Esta é minha participação na BC da Norma Emiliano, do Blog "Pensando em Família".
A proposta é escrever um conto com a imagem dada.
Positiva e alegre. Em sua casa, tudo funcionava perfeitamente, afinal, ela, insubstituível, empurrava o barco da vida com todas as suas forças e sempre arranjava as coisas de cada um. Com rapidez e perfeição, como era do seu feitio. Ela não era pessoa de fugir de suas responsabilidades de mãe, esposa e administradora da casa.
O tempo correu seu tempo. Alegrias genuínas ela não teve mais, mas estava tão ocupada em tocar a vida, que nem sentiu falta. E envelhecia sem perceber. E ninguém dizia nada, tudo era muito natural. Com o correr do tempo ela foi perdendo as forças e sentindo-se triste e só. Perdeu a vontade de tudo, até de olhar-se no espelho para pentear seus cabelos. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que parasse com o trabalho e fosse descansar. Que iriam substituí-la. E, de fato, no seu lugar, tiveram que colocar várias pessoas, a peso de ouro, para manejar as lidas. Mas o pessoal não se importou e tudo continuou funcionando muito bem. A vida seguiu para todos. As coisas simplesmente se arranjaram.
Ninguém mais quer saber de mim, ela pensou. Ninguém mais precisa de mim. Que faço agora? Que fiz eu nesse tempo todo? Porque não cuidei de mim? talvez, se tivesse me cuidado, eu não estivesse tão acabada assim. E percebeu com tristeza, que seus olhos não viam na vida a mesma graça daqueles tempos distantes em que levava a vida mais leve e não se achava insubstituível a ponto de gastar suas forças como se fosse a única trabalhadora do mundo. Foi então que lembrou-se de sua infância e das palavras de Dona Clarice, sua querida avó: "a gente tem o direito de deixar o barco correr... as coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força”.
Marli Soares Borges
Conto muito bem escrito que me fascinou ler. Deixo o meu aplauso e elogio
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Maravilhoso, com uma mensagem importantíssima e sábia. É muito triste olhar para trás e dar-se conta que não se cuidou, não se amou, não fez nada tão importante para si e passou a vida, sendo meramente útil, claro que podemos ser uteis, mas quando só somos, uteis, cedo ou tarde, perdemos o valor de nossa utilidade e viramos um estorvo.
ResponderExcluirA frase da avô, plena de sapiência...guardemos na mente e no coração, beijinhos e parabéns por sua participação na BC
Valéria
Que beleza de conto,Marli!ADOREI! beijos, tudo de bom,chica
ResponderExcluirUm conto que ainda é real para muitas mulheres. Infelizmente, dedicar-se totalmente ao outro sem se deter no seu caminhar, pode ser muito penoso, principalmente no evelhecimento.Grata por participar. Bjss
ResponderExcluirNossa... que bonito. Emocionante também. Dá uma certa tristeza porque a gente sabe que é verdade essa sequência da vida. A vida nos engole, a gente envelhece, até normal, mas o conselho da avó foi sábio: deixar as coisas correrem como são. E a gente, no mínimo valorizar a quem está à nossa volta.
ResponderExcluirBom dia Marili,
ResponderExcluirO seu conto ficou maravilhoso.
Parabéns! Adorei.
Um beijinho e ótimo dia.
Ailime
Boa tarde de serenidade, querida amiga Marli!
ResponderExcluirO arcaico ditado de "ser pau para toda obra" resulta num estresse inútil.
Você frisou bem isso e todos somos substituíveis.
Vivamos com calma e tudo nos será acrescentado
Excelente abordagem do início ao final. Parabéns!
Tenha uma noite abençoada!
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
🕊️👼😘
Fabulosa a sua escrita e participação. Amei...Obrigada pela partilha!
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Numa saudade que só tu sabes a dor
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Beijos, e um excelente dia.
Que belo conto Marli!
ResponderExcluirDepois de passar o tempo colherá todo desengano no deserto que fez de sua vida, é preciso estar atento e criar o oásis amig.
Bela criatividade.
Bom lhe ver nesta interação.
Um bom e feliz fim de semana.
Beijo amiga
Olá, Marli, como gostei desse seu conto, prendeu do início ao fim! Leva à reflexão, sem dúvida, por isso é que gostei imenso.
ResponderExcluirParabéns, aplausos, sim!
Beijinho, e um bom final de semana.
Bom domingo, Marli. Um conto muito bem escrito e verdadeiro. A pessoa precisa se amar primeiro, cuidar-se, para depois olhar para os outros. É uma ação conjunta e feliz.
ResponderExcluirO meu carinho
Um conto que gostei de ler e que encerra inúmeras verdades do que acontece na vida das pessoas.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Aplaudindo aqui o seu lindo e reflexivo conto, Marli
ResponderExcluirPara cuidar dos outros preciso primeiramente me cuidar.
Um beijinho nesta terça-feira.
Verena.
Querida Marli, este lindo conto reflete bem o sentimento de todas as pessoas que têm o privilégio de envelhecer e, creio que não acontecerá só com mulheres. A vida é um barco que navega por águas nem sempre calmas, com um destino incerto, não sabendo nós quando fará a sua última viagem; isso preocupa e leva a que pensemos em demasia na nossa velhice, trabalhando muito , sem tirarmos tempo para descansar e para cuidar de nós mesmos. Não nos damos conta de que o tempo passa e a nossa dedicação , por exemplo, aos fihos é total, fazendo tudo para que eles tenham o que nós não tivemos, para que tirem um curso superior, tenham tudo o que o dinheiro pode comprar e lá seguimos nós amealhando para que o futuro lhes seja risonho, esquecendo o nosso. Quando as forças começam a faltar, quando já não somos úteis à sociedade, quando os filhos voam e poucas vezes regressam ao ninho a tristeza invade-nos e chegamos à conclusão de que se pudessemos voltar atrás, agiriamos de maneira diferente. Não sei, se a nossa mentalidade seria diferente, Marli...faz parte da nossa natureza pensar no futuro e trabalhar muito para que ele nos traga uma velhice tranquila, embora saibamos que, infelizmente nem sempre é assim. Sei que leste a crónica da nossa Amiga Taís, sobre " a dor na alma", da dor de tantos idosos que são maltratados, às vezes, pelos próprios filhos e parece-me que o tema poderia ser " encaixado" neste teu conto. Teremos a tentação de dizer que estas pessoas não cuidaram de si mesmas, que se deram demais aos outros, que passaram a vida a trabalhar, mas, será que nós não estamos a fazer a mesma coisa? Creio que sim, Amiga! Damo-nos demais, trabalhamos demais, achamo-nos insubstituiveis e nunca pensamos que um dia nos vão " jogar fora" como trapos velhos. Corremos esse risco, Amiga e a dor será tremenda se forem os nossos filhos a empurrarem-nos do barco. Obrigada pelo belo conto e pela reflexão que nos deve levar a fazer Beijinhos e SAÚDE para todos aí em casa Procuremos navegar com calma, Amiga!
ResponderExcluirEmilia
É realmente um tema que nos deixa a pensar. Boa participação!
ResponderExcluirBjxxx
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Sabe Marli, este seu texto tem uma profundidade que me comoveu.
ResponderExcluirRevi-me um pouco nesta sua protagonista.
Todos somos substituíveis !
Um beijinho comovido.