G A L E R I A

sexta-feira, maio 30, 2014

UM NOVO JARDIM


E disse o Senhor Deus: todas as pessoas foram feitas para serem amadas. Mas as coisas não! Elas só existem para serem usadas. No dia em que amares as coisas e usares as pessoas, certamente morrerás de tédio, tristeza e dor. E um grande caos se formará na terra e não mais veremos o céu aberto nem a música dos anjos. E não conseguiremos ver as flores, nem sentir-lhes o perfume.

E tudo funcionava muito bem, e a luz resplandecia nas trevas. Mas eis que as trevas não a compreenderam e começaram a 'trabalhar' a cabeça e o coração das pessoas! E os valores se inverteram no mundo: as pessoas passaram a usar as pessoas e a amar as coisas. Era o ter sufocando o ser.

E a maldade se multiplicou sobre a terra... e o caos se formou.

Mas nada é eterno no mundo, e esse caos também não é. Precisamos modificar tudo isso e recuperar os valores perdidos. Acredito nos adultos -alguns- que assim como eu, insistem na luz. Acredito nos amanheceres, nas crianças, no doce enlevo da música, no perfume e na beleza das flores. Acredito na nova era e represento-a em meu coração como um imenso jardim florido, cheio de encanto e magia, onde as pessoas amam somente as pessoas e as coisas servem apenas para serem usadas. E consigo ver o brilho e sentir a energia da paz.

Um beijo
Marli







quinta-feira, maio 29, 2014

A CEGUEIRA SEM ENSAIO

lei cegueira

Olá, todo mundo.

Nem sempre o que é legal é justo, ok? Por isso, não é possível falar em Justiça sem falar em Direito. Mas já vou esclarecendo que Direito e Justiça não se confundem.

Direito é de âmbito restrito, ele apenas contém a Lei, que, por sua vez, é a principal fonte formal de expressão do Direito. É através da lei que a sociedade determina as normas de conduta que todos devem observar. Mas como a lei é dirigida a uma universalidade de pessoas, ela é recheada de falhas, razão porque, não esgota --e nem poderia esgotar-- o Direito. Acontece que o Direito, como instrumento de controle social, não pode ter falhas. Sacou? É aqui que entra nossa amiga Justiça.

Abram alas.

Na aplicação da lei, quando o Direito é posto em dúvida surge a ideia de Justiça. Prestou atenção no que falei? Eu disse "ideia" de Justiça. Isso mesmo. A Justiça é ampla. Justiça é uma ideia, um sentimento, uma exigência ética que tenta "corrigir" a lei quando ela (a lei) é deficiente. A Justiça orienta-se pelo princípio da eqüidade que determina tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais.

Dito isso, vou direto ao ponto: a aplicação da lei pelo juiz. É aqui que a gente dança no processo. Estuda-se que o dever do juiz é sempre acatar a lei, mas que o seu maior dever é fazer Justiça. Mais do que a aplicação formal do Direito, cumpre ao julgador a efetiva realização da Justiça. 

Mas será mesmo que nossos juízes estão produzindo justiça na nossa vidinha, essa daqui? Sinceramente tenho cá minhas dúvidas. E tenho uma curiosidade danada de saber o que as pessoas pensam a respeito, até porque, é público e notório que nem sempre o que é legal é justo! Pior ainda numa sociedade como a nossa, dividida em classes, onde as concepções de justo e injusto são completamente diferentes para cada classe e, por conseguinte, a letra pura da lei sempre haverá de deixar uma lacuna. Então, por favor, sem essa de dizer que a justiça tem de ser cega. Já faz algum tempo que vem sendo contestada essa antiga representação da Justiça por uma deusa cega. Com certeza, a deusa Themis não é a figura mais indicada, pois a Justiça para ser justa tem necessidade de ver as diferenças. Precisa ter os olhos bem abertos para ver a realidade; ter ouvidos atentos para ouvir a súplica dos que por ela demandam. E ter uma voz clara, com palavras de fácil entendimento para que todos possam compreender o que diz. Mas hoje em dia, parece que a Justiça além de cega, é surda, muda e burra. Não se deu conta ainda de que a única coisa que deve ser igual para todos é o acesso à Justiça.

Mas antes que você comece a se entristecer com esse estado de coisas, informo que há uma luz no túnel. Alguns juízes corajosos, já reconheceram que embora a Justiça continue cegueta, eles podem prolatar suas sentenças com os olhos abertos. São poucos, mas é melhor do que nada.

Quero pedir um favor a você, só por agora: pare de pensar na (in)Justiça Brasileira, não pense na dureza que é buscar seu direito no Judiciário, nas inglórias demandas judiciais dos contribuintes (porque será hein?), na lentidão, na precariedade da Justiça e nem na insegurança jurídica que estamos vivendo. Apenas reflita. E não me prive de sua companhia por causa do que acabo de escrever. Para me redimir, vou arrematar mostrando a você uma sentença de um juiz que não é cego. Aposto que você vai gostar! Está aqui.

Beijos.
Marli

sexta-feira, maio 23, 2014

LICENÇA, MINHA VÓ ESTÁ DE ANIVERSÁRIO HOJE E QUERO "DIZER UM VERSINHO", rsrsrs




versinho


Minha vó despediu-se há bastante tempo
foi morar com meu avô, no Grande Jardim.
Se ela estivesse aqui,
hoje seria seu dia de celebrar a vida.
Mas eu, que ainda estou,
celebro uma saudade boa.
E a vejo... baixinha, cheia de atitude,
as mãos doentes de artrose, mas sempre trabalhando,
costurando,
limpando e perfumando a casa
e fazendo comida boa.
Só de pensar me dá água na boca.
Ela era uma pessoa tão cheia de vida,
gente assim, deveria ficar para semente.
E ensinou-me a entender tantas coisas...
a dor, a beleza e o compromisso de viver.
Quando penso nela, reconheço quem sou.
Aprendi com ela a sentir o sabor da comida
no coração.
E aprendi a amar as margaridas que ela plantava... sempre, sempre.
Quando floresciam,
o sol refletia seus raios nas pétalas brancas
e o jardim ficava repleto de luz!


Sei que hoje
o Grande Jardim vai estar todo iluminado
[ah se não te conheço, Dona Maria! você não para nunca!
Por nada nesse mundo você deixaria de plantar suas flores de luz!]
Feliz aniversário vózinha.
Estou com tanta saudade.

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, maio 22, 2014

CONJETURAS

conexão


Não sou.
Estou em estado
universal,
planetário,
fractal
e
orgânico.
Viajo em conexões transitórias
na engrenagem cósmica
da vida. 
- Marli Soares Borges -

sábado, maio 17, 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS



VOCÊ SABE QUE DIA É HOJE?
ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DA HISTÓRIA EM QUADRINHOS.


17 de maio

Em1890, nesta mesma data, 17 de maio, foi publicada em Londres pela primeira vez uma revista semanal com histórias desenhadas.

"Algumas fontes consideram o 17 de maio de 1890 como o dia de nascimento da história em quadrinhos. Foi nessa data que Alfred Harmsworth, mais tarde Lord Northcliffe, um magnata da imprensa de então, lançou em Londres a Comic Cuts, primeira revista com histórias desenhadas."

Em tempo: (pra variar, rsrsrs) - Aqui está a reportagem inteira, "1890: Primeira revista em quadrinhos" [bateu uma preguiça de escrever e achei tão completa a reportagem que resolvi trazer para cá, inclusive a imagem] mas se você digitar no google "The yellow kid" você vai se maravilhar com tanta imagem legal e textos sobre o assunto.

Enjoy
Marli

sexta-feira, maio 16, 2014

ANTES QUE SEJA TARDE


antes que seja tarde
Não perca sua capacidade de admirar as belezas do mundo.
O ipê florido à beira da estrada é quase um imperativo bíblico a nos dizer: pare e admire!


Andamos todos meio down com a barbárie que grassa por aí. Será mesmo que isso nunca vai ter fim? E a gente combate do jeito que pode, com as armas que temos. Vamos xingando, falando e mostrando na internet as imagens grotescas dos crimes. E juntamos a descrição detalhada dos requintes de crueldade cometidos contra as vítimas. Pensamos que assim será mais fácil dar um basta nessas desgraças. Mas, não! Em vez de atenuar, estamos exacerbando os ânimos.

Passado o impacto inicial, - que a grande mídia já trouxe à tona -, começa o efeito contrário e indesejável: de tanto ver esse tipo de coisa, nosso coração vai endurecendo e ... acostumamos. E todas essas atrocidades que hoje abalam nossas estruturas, amanhã não passarão de banalidades incluídas no rol das leis naturais da vida. Bom seria se conseguíssemos equilibrar as coisas e evitar a banalização da barbárie. Que tal direcionar nossas energias para mostrar o bem, as atitudes nobres das pessoas? para as belezas do mundo? para tantos aspectos que fazem a vida valer a pena?

Acredito que, ao lado da indignação, é possível também (re)lembrar nossos motivos de viver. Sinto que precisamos dessa luz para enxergar as belezas do mundo e fortalecer nosso espírito. E, nesse quesito, a beleza é sempre a essência da qual não podemos prescindir. Vamos enfeitar nossos corações e promover a vida, antes que seja tarde. Vamos prestar atenção e espalhar coisas boas e bonitas. Quem sabe assim a gente estimula uma nova percepção de mundo e obtém melhoria nas condutas? É pagar para ver. Só sei que não suporto mais esse miasma escurecendo o mundo. Quero luz! Vou atrás de alguém - brilhante - que ampare minhas ideias e faça um upgrade nesse meu texto, e me ajude a clarear a vereda. E fui. Adivinha quem encontrei? Um grande amigo, filósofo, reconhecidamente sábio. Seu nome? Confúncio. Perguntei-lhe porque, ao comprar arroz, ele comprava flores também? e ele me respondeu calmamente: compro arroz para viver e flores para ter motivos para viver. Você viu a luz da sabedoria brilhar? a concretude do exemplo que ele nos deu? Aí está: a beleza fortalecendo o espírito. E o espírito fortalecido, fazendo a vida desabrochar!

-Marli Soares Borges-

Em tempo: 
Veja que maravilha nosso Rubinho, o Alves, [ele diz cada coisa linda, adorooo] e aqui ele se superou, rsrs "Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si."

. Quer conhecer Confúncio, clique aqui
. Rubem Alves, aqui
. Imagem da internet, se alguém tiver direitos sobre ela, me avise.

sexta-feira, maio 09, 2014

HOMENAGEM (NÃO MELOSA) À MINHA MÃE



(E UMA CARONA PARA AS OUTRAS MÃES).


Não sou ligada em dia das mães e detesto esse negócio midiático de endeusar a mãe e ficar só nessas homenagens melosas, enquanto, na real milhares de mães não conseguem sequer ter uma vida interessante, porque são compelidas pelos filhos e pela sociedade a serem o aconchego de todos, criando em si a falsa impressão de serem indispensáveis. 

Acho bom aproveitar essa data para lembrar que mãe é, antes de tudo uma pessoa. Uma mulher que tem vontades, que também quer alguma coisa, que também sonha. E que também cansa de alugar sua orelha para os filhos. Cansa de babaquices e prepotências de pirralhos. E cansa de lidar com Peter Pans e Cinderelas que não querem crescer. Seria bem mais produtivo se nesse dia das mães, os filhos -- e os maridos, por que não? -- refletissem um pouquinho sobre isso e fizessem um pacto consigo mesmo: parar de oprimir a mãe com bobagens existenciais. Facilitar a vida. Que tal simplesmente deixar sua mãe viver? Sem essa de querer que ela seja a tal, a perfeição, o modelo de mulher, alguém para venerar. Isso é muito chato, pelo menos eu acho. 

No meu caso, costumo deixar minha mãe respirar, ser dona da vida dela e tomar decisões sem culpas e sem opressões. Decidiu? Tá decidido. Não quer sair? Não saia. Quer sair, saia. Mas veja bem, eu não sirvo de exemplo para ninguém, até porque meu caso é especial, a diferença de idade entre eu e minha mãe é quase nada, e estamos ambas no outono de nossas vidas. Mas você que está na primavera, tome tento, não pise nas flores, alegre-se com elas!

E agora, quero prestar homenagem à Dona Odete, minha mãe. E o faço pedindo a Deus que abençoe minha queridona e que permita que ela continue a viver sua vida assim, saudável, independente, dona de si. Que ela continue seu envelhecimento assim, com serenidade e brilho no olhar. Ela é uma pessoa muito alegre. Deus, não tire isso dela! Que ela não se sinta obrigada a nada comigo e que aproveite seus dias como bem lhe aprouver. Que faça o que lhe der na telha. Assino embaixo.

Domingo à tarde não irei abraçá-la porque estarei viajando, mas antes de viajar pretendo tomar um chimarrão com ela e aproveitar sua companhia. Ela tem 82 e continua sendo uma batalhadora, uma líder por excelência, ariana autêntica. É heroína da vida, e felizmente não é nenhuma santa nem modelo de perfeição. É minha mãe. E viva o nosso dia, o dia de todas as mães!

Um grande beijo

Marli


A foto mais atual que tenho é esta, tirada em janeiro (2014) com minha filha, que também é mãe,
portanto deu tudo certo! E aproveito o embalo para desejar um feliz dia pra você também, Dany!

Publicado ontem no Facebook
foto by me, portanto tem direitos

- Marli Soares Borges -

segunda-feira, maio 05, 2014

QUILOMETRAGEM


dúvidas
"A dúvida é o princípio da sabedoria"
Sei não, Aristóteles, não me sinto sábia, apesar das dúvidas... rsrsrsrs

A propósito dessa linda imagem outonal, não sei porque, acabei associando com uma coisa que me encucava no passado. É que o pensamento social da época, conferia poder aos mais velhos baseado num conhecimento "incontestável", que denominavam "Sabedoria Dos Mais Velhos". Era mais ou menos assim, a pessoa envelhecia e virava sábio! E nós, crianças, a bem de salvar a nossa pele, andávamos de bico calado, afinal a gente não sabia nada mesmo! Mas o tempo não pára, e agora aqui estou no escaninho dos mais velhos. E o problema é que andei, andei, e não encontrei a tal Sabedoria, aliás, nesse quesito minha bolinha anda meio murcha... as dúvidas me assolam cada vez mais e pelo visto a idade não me presenteou com as Grandes Respostas. Tenho apenas uma certeza: idade não é elemento substancial nem caracterizador de sabedoria e muito menos passaporte para o saber. Pensando bem, o que nos dá alguns quilômetros de vantagem nessa corrida é a experiência, que nos ensina a ocultar as coisas que ignoramos e fazer de conta que sabemos. E por conta dessa quilometragem, até nos arriscamos a lascar alguns conselhos por aí.

Olha só o que encontrei nas minhas andanças na web. Fiz algumas adaptações, claro, rsrsrs: tão velho, mas tão velho que parece que quando Deus disse: Faça-se a luz, ele puxou a fiação.

"A experiência é aquilo que lhe permite reconhecer um erro quando você o comete de novo". Ah, mas esse Earl Wilson também é de lascar!

- Marli Soares Borges -

sexta-feira, maio 02, 2014

VOSSOS FILHOS


Faz muito tempo. Eu era adolescente ainda, e foi na biblioteca do colégio que li pela primeira vez esses dizeres do Gibran Khalil. Achei a coisa mais linda, mais perfeita e tratei de copiar e guardar comigo..., pensava nos meus filhos quando eu fosse mãe. Mas não sei como, sabe aquelas coisas que acontecem... na verdade não sei se perdi ou emprestei para alguém que não me devolveu. O fato é que simplesmente o dito texto sumiu das minhas mãos e nunca mais o encontrei. Coisa doida, ninguém tinha, ninguém sabia, ninguém nunca vira. Fiquei tão chateada, mas não desisti de procurar. Muitas vezes tentei lembrar do texto, mas nunca consegui, quando muito lembrava de alguns pedaços. Mas hoje, aconteceu! Encontrei na internet. Imagina se eu não iria trazer para cá e mostrar a você!

Para ilustrar o poema, taí o Pedrinho, meu netinho mais novo, que adora brincar com "meus olhos", rsrsrsrs. (Ele não sabe que coisa chata é depender de óculos para enxergar, tsc). Mas eu o trouxe aqui, porque, tal como disse o poeta, sua alma reside no amanhã, que nem mesmo em sonho poderei visitar. 


vossos filhos
Meu Pedrinho e meus óculos, não faça isso menino! 

Vossos filhos não são vossos filhos. 
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. 
Vêm através de vós, mas não de vós. 
E embora vivam convosco, não vos pertencem. 
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, 
Porque eles têm seus próprios pensamentos. 
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; 
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, 
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. 
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, 
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. 
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. 
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força 
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe. 
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria: 
Pois assim como ele ama a flecha que voa, 
Ama também o arco que permanece estável.


Beijos a todos
Marli