Olá todo mundo!
Obrigada. Adorei os
comments no post '
Os Injustiçados'. Li todos eles com atenção, e porque o pessoal pôs na mesa suas impressões, decidi colocar as minhas também .
A Lei, serve à vida. Se as leis são draconianas (injustas), como o foram no caso das mulheres, isso se reflete na vida, portanto, temos que cuidar de ter leis adequadas ao contexto histórico em que vivemos. E de que forma teremos essas leis? Pedindo, reinvindicando, lutando, articulando, queimando
soutien em praça pública, se for preciso. E sabemos que foi, em relação ao direito das mulheres. Ou você pensa que no passado os homens fariam, numa boa, as leis a nosso favor? Quanto a isso, não me iludo. E acho que nem é por mal, afinal pra eles sempre foi tudo
light. Porque iriam preocupar-se conosco(?), "
o Direito não socorre aos que dormem". Observe o caso da escravidão negra no Brasil, se não houvesse as lutas, a necessidade econômica etc. e o banzo (gente, que organização, nunca vi nada igual!), teria sido abolida a escravidão? Não sei.
Mas hoje quero refletir com você sobre a nossa vidinha essa daqui, nosso contexto social da atualidade.
Veja. As leis que reconhecem os direitos da mulher estão aí, em plena vigência. Já vimos isso no outro
post. E você há de convir que as novas gerações, ao nascer, já encontraram tudo pronto, graças ao contingente que se mobilizou no passado para que isso acontecesse. E o que estamos vendo agora? Mulheres queixando-se da aplicação da lei. Mas o que fazem em contrapartida? Trazem a público a comprovação do que dizem? Articulam-se para endireitar o que está errado? Desculpe, mas não é o que tenho visto.
Parece-me que hoje em dia elas têm outras preocupações, outras prioridades. É. Deve ser isso, afinal o mundo é outro. Novos tempos. Mas cadê os novos rumos? Noto que tanto
elas como
eles estão sem saber onde pisar. E não lhes tiro a razão, pois a nova estrutura social não tem paradigmas na história. Okay. Mas... será que procuram
mesmo saber? Ou preferem lidar com a culpa, o constrangimento, o ti-ti-ti, a condenação velada de seus pares? Uau. Como não vi isso antes? Estão na
terceira onda, mas não tiraram o pé da
segunda, como diria Toffler! E isso é tão verdadeiro que ainda vejo muito por aí, aquelas discussões bizantinas (que sinceramente não aguento mais), onde homens e
mulheres resolvidas, com o dedo em riste
sentenciam: a mulher quis igualdade e se masculinizou. Agora que aguente o tirão.
Aí fico pensando: a mulher se masculinizou? Mas que é mesmo se masculinizar, objetivamente? É trabalhar fora, dividir tarefas? Exigir que respeitem o seu espaço? Ajudar no sustento, ou sustentar a família? Usar “roupas de homem” (no passado remoto a mulher não podia usar calças compridas), ler jornal enquanto o marido prepara o lanche? Brincar com as crianças? Ser dona de seu nariz? Falar palavrão? Tomar decisões importantes? Caminhar ao lado do homem?
E o homem? Será que ele se efeminou? Que é efeminar-se? É ficar em casa? Cuidar dos filhos, dividir tarefas, assumir a casa enquanto a mulher trabalha fora? Cuidar ele próprio das suas coisas? Decidir em conjunto com a mulher? Acompanhar o filho na escola? Encarar os problemas triviais do dia-a-dia?
Sei, não.
Só sei dizer que fico boba, quando ouço, (é..., ainda tem!) aqueles argumentos toscos, pra lá de pasteurizados:
faz parte da natureza da mulher e blábláblá.... Ahã. No passado também diziam isso e a mulher não podia dirigir automóveis, trabalhar fora, etc. e os homens não podiam chorar e nem sequer segurar seus filhos nos braços. Que os homens falem essas tosquices, até entende-se, afinal, é a mulher que está na berlinda. Mas as mulheres? Putz, pra mim, isso é pura rivalidade. Uma tristeza. :(
No meu pensar, a mulher moderna errou ao assumir atribuições além de suas forças, e, se continuar assim, vai acabar entrando em colapso. Mas, nada que, com raciocínio e discernimento, não possa ser evitado, resolvido ou modificado. Cada caso é um caso. Sem essa de ficar numa pior, só pra não dizerem que
se masculinizou, coisa mais antiga! Muito aturei essa lenga-lenga, no alvorecer da Lei 4.121! (Easy madame, isso foi lá nos anos 60. Passou. Passou. Rsrsrs.)
Uma coisa é certa: as mulheres jamais serão iguais aos homens, graças a Deus; e os homens jamais serão iguais as mulheres, graças a Deus. São seres humanos de natureza biológica completamente diferenciada. Mas são seres humanos, e ao nascerem com vida, tiveram e têm sua personalidade jurídica reconhecida pelo Direito Civil brasileiro, à luz de um dos mais importantes princípios constitucionais: a igualdade de gênero. Portanto, embora diferentes biologicamente, já está
comprovado por a+b que essa diferença
não pode servir de motivo para que os direitos, o acesso aos direitos e a aplicação da justiça não sejam iguais para ambos os sexos. Quando isso for
realmente entendido pela humanidade, os anjos cantarão e ouviremos daqui, os acordes do céu.
Mas por enquanto, muitas leis ainda terão que acontecer e muitas perguntas ainda terão que ser feitas e respondidas, há muito trabalho a fazer. E temos que continuar lutando para que os direitos conquistados não fiquem só na letra da lei. Não podemos esmorecer.
Gente, temos que dar vida à lei. Isso é prioridade! E diz respeito diretamente aos valores que damos à vida em si, às pessoas, às coisas, às atitudes e à convivência harmônica e saudável entre homens e mulheres.
Beijos a todos.