as mães e os pais dessas crianças. Dá-lhes a esperança e não deixe que desistam da educação de seus filhos. Não permita que abandonem suas crianças. Dá-lhes força e coragem e abranda seus corações para que sigam os desígnios divinos rumo ao crescimento espiritual. Amém.

Marli Soares Borges (c) 2012

Imagem: "NOSSA SENHORA DE APARECIDA!!!" - Artista: MÔNICA ALVES TORRES 
Arte Naïf - Maceió - Brasil

terça-feira, outubro 07, 2014

A CHAVE DE OURO

a chave de ouro
Autoestima

De onde saiu essa ideia de que você é inferior aos outros? Não sabe? muito menos eu. Mas quem de nós não tem os seus senões? Todo mundo tem e ninguém está livre de um dia amanhecer travado, com a cabeça cheia de grilos... não vou conseguir, não sou importante, fulano é isso e aquilo, e eu? Calma, isso passa. Amanhã será outro dia. Mas se você anda tendo esse tipo de sensação com certa frequência, fique alerta, isso pode aniquilar sua autoestima e ferrar com sua vida. Tenho visto muita gente inteligente, jovem, competente, etc, com um futuro brilhante pela frente, mas que vive meia-vida, amargando insucessos pessoais e profissionais, tudo por causa dessa maldita sensação de desvalia constante. Que tal parar um pouco e pensar? Procurar se conhecer melhor, descobrir valores, prós e contras, sentir seus verdadeiros anseios.

A lição de Sócrates é clara, a gente precisa se autoconhecer para não se perder. Não há outro caminho, principalmente se levarmos em consideração essa correria insana em que vivemos. A era é dos excessos: é excesso de tudo, é uma anestesia geral que rouba os nossos sentidos e atira pelos ares a essência da nossa vida. E longe da essência, restamos aprisionados na superfície das coisas. Nossa, e como é fácil a gente se perder no meio das coisas! E você já se deu conta que são apenas coisas?

Quando adolescente li, fascinada, um conto que falava sobre a existência de uma chave mágica que abria o portal da alegria, da compreensão, da clareza e do equilíbrio da vida. Uma chave todinha de ouro! É mas na minha euforia, a princípio não me dei conta de um detalhe: não era possível manuseá-la de fora para dentro. Ela só funcionava de dentro para fora. Bom, quando entendi o senão, pulei do fascínio para a tristeza, que droga de chave era aquela, que a gente não podia usar para ajudar as pessoas a serem felizes?

Só bem mais tarde é que fui descobrir que a tal "Chave de Ouro" existe e que nada mais é, do que o autoconhecimento. Que só quando sabemos realmente quem somos, temos condições reais de buscar em nós a nossa própria essência vital. Óbvio que atingir esse objetivo não é nada fácil. Tocar a essência de nosso ser, saber quem somos, exige de nós uma parcela significativa de decisão e força de vontade. E exige ainda que abandonemos a órbita superficial em que estamos acostumados a viver nosso dia a dia. Se vale a pena? Evidente que sim. A luz é tudo de bom.

Se você está pensando nisso, em realmente saber quem é, ótimo, mergulhe de cabeça e trate de obter a chave. Examine minuciosamente o caminho íntimo da consciência, pois ninguém avança nessa seara sem um conhecimento agudo e preciso de cada uma das suas limitações. Aja com sinceridade; não trapaceie; não fuja da luz e, de uma vez por todas, esqueça as especulações! A gente só se conhece depois que assume o que nos incomoda e enfrenta a situação. Depois que você ultrapassa essas etapas e finalmente sabe quem você é, sua visão de mundo se modifica e tudo ao redor adquire outro significado. Mas por favor, não me entenda mal. Não estou aqui a fim de criar falsas expectativas.

O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa e dinâmica, mas não é uma panaceia, -- aliás, não acredito em panaceias -- acredito que podemos tocar nossas vidas com uma certa leveza sem ter que viver refém de sensações de desvalia latentes.

Para mim, o pensamento socrático não poderia estar mais certo, conhece-te a ti mesmo para não te perderes e para saber como modificar a tua relação contigo, com os outros e com o mundo.

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, outubro 01, 2014

1º DE OUTUBRO - DIA DO IDOSO (SOU DESSA TURMA)



O Brasil está envelhecendo
 Em 2025 seremos o sexto país mais velho do mundo.

Tenho lido muito sobre o envelhecimento e a quantidade de velhos que andam dando bandeira por aí nesse nosso Brasilzão. E concordo com a Cartilha do Sesc, quando diz que "o Brasil está envelhecendo". Imagine você que em 2025, seremos o sexto país mais velho do mundo, o que significa que, um em cada quatro brasileiros terá mais de 60 anos! Tudo indica que em poucos anos teremos mais pessoas velhas do que crianças no planeta. Já viu.

Claro que o aumento da longevidade é uma conquista social, mas por outro lado, o envelhecimento populacional é visto com preocupação pelos especialistas, porque acarreta milhões de mudanças nas demandas atendidas pelas políticas públicas, e apresenta novos desafios ao Estado, a sociedade e a família. E isso é um problema gigante. Raciocine comigo: se os velhos perderem a autonomia em razão das doenças da velhice, o que será da sociedade? O que será das familias, filhos, netos, etc, se, de uma hora para outra, seus velhos virarem dependentes?

Segundo a Gerontologia, (ciência que estuda a velhice e o processo de envelhecimento), a autonomia dos velhos está diretamente ligada à boa saúde e ao envolvimento ativo ao longo da vida. Pois é. Mas como manter um envelhecimento ativo? Aí é que são elas: isso tudo custa dinheiro. Grana, muita grana. Quer ver? Precisamos de saúde, porque sem saúde não há qualidade de vida. Temos de ter oportunidade para participar da sociedade, estudar, ir ao cinema, etc. e sem saúde, nada feito, impossível a tal de participação ativa na sociedade. Disso resulta que precisamos de um sistema eficaz de proteção que nos dê segurança para contrapor as perdas que sofremos ao longo do envelhecimento. É mole? E tem mais: precisamos treinamento contínuo para adquirir novos conhecimentos e habilidades, caso contrário, aos 60 anos qualquer pessoa estará obsoleta!

E o dinheiro pra sustentar tudo isso? Cadê o dinheiro? Os velhos precisam de dinheiro sim! E é aqui que entram as políticas públicas voltadas a esse segmento populacional, -- aquelas previstas lá no Estatuto do Idoso. É urgente que saiam do papel e funcionem, pois o resultado benéfico se refletirá na sociedade como um todo. Tenho certeza.

Então gente, festejemos o nosso dia, mas lutemos para que essas políticas sejam de fato implementadas, e que a qualidade de vida -- com autonomia -- atinja toda a população. Até porque, os ricos, esses não precisam, eles têm uma boa aposentadoria, um bom plano de saúde. E a sociedade está dando a eles uma oportunidade de envelhecer como nunca houve antes: quando adoecem, existem urgentes respostas tecnológicas para seus males. E tem outra: eles só ficam doentes no finzinho da vida; têm um período rápido de declínio e morrem. Beleza, viveram numa boa, ativos e não ficaram incapazes. Mas a maioria de nós, tem de amargar ali, no sacrifício, e depende do que o Estado oferece – e ele oferece muito pouco. 

Na real estamos envelhecendo em situação de pobreza. Aí você pergunta, mas como, não vivemos num país rico? Sim, rico em recursos naturais, mas pobre, paupérrimo do ponto de vista social! Somos pobres em recursos humanos pensantes, em gente honesta nos altos comandos governamentais, nossos políticos sabem mesmo é ser bons no papo. Sabem muito bem inventar leis que beneficiem os velhos, mas rapidinho já inventam um modo legal de não cumpri-las. O vírus e o anti-vírus, todos criados ao mesmo tempo, de caso pensado para que a tal da lei de Gérson entre discretamente em ação. Ou você pensa que essa lei caiu em desuso? A corrupção é tanta, que o governo rouba uma parte, até mesmo da quantia miserável que os velhos recebem a título de aposentadoria; infelizmente o governo conseguiu aviltar a única coisa boa da qual os aposentados poderiam se orgulhar: a recompensa de se aposentarem, pelo tanto que pacientemente descontaram de seus ganhos durante toda sua vida laboral. Mas pensar nesses descontos, agora na velhice, é motivo de arrependimento e dor. A contrapartida não funcionou adequadamente, fomos traídos.

Bom, gente, não quero cansar vocês com meus grilos, então vou parar por aqui, mas não posso sair sem dizer uma coisa que considero de vital importância nesse processo. É o seguinte: para mim, esses desafios do agora não dizem respeito apenas às políticas públicas e ao cumprimento do Estatuto do Idoso. Eles começam no modo de agir das pessoas, no exemplo de vida que estão deixando às novas gerações, na gentileza, atenção, respeito e carinho que dispensam aos velhos, na rua, no ônibus, nas filas, etc. 

Extirpar um preconceito e dar exemplo de vida é um desafio e tanto! Eu sei. De minha parte, vai uma dica aos jovens: -- Galera, fiquem antenados, quem não morre cedo, velho haverá de ficar! C'est la vie! Pensem nisso e façam a sua parte. Tratem muito bem os velhos.

Enfim. No nosso dia, parabéns a nós, idosos, (prefiro a palavra "velhos", que acho mais sincera), parabéns a nós que estamos aqui, com saúde, vivinhos da silva, nos divertindo na internet!

Em tempo: 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso e também o Dia Nacional do Idoso, (instituido pela Lei 11.433/2006). Para a legislação brasileira, idosa é a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 

- Marli Soares Borges -

quinta-feira, setembro 04, 2014

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

a revolução dos bichos


Muitos pseudo-esquerdistas deveriam ler "A Revolução dos Bichos" de George Orwell e "1984" do mesmo autor, para entender a psicopatia dessa gente que está no poder. Deveriam ler para instruir-se e não fazer as burradas que fazem, elegendo gente corrupta para dirigir o Brasil. 

Li "A Revolução dos Bichos" aos 23 anos e nunca mais esqueci. Li novamente para escrever esse post, e continuo achando que George Orwell colocou aqui a melhor explicação para o embuste que é o socialismo, seja em que vertente atual estiver prostituído e maquiado. Mesmo após sessenta anos da publicação, o brilho dessa obra continua intacto. 

Para quem não leu o livro aí vai um resuminho básico: o enredo gira em torno dos animais de uma granja que insatisfeitos com tanta exploração -- seguindo a liderança dos porcos -- armam uma revolução e acabam tomando a granja. Liberdade! Finalmente eles estão livres do Homem e agora finalmente poderão plantar e colher em beneficio próprio, num sistema igualitário. Mas nem tudo que reluz é ouro e a revolução acaba se revelando uma tirania. Os líderes desse regime totalitário são os porcos que, cheios de privilégios, vão progressivamente instituindo um regime de opressão. A maior parte da história se passa durante o governo exercido por Bola de Neve e Napoleão, os dois porcos que comandaram a revolução e assumiram a direção da granja. Junto com eles, há um terceiro porco dotado de extraordinária força de persuasão, o Garganta, encarregado da propaganda. Nossa, é pura corrupção! Os revolucionários que reagiram contra o poder acabaram se tornando exatamente iguais àqueles contra quem lutaram. Seus "companheiros" tornaram-se seus escravos. Uma escravidão nova e bem mais impiedosa, porque agora estão nas mãos de seus semelhantes. Na proposta inicial, todos os animais seriam proclamados iguais, mas na real, "alguns são mais iguais que os outros". E não há novidade nisso, pois a história nos mostra que em todos os lugares do mundo onde foi implantado o socialismo real, um partido - e via de regra o líder desse partido - tomou o lugar da classe social que deveria comandar o processo revolucionário, substituindo a "ditadura do povo" pela "ditadura do partido". 

Não há como fugir à comparação com o atual governo petista. 

Atualmente tanta coisa tem acontecido à revelia de qualquer lógica, que acabo sempre lembrando do livro de Orwell. São perfeitas suas metáforas com os animais delineando o retrato cruel da humanidade, mas o autor cuidou de deixar claro, - até para não ofender os animais - que a inteligência política que humaniza os bichos é a mesma que animaliza os homens. Pensando bem, há mais de dez anos estamos posando para esse retrato cruel. 

a revolução dos bichos


Mas com a chegada das eleições podemos chutar o balde e fazer esse governo largar o osso. É a nossa chance. Depois não adianta espernear e querer um buraco para enfiar a cara. 

. . .

Gente, são pouquíssimas páginas, um livro bem fininho, você lê num tapa. E pode baixar de graça na internet. É uma ótima oportunidade para refletir um pouco sobre utopia e realidade. E questionar essa retórica da "construção de uma sociedade mais justa e igualitária", em nome da qual "os fins justificam os meios". E depois, aproveite para ler também "1984" do mesmo autor, e você vai se surpreender com tanta coisa "nova", conhecida e tão "moderna" que estão nos metendo goela abaixo..., e de quebra ainda vai descobrir a origem do BBB! hahaha. 

Marli Soares Borges
"A esperança tem que ter a audácia do desespero" (Millôr Fernandes)

quinta-feira, agosto 28, 2014

PROCURA-SE UM TALENTO


Arte de Lorenzo Durán *
Sempre ouvi dizer que todo mundo tem talento. Mas como? eu não tenho. Onde está o meu talento? Complicado isso, difícil de entender. Mas, afinal o que é mesmo talento? Dizem que talento é fazer com facilidade o que os outros fazem com dificuldade. Nesse sentido é possível concluir que talento não se resume apenas em aptidões específicas para tocar, cantar, jogar, atuar no teatro, pilotar carros de corrida etc. Há outro tipo de talento, e é deste que eu quero falar: o talento natural, a aptidão inata que existe em cada um de nós para fazer alguma coisa, para intervir positivamente em determinada situação. Não lembro exatamente onde, mas sei que até a Bíblia faz referência a esse tipo de talento. Ser simples por exemplo, é um talento incrível de onde deriva a humildade, a hospitalidade e a coerência. Saber ouvir é outro talento fantástico e saber pensar é uma glória. Mediar uma discussão, objetivar uma ideia, resumir as questões, agir com delicadeza e acalmar os ânimos nas situações limites, ensinar alguma coisa que a gente sabe... são talentos maravilhosos. Aí eu sigo pensando... que bom seria se a gente pudesse aproveitar nossos talentos para melhorar o mundo. E porque não? Eu particularmente acredito demais nessa possibilidade, sempre é possível fazer alguma intervenção positiva no universo que nos circunda. Óbvio que não é uma tarefa assim tão fácil, por isso, antes de tudo é preciso querer; depois é só começar e continuar. E perseverar. Ou ninguém chegará a lugar nenhum. Observe que utilizei três verbos: começar, continuar e perseverar, ou seja, dar o primeiro passo, seguir caminhando e não parar.

De minha parte posso dizer que descobri que tenho um talento fantástico e que ultimamente ando talentando demais, rsrs, muito mais do que eu gostaria. Ah, sim, é a paciência. Acontece que esse inverno chuvoso aqui do sul anda me dando nos nervos e só com paciência para aguentar. Acorrentei em mim a paciência, porque se ela fugir estou ferrada. A propósito como anda sua paciência? rsrs.

- Marli Soares Borges -

* O artista Lorenzo Durán acredita que a arte é a mais pura essência de todo objeto natural, daí usar as folhas de árvore como meio de expressão artística, em recortes repletos de detalhes. 

quinta-feira, agosto 14, 2014

DESTA PARA MELHOR




desta para melhor
"A morte transforma todos os homens num só" 
(Jean Paul Sartre)

Passou desta para melhor. É assim que a gente costuma dizer, geralmente em tom de brincadeira, quando se refere à morte. Mas ando tentando entender algumas atitudes que costumamos ter diante da perda recente de alguém, conhecido, amigo, parente etc. Primeiro vem o choque, depois rapidinho a gente começa uma cantilena: agora ele ou ela está em lugar melhor, encontrou a paz, foi para a luz, mais uma estrela no céu, etc. Será mesmo que acreditamos em nossas próprias palavras? Sei não, acho que a gente fala para consolar o outro, mas no fundo fala muito mais para nosso próprio coração, perplexo, diante da enorme ferida que a morte - certa e inevitável - sempre causa nos que permanecem nesse plano material. Quem de nós nunca se perguntou, como será? quando a vida nos abandona, como será? como será essa dor da morte? ou será dor da vida que se foi? como será do lado de lá? existe o lado de lá? É que a gente não suporta o ponto final, a insegurança e muito menos a incerteza contida na vida, não dá para esquecer que nunca, jamais, alguém voltou em carne e osso para nos contar o que aconteceu, o que viu e o que se passa na nova 'morada'. Como suportar o medo da morte, esse desespero visceral que nos acompanha desde que nascemos? 

Que coisa, pensando bem, a gente já nasce com a morte embutida na vida, e sem qualquer explicação, temos que suportar a perda de nossos entes queridos, temos que encarar o medo de nosso próprio fim e conviver para sempre com essa dúvida existencial. A vida que tanto amamos é apenas um sopro. Talvez por isso, quando alguém morre, a gente imediatamente abandona a lógica e pega o caminho da fé. Na verdade, o pouco que sabemos não veio a nós através de fatos reais, concretos, táteis ou visuais, como convém aos habitantes de um corpo físico. Ao contrário, todo o conhecimento que temos sobre essas questões têm origem em contatos digamos, transcendentais, todos eles abstraídos através da fé. 

Ah, a fé! Esse bálsamo que nos ampara e nos ajuda a suportar as perdas. Se não fosse a fé e a espiritualidade, não sei o que seria de nós, pois a morte é o maior contrassenso que existe na face da terra. Não me olhe assim, não tenho respostas, só perguntas. Em matéria do além, sigo tateando no escuro. Mas como seria se abandonássemos a fé e seguíssemos pela lógica pura e simples? Bom, aí voltaríamos ao ponto inicial com a pergunta que não quer calar: cá entre nós, se a gente realmente acredita que é tão bom, que tem tanta luz, que tem braços e abraços de aconchego do lado de lá, porque damos nosso sangue para ficar nessa muvuca do lado de cá? hahahaha. É que aqui é a Estação Vida. Aqui a gente sabe onde pisa... ou pelo menos pensa que sabe. 

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, agosto 13, 2014

TRATOS À BOLA


tratos à bola
Imagem: mandalarte


Porque hoje não precisa ser como ontem é que darei satisfações a você, direi aonde vou, quando volto e o que pretendo fazer. Contarei tudo a você, não omitirei um detalhe sequer. Farei o que puder, me desdobrarei, porque acredito em você. Mas não servirei aos que deixei de acreditar, mesmo que estejam sob as mais variadas chancelas: minha casa, minha cidade, meu país, minha religião. Viverei desse jeito meu, expressando-me da forma mais livre e completa que conseguir, e se um dia alguém acusar-me de alguma coisa, -- o que certamente acontecerá, pois a gente sempre sofre críticas quando aprende a dizer não -- eu tratarei de manejar em minha defesa as únicas armas que me permito usar: o silêncio e a habilidade. 
Marli Soares Borges

quarta-feira, agosto 06, 2014

É BEM ASSIM

a verdade é o todo


É BEM ASSIM, nós e nossa mania absurda de julgar os outros precipitadamente. E o pior é que já fizemos disso um hábito, simplesmente vamos julgando os outros conforme nossos próprios valores e emitimos nosso juízo de forma totalmente subjetiva, a partir daquilo que mais nos importa. Parece que a gente não tolera mesmo o incerto. Aí vamos logo dando um jeito. Um julgamentozinho daqui, outro dali e nossa mente se alivia. A verdade é que não temos paciência de esperar as evidências. E isso não é bom. A conclusão apressada, amparada em pedaços de realidade é um pacto com a injustiça. Hegel já dizia: "A verdade é o todo". E é. Quando não enxergamos o todo, corre-se o risco de atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando nossa compreensão. 
- Marli Soares Borges

quinta-feira, julho 24, 2014

REPARA BEM NO QUE NÃO DIGO


repara


Sempre achei que era boa ouvinte. Mas não! Na adolescência eu falava demais e ouvia de menos. Não aguentava ouvir, eu ia logo dando um palpite e acabava fazendo uma confusão do que a pessoa dizia com o que eu queria dizer. Um dia dei de cara com a poesia de Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Pensei, pensei. Silêncio dentro da alma? Demorei a perceber o desafio que envolve a arte de ouvir. Entendi que para OUVIR é preciso paciência, contemplação e silêncio. Silêncio dentro da gente, nada de pensamentos, nada de julgamentos. Quando me dei conta disso, comecei a esforçar-me para ouvir o que as pessoas estavam querendo me dizer. E nesse exercício silencioso e atento, já consigo, algumas vezes, captar os sons que existem nos intervalos das palavras. Tem um poema da H. Kolody que diz: "ouvir com os olhos e afirmar: eu compreendo; nem é preciso dizer nada". 

Marli Soares Borges, 2013

sábado, julho 19, 2014

NÓS PODEMOS MUDAR ISSO

nós podemos mudar isso
Imagem: Google

Reconheço que para a elite vermelha, aquela da estrela no peito, o Brasil vai muito bem. Eles estão sorridentes, saudáveis e bem tratados pelo sistema. Mas para o contingente de pessoas que paga imposto, dá emprego ao povo e realmente trabalha para manter o país em pé, a situação vai de mal a pior. Esse governo petista faz uma farra tão grande com o nosso dinheiro que chega a embrulhar o estômago. O que rola de dinheiro público, nas nossas barbas, em troca de votos é de uma imoralidade assombrosa. Nunca antes na história deste país se viu tanto toma-lá-da-cá, tanta gente mamando nas tetas do povo brasileiro. 

Os mais pobres são aliciados e mantidos no cabresto pelo governo, por causa do Bolsa Família. E os ricos da elite vermelha navegam no mar das mordomias: trabalham em cargos de confiança e são muito bem pagos para exercerem funções estratégicas indispensáveis aos interesses do partido governista. É mole? 

A propósito, esclareço que não sou, não fui e jamais serei contra o Bolsa Família, por dois motivos: primeiro, porque é uma questão de justiça social com os desamparados; segundo, porque eles (os desamparados) têm direito constitucional a essa assistência. Ponto. Aí a gente pensa, como assim ganhar dinheiro, todos os meses, sem trabalhar? Óbvio, isso é coisa que não cabe na cabeça de ninguém. Mas aposto que se houvesse transparência e esclarecimento, se essa assistência ocorresse sobre outras bases e se funcionasse direito, sem roubalheiras, o cenário seria outro. Mas não! O governo PT resolveu orquestrá-la através de uma verba mensal, distribuída segundo dizem, aos 'necessitados'. Aí entornou o caldo porque - como amplamente noticiado - teve muita gente recebendo sem precisar e parando de trabalhar para ficar só com "a" bolsa, como eles dizem. Ora, não precisa ser um expert para saber, que uma verba distribuída assim, de paraquedas, sem prazo de validade, sem controle e sem monitoramento eficaz, transforma-se rapidamente em flagrante incentivo à vagabundagem. E tanto isso é verdade que já é voz corrente que o Brasil, além do maldito jeitinho brasileiro, agora é o país dos vagabundos! 

Estamos mal na foto. 

Mas o que mais me impressiona é a desfaçatez desse governo oportunista, que se apropriou indevidamente de um direito existente na Lei Maior e fez o povo crer que é um favor idealizado pelo PT. Não é! Nunca foi! Está escrito lá na Carta Magna para quem quiser ver. E para piorar, as pessoas que recebem essa verba são propositadamente mantidas na ignorância. Não sabem que são titulares de um direito social assegurado na Lei Maior. Ora, em não sabendo, acabam com medo de perderem o "favor". Pronto, saíram do forno as "máquinas de votar" do PT! 

Está na hora de mudar isso. De livrar essa pobre gente da ignorância, de alforriá-los para que votem com suas próprias consciências, pois o fato de receberem uma verba assistencial não significa que possam ser escravizados, lembrando que é com esse estratagema subterrâneo que o PT vem mantendo esse governo autoritário no poder. E ademais, o governo - federal, estadual, municipal - não pode chamar a si a propriedade do dinheiro dos impostos e portanto, não pode utilizar o Bolsa Família como máquina eleitoral. Quem assiste os desamparados com a referida verba é o povo brasileiro com o dinheiro dos impostos. O governo é apenas o representante do povo, mas no caso do PT o governo vai além e age como "atravessador". O conhecido levador de vantagens! E você sabe quem primeiro começou a cumprir esse mandamento assistencial previsto na Constituição? foi o FHC. Aí o governo petista se intitulou o 'dono' da ideia e a seu bel prazer, modificou e remexeu tanto, que transformou tudo de bom que estava sendo feito pelo governo anterior, nessa tal 'bolsa' rasgada, furada, esculhambada, jogada como se fosse um favor, na mão de um povo que, de tão pobre, é capaz de se vender por um pedaço de pão! Tudo ao deus-dará, sem a menor seriedade, sem o menor respeito com o dinheiro público. Assim é fácil. Acabou o dinheiro? Dá-lhe imposto! e o povo que se rale para pagar a conta; que carregue o piano e que continue morrendo à míngua nesse lindo e desgovernado país chamado Brasil, onde falta tudo: água, luz, educação, saúde, segurança, comunicação e milhares de serviços considerados essenciais. E onde abunda a corrupção! (sem trocadilhos, por favor, rsrsrsrs). Enquanto isso, a elite vermelha continua com aquele sorrisinho imoral estampado na cara.

Calma madame, a democracia virá. 

Ok, por hoje chega, deixo só um recadinho: nós podemos mudar isso, as eleições estão na nossa porta. Primeira medida: tirar essa troupe do poder, livrar-se desse governo rasteiro. Na sequência é encher os pulmões de ar e trabalhar para mudar o Brasil.

- Marli Soares Borges -

domingo, julho 13, 2014

GRUDAR E DESGRUDAR, EIS A QUESTÃO


Antes da Copa o governo associava a vitória da Seleção à imagem do partido. Depois do "Vexame dos Vexames", eles mudaram o discurso e estão dizendo que não têm nada a ver, que futebol é futebol e política é política. Eles querem agora desvincular o que antes, eles mesmo vincularam. Pode? Antes eles falavam que os pessimistas, coxinhas, urubus, etc estavam azarando. Depois das vaias que a presidANTA recebeu e tem recebido em todos estádios, por todo o país, eles passaram a atacar a elite branca, a classe vip. Okay. E a elite vermelha do PT, porque eles não atacam? Ora, porque são eles próprios a tal elite e como diz o ditado "lobo não come lobo". A corrupção é coisa muito triste mesmo. Querem que a gente esqueça que eles pararam o Brasil durante quatro anos e que durante esse tempo a única coisa que fizeram foi trabalhar nos aprontes para a Copa. Nada de hospitais, escolas ou quaisquer bens e serviços necessários à população. Só fizeram estádios. E para quê? Qual o retorno disso tudo para o povo? Eu simplesmente não entendo: se apareceu dinheiro para construir estádios, porque não construíram hospitais? porque jogaram a saúde pública às traças? E a educação? E a segurança? E as comunicações? A internet é uma droga. E eles sabem muito bem dessas mazelas, mas não estão nem aí, o povo que se dane. Pois é. Mas agora bateu o pavor e eles querem esconder a sujeira debaixo do tapete. Sinto muito, mas agora não vai dar, o povo brasileiro está cansado de maracutaias. Calma Brasil, logo teremos eleições. É a nossa chance de virar o jogo e expulsar esses oportunistas do poder.

Update - Não sou e nunca fui contra, apenas acho que a Copa não deveria ter sido no Brasil.

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, julho 09, 2014

O TEMPO E O STATUS




Não tenho tempo é o que mais se ouve na atualidade. Ninguém pode perder tempo com nada e com ninguém, afinal tempo é dinheiro e a corrida do ouro não para. A cultura que nos alimenta vê a escassez de tempo com bons olhos e faz da falta de tempo um status. Se você não tem tempo é sinal de que está muito bem de vida, é requisitado, respeitado, então deve ser muito importante. Com certeza é um ser bem ajustado ao mundo real. Nessa ótica, é correto dizer que quanto menos tempo, mais importante a pessoa deve ser. Em contrapartida, se você tem tempo, você perde status, perde o respeito e ninguém liga para você. Como um marginal você é literalmente descartado pelos seus amigos. Mas eu discordo dessa lógica. Para mim, esse é um conceito que deve ser revisado, pois talvez as pessoas que mais tenham a nos ensinar e nos oferecer neste mundo, sejam aquelas que, embora ocupadas, têm tempo, que não priorizam essa correria generalizada. Se você precisar, elas certamente terão tempo para você, para te ouvir, refletir, trocar experiências e até mesmo ensinar. As demais, muito importantes, nunca têm tempo. Pense nisso. 

-Marli Soares Borges-

domingo, junho 29, 2014

DOCE AMARGURA

doce amargura

"Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se." 
Kierkegaard, poeta e teólogo católico dinamarquês


Fácil, fácil. A gente anda dois passos e topa com alguém desamparado, abatido, culpado, pronto a pedir perdão e desfiar um rosário de lágrimas. Para ser infeliz não precisa nada, basta apenas colocar o pezinho no mundo e ir se perdendo e se conformando com a mediocridade da vida.

É impressionante a pressão velada que fazem as instituições para que ninguém saiba nada; não acredite em nada e para que a fé se perca. Hoje em dia só vale a superfície: a ignorância e a burrice são as grandes vedetes sociais, marionetes em alta. -- Nossa, meu estômago até embrulha com essas coisas --. E esse povo inerte, só choramingando, meu Deus, o que é isso?

Mas andei lendo a respeito, -- e como sempre pensei --, esse marasmo social não acontece assim do nada. Nos bastidores do teatro há uma estrutura contendo mecanismos infalíveis para transformar você em marionete e fazer com que você mesmo assegure alguém no poder. Qualquer poder, desde que sirva a outros interesses, que não os seus. É a "Estrutura da Culpa". A culpa é o ingrediente fundamental que aprisiona as ações humanas. De mãos e pés amarrados você se acomoda e jaz inerte, só chorando as mágoas, nessa espécie de limbo, que costumo chamar de Doce Amargura.

E o mais incrível é que tudo pode começar onde a gente menos espera: na família. O quê? Sim, pelo que entendi, parece que funciona mais ou menos assim: em criança incutem na sua cabeça uma culpa que você não tem, seja lá o que for. E você, culpado, não consegue sair dessa, e vai sofrendo, sem entender nada. E continua assim na escola e segue pela vida afora. Na sequência, você mesmo vai assumindo as culpas. E daí a assumir a culpa dos males do mundo é um passo: é sempre você que não sabe fazer isso ou aquilo, foi você que errou! E você vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... até insignificar. Quanto mais você cresce, maior a culpa e menor você. E isso se reflete em seus espaços sociais, em todos eles: trabalho, religião, política e no terreno mais delicado, no amor. E pensando bem, faz sentido. Acho.

(E como não poderia deixar de ser, na política, o sistema descobriu esse nicho e passou a apostar na infelicidade, nas limitações, nas mazelas sociais. Infeliz, você se torna vulnerável e manipulável. E num passe de mágica você está sempre pronto a negociar tua liberdade e ao mesmo tempo assegurar que o poder se perpetue em mãos indevidas. É simples: basta fazer o povo sentir-se culpado pelo mal-feito de quem está no poder. Tudo é o povo, eles roubam e a culpa é do povo.)

Mas não adianta chorar se o leite derramou. Se você encheu o saco dessa situação, o remédio é dar um jeito nisso, afinal você está vivo(a)! Mas saiba que você só tem você para se amparar. Comece fugindo dessa Doce Amargura que te aprisiona. Abandone "suas" culpas, repensando, achando o furo da bala. É complicado. Mas enfim, assuma ser feliz e aguente as consequências! Sim, as consequências, ou você acha que recuperar a liberdade vem assim num passe de mágica? Pensa que é fácil derrubar fantasmas? Pensa que é fácil derrubar um poder? Tenha consciência de si, do seu valor como pessoa, do que você realmente quer. A ação que resulta daí, vai desmontando passo a passo essa sensação de culpa que um dia se instalou na sua cabeça e no seu coração.

Ser feliz envolve revolta e loucura.

E não pense em desistir. Insista. Lute, cerre os punhos. Trema o queixo. Desestabilize-se. Ouse. É preciso coragem e ousadia para ser feliz.

Marli Soares Borges

quinta-feira, junho 26, 2014

NÓS E OS NÓS

amor familiar
Como a família é uma lindeza na vida, 
acho que combina muito bem com essa flor 
que acho outra lindeza.


A família é o lugar onde a gente mais chora, mais briga, mais odeia. É na família que o coração aperta, o estômago arde e as lágrimas jorram. É na família que a palavra corta. Mas é também na família que os sonhos nascem e que a alegria explode sem explicação. É na família que o amor acontece em estado original e refrigera a alma. É na família que nossos mais sinceros sentimentos habitam e aparecem de cara lavada.

Tem gente perdendo de aproveitar a vida porque ainda não se deu conta disso. E seguem transformando laços em nós. Uma pena... 

- Marli Soares Borges -

segunda-feira, junho 23, 2014

PEDRA NO SAPATO




Temos que parar de vez com essa mania de botar água fria no entusiasmo dos outros. Temos que parar de achar graça dos sonhos das pessoas, temos que parar de menosprezar-lhes os ideais.

É muito fácil tirar o entusiasmo e a disposição dos outros. Disso o mundo está cheio, de gente broxante, que puxa para baixo, que põe pedra no sapato dos outros. Quero ver, é você encorajar, fazer as pessoas se sentirem vivas, mantê-las em pé! Isso eu quero ver! 

Qual é o problema em dizer umas palavras legais para as pessoas, encorajá-las quando estão numa maré baixa? Se você não sabe, o dever de encorajamento é um dos mais elevados deveres de humanidade que temos uns com os outros... Uma palavra de apreço, de ânimo e reconhecimento fortalece o coração das pessoas, e muitas vezes, é apenas esse amparo que necessitamos, para não desistir e continuar tocando a vida para frente. 

Aprenda a encorajar! Faça um esforço, em vez de chá broxante, ofereça um café, uma cerveja, um vinho... sei lá! Você consegue, tenho certeza!

Ou você acha que encorajar o próximo é mera convenção social só pra sair bem na foto? Se você pensa assim, que peninha de você: sua inteligência foi pro brejo e seu coração está deteriorado. Você não é ninguém.

                                                                 Marli Soares Borges

"As vezes, uma ou duas palavras amáveis são suficientes 
para ajudar alguém a desabrochar como uma flor."
Thich Nhat Hanh

terça-feira, junho 17, 2014

A ARTE DE DIALOGAR


Olá, pessoas!


A morte de Sócrates, pintura de Jacques Louis David, 1787


Vi ontem na internet a propaganda de um curso sobre a arte de dialogar. E pensei: já não era sem tempo! Tem gente demais perdendo a elegância; quando não concordam com algum ponto de vista, esquecem logo o debate, abandonam as ideias e atacam as pessoas. Sei lá, parece que são vocacionadas para o confronto. Imagino que aprisionadas em sua estreiteza de espírito, vivam em constante tensão e por isso extravasam suas frustrações, combatendo pessoas em lugar de combater ideias. Uma estupidez pungente. 

Eu fujo, quero distância dessa grei.

Fujo... mas dia desses, lá no facebook, alguém não gostou de um ponto de vista meu e apelando para a violência, verbalizou uma série de agressões. Tentou me atingir com uma voadora, direto na cara. Mas se deu mal: o golpe falhou. Luta corporal, o conhecido 'vale-tudo' não é comigo. Não atuo nessa área, jogo no campo das ideias.
  
Lembro de Sócrates, importante nome da filosofia ocidental, considerado por seus contemporâneos como um dos homens mais sábios e inteligentes da época, ele vivia dizendo "só sei que nada sei". Para ele o diálogo era a única forma de buscar e transmitir sabedoria e verdade. Ele acreditava que através do diálogo era possível despertar a consciência das pessoas e ajudá-las na busca do saber. 

Eu também penso assim.

Penso no diálogo como uma atitude interna de cada um de nós. Uma exposição pacífica de razões e argumentos, um empenho em tecer uma explicação de coisas que possam ser compartilhadas e entendidas por todos os que têm capacidade de pensar e que buscam não só a verdade, mas os modos de acessá-la. Assuntos, opiniões, livros, músicas, etc são coisas que podem ser compartilhadas, debatidas e compreendidas, ou seja, você toma conhecimento e outras pessoas também, e a partir daí busca-se, no diálogo, as nossas compreensões. O diálogo não é uma via de mão única, ele inclui convergências e divergências.

E suporta os mais variados pontos de vista.

Tenho esperança nas relações dialogais. Talvez os preconceituosos, donos da verdade, me achem sonhadora, e sou mesmo (do contrário eu já teria jogado a toalha e deixado de me ocupar com essas questões). Creio que o que aconteceu lá no FB, foi um modelo de comunicação travada, mas que pode ser melhorado através do diálogo. Dialogando, é possível ampliarmos os limites do espírito, questionarmos nossas próprias idéias e aguçarmos nosso raciocínio, pois como Sócrates não cansa de nos lembrar, nada nos afasta mais do conhecimento do que o pseudo-conhecimento, esse miasma que se parece tanto com o conhecimento, mas que, de fato, não é.

Sem guerras, please, estamos em tempo de paz.

Marli


domingo, junho 15, 2014

DA SÉRIE GATICES III



dongo lixo



A gente nunca sabe quando faz as coisas certas na vida. Mas hoje, agora, nessa noite fria, nessa umidade que gela até os ossos, comecei a matutar... às vezes a gente sabe sim. 

Enquanto vou digitando e o Nilton vai acompanhando mais um jogo da Copa na TV, o Dongo - aquele gatinho pretinho, meu netinho peludinho - está na caminha dele, embaixo do split, aproveitando o calorzinho e dormindo um soninho legal. Ele está tranquilo, de barriga cheia, com a saúde em dia, amado e protegido. E ele sabe disso, ele sente, tenho certeza. 

Mas se o Dongo vive aqui na terra, num céu assim tão azul, é porque minha nora, num ato de coragem, enfrentou uma situação inusitada e o resgatou do inferno. Para quem não sabe, vai um resuminho básico: ano passado, ele era apenas um micro gatinho, poucos dias nascido e lá estava, desesperado de fome... jogado no meio do lixo! Abandonado como um objeto sem valor. 

Quando boto os olhos nele e começo a pensar, e me dou conta do que poderia ter-lhe acontecido, me arrepio até os dentes. Certamente se estivesse vivo esse gatinho tão amável, estaria sofrendo todos os tipos de atrocidades nas mãos de crianças estúpidas e grosseiras e de adultos ignorantes. Ainda bem que, para ele, a história teve outro desenrolar. Mas não posso deixar de pensar nos outros, seus irmãos de ninhada, meu Deus, como é possível isso? Como permites que os animais dividam seus espaços conosco, suas existências conosco e você os coloque assim no mundo, tão indefesos, sempre à nossa mercê? Não entendo, e quer saber? entro em parafuso com esse pensamento. Ao mesmo tempo, me parece impossível que um ser vivo, completamente indefeso, possa ter sua vida vilipendiada assim, vítima inocente da perversidade humana. 

No caso especial, - do Dongo - ainda me incomoda saber que essa gente imunda escapou impune, mas infelizmente não foi possível identificar ninguém. E vai me batendo uma amargura... então, antes que me dê aquele banzo pelas injustiças do mundo, vou largar o computador e bater uma fotinho legal. Taí a foto, pra você ver a mordomia. E eis que uma sensação de serenidade toma conta de mim. É. Não se pode fazer tudo por todos, quem me dera, mas o ideal sempre irá se contrapor ao real. É mais ou menos como o bem e o mal. O mundo é assim, por mais que nos custe reconhecer. E nem pense em dizer que estou sendo maniqueísta. Não mesmo.

Mas como eu estava dizendo, algumas coisas a gente acerta. E minha nora acertou. E hoje em dia não me imagino mais sem esse netinho peludinho. Esse gatinho pretinho e... gordinho. E de regime! Um discreto regime, rsrsrsrs... que é para não perder a forma, rsrsrsrsrs! 

- Marli Soares Borges -

quinta-feira, junho 12, 2014

DIA DOS NAMORADOS



Bom dia,

Minha homenagem aos namorados, ao amor em flor... ao amor, esse sentimento universal que nos enamora com o outro e que faz a vida valer a pena!

Com esse lindo poema, pretendo homenagear alguém em particular: o meu Nilton, que está na minha vida desde meus 14 anos de idade, há 50 anos. Ih, já faz tanto tempo... sempre ao meu lado, nos meus sóis e nas minhas sombras, nos meus brilhos e nas minhas opacidades. É nele que penso, sempre que ouço essa música. É a imagem dele que esses versos desenham na minha alma. [O Nilton não tem blog, mas vou mostrar esse post para ele]. Sim, é o amor que está no ar! Sim, continuo achando que o amor é lindooooo! Mas o amor? Que é mesmo o amor? É muito simples, é "desejar o bem do outro", e acrescento, desejar do fundo do coração. Não fui eu que registrei essas palavras, - foi Joyce - mas é isso que penso e digo, e faço. O mais? adeja na superfície.


“Eu sem você sou só desamor. 
Um barco sem mar, um campo sem flor. 
Tristeza que vai, tristeza que vem. 
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém?” 
(Vinícius de Moraes)

Esta é minha participação na blogagem coletiva da Norma. Achei que não conseguiria participar, mas consegui! Um beijo a todos os participantes. E bom dia dos namorados e boa copa, que também somos filhos de Deus e temos o direito de nos divertir!

Marli

segunda-feira, junho 09, 2014

SENHA: SOLIDÃO


"Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. 
Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda."
Carl Jung

"Nunca é alto o preço que se paga pelo privilégio de pertencer a si mesmo." 
Friedrich Nietzsche

A solidão mora em mim, mora em ti, mora em cada um de nós. É parte do nosso próprio eu. Nascemos sós e morreremos sós. Por isso que não me refiro aqui à solidão poética, nossa conhecida solitude. Falo da solidão interior, da conexão com o nosso eu. Ninguém, por mais que nos conheça, por mais que nos ame, conseguirá sentir as nossas dores ou sorrir o nosso riso. Ninguém. É urgente entender isso. E encarar, e aprender a ser só. Lembra aquela canção? É por aí. Cada um tem que viver com seu próprio eu, fazer suas próprias escolhas, tomar suas próprias decisões. Aprender logo esse jogo e livrar-se da necessidade insana de obter aprovação dos outros para tudo o que faz na vida.

Não sou dona da verdade e nem pretendo ser, o que digo é fruto da visão que tenho sobre esse assunto e que decorre apenas das minhas vivências. Acho básico na vida o ser , que traduzo aqui como a capacidade que cada um de nós tem de conquistar para si a segurança -interna- de fazer escolhas e tomar decisões de forma independente. Mas essa é uma conquista que pede atitudes bem determinadas: é preciso fazer silêncio e aguçar os sentidos. Assim, nesse estado de graça, você consegue ouvir a solidão interior, essa amiga poderosa e gentil que habita nossa alma, e que conhece como ninguém os meandros dos nossos próprios silêncios. Precisamos aprender a escutá-la, para então, pegar carona na liberdade. Não conheço nada que nos escravize mais, do que viver pedindo aos outros que aprovem tudo o que pretendemos fazer. E tenho absoluta certeza de que as escolhas e decisões que realmente dão sentido à nossa existência devem ser tomadas por nós, em estado de graça, sem interferências externas. Se forem submetidas ao crivo alheio, deixarão de serem nossas e, no futuro, se não nos fizerem sofrer, também não nos farão vibrar, e a vida, você já sabe... não tem volta.

Enfim, toda essa conversa para dar uma dica no jogo: o silêncio é o caminho; a solidão é a senha. Depois, é só abrir os olhos e olhar ao redor, e procurar com calma, sinta que você está agora noutro lugar, num lugar secreto onde só você tem acesso. É aí que você vai encontrar todas as respostas para todas as perguntas e, na sequência, finalmente! sentirá dentro de você uma segurança muito tranquila, que não te impõe essa vigília constante para ver se os outros aprovam ou não, aquilo que você quer. A cereja do bolo é que esse tal lugar - secreto, mágico e libertador - está dentro de cada um de nós e é acessível a todos. Porém, - sempre tem um porém, rsrsrs -  se você esquecer o caminho ou a senha... lamento, você perdeu! Impossível acessar o seu coração. Volte à etapa anterior.

Marli Soares Borges

"Não deixe o barulho da opinião dos outros abafar sua voz interior. E mais importante, tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário."

Steve Jobs