sábado, março 07, 2015

VIOLÊNCIA EXTREMA CONTRA AS MULHERES

violência extrema contra as mulheres
Imagem: Google


Na terça-feira, (03.03.2015), o Congresso Nacional aprovou o projeto de Lei 8305/14, do Senado, que classifica o femicídio como crime hediondo e o inclui no Código Penal como homicídio qualificado. Isso significa que assim que a lei for sancionada, todo assassinato de mulheres motivado por razão de gênero (pelo simples fato de ser mulher), será enquadrado nessa classificação.


Lamento que nas celebrações do dia da mulher - 08 de março - a pauta da violência ainda esteja em alta. Por isso, sou plenamente a favor da promulgação do femicídio. 


Conceituar como femicídio o assassinato de mulheres, pelo fato de serem mulheres, a meu ver representa um avanço na compreensão política do caráter sexista presente nos crimes de homicídio contra as mulheres, que recentemente passaram a serem estudados, fazendo ressaltar a necessidade de criminalização. Considero importante essa tipificação porque, à toda evidência, o que não tem nome, não existe... "é preciso dar nome aos bois". E a adoção do termo femicídio, além de tipificar o crime, serve também ao propósito de desmistificar a aparente neutralidade que subjaz ao termo assassinato, mostrando tratar-se de fenômeno inerente ao histórico processo de subordinação das mulheres.


Tão triste que durante tanto tempo, tantas mulheres tenham sido assassinadas e os crimes banalizados, tratados como um crime a mais na seara delituosa. Acontece que não são. O assassinato de mulheres, pelo fato de serem mulheres, é uma das consequências mais cruéis da subordinação da mulher e da negação da sua autonomia. E o retrato vivo dessa negação aparece no próprio desenho dos meios de comunicação, que divulgam esses crimes, dizendo tratar-se de “crime passional”. Todavia, um homicídio de mulher não pode ser tratado como um crime passional, porque não é. Assim tratado, você desqualifica o crime, banaliza o crime, -- afinal foi praticado num momento de raiva, você pensa --. Mas não foi. O femicídio é um processo de violência. Por isso, está mais do que na hora de erradicar o tal “crime passional”, que traz em si um conceito misógino, que ignora todo o sistema de dominação patriarcal e tenta manter as mulheres numa eterna subordinação. 


Está na hora de tipificar, de criminalizar, de tirar esse crime do esconderijo. Quando se tipifica um crime, esse crime passa a existir juridicamente, e sai da impunidade. Surgem inúmeras possibilidades de aprimorar registros, criar mecanismos de controle, definir prioridades, etc, claro está, que a tipificação por si só, não basta, até porque, na nossa lei penal subsiste ainda o controle patriarcal contra a mulher. Então precisamos também que, ao lado da tipificação, aconteçam mudanças estruturais na sociedade, reformas gerais, tanto na legislação como nas políticas públicas que, expressa ou tacitamente, contenham preceitos discriminatórios violadores da dignidade humana. É crucial que se analise os delitos contra mulheres à luz de toda a discriminação histórica que as vitimou, da violência estrutural e sistemática, bem como da ausência de políticas públicas de prevenção, punição e erradicação desses delitos. 


Desejo muito que um dia, num estágio de evolução superior, possamos olhar para essa lei e achá-la obsoleta. Que num futuro próximo, o crime tipificado nesse diploma legal, não passe de mera curiosidade histórica e antropológica. Mas enquanto esse estágio evolutivo não chega, reconheço que é preciso zelar pelas mulheres, esses seres vulneráveis que vivem nessa sociedade 'moderna' e bárbara, regida pela lei do mais forte. É urgente criminalizar o assassinato de mulheres. É urgente repudiar os crimes de gênero.

Marli Soares Borges

domingo, fevereiro 08, 2015

GENTE CHATA E BURRA


Contextualizar as coisas... para quê? Acho que as pessoas têm preguiça de ler textos com mais de 140 caracteres e por isso, acabam deixando de consultar as fontes do assunto que pretendem postar e quando resolvem tomar pé do referido assunto, não sabem interpretar os textos. Identificar ironias? Nem pensar, elas não conseguem. Não me surpreende que achem tão fácil pinçar frases soltas e afirmar verdades absolutas. E seguem assim, falando mal, desconstruindo pessoas respeitadas e desprezando sólidos referenciais. E isso, lamentavelmente, tem sido uma prática constante na rede. Veja o que fizeram com o papa Francisco, que em uma fala sobre educação e limites, foi transformado em defensor da violência contra crianças! Óbvio que o contexto que gerou essa fala colocaria tudo em pratos limpos, mas está tão distante do entendimento do "escritor", quanto sua capacidade de interpretar textos. Assim é que essas incoerências vão se se repetindo aqui e ali, nos mais variados assuntos. E o que mais impressiona é que todos eles, acreditam-se detentores do monopólio da verdade e cada um torce o pepino para onde bem entende, ou mesmo, para onde não entende bulhufas. Gente chata e burra.

Marli Soares Borges

domingo, fevereiro 01, 2015

OS MONSTROS


... e no final das contas, eles nem precisariam ter se assustado dos monstros. Não havia monstros, como puderam comprovar ao acenderem a luz. Foi então que eles se deram conta de que os monstros que haviam visto nas noites em que ali estiveram, eram as próprias pessoas que, durante o dia, eles conheciam muito bem. Conheciam mesmo?... e a ficha caiu: eles pensavam que conheciam! Acontece que ninguém conhece verdadeiramente alguém, porque ninguém é absolutamente transparente. Ninguém se dá a conhecer totalmente. Nem para si próprio. Somos todos uns ilustres desconhecidos de nós mesmos. Essa transparência tão alardeada e desejada, é uma coisa midiática, apenas um ideal. Outra utopia posta na nossa mesa para nos confundir. 


Marli Soares Borges

terça-feira, janeiro 20, 2015

DANOU-SE, SENHORA


Já falei que, por enquanto, sou contra a pena de morte. Entendo que e o Estado quando decide matar, toma para si um direito que não lhe pertence e que a vida é uma só: morreu, morreu... acabou-se. Após o cumprimento da pena capital estará descartada qualquer possibilidade de revisão por erro judicial. É isso que me tira do sério. Não gosto de bandidagem, não gosto de traficantes, mas não suporto a ideia do Estado decidindo, quando e como, alguém deve morrer. Claro que esse infeliz fuzilado nunca foi santo na vida e sempre teve a pior das intenções. Ele sabia das penalidades e mesmo assim decidiu traficar, então ele que se exploda, oras! Mas em se tratando da pena de morte aplicada, não consigo aplaudir. Nem no juízo momentâneo do 'por aqui o crime compensa e por lá não'. E não estou com peninha do bandido, Deus me livre, por mim ele que torre no inferno! O que me incomoda é a concepção jurídica da pena de morte em si, que me passa uma ideia de relativização do Direito. Mas isso é outro assunto. No mais, sou plenamente a favor de que cada país obedeça suas leis, e se tiver pena de morte, cumpra-se! doa em quem doer. 


E o pedido de clemência da Dilma?


Bom, eu acho uma inversão total de percepção esse tipo de investida presidencial, porque o remédio jurídico para livrar o brasileiro da morte, era outro, que não foi dado no momento certo, e agora esse pedido de clemência já era. Mas é óbvio que a Dilma, acostumada a mandar e demandar a torto e a direito, -- a lei?, ora a lei! -- não conseguiria, por bem, entender que o exercício do poder não é absoluto, que há limites, e que é preciso respeitar às leis de um país. Mas depois dessa, creio que ela deve ter aprendido alguma coisa. O Presidente da Indonésia acaba de ensinar-lhe uma liçãozinha básica: existe em cada país, uma coisa que se chama soberania e tem tudo a ver com a máxima de que as leis devem ser respeitadas! 


Voltando um pouquinho o filme. 


Não consigo imaginar a sensação de desespero e raiva que ela deve ter sentido, quando se deu conta de sua incompetência: ela teve 4 anos para providenciar a extradição do cara e não providenciou. E ele foi julgado por lá. E foi então que ela viu o paradoxo em que estava metida: não seria ideal para sua imagem 'de poder', abandonar um brasileiro assim, com morte anunciada, num país estranho ao seu; e não seria ideal para sua imagem 'ilibada', demandar por um bandido, um traficante que fora condenado em processo regular num país estrangeiro. Ela teria que assumir uma posição: ou respeitava a soberania do país ou manejava seu velho conhecido: o carteiraço!

E na qualidade de Presidente do Brasil ela optou. Pelo bandido. E como não poderia deixar de ser, o carteiraço em forma de pedido, reavivou o justo ressentimento dos brasileiros -- os honestos e trabalhadores, é claro -- e chegou como um vendaval: -- O MUNDO É TESTEMUNHA, A PRESIDENTE DO BRASIL PEDIU CLEMÊNCIA PARA UM TRAFICANTE! 

Danou-se, Senhora. Seu colega da Indonésia respeita as leis de seu país. 

Marli Soares Borges

quarta-feira, janeiro 07, 2015

NINGUÉM ENXERGA LONGE SEM AUXILIO


ninguém enxerga longe sem auxilio

Ninguém enxerga longe sem auxílio, e o conhecimento não acontece plenamente para aqueles que apenas escalam os muros tentando ver se conseguem, lá das alturas, observar mais longe. Claro que o 'escalar muros' também é importante, mas penso que para ampliar nossa consciência e aprimorar nossas percepções e interconexões com a realidade, precisamos da cultura, do estudo, do auxílio dos gênios e dos poetas, das músicas e dos filmes, dos livros e dos textos, dos telescópios e dos microscópios. Mas precisamos também dos longos papos e dos porres memoráveis. E da atenção e do equilíbrio. Prestar atenção às sinfonias dos grandes músicos, e aos pássaros que cantam lá fora; aos grandes filmes e aos peixes que nadam nos rios; aos sonetos de Shakespeare e às palavras de bem-querer que brotam dos lábios das pessoas comuns. Tudo na sua medida. O difícil caminho da sabedoria, como apontou Zaratustra (e seu criador, Nietzsche), é uma estrada de muita solidão e incompreensão, onde aquele que busca ser sábio, seguidamente tromba ao seu redor com a tolice, a estupidez e a trivialidade, sem falar na traição e na crueldade. Pois é. E haja sabedoria para lidar com tudo isso! Mas gosto dessa ideia de sabedoria e de aprendizados. 

Marli Soares Borges

domingo, janeiro 04, 2015

PRIMEIRO POST DE 2015

primeiro post

Cuide de sua pele, cuide de você. Para começar, que tal firmar um propósito de não assumir dívidas que depois não possa pagar? Com isso você não andará de cara feia o ano inteiro, e uma cara alegre é bom demais para a pele. E além do mais, você fará um grande favor ao universo, pois se você não sabe, nossos sentimentos e atitudes são contagiantes, tanto para o bem como para o mal.  


Veja o que encontrei: a Cartilha do Superendividado.
Ela prega dez mandamentos:

1.   Não gaste mais do que você ganha.
2.   Tenha cuidado com o crédito fácil.
3.   Não assuma dívida sem antes refletir e conversar com sua família.
4.   Leia o contrato e os prospectos.
5.   Exija informação sobre as taxas de juros mensal e anual.
6.   Exija o prévio cálculo do valor do total da dívida e avalie se é compatível com sua renda.
7.   Compare as taxas de juros dos concorrentes.
8.   Não assuma dívidas em benefício de terceiro.
9.   Não assuma dívidas e não forneça seus dados por telefone ou pela Internet.
10. Reserve parte de sua renda para as despesas de sobrevivência.


E agora conheça o teste "Estou superendividado"

( )  Minhas dívidas equivalem a mais de 50% do que ganho;
( )  Preciso trabalhar mais para pagar minhas dívidas no final do mês;
( )  Meu salário termina antes do final do mês;
( )  Minhas dívidas estão sendo causa de desavença familiar;
( )  Não consigo pagar em dia as contas de luz, água, alimentação, aluguel e/ou condomínio;
( )  Tenho sofrido de depressão em razão das dívidas;
( )  Meu nome está registrado em cadastros, tais como SPC, SERASA, CCF;
( )  Tenho atrasado o pagamento das minhas dívidas;
( )  Já pedi dinheiro emprestado a familiar ou a um amigo para pagar minhas obrigações;
( )  Minha família não tem conhecimento de minhas dificuldades.

Pense nisso, quem avisa amigo é.
Beijos
Marli