Acredito no acaso muito mais do que no mérito e considero que o esforço e o talento, por si só, não determinam o sucesso de ninguém. Li um artigo de um escritor franco-canadense - Malcolm Gladwell - sobre esse assunto e concordo com ele. Para mim, a meritocracia não passa de uma ideia falsa, quase uma fé "virada para baixo" com dizia Murphy. Se o esforço árduo fosse necessariamente recompensado, o sucesso estaria praticamente garantido para todas as pessoas. Era só se esforçar e pronto. Mas, infelizmente, não é assim que funciona, tem gente que leva a vida inteira se esforçando e nunca chega lá. Acontece que a meritocracia é apenas uma crença e o acaso não. O acaso é real e está em todos os lugares. Observe: o acaso inaugural, que praticamente dá o 'tom' da nossa existência, começa precisamente no dia em que, direto da barriga de nossa mãe, desembarcamos nesse mundo. Desde a nossa mãe, a nossa família, o lugar do nosso nascimento, nossa escola, etc, até os atos e fatos casuais, anteriores e decisivos que nos dizem respeito, todos eles são acasos determinantes na nossa vida. Enfim, penso que o papel do acaso não é pequeno, ele é bem maior do que gostaríamos de admitir. Mas isso não significa que eu despreze o valor do esforço e da dedicação. Pelo contrário, o esforço, a dedicação, o comprometimento e as horas-bunda de estudo, contam muitíssimo na vida e, verdadeiramente, alavancam o sucesso. Apenas não concordo com a ideia de que o esforço árduo terá necessariamente sua recompensa, pois o acaso é moeda forte e não pode ser desconsiderado. Lembro de Santo Agostinho, "somos todos iguais, até o momento em que nascemos". Certamente, também ele, por acaso, andou encucando no acaso de todos nós.
Marli Soares Borges
Texto que nos "obriga" a uma profunda reflexão sobre os acasos da vida. Gostei muito de ler. Texto bem escrito, maravilhoso.
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Muito obrigada pelo comentário. É ótimo ter você por aqui, com sua verve poética e reflexiva enriquecendo os leitores.
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😘
Oi Marli,
ResponderExcluirtambém fiquei encucada com o valor do acaso. Ainda não havia posto foco nele, mas, confesso que tua prosa aumentou meu olhar sobre tal.
Há o quê pensar sobre esta moeda forte do destino!!!
Bjos daqui.
Carmen
Muito obrigada pelo comentário.
ExcluirÀs vezes a gente até confunde o acaso com o destino. Dois conceitos tão imbricados, não é?
😘
Amanheceu, é novo dia, querida amiga Marli!
ResponderExcluirSanto Agostinho tinha razão.
Se fosse só esforço, estaríamos muitos de nós na maior felicidade.
Vale muito o ânimo e generosidade da nossa parte, mas o "Acaso" vai me socorrer quando eu estiver distraída... Assim diz a música e eu tenho o Nome do meu Acaso.
Gostei muito da reflexão tão pertinente.
Até na Pandemia tem mistérios: quem participa de reuniões clandestinas não pega o vírus muitas vezes... Quem não se descuidou jamais está sujeito a perecer.
Mistério...
Que bom ter retornado com a profundidade dos seus posts!
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus familiares!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Muito obrigada, querida Roselia! Bateu a saudade e... voltei!
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💐😘
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