quinta-feira, agosto 27, 2015

ESCOLHENDO ATITUDES

espírito, peruca


É complicado ser uma pessoa positiva sem ser enjoativa, sem chatear os outros com tantas positividades, rsrs. É minha oração de cada dia: ser razoavelmente positiva, sem excessos, pois viver é antes de tudo, conviver, viver com. E isso inclui respeitar o sentimento de cada um. Resumindo: não quero cansar a paciência dos outros com minhas leituras de mundo. Cada um na sua, com seus enganos e desenganos.

Mas isso não retira de mim a visão de um mundo melhor.

Embora eu acredite que desembarcamos nesta terra trazendo -- cada um de nós -- uma identidade única e que necessitamos ferramentas diferenciadas para levar a cabo nossa missão planetária, também acredito no resultado das escolhas que o livre arbítrio nos permite fazer. E sinto que para nosso próprio bem -- tanto do corpo como do espírito --, é preciso fazer valer nossa viagem por aqui. O balanço deve ser positivo, principalmente no resgate das faltas, pois disso depende nossa evolução espiritual.

Nesse contexto, tem duas atitudes que considero fundamentais no fortalecimento da espiritualidade: a interiorização e o bom humor. Seria ótimo se as pessoas tentassem ver além da superfície e encarassem a vida com uma certa dose de bom humor! Não. Não estou sugerindo negar a tristeza e assumir o riso constante das hienas. Minha proposta é outra: incluir alegria na tristeza. Como assim? Acredito nessa possibilidade, acho que é possível, até nas situações de amargura, acalmar o ânimo e ver alguma luz no caminho; é possível ver as coisas com outros olhos; encarar os acontecimentos noutra vibe, rir e chorar, e aceitar de bom grado as contradições da vida. E ainda escolher o lado bom! Enfim, na prática, as tais atitudes que falei: alegria e bom humor. Difícil? claro, muiiito difícil, é trabalho pesadíssimo, loucura total! Mas vale a pena tentar. Força na peruca.

Marli Soares Borges

quinta-feira, julho 09, 2015

MANDIOCA SAPIENS





A mandioca virou star no dicionário Dilmês. Coitada da mandioca, ela nunca imaginou que passaria por isso. Enfim, mandioca or not mandioca não é mais a questão. Agora surgiu no mercado a "Mandioca Sapiens". Mas você é quem sapiens. Contudo, quem mais sapiens de mandioca sapiens é a "Incompetenta Sapiens". Na verdade, você não sapiens de nada! E isso é muito bom, pois assim você, eu, nós, -- todos os comuns mortais --, poderemos continuar exercendo nosso sagrado direito de apreciar a "Mandioca-Não-Sapiens".

Em tempo: ouvi dizer rsrsrs que há um mandiocal sapiens nos arredores de Brasília, cujo plantio foi coordenado pessoalmente pela rainha louca, ops(!), incompetenta sapiens.

Marli Soares Borges

terça-feira, junho 23, 2015

A GUARDA COMPARTILHADA




Andei lendo algumas opiniões sobre filhos, famílias, separações, etc. e comecei a refletir um pouco sobre a GUARDA COMPARTILHADA, a tal lei que não 'pegou'. 


Penso que a guarda compartilhada para funcionar exige que os pais tenham uma boa relação e, óbvio, se tiverem uma boa relação, não haverá necessidade de o juiz determinar o que é melhor para os filhos.

Obrigar casais com alto grau de litígio a compartilharem a guarda é um contrassenso, pois a criança sempre será a mais prejudicada. Ela acabará como bolinha de ping-pong, sempre ao sabor dos ânimos de cada um dos genitores. Sem falar no estado de insegurança permanente a que estará sendo submetida. Acho que os juízes que lidam no dia a dia com esse tipo de litígio, já perceberam que 'ex casais' que vivem em pé de guerra, jamais conseguirão dar conta dos encargos inerentes ao compartilhamento da guarda dos filhos. Por isso, eles (os juízes) não têm concedido esse tipo de guarda quando requerida.

Se não houvesse discórdia, tudo seria diferente e, como eu disse antes, nem haveria necessidade de legislar nesse sentido. Mas essa lei, como tantas que são criadas aqui no Brasil, é uma lei de gabinete, uma lei criada para mostrar serviço, por quem apenas observa o cenário... apressadamente. E os envolvidos na discórdia -- as crianças e os pais -- é que sentem em suas vidas, o peso que isso representa.

Ocorre que na guarda compartilhada não são apenas os direitos que devem ser compartilhados mas também os deveres e obrigações. Em tempos de paz tudo parece tão óbvio... mas no meio do conflito, a conversa é bem outra. Inclusive existem casos - e não são poucos - em que o pedido de guarda compartilhada tem sido usado, pasmem(!) até para embasar a diminuição e/ou o não pagamento de alimentos.

Aí, os entendidos perguntam: porque será que essa lei não 'pegou'?

Marli Soares Borges

segunda-feira, maio 18, 2015

METAMORFOSES




O MUNDO MUDA e a gente muda com o mundo. Ah, esse assunto é recorrente. Vivo jurando que não falo mais sobre isso, mas quando vejo... Aliás, isso acontece bastante comigo, milhares de vezes cruzei os dedos e afirmei que estava certa e jurei que nunca iria aceitar ou fazer isso e aquilo. E algum tempo depois, lá estava eu, aceitando e fazendo o "impossível". E daí? Isso não me incomoda. Nunca me comprometi com o erro, e além do mais, aprendi que mudar é se renovar, é abrir novos caminhos, é ter novas possibilidades. É se reinventar a cada dia, para -- quem sabe -- voltar a se surpreender com a vida. 

Muitas vezes são as mudanças repentinas que nos dão as melhores experiências de nossas vidas! Por isso, quanto mais o tempo passa, mais eu concordo com Raul Seixas... "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Essa, para mim, é uma das frases mais significativas que já foram ditas através dos tempos.

Marli Soares Borges

terça-feira, abril 28, 2015

SE ACASO VOCÊ CHEGASSE...

Acredito no acaso muito mais do que no mérito e considero que o esforço e o talento, por si sós, não determinam o sucesso das pessoas. Li um artigo de um escritor franco-canadense - Malcolm Gladwell - sobre esse assunto e concordo com ele. Para mim, a meritocracia não passa de uma ideia falsa, quase uma fé "virada para baixo" com dizia Murphy. Se o esforço árduo fosse necessariamente recompensado o sucesso estaria praticamente garantido para todas as pessoas. Era só se esforçar e pronto. Mas, infelizmente, não é assim que funciona, tem gente que leva a vida inteira se esforçando e nunca chega lá. Acontece que a meritocracia é apenas uma crença e o acaso não. O acaso é real e está em todos os lugares. Observe: o acaso inaugural, que praticamente dá o 'tom' da nossa existência, começa precisamente no dia em que, direto da barriga de nossa mãe, desembarcamos nesse mundo. Desde a nossa mãe, a nossa família, o lugar do nosso nascimento, nossa escola, etc, até os atos e fatos casuais, anteriores e decisivos que nos dizem respeito, todos eles são acasos determinantes na nossa vida. Enfim, penso que o papel do acaso não é pequeno, ele é bem maior do que gostaríamos de admitir. Mas isso não significa que eu despreze o valor do esforço e da dedicação. Pelo contrário, o esforço, a dedicação, o comprometimento e as horas-bunda de estudo, contam muitíssimo na vida e, verdadeiramente, alavancam o sucesso. Apenas não concordo com a ideia de que o esforço árduo terá necessariamente sua recompensa, pois o acaso é moeda forte e não pode ser desconsiderado. Lembro de Santo Agostinho, "somos todos iguais, até o momento em que nascemos". Certamente, também ele, por acaso, andou encucando no acaso de todos nós.

Marli Soares Borges

terça-feira, abril 07, 2015

O MINISTÉRIO DA VERDADE

planeta de papel

Li por aí uns papos sobre jornais digitais, sobre a bobagem que estamos fazendo em manter jornais em papel, coisa mais antiga. Para que atolar o planeta de papel? Para que manter jornais impressos, se encontramos tudo online, a um clique de nós? Ok, ok. Mas confesso que nesse quesito, tenho muitas reservas. Desde que li, ha muito, "1984" (de Orwell), nunca mais esqueci o "Ministério da Verdade". Fiquei impressionada com o tal ministério cujo objetivo era exatamente o oposto da Verdade: ele era diretamente responsável pela falsificação da história. (Em Novilíngua, porém, o nome era bem apropriado, já que “verdade” é aquilo que o Estado quer que seja verdade). De fato, o tal "Ministério da Verdade" cuidava nas notícias, entretenimento, artes e educação e seu propósito era reescrever a história e alterar os fatos, de forma que eles se encaixassem na doutrina do Partido. Por exemplo, se o Grande Irmão (chefão do Partido) fizesse uma previsão que se revelasse errada, os funcionários do Ministério deveriam reescrever a história de forma que a previsão do Grande Irmão (chefão do Partido) estivesse correta. Deveriam criar a ilusão de que o Partido é absoluto, eternamente correto e forte. Como se vê, era um ministério muito especial. Ele apagava as lembranças e alterava a história. Vai daí que volta e meia me vem à cabeça uma coisa terrível: hoje em dia temos um arsenal tecnológico fantástico ao nosso dispor. Pois bem, você já imaginou, como seria fácil hoje em dia, modificar rapidamente quaisquer registros, se não houvesse jornais impressos, se houvesse apenas a mídia digital? Seria facílimo, como também facílimo seria ao governo exercer uma fiscalização difusa e controlar a vida dos cidadãos, invadindo 'legalmente' os direitos individuais. O quê? Paranóia minha? Negativo. Já tem gente louca -- moluscamente, dilmamente, petralhamente louca -- querendo reescrever a história. Temos que ficar antenados. Por isso, acho muito importante que os jornais e todos os registros em papel, a despeito de sua alegada falta de praticidade atual, permaneçam existindo e convivendo com a mídia digital através dos tempos. Precisamos ter um mínimo de certeza de que nossa história permanecerá intacta. Já conseguiram nos engambelar com as urnas eletrônicas, que não conservam nenhum registro concreto de nossos votos. Agora querem também terminar com os jornais impressos? Uma história sem registros? Sou contra.

Marli Soares Borges

* Imagem: retirei do Google. Se for de alguém, por gentileza, avise.