Adoro esse filósofo rabugento. Falam mal dele, dizem que é pessimista, que tem uma visão ateísta do mundo, etc e muito etc. Touché! Cada um tem seu direito de opinar. Eu também. Acho que ele é o filósofo do realismo, isso sim. Ele vai a fundo nas filigranas da vida, e inclusive antecipou muitos sentimentos que a competição selvagem de hoje acabaram trazendo naturalmente para o nosso mundo. Talvez por isso, o chamem de rabugento, hehe, mas ele faz a gente pensar.
Claro que não concordo com tudo que ele diz, mas normalmente me empolgo com seus textos e leio e releio, não consigo desgrudar. É que ele, além de ser objetivo, não fica batendo sempre na mesma tecla, não enche a paciência da gente. E os assuntos são sempre interessantes.
Esse texto que estou postando é do meu arquivo particular. É uma passagem agudíssima e certeira sobre o valor do DINHEIRO.
Numa espécie tão carente e constituída de necessidades como a humana, não é de admirar que a riqueza, mais do que qualquer outra coisa, seja tão estimada e com tanta sinceridade, chegando a ser venerada; e mesmo o poder é apenas um meio para chegar a ela.
Os homens são amiúde repreendidos porque os seus desejos são direccionados sobretudo para o dinheiro e eles amam-no acima de tudo. Todavia, é natural, e até mesmo inevitável, amar aquilo que, como um Proteu infatigável, está pronto em qualquer instante para se converter no objeto momentâneo dos nossos desejos e das nossas necessidades múltiplas.
De fato, qualquer outro bem só pode satisfazer a um desejo, a uma necessidade: os alimentos são bons apenas para os famintos; o vinho, para os de boa saúde; os medicamentos, para os doentes; uma peliça, para o inverno; as mulheres, para os jovens, etc. Todos eles, por conseguinte, são meramente bons para algo, ou seja, apenas relativamente bons. Só o dinheiro é o bem absoluto, porque ele combate não apenas uma necessidade in concreto, mas a necessidade em geral, in abstrato."
(Arthur Schopenhauer, em “Aforismos para a Sabedoria de Vida” (1851), do livro “Parerda e Paralipomena”).
See you later.
é, Marli, mata os governantes cultos, o que convenhamos, não é o nosso caso. Esse homem foi de uma agudeza de espírito incrível, embora, dentre os filósofos, eu goste e conheça mais Kant e Descartes, este último, na minha opinião, precursor de Kardec, alma límpida, brilhante, que deixou a Terra muito cedo. Mas dizem que os bons vão embora logo, né?
ResponderExcluirEnfim, conhecimento nunca é demais.
Beijos e ótimo fim de semana!!
Um acordar nesta madrugada e pôr os neurónios a funcionar em pleno.
ResponderExcluirO dinheiro satisfaz todos os desejos...???
Para uns sim, para outros não.
O real valor da vida será sempre mais além do que é material e mundano.
As fronteiras dos grandes homens estará para além das estrelas.
Aí o dinheiro nada poderá comprar.
Só vc Marli, para postar bem cedinho um texto para nos acordar a mente...rsrs. Estou a brincar, adorei. Shopenhauer e Kirkegaard são tavez dois dos filósofos que mais gostei de estudar. Longe daquelas construções tão abstractas e dificeis de digerir, como as de Kant ou Hegel, os textos de ambos remetem-nos para o nosso dia a dia real, fazendo-nos reflectir sobre ele.
ResponderExcluirShopenhauer foi profundamente influenciado pelo Budismo e pelas filosofias orientais, daí também o meu gosto por ele...rsrs
E se é o filósofo do "viver é sofrer", aponta para a possibilidade de supressão dessa dor através da arte,elevando a música á arte das artes e influenciando decisivamente o grande Wagner...
Desculpa, Marli, acho que já falei demais e nem comentei sobre o dinheiro...rsrs
Mas isso é só sinal de que seu post está tão bom que nos remete para outras reflexões.
Bom Fim de Semana
BEIJOS
Oi, Marli
ResponderExcluirA valorização do dinheiro ultrapassa os limites do bem viver para muitos, do necessário, da simplicidade. Há os que preferem conservá-lo e não viver.
Excelente domingo.
Bjs no coração!
Nilce
Bom dia Marli!
ResponderExcluirNão creio que o dinheiro possa satisfazer todos os desejos.
Pelo menos os meus valores são outros...gosto de dinheiro mas sem idolatria!
Beijo grande para um excelente final de semana.
Astrid Annabelle
É, Marli, podem até chamá-lo de rabugento. Aliás, acho que quem costuma fazê-lo dever ser por sentir que alguma carpuça está servindo, não? rsrs. Você deve conhecer dele também A ARTE DE ESCREVER. É um dos melhores livros que li quando estava estudando sobre pessoas que falam sobre escrever. Eu fazendo uma espécie de metaleitura da metalinguagem. rsrs. Abração. paz e bem.
ResponderExcluirAdorei a sua postagem Marli. A filosofia de Schopenhauer tem aplicação atualíssima. Afinal, hoje em dia, o dinheiro tornou-se fim e não meio. Bem absoluto e supremo das sociedades em geral. Tal filósofo nos faz refletir. Parabéns!! Um bom final de semana, beijos prá ti!! :)
ResponderExcluirReconhecer a importância do dinheiro é o primeiro passo para poder diminuir o poder dele e dar valor a outras coisas.
ResponderExcluirbeijos
Bom dia Marli.
ResponderExcluirSabemos que atrás de um rabujento existem muitas inquietações e pportanto uma luta para não aceitar o cotidiano que para muitos é o bastante.
Sãbio esse Filósofo rabujento!
Beijos de luz amiga.
Goretti
Muito legal o texto dele, que gera realmente certa polemica, mas isso faz a gente pensar...
ResponderExcluirEu costumo dizer que o bem absoluto é a liquidez, que quer dizer... dinheiro no banco... mesmo assim se o banco não quebrar...rs...rs
bjs
polemico à toda prova. foi bom ler . boa noite
ResponderExcluirExcelente blog, irei seguir com muito prazer.
ResponderExcluirAproveito para desejar um excelente Domingo.
Bjs do tamanho do infinito
Maria
Olá Marli
ResponderExcluirGosto deste filósofo e concordo que o dinheiro é imprescidível para muitas concretizações materiais, mas não concordo que seja o único para o bem estar.
Bjs.
Gostei do blog!
ResponderExcluirConheça a minha revista digital
CINZAS E DIAMANTES.
Ela promove informação e divertimento
como também difunde arte de qualidade e formação cultural,
combinando criatividade e inovação.
O número 4, de julho, homenageia a arte e a história espanhola.
De Lorca ao Flamenco,
da ópera Carmen a Guerra Civil de 36,
da Movida Madrilena a Imigração Clandestina.
www.cinzasdiamantes.blogspot.com
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De Lorca ao Flamenco,
da ópera Carmen a Guerra Civil de 36,
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www.cinzasdiamantes.blogspot.com
Não há como não reconhecer o valor que nós mesmos entregamos ao dinheiro, o tornando assim nosso maior objeto de cobiça. Mas também é interessante notar como por diversos momentos percebemos sem o amor e sem Deus o dinheiro pouco nos completa. Acredito que estamos melhorando... pouco a pouco.
ResponderExcluirBoa Noite Marli, se me permite a sem-cerimônia...
ResponderExcluirGostei de seu blog, me faltava "frequentar" algum que tratasse assim de filosofia - aplicada ao cotidiano; no meu círculo de amigos virtuais (que espero tê-la incluída)a gente aplica o cotidiano à filosofia! :-)
Pretendo me demorar um pouco mais em outras visitas, olhando que está pra trás, caso não se incomode. Por ora, grande abraço, obrigado pela visita lá no arquitetura e poesia, volte sempre!
Adhemar
Eu não penso que o dinheiro seja a solução definitiva, pois ele não cura a morte...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Marli.
Um abraço.