domingo, março 23, 2014

VAMOS BRINCAR COM A CHICA? (2)





A minha frase é:

- Comichão: palavra que me causa coceira instantânea. -

sexta-feira, março 21, 2014

UMA IMAGEM 140 CARACTERES (3)

gramado

Chega, preciso descansar um pouco.
Estou tão feliz, hoje sim consegui tocar de verdade!
Tem gente que pensa que tocar violão é fácil. Não é.

- Marli Soares Borges -

* Participando da blogagem coletiva nos blogues: Meus Devaneios Escritos e Devaneios e desvarios

CONEXÕES QUE SUSTENTAM A VIDA

vida nós

Coitado de quem segue a vida isolado, acreditando que é a causa primeira e última de suas próprias ações. Engana-se quem assim pensa. Ao contentar-se apenas com o que sua própria razão lhe diz, você enfraquece como pessoa, porque constrói uma imagem distorcida de você mesmo, uma imagem irreal dentro do mundo real. E protagonizando esse paradoxo, não me admira que você deixe de levar em consideração as razões dos outros. Você pensa que pensa, mas na verdade, seu pensamento jaz inerte no seu mundinho, afastado da dinâmica da vida e alheio às conexões diárias de todos nós. E quem não interage no mundo, jamais conseguirá perceber as conexões que sustentam a vida. Por isso é que você ainda não percebeu que nosso barco está afundando e que temos -- todos juntos -- que impedir essa desgraça. Querendo ou não, estamos todos ligados uns aos outros, numa relação de absoluta interdependência, ou seja, dependemos uns dos outros para viver e sobreviver nesse planetinha azul. E a cada dia que passa a dependência é maior, portanto urge encarar a realidade: nosso planeta está nas últimas, chegou a hora de abrir os olhos, de pensar coletivamente e manter a vida no mundo. Será que é tão difícil entender a dimensão da conectividade que nos une? Fico boba de ver o comportamento individualista de algumas pessoas que descaradamente, insistem em agir na base do eu-comigo-e-os-outros-que-se-danem. Acredito que diante da destruição da natureza, das doenças e da miséria, somente a ação solidária de todos terá o condão de amenizar o caos social e a fome que se avizinha. É condição básica que se resgate a solidariedade, palavra que utilizo aqui, especificamente como: o sentido moral que vincula o indivíduo à vida e aos interesses da humanidade. Precisamos socorrer-nos mutuamente, antes que seja tarde.

- Marli Soares Borges -

domingo, março 16, 2014

VAMOS BRINCAR COM A CHICA?



A minha frase é:

- Nem tudo que falo brincando é brincadeira! -

UMA IMAGEM 140 CARACTERES (2)


Adotei exatamente a posição sugerida pelo fotógrafo. 
Preciso parecer natural. 
Meu Deus! Essa é minha chance de ouro,
será que vou conseguir?

- Marli Soares Borges -

* Participando da blogagem coletiva nos blogues: Meus Devaneios Escritos e Devaneios e desvarios

domingo, março 09, 2014

DO NASCIMENTO À MORTE

Pintura de Georgia O'Keeffe

Sorry, não torça o nariz, 8 de março é dia de alegria e não podemos passar em branco. "Dia Internacional da Mulher" é dia de saudar-nos umas às outras. Dia de abraços e apertos de mãos. E também de agradecer às mulheres e homens -- muitos deles -- que no passado deram seu sangue para que hoje pudéssemos ostentar os documentos que identificam nossa cidadania.


De lá para cá, estamos avançando a passos rápidos e somos vencedoras na luta pela conquista de nossos direitos. Somos unidas, inteligentes e informadas. Aprendemos a nos articular nos conflitos. Aprendemos que a união é nosso trunfo e estamos abandonando -- aos poucos, é verdade -- a maldita rivalidade que tanto nos escravizou e detonou nossa auto-estima, naqueles tristes tempos em que a gente não era ninguém. Aprendemos a ser solidárias umas com as outras. Confiamos em nós. E digo isso sem medo de errar, porque ninguém consegue avançar no campo dos direitos sem essas qualidades. Portanto, aviso aos navegantes: desistam de tentar nos jogar umas contra as outras. Isso de "dividir para melhor reinar" já era, e cá entre nós, foi um golpe baixíssimo que nos aplicaram durante quase um século e, reconheço, foi uma pedra no nosso sapato, e nos enfraqueceu demais como sujeitos de direitos. Ainda bem que conseguimos neutralizar os ataques e, hoje em dia, somos independentes de dentro para fora. E isso nada tem a ver com sustento, com riqueza, com independência financeira e tals. Nada mesmo. A independência emocional se alicerça em outros fatores e tem outra natureza. E não guarda qualquer relação com a classe social, é igual para todas. A gente simplesmente pensa com a nossa cabeça.

Aleluia!

Mas não pense que estamos com a vida ganha. Não mesmo. Ainda tem muito chão pela frente e muitos direitos a conquistar. Estamos engatinhando na arte de lidar com os homens. Eles não são fáceis quando se adentra no campo dos direitos, o que torna complicado ser mulher. Por exemplo, até hoje, no trabalho, ainda não estamos concorrendo com eles em igualdade de condições. Temos sempre de ser melhores, MUITO melhores. E isso é uma injustiça. Calma. É só uma questão de tempo, as mudanças acontecerão, acredito. E tem muito mais coisas, outro dia escrevo sobre. Agora um alerta, please, não caia naquela conversinha rançosa de que não é pra gente perder a ternura, que não precisamos competir com os homens porque já nascemos na frente e blablablá. Era o que nos diziam lá nas cavernas, para nos engambelar e surrupiar nossos direitos. Chega de papo furado. Nossos direitos são sagrados e vamos continuar lutando por eles. Todos os direitos que temos agora, tiveram de ser conquistados na marra. Ninguém nos deu de graça.

E agora um recadinho: valorizem-se mulheres, além de nosso intelecto, nossa sensibilidade, etc., carregamos em nosso corpo uma graça divina, a maior delas: podemos dar à luz um novo ser! Somos donas desse departamento e ninguém muda isso! E, de quebra, ainda gerenciamos o Departamento do Colinho. Explico. Vivemos a vida inteira dando colinho para os homens, aqueles fortões. Ao nascer lhes damos nosso colinho de mãe, nosso seio que amamenta; na mocidade lhes damos nosso colinho de amante, nosso seio que encanta, e na velhice lhes damos nosso colinho de aconchego, o porto seguro para amenizar suas mágoas. 

Já viu, estamos em todas, do nascimento à morte. Merecemos os parabéns.

- Marli Soares Borges - 

sábado, março 08, 2014

UMA IMAGEM 140 CARACTERES


Cada dia que passa os sintomas parecem se agravar. 
Agora ela tem ficado horas a fio, imóvel, 
empoleirada naquele pneu, 
olhando para o vazio.

- Marli Soares Borges -


Participando da blogagem coletiva no blog "Meus Devaneios Escritos".

quinta-feira, março 06, 2014

DE URUBU E URUCUBACA


Jamais pensei que acreditaria em olho gordo. Até o dia em que acreditei.

Naquele tempo - minha adolescência - era moda as pessoas decorarem o interior de suas casas com plantas ornamentais, principalmente samambaias, plantadas em vasos suspensos, -- aliás, ouvi dizer que a moda está voltando. E vovó tinha várias, e cuidava de todas com amor. Mas havia uma que se destacava, parecia uma renda e era a mais linda de todas. De um verde brilhante era uma planta adulta, forte e saudável. Até que um dia, se não me engano, num sábado, bateram palmas lá fora e vovó correu para atender. Era a vizinha do lado que viera conversar um assunto importante, sei lá... Só sei que assim que ela deu com os olhos na samambaia, desdobrou-se em elogios: coisa mais linda, como você consegue? Deus, ela é toda rendada! Olha, estou maravilhada, esta sim ficaria bonita na minha sala, você me dá uma muda? Claro, disse vovó, assim que 'brotar', farei a muda para você. E a vizinha falava no tal assunto importante e voltava a elogiar a planta. E vovó, que no início estava feliz com os elogios, passou a sentir-se meio desconfortável, com um não-sei-quê de aflição que não conseguia entender, e por isso foi tratando de 'despedir' a visita. Ufa, graças a Deus ela foi embora, suspirou vovó aliviada. Na sequência, entramos na sala e... bom, aí, tomamos o maior susto. A folhagem antes viçosa, jazia agora murcha, A-CA-BA-DA, nem sombra do que fora há poucos instantes! Não conseguimos recuperá-la de jeito nenhum. Estava mortinha da silva e seu destino foi o lixo. E vovó ficou inconsolável.

Verdade, gente.

Olho gordo, disse vovó, inveja da braba, isso sim! Jogou urucubaca em mim e matou minha folhagem! A inveja é uma tristeza, minha filha! Fuja das pessoas invejosas. Valha-me Nossa Senhora!

Guardei aquele episódio na memória e durante muito tempo acreditei em olho gordo. Hoje em dia, não mais. Aprendi que a inveja cumpre sua sina é no coração dos invejosos. Puxa vida, que tipo de gente é essa, que não consegue suportar o sucesso e a felicidade dos outros? Para quê, carregar no olhar esse roubo de energia vital? Dúvidas, sempre dúvidas. Contudo, a idade avançada clareou em mim algumas coisas e penso que embora a inveja mate -- como vovó passou a me catequizar pela vida afora --, ela (a inveja) não tem tanto poder assim. Temos mais é que enfrentá-la com armas de longo alcance: alegria, senso de humor e firmeza. Não vejo a menor necessidade de esconder as coisas novas, o sucesso, e muito menos os dons pessoais que desenvolvemos ao longo da vida. E nada de falsa modéstia também. O ingrediente básico é um só: o bom senso. É assumir -- com firmeza e merecimento -- as riquezas que nos pertencem, mas por outro lado, não pegar carona na ingenuidade e sair por aí alardeando sua vida, seus projetos e esperanças. E por favor, sem ostentações, ok? Assim você acaba atiçando a inveja dos outros!

Xô urubuzada! A urucubaca não me pertence!

Talvez vovó pudesse ter saído ilesa daquele olho gordo, se tivesse conseguido cortar o padrão vibratório da invejosa, usando e abusando do senso de humor, da alegria e da presença de espírito, virtudes que sempre foram tão marcantes em sua personalidade. Mas ela se deixou tocar pelo medo e ficou sem ação.

-Marli Soares Borges -
* Nada contra os urubus (as aves não têm culpa de nada, rsrsrs)