quinta-feira, junho 05, 2014

O DIÁLOGO



R. Magritte  - "O Professor"


Bom dia a todos.


O diálogo representa para mim, uma grande possibilidade de evoluir... de respirar. Dialogando amenizo o desespero pungente que sinto quando estou com o pensamento guardado. No diálogo meu pensamento respira. 

Ontem meu filho estava muito feliz. Foi um sucesso a palestra que ele fez no estúdio, para uma turma de universitários, a convite da universidade. Estavam todos interessados em seu trabalho, no que ele mais gosta de fazer: produzir música. E à noite, aqui em casa, estivemos os três, meu filho, minha nora e eu, num diálogo muito bonito. Iniciei perguntando sobre a palestra e estendemos o nosso bate papo sobre vários assuntos. E o resultado foi, que tivemos aprendizados e ensinamentos. E, no final das contas, estávamos todos interessados em pensar o presente e o futuro das artes - da música principalmente -, e das letras em nosso país.

E porque estou pensando em nós ontem, que dialogamos, ouvimos, falamos e pensamos juntos, que aprendemos e ensinamos, decidi escrever esse texto. E porque foi tão salutar e revigorante nossa conversa, acabei pensando na não-conversa dos poderosos que, autoritários e preconceituosos, abominam qualquer relação dialogal que possa trazer aproximação entre uns e outros.

Eles não se preocupam em ver a existência do outro e muito menos em saber como o outro pensa. Eles acreditam que encontraram a verdade antes de todo mundo e que, por isso, estão autorizados a usá-la em seu favor, como arma, para humilharem os outros, os burros, que é assim que apelidaram os que discordam de seus axiomas. Essa gente não tem afetos, estão sempre em busca de poder, não importa qual, por menor que seja, desde que represente um poder. Das duas uma, ou não têm cérebro, ou seu autoritarismo é tanto que paralisou seu pensamento, pois a única coisa que eles conseguem fazer intelectualmente é produzir negações abstratas sobre quaisquer assuntos que cheguem aos seus ouvidos. Gente assim, ignorante e fascista, não se dá bem com argumentos. E foge do diálogo, como o diabo da cruz. 

E os que valorizam o diálogo e a reflexão? Onde ficam em tudo isso? Bom, eu continuarei por aqui, em busca da luz do saber. Sabe de nada inocente. Rsrsrs.

Beijos
Marli

segunda-feira, junho 02, 2014

ESCAPANDO DO PRESENTE

Olá, todo mundo!

Sou a favor do diálogo e da reflexão, mas penso que o excesso de reuniões perde o foco e retarda a ação. O pensamento fica enclausurado e ninguém sai do lugar. E o pior, usa-se o futuro para escapar do presente, para não fazer o que precisaria ser feito agora. E isso não é uma boa, nunca foi. O agora é a única realidade sensível e concreta que temos a nosso dispor... é agora que podemos fazer as coisas acontecerem. O amanhã é suposição, um mero dado hipotético.

Bjs
Marli

sexta-feira, maio 30, 2014

UM NOVO JARDIM


E disse o Senhor Deus: todas as pessoas foram feitas para serem amadas. Mas as coisas não! Elas só existem para serem usadas. No dia em que amares as coisas e usares as pessoas, certamente morrerás de tédio, tristeza e dor. E um grande caos se formará na terra e não mais veremos o céu aberto nem a música dos anjos. E não conseguiremos ver as flores, nem sentir-lhes o perfume.

E tudo funcionava muito bem, e a luz resplandecia nas trevas. Mas eis que as trevas não a compreenderam e começaram a 'trabalhar' a cabeça e o coração das pessoas! E os valores se inverteram no mundo: as pessoas passaram a usar as pessoas e a amar as coisas. Era o ter sufocando o ser.

E a maldade se multiplicou sobre a terra... e o caos se formou.

Mas nada é eterno no mundo, e esse caos também não é. Precisamos modificar tudo isso e recuperar os valores perdidos. Acredito nos adultos -alguns- que assim como eu, insistem na luz. Acredito nos amanheceres, nas crianças, no doce enlevo da música, no perfume e na beleza das flores. Acredito na nova era e represento-a em meu coração como um imenso jardim florido, cheio de encanto e magia, onde as pessoas amam somente as pessoas e as coisas servem apenas para serem usadas. E consigo ver o brilho e sentir a energia da paz.

Um beijo
Marli







quinta-feira, maio 29, 2014

A CEGUEIRA SEM ENSAIO

lei cegueira

Olá, todo mundo.

Nem sempre o que é legal é justo, ok? Por isso, não é possível falar em Justiça sem falar em Direito. Mas já vou esclarecendo que Direito e Justiça não se confundem.

Direito é de âmbito restrito, ele apenas contém a Lei, que, por sua vez, é a principal fonte formal de expressão do Direito. É através da lei que a sociedade determina as normas de conduta que todos devem observar. Mas como a lei é dirigida a uma universalidade de pessoas, ela é recheada de falhas, razão porque, não esgota --e nem poderia esgotar-- o Direito. Acontece que o Direito, como instrumento de controle social, não pode ter falhas. Sacou? É aqui que entra nossa amiga Justiça.

Abram alas.

Na aplicação da lei, quando o Direito é posto em dúvida surge a ideia de Justiça. Prestou atenção no que falei? Eu disse "ideia" de Justiça. Isso mesmo. A Justiça é ampla. Justiça é uma ideia, um sentimento, uma exigência ética que tenta "corrigir" a lei quando ela (a lei) é deficiente. A Justiça orienta-se pelo princípio da eqüidade que determina tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais.

Dito isso, vou direto ao ponto: a aplicação da lei pelo juiz. É aqui que a gente dança no processo. Estuda-se que o dever do juiz é sempre acatar a lei, mas que o seu maior dever é fazer Justiça. Mais do que a aplicação formal do Direito, cumpre ao julgador a efetiva realização da Justiça. 

Mas será mesmo que nossos juízes estão produzindo justiça na nossa vidinha, essa daqui? Sinceramente tenho cá minhas dúvidas. E tenho uma curiosidade danada de saber o que as pessoas pensam a respeito, até porque, é público e notório que nem sempre o que é legal é justo! Pior ainda numa sociedade como a nossa, dividida em classes, onde as concepções de justo e injusto são completamente diferentes para cada classe e, por conseguinte, a letra pura da lei sempre haverá de deixar uma lacuna. Então, por favor, sem essa de dizer que a justiça tem de ser cega. Já faz algum tempo que vem sendo contestada essa antiga representação da Justiça por uma deusa cega. Com certeza, a deusa Themis não é a figura mais indicada, pois a Justiça para ser justa tem necessidade de ver as diferenças. Precisa ter os olhos bem abertos para ver a realidade; ter ouvidos atentos para ouvir a súplica dos que por ela demandam. E ter uma voz clara, com palavras de fácil entendimento para que todos possam compreender o que diz. Mas hoje em dia, parece que a Justiça além de cega, é surda, muda e burra. Não se deu conta ainda de que a única coisa que deve ser igual para todos é o acesso à Justiça.

Mas antes que você comece a se entristecer com esse estado de coisas, informo que há uma luz no túnel. Alguns juízes corajosos, já reconheceram que embora a Justiça continue cegueta, eles podem prolatar suas sentenças com os olhos abertos. São poucos, mas é melhor do que nada.

Quero pedir um favor a você, só por agora: pare de pensar na (in)Justiça Brasileira, não pense na dureza que é buscar seu direito no Judiciário, nas inglórias demandas judiciais dos contribuintes (porque será hein?), na lentidão, na precariedade da Justiça e nem na insegurança jurídica que estamos vivendo. Apenas reflita. E não me prive de sua companhia por causa do que acabo de escrever. Para me redimir, vou arrematar mostrando a você uma sentença de um juiz que não é cego. Aposto que você vai gostar! Está aqui.

Beijos.
Marli

sexta-feira, maio 23, 2014

LICENÇA, MINHA VÓ ESTÁ DE ANIVERSÁRIO HOJE E QUERO "DIZER UM VERSINHO", rsrsrs




versinho


Minha vó despediu-se há bastante tempo
foi morar com meu avô, no Grande Jardim.
Se ela estivesse aqui,
hoje seria seu dia de celebrar a vida.
Mas eu, que ainda estou,
celebro uma saudade boa.
E a vejo... baixinha, cheia de atitude,
as mãos doentes de artrose, mas sempre trabalhando,
costurando,
limpando e perfumando a casa
e fazendo comida boa.
Só de pensar me dá água na boca.
Ela era uma pessoa tão cheia de vida,
gente assim, deveria ficar para semente.
E ensinou-me a entender tantas coisas...
a dor, a beleza e o compromisso de viver.
Quando penso nela, reconheço quem sou.
Aprendi com ela a sentir o sabor da comida
no coração.
E aprendi a amar as margaridas que ela plantava... sempre, sempre.
Quando floresciam,
o sol refletia seus raios nas pétalas brancas
e o jardim ficava repleto de luz!


Sei que hoje
o Grande Jardim vai estar todo iluminado
[ah se não te conheço, Dona Maria! você não para nunca!
Por nada nesse mundo você deixaria de plantar suas flores de luz!]
Feliz aniversário vózinha.
Estou com tanta saudade.

-Marli Soares Borges-

quinta-feira, maio 22, 2014

CONJETURAS

conexão


Não sou.
Estou em estado
universal,
planetário,
fractal
e
orgânico.
Viajo em conexões transitórias
na engrenagem cósmica
da vida. 
- Marli Soares Borges -

sábado, maio 17, 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS



VOCÊ SABE QUE DIA É HOJE?
ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DA HISTÓRIA EM QUADRINHOS.


17 de maio

Em1890, nesta mesma data, 17 de maio, foi publicada em Londres pela primeira vez uma revista semanal com histórias desenhadas.

"Algumas fontes consideram o 17 de maio de 1890 como o dia de nascimento da história em quadrinhos. Foi nessa data que Alfred Harmsworth, mais tarde Lord Northcliffe, um magnata da imprensa de então, lançou em Londres a Comic Cuts, primeira revista com histórias desenhadas."

Em tempo: (pra variar, rsrsrs) - Aqui está a reportagem inteira, "1890: Primeira revista em quadrinhos" [bateu uma preguiça de escrever e achei tão completa a reportagem que resolvi trazer para cá, inclusive a imagem] mas se você digitar no google "The yellow kid" você vai se maravilhar com tanta imagem legal e textos sobre o assunto.

Enjoy
Marli

sexta-feira, maio 16, 2014

ANTES QUE SEJA TARDE


antes que seja tarde
Não perca sua capacidade de admirar as belezas do mundo.
O ipê florido à beira da estrada é quase um imperativo bíblico a nos dizer: pare e admire!


Andamos todos meio down com a barbárie que grassa por aí. Será mesmo que isso nunca vai ter fim? E a gente combate do jeito que pode, com as armas que temos. Vamos xingando, falando e mostrando na internet as imagens grotescas dos crimes. E juntamos a descrição detalhada dos requintes de crueldade cometidos contra as vítimas. Pensamos que assim será mais fácil dar um basta nessas desgraças. Mas, não! Em vez de atenuar, estamos exacerbando os ânimos.

Passado o impacto inicial, - que a grande mídia já trouxe à tona -, começa o efeito contrário e indesejável: de tanto ver esse tipo de coisa, nosso coração vai endurecendo e ... acostumamos. E todas essas atrocidades que hoje abalam nossas estruturas, amanhã não passarão de banalidades incluídas no rol das leis naturais da vida. Bom seria se conseguíssemos equilibrar as coisas e evitar a banalização da barbárie. Que tal direcionar nossas energias para mostrar o bem, as atitudes nobres das pessoas? para as belezas do mundo? para tantos aspectos que fazem a vida valer a pena?

Acredito que, ao lado da indignação, é possível também (re)lembrar nossos motivos de viver. Sinto que precisamos dessa luz para enxergar as belezas do mundo e fortalecer nosso espírito. E, nesse quesito, a beleza é sempre a essência da qual não podemos prescindir. Vamos enfeitar nossos corações e promover a vida, antes que seja tarde. Vamos prestar atenção e espalhar coisas boas e bonitas. Quem sabe assim a gente estimula uma nova percepção de mundo e obtém melhoria nas condutas? É pagar para ver. Só sei que não suporto mais esse miasma escurecendo o mundo. Quero luz! Vou atrás de alguém - brilhante - que ampare minhas ideias e faça um upgrade nesse meu texto, e me ajude a clarear a vereda. E fui. Adivinha quem encontrei? Um grande amigo, filósofo, reconhecidamente sábio. Seu nome? Confúncio. Perguntei-lhe porque, ao comprar arroz, ele comprava flores também? e ele me respondeu calmamente: compro arroz para viver e flores para ter motivos para viver. Você viu a luz da sabedoria brilhar? a concretude do exemplo que ele nos deu? Aí está: a beleza fortalecendo o espírito. E o espírito fortalecido, fazendo a vida desabrochar!

-Marli Soares Borges-

Em tempo: 
Veja que maravilha nosso Rubinho, o Alves, [ele diz cada coisa linda, adorooo] e aqui ele se superou, rsrs "Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si."

. Quer conhecer Confúncio, clique aqui
. Rubem Alves, aqui
. Imagem da internet, se alguém tiver direitos sobre ela, me avise.