Coitado de quem segue a vida isolado, acreditando que é a causa primeira e última de suas próprias ações. Engana-se quem assim pensa. Ao contentar-se apenas com o que sua própria razão lhe diz, você enfraquece como pessoa, porque constrói uma imagem distorcida de você mesmo, uma imagem irreal dentro do mundo real. E protagonizando esse paradoxo, não me admira que você deixe de levar em consideração as razões dos outros. Você pensa que pensa, mas na verdade, seu pensamento jaz inerte no seu mundinho, afastado da dinâmica da vida e alheio às conexões diárias de todos nós. E quem não interage no mundo, jamais conseguirá perceber as conexões que sustentam a vida. Por isso é que você ainda não percebeu que nosso barco está afundando e que temos -- todos juntos -- que impedir essa desgraça. Querendo ou não, estamos todos ligados uns aos outros, numa relação de absoluta interdependência, ou seja, dependemos uns dos outros para viver e sobreviver nesse planetinha azul. E a cada dia que passa a dependência é maior, portanto urge encarar a realidade: nosso planeta está nas últimas, chegou a hora de abrir os olhos, de pensar coletivamente e manter a vida no mundo. Será que é tão difícil entender a dimensão da conectividade que nos une? Fico boba de ver o comportamento individualista de algumas pessoas que descaradamente, insistem em agir na base do eu-comigo-e-os-outros-que-se-danem. Acredito que diante da destruição da natureza, das doenças e da miséria, somente a ação solidária de todos terá o condão de amenizar o caos social e a fome que se avizinha. É condição básica que se resgate a solidariedade, palavra que utilizo aqui, especificamente como: o sentido moral que vincula o indivíduo à vida e aos interesses da humanidade. Precisamos socorrer-nos mutuamente, antes que seja tarde.
- Marli Soares Borges -
Concordo plenamente,Marli.Esse é o tipo de solidariedade que precisamos!!!
ResponderExcluirSempre textos bem lúcidos e peertinentes! beijos,chica
Amiga, aplaudo como sempre suas palavras.
ResponderExcluirQuando eu falo sobre a fragilidade das palavras no mundo atual, o que fiz no meu espaço, e agradeço aos seus gentis e efusivos comentários, é sobre esse Pensamento Coletivo fragilizado que paira no ar.
Quando criança eu ouvia falar em patriotismo, ensinavam-nos Hinos e nos ufanávamos, não só por um time de futebol( que nada tem demais)mas pelo país que nascemos e pela Humanidade que somos, mas com o tempo isso foi sendo criticado como cerceador de mentes.
E ficaram todos de uma nova geração a cantar o "Virãodopiranga", ou seja, a achar quase que o Hino Nacional era o hino do Brasil na Copa.
Lembro-me de pessoas, políticos (sei que nem sempre bons) mas que sabiam discursar.
Certa vez, numa formatura , vi um Governador pegar a estrela do broche da normalista e fazer de improviso, um dos mais belos discursos que já ouvi!
Como formaremos um Pensar Coletivo forte com palavras que não sabem o que dizem?
Volto às suas palavras do Post. Marli, vc impregna a palavra com AÇÃO!!!!
Sei que quando vc fala em CONEXÕES é UNIÃO MESMO!!!!
E como, os seres imediatistas, consumistas, que não leem, que repetem palavras da moda, que leem revistas Caras e etc , o que vão em termos de ser maior, ser patriota, fazer crescer ações de base, como o farão?
Triste é que na violência desregrada, onde ficarão ocultos, sabem se unir.
Como bem dizia Rubem Alves, eu também tenho medo do povo! Que sabe linchar mas não sabe LUTAR!!!
Beijos, minha amiga querida!
Sempre adorando o que escreve!!!!
O seu texto é de uma profunda realidade Marli, para uma cegueira coletiva cada vez maior.O problema de um é um problema de todos, embora muitos idiota mente pensa que não. Conhece aquela da ratoeira numa fazenda? Todos diziam que era problema dos ratos e no fim foi de todos.O individualismo é crescente e incentivado muito comum nas empresas, com suas quebras de metas. Trágico sim Marli, sem entender o coletivo estamos cada vez mais próximos do grande buraco, principalmente pelo desamor à mãe natureza.
ResponderExcluirMarli ótima sua cronica critica e que possa ser um grito ao mundo.
Uma linda semana a você com meu terno abraço de muita paz e luz.
Beijo amiga.
Nós, palavra esquecida. Solidariedade só vemos em grandes tragédias, quando na realidade deveria ser cotidiana.
ResponderExcluirO individualismo se espalha e em pequenas ações podemos percebê-lo.
Ótimo texto, vou repassá-lo, pois temos muitos vivendo apenas no seu mundinho e o nosso mundo vem se arrasando.
Brilhante como sempre seu texto,falta solidariedade e antes que seja tarde se já não o é...
ResponderExcluirbjjs
Mara Lúcia
Brilhante como sempre seu texto,falta solidariedade e antes que seja tarde se já não o é...
ResponderExcluirbjjs
Mara Lúcia
Pois é, Marli. Há tempos assisti ao vídeo do discurso de José Mujica na Onu e ali está bem claro que ele disse tudo o que o mundo precisa ouvir, mas tive também a nítida impressão de que ninguém ouviu, entrou por um ouvido e saiu pelo outro e nós que temos consciência de que a garrafa plástica que deixam na praia do Calhau vai contribuir para uma catástrofe que se dará em outro lugar do mundo, e cujas conseqüências voltarão em dobro para o local inicial ficamos tristes e, não sei você, mas eu me sinto de mãos atadas. Parece que ser honesto e consciente dos problemas sociais não vale mais nada. Como se todo o esforço de conscientização e de agir responsavelmente fosse em vão porque as pessoas estão cheias de lixo até o topo e em recipiente cheio não entra mais nada. Desistir de lutar eu não desisto, talvez nem depois de morrer neste plano, mas me entristece sobremaneira as escolhas das atuais e das novas gerações. Fazer o quê? O que mais podemos fazer além de tentar alertar?
ResponderExcluirTeu texto conclama com emoção a razão que ainda se encontra distorcida e cega para as prováveis consequências que já vemos como realidade.Chamamento imprescindível para acordar quem ainda dorme em berço esplêndido, Marli.
ResponderExcluirDesejo que tuas palavras abram os olhos e os corações e que promovam as ações nelas tão bem destacadas.
\0/Solidariedade é exercício diário de humanidade.
Um abração agradecido por mais esta reflexão e pelo carinho deixado em seu comentário lá no blog.
Calu
Oi Marli!! Ele ja mostrou seu valor, tudo passa nessa vida menos as lembranças quer sejam elas boas ou ruins. Olhando pra ele eu sei de onde vim e é minha conexão com a vida. E posso dizer com muito prazer que hoje ele é uma peça cobiçada na família de minha mãe, já soube que muitos o reivindicarão. Muito obrigado pelo elogio vindo de vc que escreve tão bem deu até um arrepio. Beijos da Eliane.
ResponderExcluirBeleza de crônica para pensar com o coração!
ResponderExcluirLi esta semana um pensamento que cabe bem por aqui: "Nas grandes coisas, os homens mostram-se como lhes convêm, mostrar-se;
nas pequenas, mostram-se como são." Chamfort
A indiferença é algo que existe desde sempre neste mundo, nós, seres humanos dotados de inteligência não conseguimos extirpar as desgraças que atingem irmãos ao nosso lado.
Certa vez meu marido perguntou a um colega que mora num super apartamento numa área nobre de Ipanema, como ele se sentia ao sair de casa e ver tantos moradores de rua ali próximos ao sue prédio. Ele respondeu que não olhava pros lados, saía com seu carro e procurava não olhar para aquilo. E é assim que ele e tantos de nós vem se comportando atualmente.
Esta semana vi algo que me incomodou profundamente, me tirando o sono pra pensar e não consigo achar uma saída, pois não sei a quem pedir ajuda, mas vi, andando nas margens do túnel que atravessa para o outro lado do meu bairro, um rapaz, até bonito, carregando um colchão de espuma, quase arrastando. Um pouco atrás dele, uma moça, bonita também, carregando uma garrafinha numa das mãos, usando um shortinho esfarrapado e sujo, uma blusa abaixo dos seios e a barriga à mostra, estava grávida e seguia o companheiro aquela hora da noite para dormir, possivelmente na praia da S.Francisco ali adiante. São viciados, largados à própria sorte e eu e muitas outras pessoas vemos isso quando passamos de carro pelas ruas, mas nossos governantes nunca vêem, são invisíveis para eles. Isto me incomodou muito, senti pena da moça com aquela barriga grande sem um teto, sem esperanças. Coisas assim me transtornam porque quero fazer algo e não sei como.
E é nesse cotidiano que podemos medir a harmonia de uma sociedade, se temos realmente um dom para a democracia que vivemos, se temos de verdade condições para ajudar, pois me parece que fazer o bem é mais difícil que o mal atualmente.
Desculpe aí, Marli, falei muito, mas estes temas mexem comigo e gostaria mais que pudéssemos sentar à uma mesa e conversar todos juntos, ao invés de, em poucas palavras, dizer o tanto que precisamos para buscar soluções.
Façamos como o beija-flor, um pouquinho daqui e dali para ajudar a transformar este mundo.
beijos cariocas
Marli:
ResponderExcluirNo fim de semana estive pensando justamente sobre essa questão mencionada por você.
Creio que o inconsciente é individual, mas a consciência deveria realmente ser coletiva.
Somos seres sociais (ou pelo menos deveríamos nos comportar como tal) e portanto necessitamos uns dos outros pra manter, conservar e preservar o planeta em bom estado.
Mas, infelizmente a grande maioria só se importa com seu próprio umbigo.
A natureza reclama, mas os ouvintes andam surdos....
Bjs.:
Sil
Texto genial,Marli! Sacode a gente e nos mostra a importancia de gestos solidários! Adorei! bjs,
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