terça-feira, novembro 16, 2010

A BOLA É DO PEDESTRE


Olá, todo mundo.


ô gente, muito obrigada, muito mesmo. Vocês são de fé, estão aqui comigo, lendo e comentando. É isso o que me impulsiona a não abandonar para sempre a internet. Olha, é um tal de entra e sai de técnicos e ninguém resolve nada. Mas agora parece que há possibilidade de colocar internet a rádio. Diz que é beemm melhor! Por enquanto, continuarei sumida, postando "de favor" rsrs, na casa do meu filho. Tsc, tsc.

Ao post.



Impossível passar batido, tenho que pensar em voz alta e com você. A gente vive às voltas: infrações de trânsito, penalidades, multas, guinchos, sei lá, um amontoado de leis para corrigir a postura dos motoristas. Tudo em favor da vida. Mas acontece que os pedestres também podem causar acidentes e, por isso, a lei é para motoristas e pedestres, embora eu suponha que isso não esteja sendo bem entendido em relação aos pedestres. Falei entendido, mas não é bem essa a palavra. Esclarecido, é isso. É que nem a fiscalização, nem a mídia têm dado a atenção que o assunto requer. O alvo é sempre o motorista. Caracas. Daí resulta que o pedestre, desavisado, transita despreocupadamente, razão porque, inúmeras vezes, ele próprio, têm sido o causador do acidente que o vitimou. Nunca vi pedestre ser fiscalizado, advertido e, muito menos, multado por descumprir as leis de trânsito.

Pronto, já coloquei os considerandos. Agora vou contar pra você um fato supersimples, mas que, para mim, foi motivo de surpresa. Aconteceu há pouco, quando eu retornava do aeroporto. Sabe aquele cruzamento perigoso, sem semáforo, em que você é o motorista e quer entrar à esquerda, numa avenida ultramovimentada? Você pára, olha os dois lados e só então arranca, atravessa e dobra? Beleza. O problema é aquele pedestre que surge nesse momento e, em vias de provocar um acidente, atravessa à rua, na maior calma, bem ali na sua frente! Bom, aí você pede pra morrer. Pois enfrentei isso hoje, e sabe o que a pedestre fez? Antes de atravessar, parou na esquina da calçada, olhou para todos os lados, viu a avenida, meu pisca-pisca, sentiu o problema e... fez sinal para que eu arrancasse!! Isso mesmo. Gente, que satisfação! Era uma jovem comum, sem requintes. Mas esclarecida. Ganhei o dia. Uau. Isso, merece um post!! Pena eu não saber o nome dela. Mas fica aqui o registro. E homenagem.

E você tem algum motivo pra elogiar um pedestre? Conta, vai.

Beijos e uma boa semana a todos. Aproveitaram o feriadão?

quinta-feira, novembro 11, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - MINHA IDEIA É MEU PINCEL

Olá todo mundo!

Sorry, ando sumida. Tive que programar este post pois não sei o que há com a minha internet. Mas assim que as coisas melhorarem, voltarei a postar e a comentar normalmente. Já cruzei os dedos!!

* O tema é a tela "The Waterfall" de Georgia O'Keefe. Esta tela faz parte de uma pequena série de pinturas associadas a cachoeiras.


Uau. Que lugar é esse, um lugar estranho e fantástico, fonte de prazer e de dor, porta que se abre para dar vida? Nem é preciso dizer, você sabe, eu sei, nós sabemos. É isso que me ocorre quando observo essa imagem poderosa, esse manifesto de sensualidade e beleza. Amo os quadros da Georgia, são uma viagem, tanto as paisagens abstratas quanto as flores. Ah, as flores!! Bem mais que flores...Vou postar algumas pra você ver.

Nossa, que vontade dizer umas coisas legais, de fazer poesia, de colorir as palavras... Mas, já viu, não sei escrever bonito. Quá! Mas também não sou de desistir!! Convidarei um poeta pra dizer uns versos pra gente.

Yesss! Olha ele aqui, ó. Se você é da minha época, vai lembrar, claro. Jorge Alberto Mendes Ribeiro. Ele vem com um de seus mais belos poemas, que adoro, e que tem tudo a ver com a explosão de sentimentos que essa tela é capaz de evocar. Uma poesia simples e delicada. Ao meu sentir.

Nome da poesia? "Amor, causa e consequência". Touché!!

"suavemente... // como se as nuvens do céu me recobrissem // e todos os meus poros pressentissem // a espera de anseios libertados.

docemente... // como se os favos de mel do paraíso // embrulhados, amor em teu sorriso // pelas mãos de Deus me fossem dados...

mansamente... // como a noite entrando pelo dia, // nossa sede de afeto se sacia, // na troca de carinhos vivenciados.

repetidamente... // como quem decora os teus sinais, // eu me aprofundo em ti, cada vez mais, // e tenho os teus encantos por sagrados.

lentamente... // como que vertendo nossa essência, // tu és a causa, eu sou a consequencia, // e nós dois..um do outro..resultado!"


Well, conforme prometi, eu trouxe as flores pra você ver.



E aí, gostou?
Beijos.

* Blogagem Coletiva proposta pela Glorinha do Blog "Café com Bolo".

domingo, novembro 07, 2010

O HOMEM NU

Olá!!

Não, eu não sumi. Sumiram-me. Quem? A Internet. Três dias. Uma eternidaadeee!!! Acredite, aqui no Brasil essas coisas acontecem.

:((    Deixa pra lá.

Quando jovem eu era fã de carteirinha do Fernando Sabino, um dos mais importantes cronistas do Brasil. São dele essas palavras: "Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino". (1995). Nasceu em Belo Horizonte, a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, e morreu em 11 de outubro de 2004, no Rio de Janeiro. É autor de seu próprio epitáfio: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".

Seu livro mais famoso chama-se "O Encontro Marcado". É também o autor de Zélia, Uma Paixão (1991), biografia da ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello.

Ontem fui mexer nos livros antigos, a pedido de minha filha, e dei de cara com ele. Já viu, comecei a folhear e logo pensei em você. (Pra variar, rsrs). Taí então uma das mais famosas crônicas que ele escreveu, tem inclusive um livro com esse nome. Chama-se "O Homem Nu".

Enjoy!!



Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

*

E aí, gostou?
Beijos e boa semana.

Saiba mais aqui.

quinta-feira, novembro 04, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - MINHA IDEIA É MEU PINCEL

Olá todo mundo


* O tema é a tela de Paul Klee "The Rose Garden"

Ontem, estava um dia lindo, uma brisa suave, nenhuma nuvem no céu. Sim, Deus existe. Ao cair da tarde saí a passear pelo sítio com meu netinho Pedro,3. Ele, correndo, cantando e pulando e eu naquele velho e conhecido pique: de espacito, rsrs. Mas extasiada e feliz. Aproveitando o verde dos campos, o cheirinho das laranjeiras, o colorido das flores do jardim. Amarelas, brancas, vermelhas... Um contraste grandioso. De encher os olhos e alegrar o coração. Cada vez mais, a natureza me encanta.

Sei, sei, você deve estar pensando, nossa ela enlouqueceu, nada a ver com a blogagem.

Nada a ver? Tudo.

Desde o dia em que botei meus olhos na tela, perdi o embalo. Simplesmente senti falta de alguma coisa que provocasse meu envolvimento. A inspiração não veio. Fiquei à toa, achei a tela bonita, e só. Escapou de ser indiferente apenas porque me fez lembrar Picasso (aliás, nem sei porque) e sua Guernica, aquele mural maravilhoso, que, aquele sim, me fala direto ao coração. Mas "The Rose Garden" para mim, não tem voz. Desculpe Paul Klee.

Não, não sou louca. Ligando os fios, acabo de descobrir: não curto rosas, nem cor-de-rosa. No meu jardim não tem rosas. É isso. E essa tela é toda rosa e mais rosa. Será que tem alguma coisa a ver com os espinhos? Ih, pode parar madame, rsrs!!!

Beijos.

* Blogagem coletiva do Blog Café com Bolo, da Glorinha.

terça-feira, novembro 02, 2010

HELP SAKINEH VAI MORRER AMANHÃ...




Entrei no blog da Margarida http://lolipop-banzai.blogspot.com/
DIVULGUEM!!!!!!!!! ABAIXO O TEXTO DIRETO DO JAPÃO, escrito por: (LOLIPOP).
SAKINEH MOHAMMADI - ASHTIANI - PARA TODAS AS BLOGUEIRAS E BLOGUEIROS!

Lembram-se da SAKINEH?

Aposto que sim. Vi este rosto em muitos blogues, assinaram-se petições para evitar que esta Iraniana, acusada de adultério, fosse barbaramente condenada á morte por apedrejamento. Aparentemente os carrascos cederam. Falou-se até numa possível libertação. O caso Sakineh deixou de ser lembrado e comentado. Afinal de contas são tantas as causas a que temos que responder, e o Irão fica tão longe...Pensámos que tínhamos ganho uma vitória contra a barbárie. Mas os bárbaros estavam apenas á espera que a opinião pública internacional se cansasse, se calasse.

Depois, calmamente calaram as vozes internas mais preocupantes. O filho e o advogado de Sakineh foram presos a 10 de Outubro. Desde 11 de Agosto que as visitas foram proibidas, e o regime fabricou, na sombra, um novo cenário, anunciando que "de acordo com as evidências existentes, a sua culpa (de Sakineh) foi confirmada". Culpa? Que culpa é essa, que a fez ser punida com 99 chicotadas? Que culpa pode condenar alguém a uma morte cruel, desumana, atroz? Que culpa lhe atribuem para não a apedrejando, ainda assim a enforcar?

Foi contra isso que nos manifestámos, esquecendo que devíamos ter ido até ao fim pressionando, exijindo que a libertassem.

Hoje, fui alertada. Procurei na net. Está aqui, e aqui, em vários sites. Foi dada ordem para a execução de Sakineh, por enforcamento. A data indicada é amanhã, 3 de Novembro.

Temos 24 horas para usar os nossos blogues, as nossas vozes, para mostrar que não esquecemos Sakineh, que estamos atentos e que denunciamos não só a barbárie mas também a injustiça.

Sei que posso contar convosco!!!!!!!!!!!

segunda-feira, novembro 01, 2010

PESOS E MEDIDAS

Olá todo mundo.

Saí da casinha. Estou pra lá de indignada. Furiosa. Fiquei sabendo do rodeio de gordas que aconteceu na Unesp. Meu Deus, que retrocesso!! Um achincalhe gratuito, uma atitude grosseira, covarde e audaciosa de alguns estudantes contra suas colegas gordas (a critério deles, bem entendido). Puro preconceito. Coisa mais abjeta.




Concentro-me agora na origem de tudo isso: a discriminação.

Detesto esse negócio de discriminação. Odeio, odeio. Pra mim, tem tudo a ver com arrogância, outra coisa que abomino. Ideia pré-concebida é maldade com requintes, infecção comportamental. Tem que ser erradicada, banida da face da terra. Afinal, quem somos nós pra discriminar nossos semelhantes? Não somos donos de nada nesse mundo e só estamos vivos por obra e graça do Criador. Caramba, caminhamos às cegas, nem sabemos o que são e quem são os diferentes. Aliás, diferentes em que sentido? Qual a fronteira da normalidade que separa uns e outros? Alguém se habilita a responder? Óbvio, ninguém. E essa turma de garotos se achando? Santo Cristo, que coisa mais irritante, que insolência.

Eu não ia, mas resolvi perguntar: e os autores do delito, serão aplaudidos? E as vítimas, ficarão quietinhas, estrategicamente silenciadas? Irão se contentar com uma nota no jornal, um pedido de desculpas? Era só o que faltava. Aff.

Meninas, não deixem barato, não marquem bobeira. Botem a boca no mundo pra valer! Reclamem os seus direitos na Justiça!!

Acho muito engraçado que todo mundo se declara contra, mas no entanto, o preconceito aí está, em plena efervescência. E o pior, instalado na alma da geração que em breve assumirá as rédeas do país. Olha, alguém plantou lá o preconceito. Não, não tenho a menor idéia, apenas suposições. Mas, perco as estribeiras, só de imaginar a tonelada de gente que vem sofrendo, em silêncio, os mais variados tipos de discriminação. E tudo em nome de paradigmas obsoletos!! Grr.

Enfim. Peço vênia pra tomar de empréstimo as palavras daquele que foi o maior orador e mais fecundo escritor da literatura latina: Cícero, (63a.C) "... Aonde irão parar os arrebatamentos dessa audácia desenfreada?"

Beijos.