segunda-feira, julho 12, 2021

PALAVRA MÁGICA - DESAFIO 247






S U P E R C A L I F R A G I L I S T I E X P I A L I D O S O

Proposta: utilizando apenas as letras dessa palavra, descobrir pelo menos 
7 palavras com 5 letras ou mais e escrever um texto.

Não escrevo porque saiba escrever. Escrevo apenas porque gosto, porque me sinto bem. Estou sempre querendo dizer coisas. Escrever é um vício. As palavras me atropelam durante o dia e me aprisionam à noite na tela do editor. É difícil contê-las, mas não querem mais falar em máscara nem álcool gel, muito menos em pandemia. Querem passear, sorrir, sair e encontrar-se com amigas. Já lhes pedi que se aquietem, que parem de importunar. Mas elas não ouvem.

-Marli Soares Borges-

sábado, julho 10, 2021

LIVRES PARA BRINCAR

 

Esta é minha participação na BC proposta no Blog "Devaneios e Desvarios

UMA IMAGEM, 140 CARACTERES #403



Criança, cachorro e bola
num sábado ensolarado?
Acabou a pandemia 
e as brincadeiras voltaram?
Desculpe, esse é meu sonho,
por enquanto, fantasia.

-Marli Soares Borges-

sexta-feira, julho 09, 2021

MIRAGEM

 

Minha participação na BC da Norma, para o mês de julho.

"Uma imagem, um conto

As imagens que compõe esse projeto, 
são do calendário dos 
"Pintores com a Boca e os Pés". 

“Em contato com a natureza” 
Fernando Fernandes dos Reis


Naquele verão eles avistaram novamente o barco. Todo o povoado conhecia a história. Aquele lindo barco aparecia a desaparecia do nada e os moradores morriam de medo. Era um perigo, ninguém podia chegar perto. Era preciso ignorar o barco e tratar de esquecer. Era de outro mundo, diziam, e quem insistisse em olhar, estaria perdido. 

Mas não adiantou avisar nem aconselhar o casal de apaixonados. Não adiantou pedir-lhes que virassem as costas, que fugissem dali, que ignorassem, que o barco era lindo, mas que não era de passear. Eles só viam a beleza do barco. E chegaram tão perto e ficaram tão fascinados que não deram ouvidos a mais nada. Como se atendessem a um chamado, subiram no barco e, sob os protestos dos moradores da região, despediram-se e partiram. Sorridentes e felizes, eles só queriam aproveitar a vida. 

E foi a última vez que foram vistos. 

Ninguém sabe o que realmente aconteceu. Tem gente que jura que o barco foi completamente destruído num temporal. Alguém lembra de ter visto pedaços do casco enterrados na areia. E outros acham que o casal era apenas uma miragem. 

Mas o fato é que o barco, de vez em quando ainda aparece. Da última vez que apareceu, todos viraram as costas e, se perguntarem, ninguém viu.

Marli Soares Borges

quarta-feira, julho 07, 2021

LAREIRA E FLOR



Aqui estou participando novamente da BC "Botando a Cabeça Pra Funcionar", que acontece nos dias, 5, 15 e 25, coordenada pela querida Chica. A proposta é fazer uma interpretação livre de uma imagem.



Esta é a imagem. 
A seguir, a leitura que fiz.


Essa foto sugestiva
Rende muita inspiração
Quem não pensa em viajar
Nas asas da imaginação?

Uma lareira brilhante
Ativa logo a emoção
E nos traz sempre à lembrança
As coisas do coração

Você viu que flor graciosa
Enfeitando o ambiente?
Entrou em cena, gloriosa
Colorida e envolvente.

Essa foto acende as luzes
Do descanso e do sossego
Momentos tão delicados
De calor e aconchego.

Meus aplausos à Fabíola
Por mostrar o seu talento
Numa foto tão bacana 
Que aguça o pensamento.

-Marli Soares Borges-

terça-feira, julho 06, 2021

MEDO E CORAGEM

 

"Um Grito de Alegria"
 - Releitura de "O Grito" de Edvard Munch -
Site Makepic Quadros Decorativos


Não conheço ninguém imune ao medo, mas conheço muita gente corajosa que enfrenta o medo. 

O medo e a coragem são riquezas existenciais, aprendizagens dinâmicas e significativas que incluem a aceitação de nossos limites e nossa história de vida. Já fraquejei inúmeras vezes, mas também já enfrentei o medo com valentia e coragem. Muitos medos e muitas coragens.

Mas, tem dias que minha coragem pega um cochilo e um medo gigante se instala em mim, o pior de todos, o que não tem remédio. E isso acontece exatamente no momento em que, num descuido, dou asas a pensamentos perturbadores. Aí, a primeira coisa que me vem à cabeça é um pensamento, que, no dizer de Camus, traduz "o desespero maior que todos temos": a certeza de que esse planetinha azul é só uma estação experimental, um lugar onde estou ancorada apenas para cumprir algumas tarefas e depois -compulsoriamente- terei que seguir viagem rumo ao desconhecido. 

(O quê? viajar rumo ao desconhecido? Peraí). 

Sempre gostei -e continuo gostando- de viajar e conhecer lugares novos, mas nunca viajo sem antes ler sobre o lugar de destino e conferir algumas dicas de viagem. A bem da verdade, "rumos desconhecidos" não me atraem, quero mais é viajar pra lugares bacanas e dar uns gritos de alegria, como o carinha aí dessa imagem que postei.

Analisando friamente, parece bizarra essa viagem rumo ao desconhecido, surreal até. Mas, nada disso! Aqui, tudo é absolutamente real, público e notório. Tão real que, quase sempre, ignoro as entrelinhas e passo batido, pois se começar a pensar, o medo se instala e um arrepio gelado me percorre a espinha. Surtada, começo a pensar num monte de coisas que, hoje em dia, inevitavelmente, culminam nessa situação de angústia mundial que estamos vivendo: ah, meu Deus, quando acabará essa aflição que tomou conta do mundo? 

Reconheço que para mim o excesso de realidade é bastante perturbador. Preciso de um oásis para atravessar o deserto. Ainda bem que tenho o meu: minhas artes manuais, -abençoadas artes!- que me fazem adejar aqui e ali e voar com as estrelas! Distraída, nem vejo a coragem chegar, não a vejo, mas sinto-lhe o vigor, que espanta o medo e me fortalece por inteiro. Quer saber o segredo? anote aí: tudo isso é divino. Essas artes, essa coragem e essa disposição que me movem, tudo vem de Deus. É socorro divino, amparo maior, que sempre agradeço, de joelhos!

Parabéns aos viajantes - se é que existem alguns - que conseguem transitar nesse planetinha, sem qualquer temor.

Marli Soares Borges



quinta-feira, julho 01, 2021

PALAVRAS NÃO DITAS



O desafio para o mês de junho, proposto por Marta Vinhais, do Blog "Com Amor" é escrever um pequeno texto e/ou poema sobre as palavras. Começar por "Nem todas as palavras são de amor". Explicar: o que escondem quando não são palavras de amor? As palavras definem realmente o destino de alguém? ou são simplesmente ocas?




Esta é a minha participação no desafio 

"Nem todas as palavras são de amor"...
Tem palavras sinceras e palavras mentirosas
Tem palavras atrevidas, sem noção e exibidas
Tem palavras doloridas, que ferem e vão além
E de certa forma definem o destino de alguém.

As palavras não são ocas, elas têm força e poder
Podem nos desesperar, ou nos fazer alvorecer

Cada palavra não dita, também pode nos magoar
Pode ser a mais maldita e impossível de olvidar.

Mas no meio disso tudo, lembro sempre as coloridas
São essas, as que mais gosto, palavras de todas as cores...
Estão sempre me animando e impulsionando na vida
E dizem tudo que sabem pra manter meu bom humor
Sábias, jamais esquecem, de falar sempre de AMOR!

Marli Soares Borges

terça-feira, junho 29, 2021

ALICE'S ADVENTURES IN WONDERLAND (RPS)

 


Quando a gente quer chegar em algum lugar é sempre bom ter um caminho em mente. 

Ora, quem não sabe? Pois é. Mas tem muita gente que segue andando às cegas por aí. E isso não é de agora. Quer ver? Leia esse diálogo -- superbatido, eu sei -- publicado em 1865. Ah sim, o livro é Alice's Adventures in Wonderland, frequentemente abreviado para Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas), a obra mais conhecida de Charles Lutwidge Dodgson, sob o pseudônimo de Lewis Carroll. 
-- Você poderia me dizer, por gentileza, como é que eu faço para sair daqui?
-- Isso depende muito de para onde você pretende ir - disse o Gato.
-- Para mim tanto faz, para onde quer que seja... 
-- Então, pouco importa o caminho que você tome - disse o Gato.
Lembro seguidamente esse livro. Aliás, acho que esse é um livro que deve ser lido em todas as idades. Na infância a gente tem uma ideia completamente diferente da que vai ter, mais tarde, na adolescência. E na fase adulta os horizontes se ampliam. E é precisamente aqui que o mundo de Alice se descortina e ela passa a fazer a sua própria leitura da vida e do mundo. E a gente junto. 

E o que dizer das suas descobertas? é um mundo. O mundo de Alice! 

Estou escrevendo e pensando em como nosso entendimento se modifica nas diferentes etapas da vida. Pelo menos, comigo tem sido assim. O passar do tempo tem lá seus segredos. E o livro também: a cada leitura uma nova descoberta! 

Marli Soares Borges

terça-feira, junho 22, 2021

O BARCO DA VIDA

Esta é minha participação na BC da Norma Emiliano, do Blog "Pensando em Família".
A proposta é escrever um conto com a imagem dada.



Positiva e alegre. Em sua casa, tudo funcionava perfeitamente, afinal, ela, insubstituível, empurrava o barco da vida com todas as suas forças e sempre arranjava as coisas de cada um. Com rapidez e perfeição, como era do seu feitio. Ela não era pessoa de fugir de suas responsabilidades de mãe, esposa e administradora da casa.

O tempo correu seu tempo. Alegrias genuínas ela não teve mais, mas estava tão ocupada em tocar a vida, que nem sentiu falta. E envelhecia sem perceber. E ninguém dizia nada, tudo era muito natural. Com o correr do tempo ela foi perdendo as forças e sentindo-se triste e só. Perdeu a vontade de tudo, até de olhar-se no espelho para pentear seus cabelos. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que parasse com o trabalho e fosse descansar. Que iriam substituí-la. E, de fato, no seu lugar, tiveram que colocar várias pessoas, a peso de ouro, para manejar as lidas. Mas o pessoal não se importou e tudo continuou funcionando muito bem. A vida seguiu para todos. As coisas simplesmente se arranjaram. 

Ninguém mais quer saber de mim, ela pensou. Ninguém mais precisa de mim. Que faço agora? Que fiz eu nesse tempo todo? Porque não cuidei de mim? talvez, se tivesse me cuidado, eu não estivesse tão acabada assim. E percebeu com tristeza, que seus olhos não viam na vida a mesma graça daqueles tempos distantes em que levava a vida mais leve e não se achava insubstituível a ponto de gastar suas forças como se fosse a única trabalhadora do mundo. Foi então que lembrou-se de sua infância e das palavras de Dona Clarice, sua querida avó: "a gente tem o direito de deixar o barco correr... as coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força”. 

Marli Soares Borges