quinta-feira, outubro 10, 2013

10 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA SAÚDE MENTAL


O objetivo dessa comemoração é chamar a atenção pública para a saúde mental global, como uma causa comum a todos os povos, além de limites nacionais, culturais, políticos ou socioeconômicos. A Organização Mundial da Saúde considera a saúde mental uma das prioridades em saúde.

Millôr Fernandes disse que "A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum." E pelo que andei lendo em sites especializados, ele não disse nenhuma bobagem, pois as perturbações de natureza mental estão crescendo significativamente e os distúrbios mentais, independentemente da sua gravidade são, e serão cada vez mais, a nova grande endemia do século, sendo que a depressão é a segunda causa de incapacidade nas maioria das pessoas. As doenças mentais são o fator de maior risco de suicídio no mundo.

E A SAÚDE MENTAL?

Pois é. A gente ouve falar em “Saúde Mental” e pensa logo em “Doença Mental”. Mas aprendi que a saúde mental vai muito além da pessoa não ter doenças mentais. A Saúde Mental se relaciona diretamente à forma como a pessoa reage às exigências da vida, como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. Implica em compreender que ninguém é perfeito, que todos nós temos limites e que não podemos ser tudo para todos. Ou seja, implica na aceitação da nossa -- e vossa -- humanidade. Implica também na capacidade de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana de forma equilibrada. E ainda em saber procurar ajuda quando surgirem dificuldades para lidar com os conflitos, perturbações e traumas. E isso em todas as fases da vida. Resumindo: têm saúde mental aqueles que sabem lidar com as emoções diárias: alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. É importante compreender também que qualquer pessoa pode, em algum momento de sua vida, apresentar sinais de sofrimento psíquico sem que isso signifique que esteja com algum distúrbio.

Então. Depois de todo esse blablablá, o que ficou muito claro para mim, sem qualquer novidade, é que manter sentimentos positivos consigo, com os outros e com a vida, ainda continua sendo a carta na manga para conservar a sanidade mental.

Marli Soares Borges, 2013

quinta-feira, outubro 03, 2013

DE CASTIGO NO TEMPORAL


Cada vez mais difícil viver nesse início de século. Tudo muito pesado, todo mundo armado, a grosseria grassando. Andamos na velocidade da luz. E de cara amarrada desde o amanhecer, achamos que assim nosso status de seriedade e respeitabilidade estará mantido. Fizemos da vida uma arena: é ganhar ou perder, viver ou morrer, tal como no gládio. Escravos da vida, foi nisso que nos transformamos. E nesse compasso aprendemos com maestria, a criar e alimentar o medo em nós e no coração dos nossos afetos. Medo de perder o emprego, de ser mal sucedido nos negócios, de cair em desgraça, de perder coisas. Perder é a morte. Atitudes equivocadas, a meu ver. Sandices, pois as perdas são componentes vitais de nosso crescimento pessoal. Temos que aprender a lidar com as perdas, isso sim. Acontece que nessa histeria do não perder, andamos por aí sofrendo por antecipação e por bobagens. Coisa que se tivéssemos criatividade, tiraríamos de letra. Onde se viu sofrer por bobagens, a gente tem que sofrer pelo que realmente foi trágico, pelo que fez a vida sangrar. Que pena, nessa correria insana, deixamos pelo caminho o discernimento, a serenidade, a leveza, a autenticidade, a gentileza e o sorriso espontâneo. Vestes criativas que sempre nos protegeram das intempéries da vida. Estamos nus, de castigo, no meio do temporal. Marli Soares Borges

segunda-feira, setembro 30, 2013

O CONFRONTO


Trabalhar bastante? Sim. Ralar? Sim, afinal nada vem de graça e ninguém bate à nossa porta para pagar nossas contas. Trabalhar demais? NÃO. Me desculpem os que vivem dia e noite com a cara metida no trabalho, que vivem só para o trabalho. Para mim, isso é uma fuga. Uma desculpa que inventaram para si próprios. É medo de lidar com as necessidades mais profundas do coração, medo de encarar os desejos interiores. É mais fácil apelar para o excesso de trabalho. Ninguém vai colocar em xeque, -- afinal trabalho é trabalho --, e cai como uma luva para impedir que você confronte o que você quer da vida com o que você está vivendo no momento. Impede que você examine seus verdadeiros desejos, as coisas que mais importam para você. E você vai empurrando a vida nesse esconderijo estratégico. Mas não adie tanto o confronto, você vai se surpreender com as novidades que sua própria vida tem a dizer sobre você. Marli Soares Borges

domingo, setembro 29, 2013

UMA IMAGEM, 140 CARACTERES - 22ª EDIÇÃO




Será possível, essas crianças não param quietas! E eu que pretendia ler meu livro em paz? Só eu mesma reunir aqui as amiguinhas, eu mereço!!


* Blogagem Coletiva - Minha participação - Blog Escritos Lisérgicos
  Participe conosco, é um projeto muito bacana!

sexta-feira, setembro 27, 2013

DE EPIDEMIAS E PANDEMIAS


Somos seres contagiantes. Se a gente fala baixinho, as pessoas tendem a murmurar, se bocejamos, daqui a pouco todo mundo começa a bocejar. Se estamos meio down, inevitavelmente as pessoas nos acompanham nesse sentir. E fica todo mundo com cara de poucos amigos. Podemos dizer então que somos seres contagiantes e epidêmicos. A gente dissemina doenças. De vários tipos e etiologias, diriam os médicos. Mas não quero saber dessas coisas de medicina, estou pensando é nesse poder disseminador -- atávico -- que a gente tem. Que tal disseminar a 'doença' dos sorrisos, das cores, das flores, dos aromas, dos amores? Logo, logo, vai virar epidemia. Que tal uma epidemia incurável de alegria? De entusiasmo pela vida? Uma epidemia do bem? Por que não? Claro que a nossa vida não é esse mar de rosas que andam vendendo por aí nos livros disso e daquilo, as coisas às vezes saem bem erradas, a gente luta e perde, perde-se coisas, perde-se pessoas. Sofremos roubos e traições. Mergulhamos num mar de tristezas, contradições e conflitos. Mesmo assim, passado o momento de sofrimento intenso, nada nos impede de renascer e disseminar coisas boas, podemos fomentar nas pessoas que estão próximas, muitas vezes as mais turronas, o entusiasmo pela vida. É dureza, eu sei, mas pode ser que elas se contaminem e 'peguem' nas outras. E aí a 'doença' se instala e vai se alastrando. Pense nessa ideia. Não é simples, mas pode ser a salvação que irá conter essa apatia que ameaça o mundo, uma pandemia sinistra que se avizinha. Marli Soares Borges

quarta-feira, setembro 25, 2013

UNS SÃO MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS

Eu não estava a fim de escrever sobre isso, mas como algumas pessoas me pediram, resolvi anotar aqui algumas palavras a respeito do voto do Ministro Celso de Mello, do STF.

É certo que aos olhos da lei, qualquer cidadão em situação semelhante tem direito a embargos infringentes. O problema é o tal cidadão passar pelo juízo de admissibilidade do STF, onde os ilustres ministros, cada um separadamente, baseados em suas próprias convicções, podem acatar ou não os argumentos do recorrente e admitir ou não a entrada do recurso, (no caso, os embargos infringentes). E aí é que são elas, porque em ambas as situações - admitir ou não - existem argumentos perfeitamente defensáveis à luz do Direito. Tanto é que, no caso dos mensaleiros, um número expressivo de ministros não acatou os argumentos e não admitiu o referido recurso. E em cada um dos votos proferidos está consignada a solução técnica para a não aceitação dos embargos. Acontece que o Ministro Celso de Mello, posicionando-se a favor dos mensaleiros, votou pela admissibilidade dos embargos infringentes. Estavam em suas mãos os argumentos para o não acatamento do recurso, mas ele não quis, optou pela defesa dos criminosos. Só isso, simples assim. Variáveis subjetivas. -- O poder, ah, o poder! O direito é igual para todos mas ao que parece, uns são mais iguais que os outros! -- Quanto ao voto em si, foi belíssimo, consistente, como aliás acontece com os votos proferidos por todos os ministros da Suprema Corte, são verdadeiras aulas de Direito, onde muito se aprende. Mas no caso específico desse voto de desempate, o que me impressionou foi o empenho, a fluência, o manejo perfeito das garantias do estado de direito, para defender os criminosos. Está lá, gravado na jurisprudência, para a eternidade, o voto histórico de um ministro, que poderia ter dado credibilidade à justiça brasileira, mas preferiu garantir a sensação de impunidade e desesperança.

Marli Soares Borges (c) 2013