Não conheço ninguém imune ao medo, mas conheço muita gente corajosa que enfrenta o medo.
O medo e a coragem são riquezas existenciais, aprendizagens dinâmicas e significativas que incluem a aceitação de nossos limites e nossa história de vida. Já fraquejei inúmeras vezes, mas também já enfrentei o medo com valentia e coragem. Muitos medos e muitas coragens.
Mas, tem dias que minha coragem pega um cochilo e um medo gigante se instala em mim, o pior de todos, o que não tem remédio. E isso acontece exatamente no momento em que, num descuido, dou asas a pensamentos perturbadores. Aí, a primeira coisa que me vem à cabeça é um pensamento, que, no dizer de Camus, traduz "o desespero maior que todos temos": a certeza de que esse planetinha azul é só uma estação experimental, um lugar onde estou ancorada apenas para cumprir algumas tarefas e depois -compulsoriamente- terei que seguir viagem rumo ao desconhecido.
(O quê? viajar rumo ao desconhecido? Peraí).
Sempre gostei -e continuo gostando- de viajar e conhecer lugares novos, mas nunca viajo sem antes ler sobre o lugar de destino e conferir algumas dicas de viagem. A bem da verdade, "rumos desconhecidos" não me atraem, quero mais é viajar pra lugares bacanas e dar uns gritos de alegria, como o carinha aí dessa imagem que postei.
Analisando friamente, parece bizarra essa viagem rumo ao desconhecido, surreal até. Mas, nada disso! Aqui, tudo é absolutamente real, público e notório. Tão real que, quase sempre, ignoro as entrelinhas e passo batido, pois se começar a pensar, o medo se instala e um arrepio gelado me percorre a espinha. Surtada, começo a pensar num monte de coisas que, hoje em dia, inevitavelmente, culminam nessa situação de angústia mundial que estamos vivendo: ah, meu Deus, quando acabará essa aflição que tomou conta do mundo?
Reconheço que para mim o excesso de realidade é bastante perturbador. Preciso de um oásis para atravessar o deserto. Ainda bem que tenho o meu: minhas artes manuais, -abençoadas artes!- que me fazem adejar aqui e ali e voar com as estrelas! Distraída, nem vejo a coragem chegar, não a vejo, mas sinto-lhe o vigor, que espanta o medo e me fortalece por inteiro. Quer saber o segredo? anote aí: tudo isso é divino. Essas artes, essa coragem e essa disposição que me movem, tudo vem de Deus. É socorro divino, amparo maior, que sempre agradeço, de joelhos!
Parabéns aos viajantes - se é que existem alguns - que conseguem transitar nesse planetinha, sem qualquer temor.
Marli Soares Borges
Boa tarde serena, querida amiga Marli!
ResponderExcluirComo Clarice, tenho medos bobos e coragens absurdas...
"ah, meu Deus, quando acabará essa aflição que tomou conta do mundo?"
Verdade, querida. Um pesadelo que se tornou crônico... Muitos insistem em não querer ver.
Concordo, piamente, tudo de melhor vejo de Deus. Ele é tudo que diz no final do seu texto e vai além do que podemos e sabemos definir.
Excelente mensagem!
Tenha uma noite abençoada!
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
Obrigada por comentar, querida Rosélia!
ExcluirAcho que reconhecendo o medo, é mais fácil enfrentá-lo, não é?
Bjs
Marli
Sou tão medrosa quando corajosa. Se calhar mais medrosa, por coisas que já passei!:) Gostei da tela! :))
ResponderExcluir-
Sãos teus olhos o mistério escondido
-
Beijos, e uma excelente semana.
Obrigada pelo comentário, querida Cidália!
ExcluirTambém gostei da tela, e gostei tanto que trouxe para meu blog.
Bjs
Marli
Marli, adorei teus texto e vou te contar que acho não existe pesso0asd que não tenham pelo menos UM medinho... Ainda bem,somos BEM CUIDADOS pelo Alto! beijos, linda noite, chica
ResponderExcluirGraças a Deus, Chica! O amparo divino não nos nega.
ExcluirBjs
Marli
Atualmente não viajo para lado nenhum a não ser que seja "obrigado" por qualquer circunstância. Confesso que não tenho medo. Mas tenho respeito pelo medo. A pandemia não brinca, não respeita nada nem ninguém. Um descuido e a Pandemia ataca.
ResponderExcluirA verdade é que quem viajar que estude bem essa viagem e tome todos os cuidados possíveis e impossíveis
Gostei muito deste texto
Cumprimentos
Olá Ricardo!
ExcluirObrigada por comentar. Fiquei feliz que tenha gostado do texto.
Bjs
Marli
Oi, Marli!
ResponderExcluirÀs vezes acho tudo surreal, como se vivesse uma distopia que logo vai acabar. No entanto, o meu inconsciente rejeita a aceitação de uma parcela da população. Como se eu vivesse em dois extremos, conviver com o medo alheio e não encarar o meu próprio medo. Não sei onde ele está. Acho que quando ele fizer buuuú, morro de ansiedade.
No início de tudo, perdi o entusiasmo para ler e os livros olhavam para mim como quem diz: Está achando que o mundo vai acabar amanhã? Me ative a dedicar a ajudar o meu entorno, principalmente meus vizinhos que moram sozinhos, funcionários e etc., me distraindo o máximo com ações, principalmente para não pensar. E não quero pensar nisso tudo de forma fatalista. Apenas viver um dia após o outro.
O medo é o nosso maior inimigo. Ele devora nossas entranhas. A coragem surge nos momentos em que no nosso imaginário, jamais suportaríamos. Assim como você também penso que essa coragem vem da crença divina.
Beijus,
Querida Luma!
ExcluirEu também, no início, perdi o entusiasmo e achei que o mundo iria acabar logo ali... no dia seguinte. Acho que é uma reação normal de todos, afinal a gente ouvia falar e estudava sobre pandemias, mas daí a viver esse contexto de morbidade, é bem diferente.
Obrigada por comentar.
Bjs
Marli
Marli,
ResponderExcluirsem ter planejado ,aliás como tem sido os dias, reescrevi a agenda começando pela dedicação às orações-alicerces na fé e vivo essa coragem que me vem da crença divina. Não vi quando ela se instalou, mas a percebo companheira dos dias, o que tem me ajudado enormemente. No rol da nova rotina, também inclui interesses e apoios aos próximos e vou driblando o medo que está sempre sorrateiro.
Uma amiga repete: " O medo é companhia de todos nós, então vamos com medo mesmo."
Isto também vai passar!
Excelente mensagem.
Bjnhs,
Carmen
Querida Calu!
ExcluirSempre ouvi dizer que "a fé move montanhas", mas que montanhas? pensava eu. Hoje em dia entendo perfeitamente. Quer montanha mais alta e perigosa que o medo? Pois é, e a coragem vem... e pisa no calcanhar do medo.
Bjs
Marli
Adorável o seu texto, Marli!
ResponderExcluirNão conheço ninguém que não tenha medo. Não somos somente coragem, mas também não sejamos somente medo.
Faz parte da nossa humanidade, só querer percorrer o palpável, mas creio que nossa alma sabe muito mais do que a nossa mente desconhece.
Sinceramente, melhor não ficar com estes pensamentos, se preocupando com o futuro, porque afinal das contas, temos somente a sucessão dos agoras, além do que precisamos entender que não conseguimos controlar tudo, mas, vamos sim , ocupando nossas cabeças e vidas e nada como as boas e abençoadas artes manuais.
Assim como você, preciso de um oásis, de repente de alguns rsrsrs...o problema não é a realidade em si, mas a forma que a vemos, sempre tão cheia de vieses, o que pode nos levar a leituras distorcidas. Melhor pegar mais leve, senão ninguém aguenta.
Beijinhos e bons origamis e tricôs, amiga
Valéria
Querida Valéria!
ExcluirAinda bem que temos nossos oásis, não é? Sabemos o bem que nos fazem, as gratificações e alegrias. Também não gosto de fatalismos, dramas e outros bichos mais. A cortina está aberta e temos que encarar o público e fazer a nossa parte. E quando recebermos aplausos, sabermos aceitar com sorriso e humildade.
Bjs
Marli
Querida Valéria!
ResponderExcluirAinda bem que temos nossos oásis, não é? Sabemos o bem que nos fazem, as gratificações e alegrias. Também não gosto de fatalismos, dramas e outros bichos mais. A cortina está aberta e temos que encarar o público e fazer a nossa parte. E quando recebermos aplausos, sabermos aceitar com sorriso e humildade.
Bjs
Marli