terça-feira, outubro 05, 2010

SABIÁ-LARANJEIRA

Olá, pessoal.

Todos esses que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão... eu passarinho! Aposto que você já conhece esses dizeres, não é? São dele, Quintana, nosso simpático (e injustiçado) velhinho. A propósito, hoje é 5 de outubro, "Dia da Ave". É o dia também do sabiá-laranjeira, pássaro brasileiro, a ave-símbolo do Brasil.


Muito tempo antes do presidente Fernando Henrique Cardoso assinar o decreto que elevaria o sabiá à categoria de ave-símbolo do Brasil, a voz do poeta Gonçalves Dias já se fazia ouvir na "Canção do Exílio" (1843), quando, com saudades da pátria, lembrou a figura do sabiá. "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá"

O sabiá é uma ave muito querida de todos nós. Ele tem hábitos simples e é nosso companheiro em todos os lugares onde a gente vive, no campo ou na cidade. Mas para que o sabiá pudesse juntar-se oficialmente e figurar no mesmo patamar de importância que possuem os quatro símbolos nacionais existentes – a bandeira, o hino, o selo e o brasão de armas, ele teve de ser escolhido entre quase duas mil espécies de aves.

O critério de escolha ora recaia na plumagem, ora recaia no canto, na moradia, etc. Enfim, critério foi o que não faltou. Alguns queriam para representar o país uma ave que ostentasse uma plumagem com as cores brasileiras, outros achavam que seria mais adequado uma ave com um canto mais raro. E por aí seguiram os argumentos.

Mas, no meu pensar, o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, argumentando a favor do sabiá, colocou uma pá-de-cal sobre o tema quando disse: "Não adianta uma ave-nacional com a qual o povo não tem contato." E prossegue: “Não é só beleza, ou só o trinado mais harmonioso que conta para ser ave-símbolo de um país. É preciso fazer parte da cultura, do folclore, ter presença na literatura, na poesia, na música e viver perto das pessoas." E isso, digo eu, todos sabemos, é com o sabiá!

Já estamos acostumados. Desde criança a gente ouve o canto do sabiá e os vê pousados nos galhos das árvores. Inúmeras vezes vemos eles andarem no solo, catando minhocas e pequenas frutinhas para se alimentar. Eles vem de mansinho e se aproximam de nós. São eles que se aproximam de nós. Quando se acostumam com a gente, ah, aí eles nem se importam mais com os movimentos do nosso andar. Ficam por ali mesmo, nos fazendo companhia, felizes da vida.

Onde moro vivem muitos sabiás, eu os vejo todos os dias, e na primavera, acordo sempre ouvindo aquele canto inconfundível. Agora, preciso confessar uma coisa: Para mim o cantar matinal do sabiá, me deixa muito animada, mas quando ele canta depois do almoço e estou no escritório (na cidade), me dá uma preguiça, que só vendo.

Um parêntese: Você já sabe, mas não custa lembrar: moro num sítio, em zona rural. Meu escritório é que fica na cidade, e bem na janela tem uma árvore gigante, um condomínio de sabiás.

Não sei nada científico a respeito do sabiá, mas andei dando uma olhadinha rápida e fiquei maravilhada com a quantidade de informações que povoam a web. Só sei que na vida e nas artes em geral, temos registros belissimos sobre essa criaturinha tão simples e dócil que é o sabiá. Em tempo: lembra aquela música "Sua Majestade o Sabiá"? Linda, não? Clique e ouça aqui. Antes veja alguns versos.
Ah! To indo agora pra um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a Majestade, o Sabiá
A Majestade, o Sabiá.
Ei, já estou me estendendo demais. Contudo, é impossível finalizar esse post, sem trazer um dado científico que li num texto sobre o sabiá: "No reino de sua majestade, o sabiá, machos e fêmeas ... e ambos constroem o ninho." Sublinho: "ambos constroem o ninho".


Esse companheirismo não é maravilhoso?

Gente, fui. Até breve.

segunda-feira, outubro 04, 2010

SILVESTRE NÃO É PET

Olá pessoal,

Please, ajude a divulgar e se você estiver no Rio de Janeiro, participe. É muito importante para todos nós. Eu, infelizmente estou em Porto Alegre no Rio Grande do Sul.

O Documentário “SILVESTRE NÃO É PET!” será lançado em 17 Estados brasileiros. Baixe o convite aqui.


Poster do documentário "Silvestre não é Pet"
© WSPA Brasil

Um documentário inédito, gravado no Brasil, discute a questão da posse de animais silvestres em áreas urbanas e no convívio com pessoas. O lançamento da produção, organizado pela WSPA e suas ONGs afiliadas, será feito em 17 Estados brasileiros e terá início na segunda semana de outubro (a Semana Mundial dos Animais).

A produção será exibida em universidades, escolas, comunidades e eventos exclusivos para o lançamento do DVD.

* * * * * * * *

Hoje é o Dia Mundial dos Animais
Dia de São Francisco de Assis 

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS
UNESCO

1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem.
3 - Nenhum animal deve ser maltratado.
4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimescontra os animais.
9 - Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei.
10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

P r e â m b u l o :  
  • Considerando que todo o animal possui direitos;
  • Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;
  • Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;
  • Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;
  • considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;
  • Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais,
Proclama-se o seguinte

Artigo 1º  Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Artigo 2º
1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2.O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais
3.Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
Artigo 3º
1.Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
Artigo 4º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2.toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.
Artigo 5º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2.Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.
Artigo 6º
1.Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2.O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
Artigo 7º
Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.
Artigo 8º
1.A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
2.As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.
Artigo 9º
Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.
Artigo 10º
1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2.As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.
Artigo 11º
Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.
Artigo 12º
1.Todo o ato que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.
2.A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Artigo 13º
1.O animal morto deve de ser tratado com respeito.
2.As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.
Artigo 14º
1.Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.
2.Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.
Beijos a todos.

sábado, outubro 02, 2010

QUEM JÁ PASSOU POR ESSA VIDA E NÃO VIVEU



Acabo de entrar no túnel do tempo e, olha só quem encontrei. Vinícius de Morais. Fantástico.
Suas músicas são um arraso e, embora todas estejam no primeiro escalão, tem uma que adoro e me identifico demais com a mensagem, pois é exatamente o que penso em relação à vida... ao viver em si. Essa música me ganhou e até hoje está no top das minhas preferidas. E lá se vão mais de 40 anos! Chama-se "Como Dizia o Poeta".  Aposto que você também vai se encontrar nesses versos oriundos da aguda percepção da realidade e da notória coragem de Vinícius em dizer o que pensa, de maneira tão sensível e poética.

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não

Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão

Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não...

Beijos.
Marli

UP DATE:  a Aracy, do Blog "A Música & Eu", se inspirou e fez hoje um post com essa música. Se quiserem conhecer a melodia, é só dar um pulinho .

Acabo de voltar do Blog "Profundo Pensar" do Hamilton. Ele fez um poema, ultrassintonizado com essa música. Clique aqui e leia, você vai adorar!

quarta-feira, setembro 29, 2010

UMA GELADA

Olá, todo mundo

Em julho passado estávamos no aeroporto, no Rio, voltando pra casa, meu marido e eu. Um movimento absurdo, tumultuado, check-in quilométrico. Entramos na fila. E pra completar, bem na nossa frente, uma garota de casaco verde, completamente sem noção, estava aos berros no celular. Falava pelos cotovelos, quase surtando. Puxa vida. Aí lembramos das prioridades. Que babaquice a nossa amargando por aqui nessa doideira! E lá fomos nós para a fila privilegiada. Yess! Só meia dúzia de velhinhos e duas gestantes gravidíssimas. Ufa, daqui a pouco estaremos livres e vai sobrar tempo até para um cafezinho. Beleza. :))


Gente, pura enganação. A tal fila simplesmente não andava. Cadê o atendente? Sumira. Ao reaparecer, entregou os documentos para o primeiro da fila e passou a atender o próximo, ops, a próxima, uma das grávidas. Levou um tempão, falando, gesticulando, pegou alguns papéis e... aff, sumiu de novo! Muito, muito tempo depois ele retornou. A passos lentíssimos, ostentando a mais genuína indolência.

E a gente ali, esperando, em pé, na fila. Enraizados. Lá pelas tantas, quase arranquei meus cabelos, você nem imagina quem passou zunindo por mim. A tal garota do casaco verde! Bom, a essas alturas meu marido bufava. Misericórdia. Será que atiramos pedras na cruz? Olhei para a ex fila. Continuava enorme mas, adivinha, ela ANDAVA!!! Esse era o lance. A fila andava.

Abro um parêntese gigante: fico muito irritada com a burrice alheia. Sabe quem estava atendendo o check-in dos idosos? Um idoso. Sem problemas se ele tivesse experiência no babado. Mas não! Pelo que pude observar ele era completamente inexperiente, a Lentidão em pessoa, uma tartaruga cansada. Ah, tá rindo né... mas naquele momento eu queria ... bom deixa pra lá. Rsrs. Sei que atender prioridades não é mole, por isso mesmo, esse tipo de serviço exige atendentes ágeis, espertos e experientes. E, vamos combinar, de preferência jovens, com mais energia pra aguentar o pique. Stop. Não vou falar mais. Só de lembrar acabo me irritando e enchendo tua paciência. Eita burrice: pesa muito raciocinar? Fecho o parêntese gigante.

Tenho notado que o atendimento às prioridades não está sendo respeitado como deveria. O objetivo de diminuir o tempo de espera, em respeito às limitações humanas, está, aos poucos, esvaziando-se. E nós estamos permitindo, aceitando, avalizando. Cuidado o efeito bumerangue!!!

Fica aqui o alerta: Reclame. Se ninguém atender, reclame mais alto. Se não conseguir, chame a polícia (discretamente, senão eles arrumam rapidinho e dizem na sua carinha que você está mentindo). Registre um B.O. e siga em frente. No Judiciário, como eu fiz. Lei é lei. Chega de ser bobo da corte.

Beijos

segunda-feira, setembro 27, 2010

HOMENAGEM AOS IDOSOS

Olá!!


Em 1982 foi realizada em Viena, na Áustria uma Assembleia Mundial sobre o envelhecimento, cuja finalidade era qualificar a vida dos velhos através da saúde e da integração social.

Em 1999 o Brasil escolheu o dia 27 de setembro para homenagear os idosos. Acontece que dia 27 de setembro é dia de São Vicente de Paulo, o pai da caridade. Sacou o preconceito? Decerto acharam que esse contingente já estava com o prazo de validade vencido e então nada melhor que uma boa média: Vai uma caridadezinha aí mermão? Mamma mia, rsrs!!! Caridade. Você concorda? Eu não. (Deixa pra lá, rsrs).

Eu, sinceramente preferiria ser homenageada no dia em que o mundo inteiro se antenou para o Direito da população envelhecida, o dia 1º de outubro, "Dia Internacional do Idoso". Acho mais apropriado, até porque a Lei 10.741/2003, Estatuto do Idoso, também foi criada no dia 1º de outubro.

Não, não pense que não sei que o distanciamento entre a lei e a realidade da velhice no Brasil ainda é enorme. Sei disso, mas o fato de existir uma norma estatutária assecuratória de direitos, por si só, demonstra que há uma preocupação real e verdadeira com a velhice. E acho muito bom, aliás, pra quem não sabe, o Brasil é um país de velhos. A OMS que o diga. Então, nesta data, à guisa de homenagem, deixo o meu recado para todos os velhos do Brasil, (e eu me incluo):

Não podemos esmorecer, o debate precisa continuar. As reivindicações devem acontecer em todos os espaços possíveis. Somente a mobilização permanente da sociedade poderá trazer um novo olhar sobre o processo de envelhecer de todos nós brasileiros. Não se contentem com infantilizações, grupinhos de melhor idade, blusinhas amarelinhas, (inhas e mais inhas) e outras baboseiras mais. Tudo bem desbotadinho, rsrs. Exijam seus direitos, uma aposentadoria decente que lhes permita viver com dignidade. O resto é paliativo.

Please, não torça o nariz, a nossa Carta Magna utiliza o termo velhice, que é um estado natural da vida. Idoso é um eufemismo, a gente costuma usar para dourar a pílula.

E agora, emocionem-se com a poesia mais linda do mundo, com a qual inaugurei o meu blog, ano passado. Chama-se INSTANTES, de Jorge Luiz Borges.

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais.
Contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida: claro que tive momentos de alegria.
Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.
Eu era um desses que nunca ia à parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente e um pára-quedas: se eu voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

Pouco tempo depois de escrever essa poesia, o autor nos deixou para sempre. Mas se a vida não é assim como ele desenhou, então não sei o que é. Pois muitas vezes a gente se apega a um monte de bobagens, esquece o mais importante e deixa a vida passar. Acorde, viva a vida enquanto é tempo, não se compare com ninguém. Alegre-se, pois como disse Chaplin, a alegria é a única coisa que realmente nos ajuda a viver!


Beijos a todos.

P.S. - Sobre o envelhecimento já falei aqui.

sexta-feira, setembro 24, 2010

KEEP CALM AND CARRY ON

Olá, todo mundo,


Barter Books, Alnwick


"Fique Calmo E Siga Em Frente", tem tudo a ver com os tempos atuais, não é mesmo? Pra lidar com esses tempos bicudos, Keep Calm And Carry On!! Aposto que, se Quintana fosse vivo, diria que estou com a razão. Aposto também que você já andou lendo essas palavras e já viu essa imagem em poster decorando lugares chiques e descolados. Acertei? Claro, claro.

Sem stress, toque sua vida, essa é a idéia. Moderna? Nada. Legítimo upcycle! E dos bons.

A frase, ninguém sabe quem escreveu. A única coisa que veio a público é que lá pelos idos de 1939, bem no início da II Guerra Mundial, o governo britânico fez imprimir três frases, em cartazes, para que a população soubesse que, se o nazismo invadisse a Grã-Bretanha, todas as medidas necessárias para defender a nação estariam sendo tomadas. E o tal Keep Calm And Carry On foi um deles.




Por ordem do rei, os tais cartazes teriam que ser num estilo uniforme e a tipografia teria que ter numa fonte especial e única, que dificultasse o inimigo de falsificá-los. Parece que foram impressos 2,5 milhões, mas a distribuição acabou sendo bastante limitada. (Por lá também acontece dessas!)


Barter Books Alnwick


Em 2001 o dono de um sebo inglês, (na Barter Books, em Alnwick), bateu os olhos numa cópia do tal cartaz que estava perdida numa caixa de livros antigos que ele havia comprado num leilão. Veja só a sorte do cara, encontrar uma imagem de domínio público prontinha pra virar celebridade. Chegado nas artes, ele emoldurou e pendurou o poster na parede do estabelecimento. Touché!! Um megasucesso! Então ele resolveu produzir em escala, a partir do original (óbvio, o desenho da coroa do cartaz já caíra em domínio público). Foi aí que aconteceu o revival. Portanto, se você gostou, pode copiar à vontade, sem problemas, pois o Copyright de peças artísticas criadas pelo governo britânico expira em 50 anos, voilá!!

Vi alguns sites oferecendo download por um precinho camarada e até gratuito. Mas pra mim esse tipo de reprodução vem com a qualidade superprejudicada, ainda mais na tipografia (que é única, lembra?). Sou a favor de pagar pelo original, que vem com direito a historinha e tudo. Vi na Barter Books. É claro que deve ter noutros lugares, eu é que não procurei. E quem quiser os "de grátis", rsrs, versão não-oficial, vulgo pirata, no Mr.Google tem de montão. Adivinha. E se você quiser saber a história toda, siga por aqui, só que está em inglês. Não achei traduzido.

Keep Calm and Carry On. Pensou que era moderno? Ledo engano.

Marli Soares Borges