16 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO |
- Marli Soares Borges
Sobre questões alimentares, tenho visto muita coisa nesse mundo. Mas hoje não vou falar da fome, nem da vida dolorida e indigna de quem não tem o que comer. Quero falar de outra coisa que também considero muito, muito triste: o desperdício alimentar. Fico indignada quando vejo desperdício de comida, descaso com o alimento.
Tem pais sem a menor noção, que simplesmente não ensinam seus filhos a se alimentarem. Esses pais fazem parte de um segmento de gente, relativamente jovem e bem de vida. Gente "phyna" que não liga para "ninharias". Acham lindo empurrar comida na goela dos pirralhos e enchem o prato como se a criança fosse um gigante e a comida fosse fugir. E as pobres crianças, escondidas atrás de uma imensa torre alimentar, acabam ficando perdidas e não comem nada. Mas remexem e estragam a comida. Me dá tanto nojo dessas atitudes, que meu estômago chega a embrulhar. As crianças mal educadas desperdiçam comida graças a esses indivíduos preguiçosos, ignorantes e burros que se auto-intitulam "Os pais".
Não consigo entender essa dinâmica, acho isso uma brutal estupidez, um tipo de coisa que me estressa e me ofende. Falta educação, falta visão, falta elegância, falta compaixão. Esses pais e mães são um triste exemplo do que não se deve fazer e ser.
Qual é o problema em diminuir a quantidade de comida no prato das crianças e ensiná-las que é melhor repetir do que estragar? Qual é o problema em ensinar os filhos? Dá trabalho? Claro. A educação dói, quem não sabe? mas é necessária sob todos os pontos de vista. Nossa alimentação é sagrada, nosso corpo é sagrado, nós somos criaturas de Deus. Todos. TODOS. Por que estragar a comida que pode alimentar o outro? Me dá uma tristeza ver tanto desperdício e saber que tantos estão com a barriga doendo de fome.
Fico pensando no que será dessas crianças "phynas" que estão se criando isentas de traquejo social e ambiental. Pobres adultos pobres. É isso que serão: pobres. Trabalharão somente pela comida, pois o futuro do mundo nas questões alimentares não é nada promissor, e com todo esse desperdício, a fome não tardará a chegar para todos. Para todos, eu disse. Os especialistas estão alertando. E o preço da comida, quando tiver, será estratosférico. Já é. Mas esses pais ineptos tem um cérebro de azeitona e não conseguem aquilatar o tamanho do prejuízo que estão causando aos filhos, a si próprios e ao mundo.
Santo Deus, antes que seja tarde, é preciso enfiar na cabeça desses adultos - pais e mães - que desperdício é sinônimo de burrice; desperdício atrai pobreza e limitação; desperdício é prenúncio de indigência material. O alimento precisa ser visto e tratado sob outra ótica: a ótica da suficiência. O suficiente para alimentar-se sem estragar, que esse sim, é o mais claro sinal de inteligência.
A educação das crianças não pode prescindir da noção cósmica. Não precisa ir longe, logo ali, tem gente que não tem o que comer. Tem gente que tinha tudo e empobreceu e agora não tem mais nada. Querendo ou não, estamos todos conectados e nossas conexões são reais e precisas.
Podemos fazer alguma coisa? Sim, cuidar do mais importante para nossa sobrevivência: nossos alimentos. Ensinar as crianças, desde pequenas, a não desperdiçarem comida.
Pais! deixem de preguiça e ensinem seus filhos! O alimento que temos hoje e desperdiçamos, poderá faltar na nossa mesa amanhã.
Por favor pais, pensem nisso.
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Em tempo:
- Penso que os restaurantes deveriam cobrar pelo desperdício. Deixou comida no prato? Pague o preço. Adulto aprende muito bem quando mexem no seu bolso.
- O tema desse ano de 2021 tem uma proposta que vem totalmente ao encontro de tudo o que escrevi: “As nossas ações são o nosso futuro. Melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida” fonte: Senado
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