* O tema é perdão.
I n c o n g r u ê n c i a s d o P e r d ã o.
"Daqui a vinte anos haveremos de perdoar-nos uns aos outros, as brigas que tivemos, os revides e as traições. E haveremos de perdoar-nos a nós mesmos, por não nos havermos perdoado mais cedo." (Kierkegaard). Anotei essas palavras quando eu tinha dezenove anos. Anotei a data, óbvio. Lembro que naquela época considerei tudo isso uma verdadeira utopia. Imagine só, eu perdoar meus desafetos? Sem essa. E lá se foram os vinte anos que ele falou. Já sei, você quer saber no que deu. Calma, já vou contar.
Com o passar do tempo a vida vai nos ensinando algumas coisas. Vamos adquirindo experiências, vivendo e aprendendo, mudando nossos rumos. Serenando e apaziguando nosso coração. Comigo foi assim. Certo dia aconteceu a mágica e comecei a perdoar. Nem me dei conta. E sei que é assim pra muita gente. Passei a notar então, que no limiar da maturidade, entre outras benesses, a gente incorpora a virtude de perdoar. E isso é muito legal, faz bem ao coração. Ok, mas... e as tais palavras? Ih, gente, muito esperto o tal filósofo! Acertou na mosca. \o/
Antes de sair, quero dizer uma coisa. Por favor, não se coloque na obrigação de perdoar. O perdão só é gratificante quando natural e verdadeiro. Jamais inclua o perdão no rol dos deveres, pois as chances de sair ileso dessa jogada são nulas. Lembre-se que o ato de perdoar contém em si um ato de desistir, que por sua vez, tem que ser na medida certa. Do contrário você vai acabar se entristecendo e afogando-se num mar de desistências. E corre o risco de desistir de viver e de sonhar. E isso não é uma boa. Esse pecado não tem perdão!!
Desista de tudo, mas não desista de você. Se você desistir, ninguém te perdoará. Você, assim como eu, somos parte do universo. Essência. É preferível descobrir a medida certa para o perdão, sem esquecer que ao perdoarmos alguém, podemos estar também perdoando a nós mesmos. Beleza?
A propósito, extraí um fragmento de um texto da Clarice Lispector, onde aparece com nitidez essa incongruência que envolve o perdão. Disse ela:
(...) é imperdoável desistir da própria vida, dos sonhos que alimentam a trajetória do homem. Desista de tudo, de lutar pelo filho que não quer mudar, da filha que decidiu abandonar a casa em tom de rebeldia, do "amor da sua vida" que quer "mais liberdade", do emprego que te suga até a alma, (...) ... só não desista de você, é imperdoável perdermos alguém tão especial, tão essencial, como você. (...)(Perdão e impunidade são coisas diferentes. Um dia postarei algo a respeito. É um assunto prá lá de interessante. Prometo com os dedos cruzados, rsrs).
Beijos.
* Blogagem coletiva organizada pela Glorinha do Blog Café com Bolo.
É algo que não se pode negar - desistir da vida é imperdoável...
ResponderExcluirCoerente, sensato...uma viagem tranquila e serena passar por entre seus escritos. Muito bom. Bjosss
ResponderExcluirOlá Marli
ResponderExcluirPerdoar muitas vezes não é fácil, mas temos pelo menos que tentar.
Bjux
OI Marli, fiquei aqui aguando no tema: perdão x impunidade dá pano prá manga. Vou aguardar!
ResponderExcluirAdorei, como sempre, suas reflexões. Amo encontrar esses papeizinhos, folhas soltas de caderno, páginas de agenda, etc com nossos pensamentos e reflexões mais antigas, ou com citações que nos tocaram em determinados momentos. São minutos gloriosos quando os encontramos, não é? Beijos.
Querida amiga, o perdão é o mais nobre dos sentimentos...Linda postagem ..Beijocas
ResponderExcluirMarli,
ResponderExcluirNão sei como cheguei até o seu blog. Se foi através da minha irmã ou da Glorinha... Só sei que valeu muito a pena ter te conhecido!
A gente nunca sai daqui sem levar algo de bom.
Selecionei essa frase: "Desista de tudo, mas não desista de você. Se você desistir, ninguém te perdoará." Perfeita!
Pode ter vários enfoques. Desistir da vida em si, dando cabo dela, o que é um dos piores atos do ser humano. Desistir de tentar se melhorar a cada dia, para o próprio bem e dos outros, evitando assim até de pedir perdão...
Muito bom!
Olá, querida
ResponderExcluir"O ato de perdoar contém o ato de desistir"(gostei muito desse propósito salutar)... é assim que penso também e desisto sempre...
Logo... sou muito mais feliz do que se insistisse!
Um bj em seu coração.
Lindo, Marli.
ResponderExcluirAcredito que com o tempo ficamos mais maleáveis, mais sábios.
Faço um esforço enorme para não magoar, porque acho que o perdão é muito difícil de ser conseguido ou pedido.
Perdoar é mesmo desistir da mágoa, da dor, da tristeza e voltar a acolher o outro no coração.
Muito difícil!
Beijo!
Marli
ResponderExcluirPrometo não desistir de mim....... assim como não vou desistir de vocês também.
Estou triste com o final da blogagem e não quero perdê-las. Está sendo muito bom além de um aprendizado estar sempre aqui.
um beijo
Marli, acho que é por aí mesmo. Com o passar do tempo, dos anos, a medida que vamos encontrando o nosso caminho, nos tornamos mais sucetíveis a desculpar aqueles que porventura achamos que nos cometeram algum mal ou injustiça.
ResponderExcluirUm beijo
Boa tarde Marli,
ResponderExcluirVocê tem razão...o perdão vem com a maturidade, e vem calmo e sereno, vemos as coisas de outro ângulo, é tudo mais tranquilo.
Beijos,
Cê
Vou ser sincero, tenhp dificuldade de perdoar as pessoas, mas não fico remoendo a causa do problema...
ResponderExcluirE se a pessoa que realmente o perdão, ela tem que corrigir aonde errou, mesmo que isto não garanta o meu perdão, e não tentar não erra mais (pois senão ninguém aprender verdadeiramente com o erro).
Fique com Deus, menina Marli Borges.
Um abraço.
dificil pra caramba, mas bom demais esse tal de perdão.
ResponderExcluirOlá Marli!
ResponderExcluirO gosto pelo malandro do Kierkegaard é uma coisa que temos em comum.Não era ele que dizia "A vida só pode ser entendida olhando-se para trás..."? Pois é, só olhando pra trás se percebe que foi estúpido não termos perdoado algumas coisas, mas a vida não vem acompanhada de borracha para apagar, né?
Mas concordo com vc. Perdoar na medida certa, sem abdicar do que somos, do que queremos ser.
TERNURAS
Ah! Esqueci de dizer que essa imagem é muito Japonesa. Amei...rsrs
ResponderExcluirA maturidade tb me trouxe isso, hj acho que a maioria das coisas pelas quais nos batemos ou brigamos, merecem nosso perdão, pois não são graves. A vida e o bem viver são muito mais importantes do que picuinhas ou desentendimentos. Hj dou valor à paz de espírito muito mais do que a qq outra coisa. Obrigada por sua participação sempre brilhante amiga.Beijos.
ResponderExcluirOi, Marli
ResponderExcluirE cá estou eu a conversar contigo. E como é bom, e como faz bem.
O perdoar acontece aos poucos mesmo Marli. Eu também passei a ser assim. Não me deixo levar pela raiva, esqueço logo.
Se insistem em me maltratar, caio fora, afasto-me.
Obrigada pelo carinho.
Bjs no coração!
Nilce
Oi, Marli
ResponderExcluirE cá estou eu a conversar contigo. E como é bom, e como faz bem.
O perdoar acontece aos poucos mesmo Marli. Eu também passei a ser assim. Não me deixo levar pela raiva, esqueço logo.
Se insistem em me maltratar, caio fora, afasto-me.
Obrigada pelo carinho.
Bjs no coração!
Nilce
Marli querida!
ResponderExcluirAnotei isso:
"Jamais inclua o perdão no rol dos deveres, pois as chances de sair ileso dessa jogada são nulas."
Excelente. Ou perdoamos ou perdoamos. Não existe mais ou menos e nem tem quês!
O texto da Clarisse...demais.
Volto para casa mais rica...agradeço por isso de coração.
Linda participação!
Beijo grande.
Astrid Annabelle
O perdão ainda é algo difícil pra mim... acho que ainda não cheguei ao estágio da evolução de perdoar com prazer. Pena! Mas um dia, quem sabe.
ResponderExcluirBeijoZzz
Querida Marli,
ResponderExcluirVocê fechou essa coletiva com um texto bem especial.
Também creio que o tempo, a maturidade, nos ensinam muitas coisas, e nos presenteiam com muitas dádivas, e entre elas, o perdão.
E acho que a lição mais preciosa é não desistirmos de nós, nunca, jamé!
Beijos
Socorro Melo
Dito e certo, amiga: perdoar é um ato espontâneo, não pode ser uma obrigação.
ResponderExcluirBjos de boa noite
Boa noite, Marli:
ResponderExcluirLinda participação. Falar sobre o perdão, sob o enfoque que nos propôs, foi muito interessante. Gratificante e inspirador. O perdão só vale se for espontâneo. É sinal de maturidade. De evolução. Belo texto que nos provoca várias reflexões. Um grande beijo no seu coração ;)
Perdoar é amar a vida, amar a si mesmo e mais do que tudo amar o próximo, pois nossa origem é simplesmente o amor.
ResponderExcluirUm super abraço!
É um assunto polêmico,
ResponderExcluirna prática torna-se ainda mais complicado,
entretanto, na minha experiência acho mais fácil perdoar,
pelo menos acho que perdoo,
ficar remoendo é muito cansativo
e gera uma energia muito ruim...
Beleza de texto, Marli!
Bjs meus..
Concordo com vc Marli, conforme amadurecemos vamos aprendendo a perdoar e concordo mais ainda que ñ se deve NUNCA desistir de si mesmo pq isso sim ñ tem perdão.
ResponderExcluirAs pessoas tendem a confundir perdão e impunidade que diferem totalmente, vou cobrar o post hein..
bjs
Olá lindona!
ResponderExcluirComo vc escreve bonito Marli! Eu sempre falo isso né, eu sei rsrsrs.
Mas fico encantada lendo o que vc escreve.
Beijinhos e bom final de semana.
Flores e Luz.
Tenho um amigo que fiz quando entrei na empresa onde trabalhei a maior parte da minha vida. Eu tinha meus vinte e dois anos e ele mais ou menos o dobro. Quando me enfurecia com alguém ou alguma injustiça, ele sempre me batia no ombro e dizia" abranda seu coração, rapaz!" Às vezes ficava furioso até com ele também. Hoje entendo perfeitamente o significado. Acho que a adrenalina juvenil não cede muito terreno para o perdão (determinados perdões, claro). Prazer em vir aqui, Marli! Abração. paz e bem.
ResponderExcluir"A amizade sempre será primordial na vida e no relacionamento entre os seres" Paz e harmonia e um bom final de semana.
ResponderExcluirforte abraço
C@urosa
Gostei do lembrete final de que perdão e impunidade são coisas diferentes...
ResponderExcluirBeijos na alma e bom fim de semana!
Querida Marli! Concordo com sua reflexão. Os anos podem nos trazer muitas coisas boas e a sabedoria de perdoarmos pode ser uma dessas conquistas. Um beijo, Deia
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