Ontem um funcionário aqui do sítio, foi ao médico, e na volta passou na farmácia pra tentar comprar o remédio, saber o preço, essas coisas. E voltou de lá no ahé, de mãos abanando. Ninguém conseguiu entender nada do que estava escrito na receita. Taí o motivo desse post. É sobre os garranchos dos médicos nas receitas. Ah, não importa pra você? Então leia essa, que encontrei aqui:
“Um médico retirou o útero de uma paciente por engano em Santa Maria de Jetibá, colocando a culpa em problemas na letra que determinava o procedimento a ser realizado naquela paciente que lhe fora encaminhada."Cada dia, mais me convenço de que há um desajuste entre o que aprendemos na escola e o que, precisamos aprender, a custa de sacrifícios e erros, na vida, porque a escola não nos ensinou. Santo Cristo, porque a escola não me ensinou a ler garranchos, letras ilegíveis? Não tenho problema para ler e assinar contratos, cheques e outros tantos documentos importantes que requeiram entendimento. Mas quando tenho que comprar remédios ou fazer exames de laboratório, aí sim começa o calvário, ou melhor, começava...
Quer saber? De uns tempos para cá, as coisas mudaram. Ops, eu mudei. Agora exijo respeito por parte dos profissionais da saúde, mormente dos médicos. Recuso-me a aceitar receitas que ninguém entende. E tem dado certo. Quando algum médico escreve garrancho nas receitas, reclamo na mesma hora. Eles imediatamente melhoram suas letras. E tem alguns que escrevem direto no computador, o que acho ótimo. Na verdade, precisei tomar providências severas apenas uma vez. Simples, fui ao Procon. A propósito, você sabia que o médico, como qualquer outro prestador de serviços, também está sujeito às leis de defesa do consumidor?
Embora, em relação a mim, eu esteja conseguindo resolver, numa boa, essa questão, sei que, para muitas pessoas as receitas médicas ainda continuam sendo um problema. Além da doença elas ainda enfrentam dificuldades na hora de comprar os remédios pois ninguém entende o que o médico escreveu. E as mais pobres, às vezes botam seu único dinheirinho fora, no remédio errado, que o atendente da farmácia, para ajudar, apenas adivinhou..., pensou que fosse... É, gente, o caso é mais sério do que parece.
Puxa vida, porque alguns médicos não cumprem a ética e continuam a escrever garranchos ininteligíveis? E porque os consumidores aceitam pacificamente essa falta de respeito? Não, gente, chega de baixar a cabeça. Temos o direito de exigir letra legível nas receitas médicas. É Direito sim. Não é favor.
A obrigatoriedade de letra legível em receituários médicos no Brasil é bem antiga. Já em 1932, o Decreto 20.931, que regulamentou a profissão de médico, trouxe em seu artigo 15 a obrigatoriedade de escrever as receitas por extenso e bem legível. Mais tarde, em 1973, a Lei 5.991, dispondo sobre o controle sanitário de insumos farmacêuticos, em seu artigo 35 reforçou ainda mais: "somente será aviada a receita que estiver escrita por extenso e de modo legível". Em 1988 o Conselho Federal de Medicina fez publicar a Resolução n° 1246/88 que, em seu artigo 39 considera antiética a má-caligrafia, além de ser um exemplo de má-prática médica. Atualmente o novo Código de Ética Médica (CEM), em vigor desde o ano passado, estabelece que o médico deve escrever a receita de forma legível. Repito a pergunta: porque alguns médicos descumprem a lei e a ética impunemente? Resposta: porque os consumidores permitem.
Então... Procon neles! E Ministério Público também. E justiça também. E imprensa também. É hora de botar a boca no mundo.
E como fica a escola no meio disso tudo? Bom, à guisa de retratação, reconheço que a escola estava certa. Ela nos ensinou a escrever e a ler letras legíveis. Hieróglifos é com Champolion. rsrs.
Humpf! Tem umas buzinadas aqui no meu ouvido: e os atrasos nas consultas? Calma, isso é assunto para outro post. Tem muito pano pra mangas.
Beijos a todos.
Eles desrespeitam mesmo...Incrível.Ainda bem que muitos realmente usam o computador! beijos,chica
ResponderExcluirMarli, por vezes, a receita vai de mão em mão e ninguém consegue decifrar o que está escrito.Nunca entendi porque não escrevem de modo legível.
ResponderExcluirVie Marli, isso aconteceu a poucos dias comigo mesma. Fui ao medico homeopata e ele passou uma lista de exames a ser feito. Quando liguei no plano de saúde para saber os procedimentos e tive que falar o nome dos benditos, dois deles nao consegui entender. falei o que achava e as moças do atendimento foi por 'dedução'já que este exame era sequencia de um outro - sabiam qual era por conta dos outros da lista - que sao exames de praxe, digamos assim.
ResponderExcluirNem sabia que eles eram obrigados a escrever por extenso.
receitas geralmente eu recebo já digitadas. Facilita muito.
Beijos
Olá Marli
ResponderExcluirNinguém merece essas receitas escritas em códigos. Acho que eles escrevem assim para dar caráter de importância. Acham que é chique.
Bjux
Estou com você e não abro Marli!
ResponderExcluirÉ uma questão de educação.
Deveriam ter curso de caligrafia inserido no curso de medicina...assim com eu fiz no curso para professora.
Gostei da sua postura...escreveu garrancho não aceita! Simples. Faço igual.
Parabéns pelo texto.
Um beijo grande...estava com saudades.
Astrid Annabelle
É Marli querida, como disse outro dia numa postagem, as vezes as pessoas não tem coragem, nem instrução para exigir seus proprios direitos... Um absurdo.
ResponderExcluirJá sofri com isso, mas não sofro mais. E faço o maior esparramo é no consultório mesmo. Escrevi um post certa vez, onde retratava os apuros pelos quais passei por um dito receituário. Fui em 3 farmácias diferentes, e cada uma delas queria me vender um remédio diferente. Voltei ao médico e sequer ele conseguiu se entender.
ResponderExcluirSou daqueles que não sei ficar quieto, e reclamo mesmo, mas, infelizmente, nosso povo é por demais pacato. Isso tem que mudar.
Excelente postagem, Marli.
Abraços.
Marcio
Nossa Marli! Arrasou! Que coragem!
ResponderExcluirIsso sim é um Comportamento do Novo Mito!
Vamos parar de aceitar este desrespeito dos profissionais da saúde!
Humanizar também a letra dos médicos!!!!!!
Divino Post!
Grato!
Houve um tempo que trabalhei conferindo faturas médicas, indicações de exames, essas coisas. Acabei ficando meio expert, mas era uma luta. Isso há muitos anos...
ResponderExcluirAgora temos a quem recorrer e vários estão adotando o uso do micro, mas no serviço público... Lamentável!
Bjs.
Marli, tem tanta coisa errada no exercício da medicina, tantos abusos. Isto me entristece bastante. Os bons médicos, estes, andam raros.
ResponderExcluirFala-se por aqui em "receitas eletrónicas", uma providência que, entre outras coisas resolverá essa inaceitável situação.
ResponderExcluirDenunciar nunca é de mais.
Beijos,
Ninas
Essa é realmente uma boa discussão viu, Marli? Temos que aprender a lutar e exigir os nosso direitos. Parece até tratar-se de um status,
ResponderExcluir-Ah, Você tem letra de médico!
Palhaçada. Você tem toda razão. bjs
Uma questão cultural.Se acham Deuses, senhores da vida e da morte.
ResponderExcluirhumanizar a letra e humanizar os médicos...JÁ!!!
Eu também reclamo! Falo na mesma hora, peço imediata tradução! Afff, já passei cada uma...
ResponderExcluirBj!
Isso é realmente um absurdo né???
ResponderExcluirGosto da clinica que vou por causa disso. todos os pedidos são preenchidos pelo compitador. Pronto! acabou o problema da letra!
Mas quando vou a um médico que nao entendo a letra, pego minha caneta e na cara dura pergunto o que significa aquela palavra e anoto atrás...
fala sério!
bjkas
Oi, Marli!
ResponderExcluirIsso é de fato um grande problema. Já voltei aos consultórios médicos algumas vezes para que os profissionais escrevessem de forma correta. Hoje não faço mais isso, confiro no ato da consulta o que está escrito no receituário.
Quanto ao outro assunto, de atrasos nas consultas, já fiz um post certa vez, de revolta e indignação, kkk.
Beijo grande
Socorro Melo
Marli
ResponderExcluirMuitas vezes eu tenho que enviar a receita para o laboratorio pois este não entende o que está escrito.
E ate nas farmacias também.
Estamos perdidas!
com carinho Monica
Você, mais uma vez, está corretíssima, Marli. O problema não está localizado na escola, mas na ausência de consciência crítica e cidadã.
ResponderExcluirAcostumamo-nos a tolerar, porque a compreensão é de que o médico é um prestador de favores. Opera curas e por isso devo acatar... Ora, isso é cultura permissiva. Isso é abdicar da própria dignidade.
Então, PROCON neles e tudo o mais que for preciso. É claro que, se cada um exigir, aos poucos um pouco de vergonha na cara acaba acontecendo...
Fico pensando nas regiões periféricas e pouco assistidas... Lá sim, certamente reina a lei dos "garranchos e garatujas", de doutores que se impõem pela arrogância e ausência de ética.
Cidadania neles!
Meu carinho a você!
Marli, sou médica e minha letra é linda. Garranchos não é caracteristica de médicos.Não tem cadeira na Faculdade que ensine a escrever ilegível.
ResponderExcluirVc é uma danada, né? Aparece e desaparece lá no blog.
Abraço
Pois é Marli, tá difícil memsmo. A falta de respeito ao consumidor (incluindo aí os pacientes)realmente é algo generalizado, e geralmente a busca pelos nossos direitos envolvem procedimentos tão burocráticos e demorados que a maioria acaba desistindo.
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ResponderExcluirMarli, eu fico indignada com essa mania de alguns médicos escreverem assim, quanta falta de coerência e bom senso! afinal é um risco que os pacientes correm em terem suas receitas mal entendidas.
ResponderExcluirBeijos