domingo, novembro 23, 2014

CACTOS




força interior


Os cactos sobrevivem em condições muito adversas. São persistentes. Têm uma invejável força interior e apesar de viverem cercados por dificuldades estão aí numa boa, e ainda, alguns nos presenteiam com flores maravilhosas. Os espinhos são mecanismos de defesa que utilizam apenas para se proteger. Tudo igual, nós e eles.
Só que não, rsrsrs.

Nós preferimos utilizar os espinhos... e muitas vezes indevidamente. E nossa força interior acaba sendo subutilizada. No quesito armazenamento, então, os cactos nos dão de dez a zero. Eles armazenam água para saciar sua sede. E nós? Guardamos poluição e continuamos com sede. Ah, não? Melhor pra você. Mas, muitos de nós ainda têm que aprender o que armazenar exatamente. O ideal seria armazenar apenas sentimentos geradores de energia e disposição. Assim facilitaria a tarefa de neutralizar os momentos down que pontuam nossa existência. O lance é guardar sentimentos que aprimorem nossa força interior. Que tal começar uma "operação-cebola" agora mesmo? E ir descartando as poluições? e ir se aprontando para um 2015 nos trinques?

Marli Soares Borges

segunda-feira, novembro 17, 2014

SIM, EU ME IMPORTO

Seu direito começa onde termina o meu. Ouço essa cantilena desde que me conheço por gente e hoje em dia, vendo tantos disparates acontecerem em nome do Direito e da Justiça, fico pensando nessa burrice incremental que atinge as pessoas. Para viver em paz precisamos reconhecer e respeitar os limites de cada um. Puxa vida, qual é o problema? Por quê, sempre que o direito se encontra com o dever acontece um conflito? Ah, não acredita? Que me diz do condômino, que por ser também proprietário do imóvel, acha que não precisa respeitar o horário do silêncio? e os que fumam em local público num ostensivo abuso do direito alheio de respirar um ar livre de fumaça de cigarro? e os pedestres que são ignorados enquanto esperam a travessia em sua faixa? e o lixo descartado indevidamente? e por aí vai. 

Recentemente veio à tona o escancarado abuso perpetrado por um Juiz frente a uma agente que o autuou no trânsito. Ele simplesmente deu um carteiraço. Mas vergonhoso mesmo, foi o Judiciário que avalizou essa conduta desprezível. O tribunal acaba de institucionalizar o carteiraço e azar o nosso. Francamente, não sei o que dizer, só que a conhecida piada que rola no meio jurídico, está absolutamente certa: os juízes de 1ª instância ACHAM que são deuses e os desembargadores TEM CERTEZA. Não me admira o resultado: o mais puro, vergonhoso e deslavado corporativismo. E mais, você viu a rapidez da decisão? Pobres somos nós comuns mortais, que esperamos a vida inteira até que eles se dignem decidir nossos processos. E eles não estão nem aí.

Ops, agora perdi o fio da meada. 

Ah sim, estava falando isso, por causa da empatia. Você sabe o que é empatia?

Empatia é colocar-se no lugar do outro para ver como ele(a) reagiria diante de determinada situação. É uma atitude civilizada, fundamental para que o respeito se estabeleça. A empatia tem tudo a ver com o exercício do direito e do dever. Nos tempos bíblicos Jesus Cristo, pressentindo o caos social, tratou de dar a letra: "não faças ao outro o que não queres que se faça a ti". Sábio, o Mestre sempre foi um notável defensor da empatia. Mas ninguém ligou e o caldo entornou. E um número considerável de pessoas segue infringindo as leis e ignorando o direito dos outros, como se fossem imunes aos comandos legais. Meu Deus, o mundo está carente de empatia! Precisamos de empatia para entender que não basta EU ter vontade de falar, é preciso que o OUTRO esteja com vontade de ouvir, pois se é certo que EU tenho o direito de falar, também é certo que o OUTRO tem o direito de não querer me ouvir. Precisamos respeitar e nos importar com o outro. 

Marli Soares Borges

sexta-feira, novembro 07, 2014

BEM NA FOTO



bem na foto


Tenho pena de quem passa a vida inteira escravo do que os outros pensam a seu respeito. É perda de tempo... é perda de vida! Não somos donos do pensamento das outras pessoas e nada podemos fazer para que elas mudem o que pensam sobre nós. Algumas nos amam, outras nem tanto. É impossível satisfazer a todo mundo, somos contraditórios demais e não é moleza lidar com nossos próprios conflitos. Se você anda envolvido querendo sair bem em todas as fotos, por favor, largue essa neura, nada de querer agradar a todo mundo, não permita que as pessoas suguem você, pois se você deixar, elas sugam todinho o teu sangue. Até mesmo tuas ilusões. Sem essa de tentar prever as reações dos outros, é bola fora, até porque, a gente vem ao mundo sem manual de instruções e às vezes dá defeito. E ninguém escapa, não tem como prever. Enfim, o lance é abandonar essa escravidão e ir vivendo inteiramente o que você pode viver, conectar-se nos sonhos possíveis e ir conquistando espaços, mudando o que for preciso, sem prejudicar ninguém. Incorporar autenticidade e ética na dieta. E manter-se longe da mentira e da burrice. Dá certo. Experimente.

Marli Soares Borges (c) 2012

terça-feira, novembro 04, 2014

LIVRE ARBÍTRIO E DESTINO


livre arbítrio
“Um erro traz sempre um erro.
Desafiado o destino, tudo será destino."

(SÓFOCLES, Antígona)


Jean Paul Sartre escreveu que viver é ficar o tempo todo se equilibrando entre escolhas e consequências. A bem da verdade não tenho certeza se a autoria desses dizeres é mesmo de Sartre, mas concordo com o que está dito, levando em consideração que podemos exercitar o livre arbítrio e escolher isso ou aquilo. E arcar com o resultado, o que é totalmente lógico, afinal somos seres dotados de pensamento e raciocínio. 

Mas até que ponto podemos realmente escolher nosso futuro? O livre arbítrio é tão livre assim? E o destino (imutável), será que ele existe mesmo?

Não sei. O que posso dizer é que, para mim, o livre arbítrio e o destino são questões imbricadas na vida para todo e sempre. Tenho lido algumas discussões teóricas que negam a existência do livre arbítrio mas, ao mesmo tempo, dizem que somos livres para escolher o que é melhor para nós. Complicado isso.

Não acredito em destino como coisa imutável que irá ocorrer custe o que custar. É que isso simplesmente isentaria as pessoas de assumirem a responsabilidade pelos seus atos. Aliás, não consigo imaginar como se sustentaria a ideia de responsabilidade moral sem o livre arbítrio. Se o criminoso não podia evitar o delito, como atribuir-lhe a culpa? 

No tocante ao destino, os estudiosos costumam considerá-lo como manifestação do "Karma" que por sua vez seria o resultado de sucessivos exercícios do livre arbítrio. Assim, dependendo das nossas sucessivas escolhas, o destino estaria sempre mudando. É o mesmo que dizer que o destino está em nossas mãos. O argumento que usam refere-se a alguns estudos onde o número de mortes por acidente de automóvel é sempre menor nos países onde as leis de trânsito são efetivamente cumpridas.

Mas aí eu pergunto: quem de nós não sofreu na pele o resultado de acontecimentos completamente alheios à nossa vontade? Coisas que nunca escolhemos, mas que temos de suportar, às vezes pela vida inteira? Seria então o destino? Sei não. Prefiro pensar que se trate de contingências da vida: os acidentes, por exemplo, --e as sequelas-- e tantas outras eventualidades que fogem ao nosso controle, embora algumas vezes resultem diretamente de nossas escolhas. Para mim isso não tem nada a ver com destino, apenas mostra que o livre arbítrio não é imune a influências externas, que está sujeito a inúmeras contingências capazes de mudar nossos destinos num piscar de olhos. Como se vê, o livre arbítrio não é tão livre assim. Por isso é que ainda sigo pensando que tudo o que a gente vive, ressalvadas as contingências da vida, são frutos das escolhas - certas ou erradas - que fizeram por nós na infância e das nossas próprias escolhas na vida adulta. 

O quê? Suas dúvidas aumentaram? Toque aqui, as minhas também. Quanto mais se aprofunda a reflexão, mais dúvidas aparecem.

Antes de finalizar, quero dizer de um detalhe que pode colocar uma pá de cal no assunto: a transcendência. 

Acredito muito na transcendência, no EU INTERIOR, essa inteligência cósmica que traduz em nós a presença de Deus e nos ajuda a superar e, em certos momentos, a afastar as energias imponderáveis do Karma.

-Marli Soares Borges-

domingo, outubro 12, 2014

NOSSA SENHORA APARECIDA - MÃE DO POVO BRASILEIRO


nossa senhora aparecida


Querida Nossa Senhora Aparecida,
Mãe do povo brasileiro.
Hoje é teu dia.

De joelhos te homenageio e agradeço tuas intercessões. Mas hoje é também o dia das crianças e as crianças brasileiras têm muita necessidade de ti, desse teu sentimento de mãe que sempre quer ver a felicidade dos filhos.

Por favor, cuida para que nossas crianças não percam a vida pela fome, nem pela droga e nem pela violência. Livra-as do tédio e do vazio espiritual. Dá-lhes a luz da inteligência, dá-lhes a compreensão para que não sucumbam às tentações e não se percam na iniquidade.

E, se não for pedir demais, estende tua ajuda também para as mães e os pais dessas crianças. Dá-lhes a esperança e não deixe que desistam da educação de seus filhos. Não permita que abandonem suas crianças. Dá-lhes força e coragem e abranda seus corações para que sigam os desígnios divinos rumo ao crescimento espiritual. Amém.

Marli Soares Borges (c) 2012

Imagem: "NOSSA SENHORA DE APARECIDA!!!" - Artista: MÔNICA ALVES TORRES 
Arte Naïf - Maceió - Brasil

terça-feira, outubro 07, 2014

A CHAVE DE OURO

a chave de ouro
Autoestima

De onde saiu essa ideia de que você é inferior aos outros? Não sabe? muito menos eu. Mas quem de nós não tem os seus senões? Todo mundo tem e ninguém está livre de um dia amanhecer travado, com a cabeça cheia de grilos... não vou conseguir, não sou importante, fulano é isso e aquilo, e eu? Calma, isso passa. Amanhã será outro dia. Mas se você anda tendo esse tipo de sensação com certa frequência, fique alerta, isso pode aniquilar sua autoestima e ferrar com sua vida. Tenho visto muita gente inteligente, jovem, competente, etc, com um futuro brilhante pela frente, mas que vive meia-vida, amargando insucessos pessoais e profissionais, tudo por causa dessa maldita sensação de desvalia constante. Que tal parar um pouco e pensar? Procurar se conhecer melhor, descobrir valores, prós e contras, sentir seus verdadeiros anseios.

A lição de Sócrates é clara, a gente precisa se autoconhecer para não se perder. Não há outro caminho, principalmente se levarmos em consideração essa correria insana em que vivemos. A era é dos excessos: é excesso de tudo, é uma anestesia geral que rouba os nossos sentidos e atira pelos ares a essência da nossa vida. E longe da essência, restamos aprisionados na superfície das coisas. Nossa, e como é fácil a gente se perder no meio das coisas! E você já se deu conta que são apenas coisas?

Quando adolescente li, fascinada, um conto que falava sobre a existência de uma chave mágica que abria o portal da alegria, da compreensão, da clareza e do equilíbrio da vida. Uma chave todinha de ouro! É mas na minha euforia, a princípio não me dei conta de um detalhe: não era possível manuseá-la de fora para dentro. Ela só funcionava de dentro para fora. Bom, quando entendi o senão, pulei do fascínio para a tristeza, que droga de chave era aquela, que a gente não podia usar para ajudar as pessoas a serem felizes?

Só bem mais tarde é que fui descobrir que a tal "Chave de Ouro" existe e que nada mais é, do que o autoconhecimento. Que só quando sabemos realmente quem somos, temos condições reais de buscar em nós a nossa própria essência vital. Óbvio que atingir esse objetivo não é nada fácil. Tocar a essência de nosso ser, saber quem somos, exige de nós uma parcela significativa de decisão e força de vontade. E exige ainda que abandonemos a órbita superficial em que estamos acostumados a viver nosso dia a dia. Se vale a pena? Evidente que sim. A luz é tudo de bom.

Se você está pensando nisso, em realmente saber quem é, ótimo, mergulhe de cabeça e trate de obter a chave. Examine minuciosamente o caminho íntimo da consciência, pois ninguém avança nessa seara sem um conhecimento agudo e preciso de cada uma das suas limitações. Aja com sinceridade; não trapaceie; não fuja da luz e, de uma vez por todas, esqueça as especulações! A gente só se conhece depois que assume o que nos incomoda e enfrenta a situação. Depois que você ultrapassa essas etapas e finalmente sabe quem você é, sua visão de mundo se modifica e tudo ao redor adquire outro significado. Mas por favor, não me entenda mal. Não estou aqui a fim de criar falsas expectativas.

O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa e dinâmica, mas não é uma panaceia, -- aliás, não acredito em panaceias -- acredito que podemos tocar nossas vidas com uma certa leveza sem ter que viver refém de sensações de desvalia latentes.

Para mim, o pensamento socrático não poderia estar mais certo, conhece-te a ti mesmo para não te perderes e para saber como modificar a tua relação contigo, com os outros e com o mundo.

- Marli Soares Borges -

quarta-feira, outubro 01, 2014

1º DE OUTUBRO - DIA DO IDOSO (SOU DESSA TURMA)



O Brasil está envelhecendo
 Em 2025 seremos o sexto país mais velho do mundo.

Tenho lido muito sobre o envelhecimento e a quantidade de velhos que andam dando bandeira por aí nesse nosso Brasilzão. E concordo com a Cartilha do Sesc, quando diz que "o Brasil está envelhecendo". Imagine você que em 2025, seremos o sexto país mais velho do mundo, o que significa que, um em cada quatro brasileiros terá mais de 60 anos! Tudo indica que em poucos anos teremos mais pessoas velhas do que crianças no planeta. Já viu.

Claro que o aumento da longevidade é uma conquista social, mas por outro lado, o envelhecimento populacional é visto com preocupação pelos especialistas, porque acarreta milhões de mudanças nas demandas atendidas pelas políticas públicas, e apresenta novos desafios ao Estado, a sociedade e a família. E isso é um problema gigante. Raciocine comigo: se os velhos perderem a autonomia em razão das doenças da velhice, o que será da sociedade? O que será das familias, filhos, netos, etc, se, de uma hora para outra, seus velhos virarem dependentes?

Segundo a Gerontologia, (ciência que estuda a velhice e o processo de envelhecimento), a autonomia dos velhos está diretamente ligada à boa saúde e ao envolvimento ativo ao longo da vida. Pois é. Mas como manter um envelhecimento ativo? Aí é que são elas: isso tudo custa dinheiro. Grana, muita grana. Quer ver? Precisamos de saúde, porque sem saúde não há qualidade de vida. Temos de ter oportunidade para participar da sociedade, estudar, ir ao cinema, etc. e sem saúde, nada feito, impossível a tal de participação ativa na sociedade. Disso resulta que precisamos de um sistema eficaz de proteção que nos dê segurança para contrapor as perdas que sofremos ao longo do envelhecimento. É mole? E tem mais: precisamos treinamento contínuo para adquirir novos conhecimentos e habilidades, caso contrário, aos 60 anos qualquer pessoa estará obsoleta!

E o dinheiro pra sustentar tudo isso? Cadê o dinheiro? Os velhos precisam de dinheiro sim! E é aqui que entram as políticas públicas voltadas a esse segmento populacional, -- aquelas previstas lá no Estatuto do Idoso. É urgente que saiam do papel e funcionem, pois o resultado benéfico se refletirá na sociedade como um todo. Tenho certeza.

Então gente, festejemos o nosso dia, mas lutemos para que essas políticas sejam de fato implementadas, e que a qualidade de vida -- com autonomia -- atinja toda a população. Até porque, os ricos, esses não precisam, eles têm uma boa aposentadoria, um bom plano de saúde. E a sociedade está dando a eles uma oportunidade de envelhecer como nunca houve antes: quando adoecem, existem urgentes respostas tecnológicas para seus males. E tem outra: eles só ficam doentes no finzinho da vida; têm um período rápido de declínio e morrem. Beleza, viveram numa boa, ativos e não ficaram incapazes. Mas a maioria de nós, tem de amargar ali, no sacrifício, e depende do que o Estado oferece – e ele oferece muito pouco. 

Na real estamos envelhecendo em situação de pobreza. Aí você pergunta, mas como, não vivemos num país rico? Sim, rico em recursos naturais, mas pobre, paupérrimo do ponto de vista social! Somos pobres em recursos humanos pensantes, em gente honesta nos altos comandos governamentais, nossos políticos sabem mesmo é ser bons no papo. Sabem muito bem inventar leis que beneficiem os velhos, mas rapidinho já inventam um modo legal de não cumpri-las. O vírus e o anti-vírus, todos criados ao mesmo tempo, de caso pensado para que a tal da lei de Gérson entre discretamente em ação. Ou você pensa que essa lei caiu em desuso? A corrupção é tanta, que o governo rouba uma parte, até mesmo da quantia miserável que os velhos recebem a título de aposentadoria; infelizmente o governo conseguiu aviltar a única coisa boa da qual os aposentados poderiam se orgulhar: a recompensa de se aposentarem, pelo tanto que pacientemente descontaram de seus ganhos durante toda sua vida laboral. Mas pensar nesses descontos, agora na velhice, é motivo de arrependimento e dor. A contrapartida não funcionou adequadamente, fomos traídos.

Bom, gente, não quero cansar vocês com meus grilos, então vou parar por aqui, mas não posso sair sem dizer uma coisa que considero de vital importância nesse processo. É o seguinte: para mim, esses desafios do agora não dizem respeito apenas às políticas públicas e ao cumprimento do Estatuto do Idoso. Eles começam no modo de agir das pessoas, no exemplo de vida que estão deixando às novas gerações, na gentileza, atenção, respeito e carinho que dispensam aos velhos, na rua, no ônibus, nas filas, etc. 

Extirpar um preconceito e dar exemplo de vida é um desafio e tanto! Eu sei. De minha parte, vai uma dica aos jovens: -- Galera, fiquem antenados, quem não morre cedo, velho haverá de ficar! C'est la vie! Pensem nisso e façam a sua parte. Tratem muito bem os velhos.

Enfim. No nosso dia, parabéns a nós, idosos, (prefiro a palavra "velhos", que acho mais sincera), parabéns a nós que estamos aqui, com saúde, vivinhos da silva, nos divertindo na internet!

Em tempo: 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso e também o Dia Nacional do Idoso, (instituido pela Lei 11.433/2006). Para a legislação brasileira, idosa é a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 

- Marli Soares Borges -

quinta-feira, setembro 04, 2014

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

a revolução dos bichos


Muitos pseudo-esquerdistas deveriam ler "A Revolução dos Bichos" de George Orwell e "1984" do mesmo autor, para entender a psicopatia dessa gente que está no poder. Deveriam ler para instruir-se e não fazer as burradas que fazem, elegendo gente corrupta para dirigir o Brasil. 

Li "A Revolução dos Bichos" aos 23 anos e nunca mais esqueci. Li novamente para escrever esse post, e continuo achando que George Orwell colocou aqui a melhor explicação para o embuste que é o socialismo, seja em que vertente atual estiver prostituído e maquiado. Mesmo após sessenta anos da publicação, o brilho dessa obra continua intacto. 

Para quem não leu o livro aí vai um resuminho básico: o enredo gira em torno dos animais de uma granja que insatisfeitos com tanta exploração -- seguindo a liderança dos porcos -- armam uma revolução e acabam tomando a granja. Liberdade! Finalmente eles estão livres do Homem e agora finalmente poderão plantar e colher em beneficio próprio, num sistema igualitário. Mas nem tudo que reluz é ouro e a revolução acaba se revelando uma tirania. Os líderes desse regime totalitário são os porcos que, cheios de privilégios, vão progressivamente instituindo um regime de opressão. A maior parte da história se passa durante o governo exercido por Bola de Neve e Napoleão, os dois porcos que comandaram a revolução e assumiram a direção da granja. Junto com eles, há um terceiro porco dotado de extraordinária força de persuasão, o Garganta, encarregado da propaganda. Nossa, é pura corrupção! Os revolucionários que reagiram contra o poder acabaram se tornando exatamente iguais àqueles contra quem lutaram. Seus "companheiros" tornaram-se seus escravos. Uma escravidão nova e bem mais impiedosa, porque agora estão nas mãos de seus semelhantes. Na proposta inicial, todos os animais seriam proclamados iguais, mas na real, "alguns são mais iguais que os outros". E não há novidade nisso, pois a história nos mostra que em todos os lugares do mundo onde foi implantado o socialismo real, um partido - e via de regra o líder desse partido - tomou o lugar da classe social que deveria comandar o processo revolucionário, substituindo a "ditadura do povo" pela "ditadura do partido". 

Não há como fugir à comparação com o atual governo petista. 

Atualmente tanta coisa tem acontecido à revelia de qualquer lógica, que acabo sempre lembrando do livro de Orwell. São perfeitas suas metáforas com os animais delineando o retrato cruel da humanidade, mas o autor cuidou de deixar claro, - até para não ofender os animais - que a inteligência política que humaniza os bichos é a mesma que animaliza os homens. Pensando bem, há mais de dez anos estamos posando para esse retrato cruel. 

a revolução dos bichos


Mas com a chegada das eleições podemos chutar o balde e fazer esse governo largar o osso. É a nossa chance. Depois não adianta espernear e querer um buraco para enfiar a cara. 

. . .

Gente, são pouquíssimas páginas, um livro bem fininho, você lê num tapa. E pode baixar de graça na internet. É uma ótima oportunidade para refletir um pouco sobre utopia e realidade. E questionar essa retórica da "construção de uma sociedade mais justa e igualitária", em nome da qual "os fins justificam os meios". E depois, aproveite para ler também "1984" do mesmo autor, e você vai se surpreender com tanta coisa "nova", conhecida e tão "moderna" que estão nos metendo goela abaixo..., e de quebra ainda vai descobrir a origem do BBB! hahaha. 

Marli Soares Borges
"A esperança tem que ter a audácia do desespero" (Millôr Fernandes)