Hoje estou a zero por hora. Estou com a mãe das preguiças! Mas não pensem que estou triste. Que nada! Afinal, a "preguiça amamenta muita virtude", hehe! Não é mesmo? A propósito, você conhece o autor da frase? Como? Ora você não sabe o que está perdendo. Tá vendo esse respeitável senhor aí, todo engravatado? Pois é ele: Juvenal Antunes, o poeta de bronze do Acre. Ele foi homenageado com uma estátua de bronze.
Nessa foto aí ele aparece todo paramentado, de terno e gravata, mas isso, é só pra enganar a torcida, afinal ele era um Promotor de Justiça! Verdade. Nascido no Ceará ele foi para o Acre ser Promotor, mas o negócio dele era mesmo a boemia. E tanto isso é verdade, que nos apontamentos que encontrei a seu respeito, consta que ele vivia metido num robe, feliz da vida, na porta do hotel Madrid, onde morava, em Rio Branco. Que era um boêmio inveterado, sempre bebendo cerveja, fazendo versos e proclamando seu amor à Laura, uma mulher casada. E dizem as más línguas, que ele não abandonava o hotel nem pra receber o ordenado. Imagine, o ordenado é que vinha à suas mãos por exercícios findos! Que tal hein?! Vá saber viver!! Rsrs.
O poema que lhe trouxe a fama definitiva chama-se "Elogio da Preguiça", e aqui está pra vocês se deliciarem.
ELOGIO À PREGUIÇA
Bendita sejas tu, Preguiça amada,
Que não consentes que eu me ocupe em nada!
Mas queiras tu, Preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.
Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.
Lá esta, na Bíblia, esta doutrina sã:
-Não te importes com o dia de amanhã.
Para mim, já é grande sacrifício
Ter de engolir o bolo alimentício.
Ó sábios , daí à luz um novo invento:
A nutrição ser feita pelo vento!
Todo trabalho humano, em que se encerra?
Em na paz, preparar a luta, a guerra!
Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudência dos canhões!
Juristas, que queimais vossas pestanas,
Tudo que legislais dá em pantanas.
Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas...
Cresce o teu filho? É belo? É forte? É loiro?
- Mas uma rês votada ao matadouro! ...
Pois, se assim é, se os homens são chacais,
Se preferem a guerra à doce paz,
Que arda, depressa , a colossal fogueira
E morra assada, a humanidade inteira!
Não seria melhor que toda gente,
Em vez de trabalhar, fosse indolente?
Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte?
Queres riquezas, glórias e poder? ...
Para que, se amanhã tens de morrer?
Qual mais feliz? O mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Ou seus antepassados que, selvagens,
Viviam, livremente, nas pastagens?
Do Trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas!
Talvez o sejam mais, vivendo em larvas,
As preguiçosas, pálidas cigarras!
Ó Laura, tu te queixas que eu, farcista,
Ontem faltei, à hora da entrevista,
E, que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor - por outro amor...
Ou que, receando a fúria marital,
Não quis pular o muro do quintal.
Que me não faças mais essa injustiça! ...
Se ontem não fui te ver - foi por preguiça.
Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir... sonhar ...
Juvenal Antunes nasceu no Ceará-Mirim em 1883 e morreu em 1941, em Manaus. Foi personagem da Mini-série Global "Amazônia", de Gloria Peres.
Saiba mais aqui e aqui
Por enquanto era isso.
Beijos. Fui.
Nossa,que beleza! Nem vou mais reclamar de mim mesma. Vivo falando que sou preguiçosa rs...Não conhecia o poema e achei o máximo sua idéia de postá-lo. Um presente divertido demais! Montão de bjs e abraços
ResponderExcluirLegal,Marli. Agora, acorda, né? Beijos
ResponderExcluirBom dia, Marli:
ResponderExcluirAdorei a sua postagem. Que bela "Ode à preguiça", de Juvenal (que não conhecia). É o que chamamos de ócio criativo!! O que sempre precisamos...hehe!! Muito bom mesmo! Beijos no seu coração ;)
Oi Marli
ResponderExcluirDeu aquela preguicinha , aqui no Rio chove , aquela chuvinha mansa ( felismente) diferente do nordeste que está debaixo dágua .
E com esse tempinho invernoso nada como uma preguiça indolente , um edredonzinho fino , um travessseirinho perfumado e ficar ali sonhando espreguiçando rsrs
Gostei muito do Juvenal Antunes , o típico boemio poeta , boa vida.
muito bom texto Marli
deixo abraços
Marli, grande Juvenal! Também não o conhecia, mas hoje, com a chuvinha lá fora, o frio aqui dentro e o resfriado que tem sido meu parceiro constante, faço minhas as palavras dele: "Bendita sejas tu, Preguiça amada!". Um beijo, aproveite sua Preguicinha! Deia.
ResponderExcluirMarli
ResponderExcluirVim agradecer-lhe aqui o voto no Alquimia.
E encontro esta beleza em forma de preguiça, preguiça ate para namorar!
Um beijo.
Preguiça é BOM!! Deixa como está para ver como é que fica...Bj preguiçoso...
ResponderExcluirO ócio, a preguiça, o não fazer nada também faz falat de vez em quando.
ResponderExcluirBeijinhossssssssssss
Marli,
ResponderExcluirSabia que este Juvenal Antes até tem uma certa razão? hehehe
Gostei do poema! Muito bom!
Eu até gosto de uma preguicinha...mas, só deixo ela se instalar nas férias, que graças a Deus estão batendo na minha porta, hehehe
beijo preguiçoso...
neli
Não vou comentar não...To com preguiçaaaaaaaaaaa...
ResponderExcluirRsrsrsrsr!
Bjos achocolatados
Marli, primeiramente permita-me lhe agradecer por rechear esta tarde fria com tamanha beleza de poesia.
ResponderExcluirAgradeço também por conhecer a história de um escritor, que de certo falta no Mundo o divulgar dos mais belos ensinamentos.
Meus parabéns, pela postagem tão feliz.
E que a preguiça me venha, somente depois de por em ordem as leituras que em meu painel sacodem...rsrs
Beijos Marli.
Oi, Marli
ResponderExcluirQue coisa mais linda esse poema "preguiçoso", rsrs. E eu reclamando aqui o fato de não poder fazer nada. Até me deu preguiça de pensar, rsrs.
Bjs no coração!
Nilce
Olá Marli
ResponderExcluirVivendo e aprendendo. Não conhecia o Jvenal e sua prequiça. Para dizer a verdade, umas boas horas de ócio faz bem.
bjs
Não estás sozinha minha cara, jamais nisso....rs..
ResponderExcluirVim aqui pra avisar que mudei o endereço do blog. bora comigo?
bjão.
Adorei o personagem e o poema.
ResponderExcluirParabéns por posta-lo aqui.
beijos
Ótimo. Me deu uma preguiça...
ResponderExcluirBjs
Preguiça não faz parte do meu vocabulário, pelo contrário, sou ligada, faço tudo que tenho que fazer primeiro, depois é que relaxo.
ResponderExcluirMas, gostei de ler o poema deste mestre que ainda não conhecia.
bjs cariocas
Marli, fazia dias que eu não aparecia por aqui e me surpreendi com a página branca. Adorei!!! Meus lindos olhos míopes agradecem a mudança, pois, é muito custoso ler a letra branca no fundo escuro. Eu já ouvira falar nesse elogio à preguiça, mas achava que era brincadeira. Ler a poesia foi delicioso. Bjs. Elza
ResponderExcluirAi, que inveja do Juvenal! Eu já até tentei ser preguiçoso, mas o sentimento de culpa acaba sempre falando mais alto e lá vou eu arranjar algo para me ocupar. O poema dele, no entanto é muito lindo, nem parece coisa de preguiçoso. rsrs. Abração,Marli. Paz e bem.
ResponderExcluirMu Deus, como tu fizeste da preguiça uma postagem tão boa de ler.
ResponderExcluirAté preguiça é cultura, foi o q descobri contigo.
Lembro uma vez q li no gibi.
ResponderExcluirO Casção vai no açouque e pede 1 kg de lingui.
E o acougeiro pergunta se não seria linguiça, Casção responde:
é q estou com pregui
Gosto muito mais do poema do Juvenal (que não conhecia), do que do ditado Português: "A preguiça é a mãe de todos os vícios."
ResponderExcluirVê se pode? Faz qualquer pessoa se sentir culpada de preguiçar...
Ternuras
O poema é genial e eu nem sequer conhecia o autor!
ResponderExcluirtambém acho que a preguiça é mãe de muitas virtudes, afinal foi graças á preguiça que se foram inventando coisas para nos facilitar a vida.
e viva a preguiça!
(vou roubar o poema!)
Oi Marli, que preguiça mais deliciosa essa, cheia de rimas e com um inal de se fazer sorrir...Que me não faças mais essa injustiça! ...
ResponderExcluirSe ontem não fui te ver - foi por preguiça.
Gostei muito de ler sobre Juvenal Antunes.
Beijos no ♥.
Marli, sabe qto me dou o direito de ter preguiça ? aos domingos... é tão gostoso nao fazer nada... ficar naquela preguiçinha gostosa !
ResponderExcluirBjks e boa sexta (sem preguiça e sem tédio)
Oi amigavó, amei esse "Elogio à preguiça"...:)
ResponderExcluirObrigada pela visitinha ao mosaicos, pois todos (mas principalmente as avós), são muito bem vindos lá.
Um final de semana maravilhoso prá você, e se possível, com muita preguiça...rsrsrs
Cid@
Querida Marli !
ResponderExcluirQue honra tê-la nos meus seguidores, seu blog é muito cultural, adorei, sou amante da boa literatura e filosofia.
Nos encontramos nos posts !
Grande Abraço !
Adélia
Êta preguiça boa,hein Marli?
ResponderExcluirNão conhecia nem o autor muito menos sua poesia.
Achei gostosa de ler...
Belo post!
Beijos
Astrid Annabelle
Marli,
ResponderExcluirNão conhecia este poema à preguiça....nem o seu autor. Gostei imenso.
Deu-me uma tal preguiça que até me fez sorrir.
beijinhos
Boa noite Marli,
ResponderExcluiré muito bom este poema, não admira que tenha aberto as portas do sucesso ao poeta.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Mas bah, Marli.
ResponderExcluirPrimeiramente, obrigado pela visita ao ARTeiro.
Vim retribuir; gostei do seu Blog, amei a poesia do Juvenal e voltarei por aqui.
Abração.
Vou correndo, logo, para o Acre e beber da sabedoria do Juvenal, porque aqui em São Paulo trabalha-se a até dar no pau. Ufa, cansei, deu preguiça... Bjos.
ResponderExcluirBoa lembrança. Eu tinha esquecido deste personagem verdadeiro do AcreMas também tenho desconto por ser mineira.
ResponderExcluircom carinho MOnica
Ah, Marli! tem dias que a preguiça deixa a gente assim, rendida ao ócio, curtindo o nada em devaneios que rendem viagens deliciosas - e nenhuma ação, nos permitindo sair do congestionamento mental e físico dos dias de luta.
ResponderExcluirAdorei o poema...indolente e bem humorado.
Bjos amigavó (estou descobrindo que somos muitas nesse universo da blogosfera!!), bom domingo!
Há vários de tipos de preguiças, mas nunca devemos ter preguiça de viver...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Marli.
Um abraço.